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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Desmatamento e Mineração

·         Mineração em áreas protegidas cresceu 301% na última década

·         Em terras indígenas, houve 495% de aumento na atividade de 2010 a 2020

1. O aumento do preço do ouro (e diamantes).

2. O sucateamento de estruturas de fiscalização.

3. A pandemia da Covid e às instabilidades econômicas associadas.

4. A ganância da mineração ilegal, tanto a artesanal e sobretudo a industrial. Há pessoas que simplesmente saem procurando. E para procurar elas precisam desmatar, desbarrancar áreas, soterrar rios, sem controle nenhum. Porém, uma coisa é o garimpo artesanal, usado na subsistência, outra é o garimpo mecanizado, com uso de explosivos e uma devastação extensiva. Este segundo tem e deve ser bloqueado. O primeiro tem pequeno poder de devastação e pode ser praticado pelos próprios índios.

5. As novas necessidades do mercado que vislumbra o carro elétrico. A necessidade de cobrança por uma mineração (que vai além da exploração do ouro) com menor impacto ambiental passa pela necessidade mineral que provavelmente decorrerá da economia de baixo carbono, com o advento dos carros elétricos e dos metais necessários para produzir suas baterias.

 

“Eu vou precisar explorar metais. Mas não posso explorar a qualquer custo, a custos social e ambiental irresponsáveis”.

 

·         Consequências:

1.      Danos irreversíveis ao bioma Amazônia. “Quem vai pagar por isso é a sociedade e os próprios garimpeiros, que não têm uma vida digna. E ainda o dano ambiental pago pelo planeta.”

·         Soluções:

1.      O Ministério Público deve monitorar as licenças para operações garimpeiras.

2.      Isso só vai parar quando economicamente não for mais viável.

3.      Uma mineração sustentável, montada e planejada, uma área menor afetada e licenças necessárias.

 Extras:

- A presença de garimpo em unidades de conservação e em terras indígenas explodiu nos últimos dez anos (fortemente concentrado na Amazônia). Cerca de 40% da área de garimpo em 2020 estava dentro de unidades de conservação, e 9%, em terras indígenas protegidas, o que é proibido.

- A Amazônia tem apresentado, anualmente, aumentos de desmatamento. O bioma concentra 72% da área minerada do país.

- A unidade de proteção ambiental líder em área de garimpos em seu interior é a APA (Área de Proteção Ambiental) do Tapajós, que é de uso sustentável. Fazem parte do top 10 três parques nacionais (parna), que são áreas totalmente protegidas. São eles: parna do Rio Novo, parna do Jamanxim e parna Mapinguari (sofrem com a grande pressão de desmatamento, em parte ligada à mineração). Em 2017, o Congresso chegou a aprovar a redução da proteção na região, mas a medida foi vetada, em meio à pressão popular, pelo então presidente Michel Temer.

- Entre os territórios indígenas com maior área de garimpo, estão as terras indígenas Kaiapó e Mundurucu, ambas no Pará; e a Ianomami —outro local já com ampla documentação de mineração ilegal.

- o crescimento acentuado da mineração, como um todo, na última década e especialmente nos últimos quatro anos, pode estar relacionado com o aumento do preço do ouro.

- No Brasil, em 2020, o ouro teve valorização de 56%. Em meio à pandemia da Covid e às instabilidades econômicas associadas, em Genebra houve relatos, em outubro do ano passado, de que os mais ricos compravam barras de ouro. Nos últimos cinco anos, o valor do metal saiu de patamares próximos a US$ 1.200 por onça troy para chegar ao valor de US$ 2.000 por onça troy em agosto de 2020.

- O sucateamento de estruturas de fiscalização também pode ter um papel na ampliação dos garimpos no país. “O Brasil não tem hoje uma estrutura governamental capaz de fiscalizar o território a ponto de impedir a expansão da mineração”.

- A Procuradoria apontou que a própria ANM (Agência Nacional de Mineração) vinha autorizando projetos de mineração dentro de unidades de conservação no Pará e registros minerários em terras indígenas.

·         Dentro das flonas (floresta nacional) de Itaituba 1 e 2...

sábado, 28 de agosto de 2021

O retrocesso da Política Nacional de Educação Especial no governo Bolsonaro.

 Inclusão x Escolas Especiais...

Mais de +17 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência (8,4% da população com 2 anos ou mais). Em 2019, eram 67,6% dessa população com 18 anos ou mais que não possuíam instrução ou não completaram o ensino fundamental.

Enquanto isso, há uma ameaça à Educação Inclusiva no Brasil. A nova “Política Nacional de Educação Especial”, assinada por Bolsonaro no ano passado, pode tornar mais difícil a convivência (amizade e integração) de alunos com e sem deficiência. O Decreto inclui escolas especiais como uma opção para a educação de alunos com deficiência. Esse Decreto estimula a criação e a matrícula em escolas especializadas para pessoas com deficiência, ou seja, traz exclusão disfarçada de proteção para aqueles que defendem que as escolas especiais são uma realidade e uma necessidade, cabendo a escolha ser da família. 

Essa ideia de cada um no seu quadrado segrega as pessoas com deficiência, que já sofrem com a exclusão e a falta de acessibilidade na vida cotidiana. Sem fundamento pedagógico e nem crença na conquista da independência dessas pessoas, prevalece outra vez a limitada visão assistencialista. Isso é muito negativo, pois o que faz sentido pedagógico é todos poderem aprender juntos, com equipes bem capacitadas e apoio à escola. 

É preciso não só acreditar na inclusão nas escolas comuns como investir para que isso de fato aconteça. Afinal, apenas 5,8% dos professores da rede pública do Brasil têm algum tipo de especialização em Educação Especial. Inclusão tem que acontecer com responsabilidade e políticas públicas. Isso já vinha avançando desde 2008, mas agora impacta nessas novas ideias de separação e retrocesso.