Quem quiser continuar acendendo o fogão,
terá que gastar mais! O botijão
de gás (que é item da nossa cesta básica) voltou a ficar mais caro nas
refinarias (+1%) – e o reajuste não demora a ser repassado pra gente, agora a
cada 3 meses. Já nas distribuidoras, o GLP terá aumento de 0.5% a 1,4%. A
principal explicação da Petrobras para essa terceira alta seguida é a
desvalorização do real frente ao dólar.
A nova política que Bolsonaro ampara para
o setor prevê que os reajustes do preço do gás não serão mais anuais, mas sim
revistos a cada 3 meses, e irão acompanhar a cotação do produto no mercado
internacional — o Preço de Paridade Internacional (PPI), política
adotada em outubro de 2016 pelo governo de Michel Temer. Ou seja, qualquer
evento ligado aos estoques do gás no mundo (sobretudo nos EUA) afetará o preço
do produto no Brasil. Para o consumidor, isso significa aumento no preço.
O preço para nós, consumidores, foi
colocado livre, ou seja, não é tabelado. Vejamos alguns comparativos:
- Cidade do Rio de Janeiro (RJ): R$
64,25
- São Paulo (SP): R$ 67,07
- Cuiabá (MT): R$ 93,33!
- Recife (PE): R$ 66,50
- Manaus (AM): R$ 70,03
- Porto Alegre (RS): R$ 69,82
Nos anos Lula e Dilma, os custos de
venda dos produtos refinados pela Petrobras se sustentavam nos custos nacionais
de produção do petróleo, independente das alterações nos preços internacionais.
Ou seja, mesmo com um conflito no Oriente Médio, um furacão no estado americano
do Texas nos Estados Unidos ou algum impacto no Golfo do México (maiores
exportadoras mundiais de gás), o custo de produção da estatal não se alternava.
Por falar nisso, os EUA vem sofrendo com um frio polar que registrou as
temperaturas mais baixas dos últimos 25 anos, o que faz aumentar o uso de
aquecedores domésticos (e o aumento no consumo de gás). Pois é, estamos pagando
para aquecer os norte-americanos.
A solução do problema dos combustíveis é
a Petrobras voltar a praticar preços como ela fazia no passado: estatal que
garante que o atendimento da população seja garantido com combustíveis a preços
justos. Esse é o caminho: a Petrobras voltar a trabalhar como uma estatal, uma
empresa que defende o Brasil e o povo brasileiro. Mas, como, se temos um
presidente que faz continência para a bandeira dos EUA e defende privatizações?
Lembra que na campanha Fernando Haddad
queria editar uma medida estabelecendo o preço máximo do gás de cozinha em R$
49,00? Era uma das medidas entre as prioridades dele que seriam colocadas em
prática logo em janeiro. “Pois é” de novo...