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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Padrão de mortalidade alterado.

Padrão de mortalidade foi afetado pela Covid-19.

A pandemia afetou o padrão de mortalidade de várias outras causas de morte, direta e indiretamente.

De forma direta, temos as comorbidades ou condições específicas que aumentaram o risco de morrer por Covid-19, como câncer, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, diabetes, hipertensão, transtornos mentais e comportamentais, obesidade, gravidez, doenças pulmonares e doenças do sistema renal. Portanto, as mortes por Covid-19 podem levar à redução da mortalidade por essas causas no curto prazo.

De forma indireta, algumas causas podem ter tido um excesso de mortalidade durante a pandemia devido às consequência da Covid longa, interrupções na atenção básica e ações preventivas, atendimento inadequado (escassez de equipamentos, pessoal e falta de leitos), aumento da má nutrição, redução da prática de exercícios físicos, diagnóstico tardio e potenciais consequências decorrentes da perda de emprego e redução de laços sociais.

De um modo geral:

·       Quedas na esperança de vida ao nascer em 2020, 2021 ou ambos os anos foram observadas na grande maioria dos países (uma exceção é a Austrália).

No Brasil: (obs: essas mudanças não foram uniformes).

·       Observamos um aumento nas taxas de mortalidade por gravidez, parto e puerpério, diabetes, hipertensão arterial e doenças renais;

·       A tendência de declínio das taxas de mortalidade por transtornos mentais se reverteu. O aumento das taxas de mortalidade por transtornos mentais e comportamentais foi mais acentuado entre homens na região Nordeste;

·       Flutuações típicas nas taxas por gripe, pneumonia e outras doenças respiratórias não foram observadas;

·       Houve redução para grupos de causas relacionadas ao sistema digestivo, rim e sistema urinário, neoplasias e coração e acidente vascular cerebral (enquanto mortes por doenças cardiovasculares aumentaram nos EUA durante a pandemia, no Brasil houve redução);

O Brasil retornará em 2023 aos níveis de mortalidade observados antes da pandemia. Entretanto, permanece a incerteza sobre a magnitude e a duração das consequências da Covid longa e do aumento da pobreza e da fome.

Enfim, vamos precisar de ações fundamentais para mitigar as consequências indiretas da Covid-19 em outras causas de morte. Entre elas:

A)   a equidade;

B)    a normalização dos atendimentos e serviços que foram interrompidos durante a pandemia;

C)    a melhoria do atendimento à saúde mental;

D)   o fortalecimento da atenção básica;

E)    a vigilância e o uso da informação para guinar políticas e programas.

Todo um investimento necessário para garantir a melhoria da saúde da população e a sustentabilidade futura do SUS!

domingo, 26 de fevereiro de 2023

5ª dose: vacina bivalente contra a Covid-19.

Mais uma dose

Campanha vacinal 2023: é preciso aumentar a cobertura vacinal no país! 

As novas vacinas bivalentes são versões adaptadas que ampliam a proteção, pois metade tem a mesma das doses anteriores (a Cepa original do Sars-CoV-2) e a outra metade o material da variante Ômicron (BA.1), feitas pelos laboratórios da Pfizer e da Moderna. Para determinados grupos, será indicada uma 5ª dose de reforço com elas (as outras 4 são com os imunizantes originais ou monovalentes, feitas com apenas a primeira versão do novo coronavírus). A vacinação no país adaptou-se às novas evidências científicas sobre a duração da proteção e necessidade de doses adicionais. Com isso, a proteção é ampliada.

Sobre essa 5ª dose:

·       Aqui no Brasil, por enquanto apenas o imunizante da Pfizer está liberado pela Anvisa para a 5ª dose para grupos específicos de maior risco (grupos prioritários), recomendação e oferta pelo Ministério da Saúde;

·       Ela pode tanto substituir a 3ª ou a 4ª dose daqueles que estão atrasados (3ª dose no caso de crianças de 5 a 11 anos, adolescentes de 12 a 17 anos e adultos com mais de 18 anos; ou 4ª dose para aqueles com mais de 40 anos), como ser uma 5ª para quem está com o esquema anterior em dia e faça parte dos grupos prioritários definidos. O intervalo é de 4 meses após a última e pode ser feita atualmente em todos os postos de vacinação no país;

·       Por ora, o imunizante bivalente não será ofertado para a população em geral, apenas os grupos prioritários definidos abaixo (que precisa estar com o esquema vacinal de 4 doses em dias com o imunizante monovalente original seja da Pfizer, AstraZeneca, Janssen e Coronavac), pois, ainda não há benefício comprovado de ganho de eficácia com a imunização com reforço bivalente em comparação à formulação original;

·       Há dúvidas se será indicada uma nova dose (que para a maioria das pessoas seria a 5ª) do imunizante original. Isso é alvo de debate, mas ainda não foi decidido;

·       Em relação à possibilidade de uma vacinação anual, como a da gripe, ainda precisamos acompanhar mais a evolução do vírus da Covid-19 para entender;

·       Os grupos elegíveis para a bivalente, porém, não são os mesmos de etapas anteriores da vacinação contra a Covid-19. Pessoas com comorbidades, por exemplo, não estão contempladas. O mesmo em relação a profissionais da educação. Todos a partir dos 12 anos;

·       A bivalente da Pfizer (única aprovada pela Anvisa até agora) não estará disponível na rede privada para quem não for do grupo de risco, pois foi autorizada para uso emergencial e destinada preferencialmente para o SUS;

·       Além do reforço com a vacina bivalente contra a Covid-19 a partir dessa segunda-feira (27/02), também terá aplicação contra a gripe e multivacinação nas escolas contra poliomielite e sarampo;

·       A partir de março, será iniciada uma campanha de intensificação da vacinação contra Covid-19 para crianças e adolescentes de 6 meses a 17 anos. Entre as estratégias previstas estão a realização de duas semanas de atividades de mobilização e orientação nas escolas, da educação infantil até o ensino médio e o envio de comunicados aos pais e responsáveis sobre a necessidade de levar a caderneta de vacinação dos filhos para avaliação;

·       Estima-se para a Fase1 uma população de 18,7 milhões de pessoas desse grupo; a Fase2 está prevista para 6 de março. A Fase3, 20 de março. A previsão para vacinar os trabalhadores da saúde com a bivalente será no dia 17 de abril (Fase4); 

·       A vacina bivalente será escalonada em etapas, pois considerou os estoques disponíveis e os contratos com as fabricantes das vacinas. Campanha Nacional para a Vacina Bivalente para a Covid-19 - Veja as fases:

(FONTES: Jornal O GLOBO e Folha de São Paulo).

O Pequeno Príncipe Preto.

 A história gira em torno do menino negro que espalha as sementes da Baobá, que ele batiza de Ubuntu, por outros planetas, com o objetivo de mantê-la viva por meio da ancestralidade e de desenvolver uma relação de coletividade e união. Então, dentro do livro, ela passa toda essa sabedoria milenar para o menino, sobre a relação das suas transições, da sua cultura, do autoamor e do autocuidado, e principalmente, sobre ancestralidade.

Enfim, Ubuntu é um conceito de origem sul-africana que significa “sou o que sou pelo que nós somos.”

Meu Pé de Laranja Lima.

 Bateu, surrou, espancou, até que a vida lhe conseguiu tirar a inocência, isto é, a infância! 

O menino Zezé, filho de uma família muito pobre, cria um mundo de fantasia para se refugiar de uma realidade exterior áspera. Assim é que um pé de laranja-lima se torna seu confidente, a quem conta suas travessuras e dissabores. No hostil mundo adulto ele encontra amparo e afeto em algumas pessoas, sobretudo em Manuel Valadares, o Portuga, uma figura substituta do pai. A vida, porém, lhe ensina tudo cedo demais. Enfim, é um livro para rir e chorar com as dores e as delícias da inocência arrancada de uma criança, “precocidades” de alguém que um dia fomos – curiosa e traquina, ingênua e inteligente ao mesmo tempo, movida pelo enorme desejo de aprender com as precariedades da família, do mundo da rua e da vida. “Esse passarinho cantante no nosso interior que vai indo embora quando vai chegando a ‘idade da razão’, um ‘pensamento’ que cresce e toma conta de toda a nossa cabeça e nosso coração. Vive em nossos olhos e em tudo que é pedaço da vida da gente”. Enfim, do mundo de fantasisas de uma criança para o vazio do desinteresse dos adultos (graças à consciência sobre a morte?). Sem encanto, o pé de Laranja-Lima vira uma árvore qualquer. Era difícil recomeçar tudo sem acreditar nas coisas. O que mata a fantasia de uma criança é a consciência da morte. Eu perdi, roubaram, levaram, eu dei... Tudo isso é diferente do entendimento de que “a vida me tirou”. Porque a vida sem ternura não é lá grande coisa.

Como destruir a infância?

·       Brincar é coisa de bebê, seu filho precisa estudar: troque a brincadeira criativa com bonecos, massinha e desenho por aulas particulares. Vale reforço escolar, línguas, culinária, coaching;

·       Ocupe a agenda com treinamentos para que ele possa ser um excelente executivo no futuro. Afinal, ele vai viver num mundo altamente competitivo;

·       Nada de brincar livremente com outras crianças: melhor ter um adulto comandando a atividade;

·       Dê um celular aos 8 anos e deixe que ele escolha o que vai fazer. Não se preocupe com o tempo de uso nem com o conteúdo, assim ele se torna rapidamente um viciado;

·       Permita que ele seja exposto ao ódio, à intolerância e ao consumismo que reinam na Internet. Melhor ainda: ele vai interagir com golpistas, predadores sexuais. Talvez acabe até sofrendo ou praticando cyberlbullying. Ou, cereja do bolo, aprendendo sobre sexualidade da forma mais inapropriada possível, com perfis falsos nas redes e aplicativos;

·       A publicidade é muito eficiente para acabar com a infantilidade. Ela é onipresente nas telas, inserida de forma indistinguível com o conteúdo. Passando horas na TV, vídeos e jogos seu filho será educado por publicitários, mais que por professores ou pela família. Imagine se você liberar programas de TV com classificação etária para maiores. O resultado é fácil de prever...

·       Ele vai aprender os melhores valores e ideais do mundo adulto: fama fácil, materialismo, narcisismo, sexismo, preconceito, futilidade, consumismo, hipervalorização da aparência e de marcas. E claro, sem o discernimento de um adulto para que possa proteger a si mesmo;

·       Escolha uma escola de turno integral, conteudista e tradicional, e de preferência muito focada na aprovação no Enem. Coloque-o em atividade de “treinamento” no contraturno escolar: idiomas, computação... Esqueça teatro, expressão corporal e música. É importante também que ele tenha muito dever de casa diariamente – afinal, o ócio é a oficina do diabo;

·       Compre somente roupas e brinquedos da moda; faça festas em casas de luxo ou em limusines e salões de cabeleireiro. Ensine sua filha a se maquiar, a ser magra, afinal de contas ela precisa ser sexy no futuro; mostre ao menino que ele precisa ser forte, agressivo, dominante e que não pode chorar. Se tiverem amizades com o sexo oposto, diga que estão “namorando”;

·       Nada de parque e pracinha, isso é perda de tempo. Se for sair de casa, que seja para um shopping. Leve nas lojas mais caras, compre roupas com logos de marcas e faça um lanche num fast food que associa comida lixo aos super-heróis e personagens infantis. Assim, bem cedo ele terá doenças de adulto também: diabetes, hipertensão e outras;

·       Contrate logo o psicólogo para o resto da vida – ele vai precisar. Começando na adolescência, que vai ser bem difícil e turbulenta. Afinal, o estresse tóxico resultante de todas essas escolhas vai danificar sua saúde física, mental e emocional;

Tem se tornado cada vez mais frequente em nossa sociedade a prática da adultização da infância, ou seja, o extermínio da inocência. A infância é uma fase essencial da vida, determinante para as etapas seguintes, e deveria sem muito bem vivida.

Uma infância saudável e feliz é plena de afeto, simplicidade, natureza, brincadeira livre e movimento, escola boa (que não precisa ser cara), comida natural, convívio com amigos e com a família, estímulos culturais bacanas, histórias. Essa é a melhor maneira de promover uma adolescência e vida adulta mais leves, felizes, produtivas, com bem-estar e cidadania. A gente colhe na vida adulta o que planta na infância. E ela deve ser preservada e cultivada.

Enfim, a infância continua durando os mesmos 12, e é lá que mora a magia.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

1 Ano de Guerra da Ucrânia.

 “O Ocidente quer acabar com a Rússia”. Essa constatação de Putin foi acompanhada da ajuda financeira e militar à Ucrânia em um ano de guerra, e fez Moscou ficar de fora do acordo Novo Start, tratado nuclear que limita a manipulação de ogivas pelas EUA e Rússia através de inspeções de ambos os lados. Tudo suspenso!

Ambos os países detêm cerca de 90% das armas nucleares do mundo. Os EUA tinham 1.420 ogivas implantadas e 659 sistemas de lançamento estratégico implantados em 1º de setembro de 2022. Já a Rússia tinha 1.549 ogivas implantadas, atribuídas a 540 lançadores estratégicos implantados.

É claro que os EUA desejam enfraquecer o seu maior rival. Afinal, ninguém forneceria US$ 30 bilhões em 12 meses por nada (os aliados de Zelensky doaram US$ 13 bilhões). De coletes, fuzis a uniformes e alimentos, de baterias antiaéreas a blindados e mísseis portáteis antitanque, de lança-granadas e obuses a sistemas múltiplos de foguetes, o governo ucraniano agora demanda caças. Não pediram ainda armas atômicas (kkkk). Tudo indica que a constatação de Putin não está equivocada. Em vez de armas e munição, por que não ajudar financiando hospitais de campanha ou locais de acolhimento dos refugiados? Afinal, os meios bélicos são uma ferramenta civilizada para a paz? É dessa forma que se prova preocupação real com os civis e os fugitivos da guerra? Civilizada ou preocupada talvez não seja, mas Biden acha que é muito ÚTIL.

Como entender essa guerra indevida e ao mesmo tempo justificada senão como um “pós-guerra”, ao lado da pós-modernidade, da pós-verdade e de outras pós? Afinal, Kiev também está sendo muito bem instruído e amparado pelo uso estratégico da informação. Bombas de palavras fazem desse conflito uma guerra híbrida. Os ucranianos ainda estão de pé graças a esse apoio mais amplo. Logo, sim, Putin está correto. O Ocidente de fato quer acabar com a Rússia.

Enfim, conseguirá?

Beija-Flor arrebentou!

A escola carioca de samba Beija-Flor, de Nilópolis, levou à Sapucaí um desfile-manifesto aguerrido e imponente: propôs uma nova narrativa para a Independência do Brasil. O seu “grito dos excluídos” tocou em temas sensíveis e causas importantes, como desigualdade social, violência contra a mulher e liberdade de expressão. Foi um ativismo na avenida para resgatar as manifestações genuínas dos que lutam de verdade pelos Direitos Humanos. Enfim, uma verdadeira lição de igualdade!

“Zona de Perigo”: o assédio permitido.

Dias de amor sem compromisso... 

A música cantada pelo baiano Leo Santana foi composta por um sexteto de amigos durante uma resenha descontraída (Lukinhas, Adriel Max, Fella Brown, Pierrot Junior, Rafa Chagas e Yvees Santana), ficando pronta em pouco menos de uma hora. Parte do sucesso se deu à dancinha criada pela coreógrafa Edilene Alves, uma coreografia raiz, tipo lambaeróbica de academia. 

Dizem que o carnaval é a razão de ser do verão no Brasil. A lucrativa indústria do “entretenimento” tomou o ranking do ritmo, melodia e letras crônicas das marchinhas e frevos para movimentar cifras de negócios com os “hits do carnaval”. Então vieram o rock, o axé, o funk, o pagode, o forró eletrônico, o pop-sertanejo e toda uma era digital. Além do controle financeiro, está em mira o (in)consciente coletivo, assaltado pela antipolítica que induz a opinião pública. Pronto! O brasileiro está conectado com o som que vai acender o seu ânimo em dias de sol, mar, cerveja, festa e amor sem compromisso.

E o “chiclete do momento” vai inflando o inconsciente coletivo do baiano. Puxa na memória: “Cerol na mão” (Bonde do Tigrão), “Coração” (Rapazolla), “Já sei namorar” (Tribalistas), “Dança do créu” (MC Créu), “Rebolation” (Parangolé), “Ai se eu te pego” (Michel Teló), “Lepo lepo” (Psirico), etc. etc. e... “Zona de perigo”, do Leo Santana...

O que faz uma música virar hit? Quais os ingredientes da receita?

·       Um “grande” refrão;

·       Um diálogo direto com o público;

·       A maneira como o artista se comunica;

·       Fazer a música chegar na favela e na alta sociedade;

·       Gravar, coreografar (a tal dancinha com desafios) e lançar nas redes (Tik-Tok, Instagram, etc.);

·       Fazer o público abraçar: supostamente crescer de forma natural, orgânica, despretensiosa...

·       Combinação explosiva do carisma do artista, dancinhas desafiadoras e uma boa plataforma de streaming.

Enfim, não importa tanto o conteúdo, mas a letra; nem aí para o sentido, mas as palavras. O inconsciente cruza a linha do proibido e comanda instintivamente a realidade quente de verão. Ninguém se dar conta, até que as consequências políticas e sociais venham à tona.

Veja a letra...

Zona De Perigo
Canção de Leo Santana





É sensacional
O jeito que ela faz comigo
É fora do normal
Eu tô na zona de perigo
Foi beijando minha boca com a mão na minha nucaEssa bebê provoca, a bunda dela pulsa
Vem deslizando (vai)Que eu 'to gostando (vem)Ela me pede (mais)Não para não (meu bem)E vem sentando gostosinho pro paiE vem jogando de ladinho, neném
Fonte: LyricFind
Compositores: Adriel Max / Fella Brown / Lukinhas / Pierrot Junior / Rafa Chagas / Yvees Santana
Letra de Zona De Perigo © Warner Chappell Music, Inc

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Temporais não são controláveis. Seus danos são.

Aguaceiro inclemente e o teatro macabro assistido por políticos...

Perdendo vidas para a lama...

59,4% das prefeituras nem sequer têm plano para lidar com os riscos de desastres naturais (Fonte: IBGE). Inépcia e omissão são as causas da tragédia das chuvas. Pelas últimas estimativas, 5% dos brasileiros vivem em áreas sob risco de inundações ou deslizamentos (9,5 milhões de pessoas, a maior parte na região Sudeste, grandes metrópoles. Fonte: Cemaden). Políticos não podem culpar São Pedro pelas consequências catastróficas. O Brasil carece de um plano informando quantas moradias em áreas de risco precisam ser reforçadas e quantas deveriam ser demolidas, com realocação dos moradores.

Os políticos que temem perder votos, não retiram moradores das zonas de risco, mas também pouco fazem para alterar a realidade deles. Quando as chuvas matam, desabrigam e destroem, se apressam em declarar estado de calamidade pública e distribuir donativos. Assim que as águas baixam, deixam que os moradores voltem a ocupar áreas sujeitas a inundação e deslizamentos. Está remontado o palco para a reapresentação do teatro macabro. É a política do imediatismo – hoje as prioridades urgentes deles são isolar as áreas de risco para evitar mais mortes e prestar ajuda aos desalojados. Correto! Só farão um favor se evitarem declarações sobre o ineditismo dos índices pluviométricos. Passada a emergência, é responsabilidade dos gestores públicos trabalhar ao longo do ano para prevenir mais mortes e prejuízos provocados por desastres naturais.

A presença física do líder nos momentos trágicos é importante para a população atingida, e para os demais cidadãos, que se sentem representados com atitudes de “amparo e conforto”. A calamidade não tem cor ideológica. Ela atinge indistintamente cidadãos que necessitam do apoio de um Estado de Bem-Estar Social para tocar a vida adiante. Nesse ponto, Lula acerta na empatia. Conhecendo-o bem, ela ultrapassa a pose de presidente. Ele é mais humano que seu antecessor.

Enfim, precisamos de um plano de políticas públicas para enfrentar os eventos climáticos extremos. Lula acerta de novo no desejo de revitalizar o programa “Minha Casa Minha Vida” e uma política alcançável de financiamento popular de moradias dignas, baratas e seguras para o segmento de baixa renda em áreas providas de infraestrutura. Afinal, temporais não são controláveis. Seus danos são. 

Unidades habitacionais entregues pelo programa Casa Verde e Amarela do governo Bolsonaro:

PL das Fake News.

O Projeto de Lei 2.630 que tem como relator Orlando Silva, deputado do PCdoB, precisa endurecer regras e mirar apps de mensagens nas redes sociais. Algumas delas:

·       Enfraquecer o poder de potencializar a disseminação de notícias falsas;

·       Conter estímulos a atos antidemocráticos na Internet;

·       Fortalecer a regulação dos serviços de aplicativos de mensagens;

·       Remover conteúdos com teor golpista das plataformas;

·       Reduzir a viralização de conteúdos perniciosos ou ilícitos;

·       Tomar cuidado com a censura das liberdades individuais, não interferindo na arquitetura dos aplicativos nem no campo da comunicação interpessoal;

·       Atuar no campo da comunicação massiva, atribuindo consequências, inclusive no plano das responsabilidades pelos conteúdos ilegais disseminados;

·       Trazer regras específicas ou regulação para os aplicativos de mensageria, como por exemplo, limitar a distribuição massiva de conteúdo e listas de transmissão, que só poderão ser encaminhadas e recebidas por pessoas que estejam identificadas, simultaneamente, nas listas de contatos dos remetentes e destinatários;

·       Lidar com esse sentimento coletivo espontâneo e feroz, alimentado pela permissão de se criar canais exclusivos de transmissão ao vivo e integrar grupos com milhares de usuários (como no Telegram) ou a criação de comunidades com alcance maior de participantes, possibilitando organizar grupos com potente envio de mensagens para uma quantidade maior de usuários (como no WhatsApp);

·       Criar mecanismo de rastreabilidade, pautado no processo penal, com ordem judicial específica;

·       Publicação de relatórios semestrais com informações como o número de usuários no Brasil e dados sobre medidas aplicadas a contas e conteúdos por descumprir regras;

·       Remunerar veículos jornalísticos sempre que os seus provedores usarem os seus conteúdos, a fim de valorizar a informação produzida pelo jornalismo profissional como forma de combater a desinformação;

·       Criar obrigações para as plataformas de internet impedirem conteúdo em violação à Lei do Estado Democrático de Direito.

Enfim, o PL das Fake News é só mais uma tentativa de regular a potencial capacidade de mentir que existe de forma inata em todos nós. Afinal, honestidade é aprendida e, portanto, deve ser ensinada em casa, na escola, pelos exemplos das autoridades e das instituições, pela sociedade e, quando não suficiente, pelo rigor da Lei!

Democracia ao capiroto.

Esse coletivo bandido...  

Ampliar a participação e o respeito às diferenças tem sido o tom democrático no Brasil. Essa expansão deve ser tomada com cuidado, pois as liberdades democráticas têm limites legais e constitucionais.

Há coisas erradas que podem acontecer no consenso do coletivo e deixar todos felizes e, ao mesmo tempo, comprometidos entre si. A pior delas é tomar como natural o domínio dos abastados ou a perpetuação do patrimonialismo sobre a superfície do Estado. O vício segue infiltrado em brechas corrompidas da sociedade enquanto o discurso democrático afirma querer superar. Uma sabotagem coletiva.

A democracia enfraquece com irregularidades ao passo que se fortalece com posturas constitucionais. Colocar o livro da Constituição debaixo do braço e pregar discursos democráticos não será suficiente para excomungar o capiroto que possui práticas corruptas.

Veja a comunicação potencializada pelos aplicativos, outro ponto importante. O WhatsApp, por exemplo, deixou de ser um espaço de comunicação interpessoal para se transformar em grandes comunidades de comunicação de massa, no meios das quais sobrevivem perfis sem identificação segura. Um meio potente de viralização de fake news. Enfraqueceu a coesão presencial e fortaleceu a distância política das (e entre as) pessoas. Menos democracia nos espaços públicos e mais atos antidemocráticos na Internet. Viver ativamente em grupo passou a ser a falsa sensação de estar inserido num conglomerado passivo de participantes, expostos a desinformação. 

Bolsonaro usava episódios de desolação (desabrigados, mortos) para colocar em prática seu projeto de dilapidar a política – adversários políticos eram transformados em inimigos reais; o coronavírus foi adotado pelo governo; muita propagação do ódio e da intolerância e uma conduta antirrepublicana na vida em sociedade que alimentou a irracionalidade extremista. Herdamos uma corrosão do ambiente político. O diabo verde e amarelo vestiu paletó e gravata. 

Aí vem 2023, já marcado por pelo menos dois episódios principais que funcionam como teste de convivência institucional entre entes federativos: o da resposta aos atos terroristas de 08 de janeiro e a calamidade pública no litoral Norte de São Paulo. Qualquer posição ideológica que seja democrática atenderá a política como ambiente de debate ideológico e visões de mundo, mas não de aniquilação dos diferentes. Essa construção passa pelo rompimento do cordão umbilical de toda uma linhagem de políticos que se elegeram graças ao sobrenome do ex-presidente que tentou dinamitar a democracia. Até aqui, ninguém conseguiu fazer essa ruptura e continuar viável eleitoralmente. Veremos!

Enfim, o capiroto não é mais vermelho nem está isolado num lugar longínquo. Ele é verde e amarelo e vive infiltrado entre nós, esperando uma oportunidade de (des)construção. Cabe ao coletivo democrático exorcizá-lo até a próxima eleição presidencial em vez de abrir cada vez mais o seu corpo para uma perigosa possessão.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Carnaval: democracia plena e passageira.

 

“O povo gosta de luxo. Quem gosta de miséria é intelectual” (Joãozinho Trinta).

“A alegria é a prova dos nove” (Oswald de Andrade).

“A criança pode errar na gramática, mas ela nunca erra na poesia” (Manoel de Barros).

E no carnaval é quando estamos autorizados a viver poeticamente...

O Carnaval é uma grande festa da inclusão e da democracia, mas é temporário. Não é só um, mas muitos carnavais no Brasil. As festas permitem às pessoas de todas as classes sociais viverem fantasias grandiosas, deixando sofrimentos e dificuldades de lado, mas por apenas alguns dias.

É como se a desigualdade social fosse suprimida, suspensa, caindo no esquecimento uma realidade muito dura, realizando no imaginário todos os sonhos de interação e alegria – mas, ele vai embora.

As pessoas que reclamam dos carros alegóricos vivem em edifícios e apartamentos. Ao passo que, a pessoa que está ali de calção, muita purpurina e pouco dinheiro é edificada pela multidão. Ela fica poderosa no imaginário, mas é povo que vive em casebre, em rua de lama, no aperto. Pequenas coisas se transformam em grandes alegrias. A roupa é autoproduzida. Uma caixa de catupiry vira adereço. Voltamos à infância criativa, pouco preocupada. Somos todos transportados para outra dimensão mágica que só se encontra no carnaval.

Além de propiciar grande alegria, o carnaval traz o mundo inteiro para cá. Ele pode ser entendido como algum sinal de saúde mental coletiva. Uma alegria muito benéfica, que cura dores e sara feridas. O carnaval inclui todo mundo, mas não vai despolarizar a sociedade porque ele passa, acaba. Pena, porque agora ele faz a sátira da polarização, dos políticos, mas não continua. Quão crítico, pertinente e necessário ele é. Pena que é passageiro!

Há um deslocamento espaço-temporal, acompanhado do reconhecimento pelos outros. Um milagre passageiro que só dura no carnaval. O trio é um denominador comum, mas ele passa como uma escola de samba. Os carnavais não deveriam ser só o dia do esquecimento, mas também a nossa memória. O problema é que o Brasil não curte museu. O país é  desmemoriado. Então diga que valeu? 

Enfim, o carnaval é uma trégua quase de paz ao ano de guerra que temos pela frente. 

Companhias no vermelho.

Ressaca da pandemia: endividamento.

Recorde de pedidos de recuperação judicial

O começo de ano está sendo muito difícil. Não só para os pobres e consumidores, mas até para companhias de grande peso (15 pelo menos), sobretudo as micro e pequenas empresas. O estrangulamento financeiro foi iniciado na pandemia e agravado pela alta no calote de consumidores. Uma inadimplência (pessoa física) puxa outra (pessoa jurídica). A primeira saltou de 4% em junho de 2021, para 5,9%, em dezembro de 2022. Calotes em alta e otimismo em baixa turbinam essas reestruturações. A coisa está feia!

Os sinais de estrangulamento financeiro das empresas começaram a surgir no final de 2022. O ano se encerrou com 6,4 milhões de companhias inadimplentes! Só em janeiro deste ano, 92 empresas recorreram à Justiça e 72 decretaram falência (Fonte: Serasa Experian). É o maior número em 3 anos! Motivo? Vencimento de dívidas renegociadas no passado pelos bancos, fim dos programas governamentais, consumo fraco, inflação alta e juros altos (Selic de 13,75%, a maior desde 2017). Assim, a aprovação de novos financiamentos está mais difícil e mais cara.

E a projeção é aumentar nesse quadrimestre. São esperados 1 mil pedidos de recuperação judicial este ano, nível semelhante ao de 2020 (1.179). Em 2022, foram 833 e no ano anterior 891. Os setores de maior risco são: varejo, agronegócio, indústria e serviços.

Isso causa um efeito cascata no mercado, pois a crise de grandes empresas afeta também a situação financeira dos credores, geralmente outras companhias. Entre as empresas estão: Americanas, Oi, DOK Calçados (dona da Ortopé), Pan (de chocolates), Livraria Cultura, Marisa (setor de vestuário), Grupo Raiola (marca de azeitonas e conservas), companhias aéreas, entre outras.

Enfim...

Carnaval Evangélico?

Igrejas evangélicas botam seus ‘Blocos de Deus’ nas ruas como tática para enfrentar as ‘trevas de Carnaval’ mundano. 

Meter Deus no meio da festa pagã com o objetivo de evangelizar é certo? Pregar o Evangelho no Carnaval funciona? Os fins justificam os meios? Bater em retirada ou encarar o pecado de frente? Será que Jesus faria um bloco para se disfarçar e pregar a Palavra? A igreja precisa tomar a forma do mundo para conquistá-lo?

Evangélicos de denominações diferentes criaram blocos e até escolas de samba cujo objetivo final é pregar aos foliões. Entre as igrejas novatas do neopentecostalismo está a Assembleia de Deus Vitória em Cristo, de Silas Malafaia. Michele Bolsonaro (sua igreja é a Batista Atitude) também aderiu ao esquema de usar a maior festa de rua do país para espalhar uma suposta mensagem cristã. Logo quem? Kkkk Enfim, uma maneira de evangelizar os supostos perdidos que se encontram absortos em iniquidade e que precisam desesperadamente de Cristo. 

Dizem que um clima de profanação desvairada toma conta das ruas. Falam também que é a semana mais convidativa ao pecado da carne e outros tantos. Fugir ou bater de frente? O intento é usar as armas do inimigo contra ele mesmo e expandir ainda mais a evangelização. Adotar símbolos carnavalescos para um tipo de evangelho palatável.  Fiéis e pastores fogem à praxe de procurar refúgios cristãos e se jogam na folia, dividindo opiniões entre as denominações.

O fuzuê momesco é impulsionado por muitas pessoas que vivem suas vidas como se não houvesse amanhã e extrapolam seus limites como se fosse o último dia de suas vidas: a mídia dispara os índices de acidente de carro, criminalidade, gravidez indesejada e problemas de saúde. Assim, enquanto a igreja, no Carnaval, se refugiava em acampamentos e retiros, a cidade estava entregue à bebedeira, à prostituição, às drogas e à loucura. A ideia é não deixar isso barato!

Enfim, agora imagina o entrecruzamento de blocos evangélicos x blocos da satisfação humana, tais como: ala de surdos do Cheio de Amor x Só Te Pegando? Ou a Batucada Abençoada Muquiranas? Ou Reação x Daquele Jeito?