O estado da insegurança alimentar e nutrição no mundo.
Indicador:
prevalência de insegurança alimentar.
Aumenta
a população que passa fome por causa da pandemia (?). Fonte:
FAO.
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10%
da população global ou 768 milhões de pessoas passaram fome em 2020 (é um
aumento de +118 milhões em relação a 2019).
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A
pandemia provocou restrições brutais e prejudicou o acesso aos alimentos.
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2,3
bilhões de pessoas não tiveram alimentação adequada durante todo o ano de 2020!
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A
prevalência de insegurança alimentar, moderada ou grave saltou em 1 ano, tanto
quanto os 5 anos anteriores somados!
· As crianças pagaram um preço alto: em 2020, foram 149 milhões de crianças menores de 5 anos que sofriam de atraso no crescimento
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Aqui
no Brasil, os hábitos alimentares, 49% dos brasileiros afirmaram que os hábitos
alimentares mudaram durante a pandemia. Esse número sobe para 58% em famílias
com crianças e adolescentes abaixo dos 17 anos.
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Há
desigualdade na qualidade das dietas no Brasil. Pessoas mais pobres, as que
perderam os empregos, e moradores do Nordeste, relataram um aumento no consumo
de alimentos processados em lugar dos produtos frescos.
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É
necessário promover políticas para uma dieta saudável, e apara amparar as
populações mais vulneráveis. É preciso também um esforço enorme para que o
mundo possa cumprir a promessa de acabar com a fome até 2030.
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Um
décimo da população global – até 811 milhões de pessoas – enfrentaram a fome no
ano passado.
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No
geral, mais de 2,3 bilhões de pessoas (ou 30% da população global) não tinham
acesso a alimentação adequada durante todo o ano: esse indicador – conhecido
como prevalência de insegurança alimentar moderada ou grave – saltou em um ano
tanto quanto nos cinco anos anteriores combinados.
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A
desigualdade de gênero se aprofundou: para cada 10 homens com insegurança
alimentar, havia 11 mulheres com insegurança alimentar em 2020 (comparados a
10,6 em 2019). Quase um terço das mulheres em idade
reprodutiva sofre de anemia.
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A
má nutrição persistiu em todas as suas formas, com as crianças pagando um preço
alto: em 2020, estima-se que mais de 149 milhões de crianças menores de 5 anos
sofriam de desnutrição crônica, ou eram muito baixas
para sua idade; mais de 45 milhões tinham desnutrição aguda, ou
eram muito magras para sua altura; e quase 39 milhões estavam acima do peso.
·
A
alimentação saudável permaneceu inacessível para três bilhões de adultos e
crianças, em grande parte devido ao alto custo dos alimentos.
Uma criança ou um adulto que se alimentam mal ou que se alimentam de forma insuficiente terão impactos muito amplos e muito profundos em sua saúde: na sua imunidade, capacidade de cicatrizar feridas, capacidade de força física, motora, de coordenação, aprendizagem, de empregabilidade... Tudo isso gera um profundo custo para a sociedade, pois esse déficit, seja ele qual for, pode se transmitir inclusive à sua prole.
Os
principais determinantes da insegurança alimentar:
1.
Lutando
contra a alta desigualdade.
2.
A
pandemia que provocou ou aprofundou recessões brutais.
3.
Nações
afetadas por conflitos.
4.
Extremos
climáticos.
5. Recessões econômicas.
O
que pode ser feito? "caminhos de transformação":
1.
Combatam
a pobreza e as desigualdades estruturais – por exemplo, estimulando cadeias de
valor de alimentos em comunidades pobres por meio de transferências de
tecnologia e programas de certificação;
2.
transformar
os sistemas alimentares é essencial para alcançar a segurança alimentar,
melhorar a nutrição e colocar dietas saudáveis ao alcance de todos.
3.
um
"conjunto coerente de políticas e investimentos" para combater os
determinantes da fome e da má nutrição.
4.
Integrem
políticas humanitárias, de desenvolvimento e de consolidação da paz em áreas de
conflito – por exemplo, por meio de medidas de proteção social para evitar que
as famílias vendam bens escassos em troca de alimentos;
5.
Aumentem
a resiliência climática em todos os sistemas alimentares – por exemplo,
oferecendo aos pequenos agricultores amplo acesso a seguro contra riscos
climáticos e financiamento baseado em previsões;
6.
Fortaleçam
a resiliência dos mais vulneráveis à adversidade econômica – por exemplo, por
meio de programas em espécie ou de apoio em dinheiro para diminuir o impacto de
choques do tipo pandêmico ou volatilidade dos preços dos alimentos;
7.
Intervenham
ao longo das cadeias de abastecimento para reduzir o custo de alimentos
nutritivos – por exemplo, incentivando o plantio de safras biofortificadas ou
facilitando o acesso dos produtores de frutas e vegetais aos mercados;
8.
Fortaleçam
os ambientes alimentares e mudem o comportamento do consumidor – por exemplo,
eliminando as gorduras trans industriais e reduzindo o teor de sal e açúcar no
abastecimento alimentar, ou protegendo as crianças do impacto negativo do
marketing alimentar.