Sou
leitor assíduo das publicações Abril e telespectador fiel do
telejornalismo da Rede Globo. Também procuro saber como pensa a
vanguarda midiática brasileira porque sou adepto da máxima conheça bem o
inimigo para combatê-lo. Aliás, sirvo do mesmo estratagema, só que às
avessas, do que hoje eu chamaria #ElesNão! (no plural, porque o
candidato fascista que não merece ser chamado pelo nome, ou seja, B, não chegou sozinho, nem acidentalmente,
na posição em que se econtra). Ele é uma cobra criada pela mídia, sim, e pactua com ela
sob máscaras e bons disfarces. Mas, como?
Vejamos:
Vejamos:
- Teoria
da Conspiração. A
mídia não fracassou nem é vítima. Pelo contrário, vem tendo êxito com a utilização da
mesma "psicologia obscura e dissimulada" que elegeu Donald Trump, sob a
falsa alegação do “também não esperávamos por essa”. Isso mesmo,
para driblar o povo e os intelectuais, a mídia se transformou no “inimigo
oculto”. A revista Veja, por exemplo, nasceu na Ditadura Militar que a
Globo apoiou. E o motivo maior de assumir esse papel está no tópico
seguinte:
- O
Capital. As
partes mais produtivas do pré-sal já foram entregues previamente, por meio
de leilões, a grandes empresas estrangeiras, retirando o protagonismo da
Petrobras. Essa eleição não significa apenas uma eleição. Estamos falando
de algo muito maior: a garantia do entreguismo do país, da privatização e
dos lucros de grandes empresas e empresários sugados a longo prazo.
- A
ditadura da subjetividade. A cultura do ódio que “legitimou” o
impeachment de Dilma Rousseff é o sussurro do “inimigo oculto”, pois se
relaciona pela voz íntima que fala ao inconsciente. Sempre me questionei
sobre o interesse da Globo “defender” abertamente a homossexualidade e
supostamente “combater” o machismo e o racismo (esses dias a novela
"O Segundo Sol" estava dizendo que "negro combina com
pobreza", a um título de exemplo). Hoje, encontro três razões para a
questão:
A) conquistar confiança e legitimar seus fiéis telespectadores
consumidores;
B) “unir sem se juntar” com a sua concorrente cristã, Rede Record;
C) e agora utilizar as minorias como massa de manobra política para avolumar votos para B alegando resgatar os antigos valores perdidos da família heterossexual branca (sim, fomos e estamos sendo usados esse tempo todo pela psicologia reversa!).
- Globo
alia a B e “une sem se juntar” com a Record (sem declarações: estão no centro do palco, mas "invisíveis" aos telespectadores distraídos com novela e muita música). É verdade que,
politicamente, a Globo se enfraqueceu bastante batendo injustamente no PT.
Por isso mesmo ela deixou de fazer cerimônia com o PSDB (com quem veio dividindo o poder econômico, mas que agora
o quer só para si. Aliás, a ideia de pacto com B é justamente essa: a Globo
quer conduzir a economia do país, coisa que B já deixou bem claro nas entrelinhas). É verdade que B não é esperto o suficiente para
imaginar um “pacto perfeito” com a Record
(a ideia foi da Globo). Também
é verdade que há anos ela vem disputando o mercado televisivo no Brasil
com a Record. Particularmente, do ponto de vista técnico, as produções da
Globo são muito melhores que as da Record (o nível de produção das telenovelas,
dos telejornais e dos programas de entretenimento como a nova plataforma
do Gshow que está investindo pesado em séries). Entretanto, a força da
Record vem do aspecto religioso, ponto que a Globo encontrou os mecanismos
para se aliar temporariamente (vide a ditadura da subjetividade acima). Em
resumo, a Globo engoliu a Record nessa eleição para colocar B lá. Ela bateu politicamente em
parte da população petista/esquerda e agora está USANDO a outra parte (o
das minorias historicamente
excluídas) pelo viés religioso moralista da Record (xeque-mate!). E
todo mundo acreditando que a Globo não tem lado, que apenas está fazendo a mediação do processo eleitoral, e que realmente se importa com os negros, os
marginalizados da periferia e os homossexuais, como vem discursando de
forma rala nos últimos anos (isso só até o segundo turno passar).
- Conhecer
o inimigo. A
direita não só conhece bem os princípios neoliberais e capitalistas, como
estuda a miúdo e detalhadamente a esquerda (e nesse ponto acho que o
PT/Esquerda ainda não soube fazer o mesmo a seu favor, estratagema que
sigo). Depois, infiltra-se nela para trazer à tona todas as suas
fraquezas. Duvido de espiões infiltrados na esquerda para desmoralizar sua
reputação ética. Parte da corrupção, dos escândalos e das delações foi
forjada pelo inimigo. A morte de Eduardo Campos nas eleições passadas,
mas, também, a morte de Marielle Franco e do Ministro Teori Zavascki, bem como
a manipulação do STF pela presidente Cármen Lúcia que por lá passou e
agora a estratégica posição da ministra Rosa Weber na presidência do TSE
(que, diga-se de passagem, foi o voto fatal da prisão de Lula) são
indícios disso. Essa questão leva à pior de todas:
- Manipulação
do TSE. O
maior risco que corremos é o de uma (parte, um empurrãozinho) votação
fraudulenta em B diante de um segundo turno bem pareado e disputadíssimo.
O impeachment, ou melhor dizendo, o golpe em Dilma e a prisão injusta de
Lula são sinais evidentes de que farão de tudo para evitar a vitória de Fernando
Haddad. Essa lição veio da reeleição de Dilma, pois eles sabem claramente
da chance do PT voltar ao poder. Não está descartado o “crime perfeito” de
uma eleição muito bem forjada. Portanto, se todos os aspectos anteriores
não forem suficientes para garantir a permanência da mídia/B/direita no
poder pelo viés "legítimo, transparente, democrático", esse mecanismo não está descartado como “última alternativa” (pois,
é muito mais interessante um ditador no poder pelas próprias vias “democráticas”,
muito bem forjadas, mas “justamente democráticas” e justificáveis. Todavia, se fizer necessário...). Quero dizer que, numa primeira tentativa,
a ideia é eleger Bolsonaro pela via “legítima” da Democracia pelo
termômetro das pesquisas de intenção de voto. Se não for possível, virá o
plano B (fraude das urnas que tentaram nos vender como 100% seguras).
- Quero
muito errar, e acreditar com firmeza que a nossa jovem democracia é
confiável e segura em seus sistemas de apuração com a vitória de Haddad.
Pois, se ele vencer, cairá por terra o sentimento que tenho de que “tudo está dominado e sob controle nas
mãos deles”.
- A
grande verdade. A
mídia está montando um grande cenário de "novela nacional" com
desfecho incerto de final de capítulo, o mesmo clima criado nas
eleições dos EUA. “Todo mundo esperançoso, primando por um resultado
(Hillary Clinton) e veio outro (Trump)”, supostamente surpreendendo as
próprias agências de notícias (mentira!). A mídia que joga no Brasil é
prima-irmã da dos EUA (tudo farinha do mesmo saco). Estou muito
pessimista, e se eu dormir hoje e acordar na próxima segunda-feira com
Bolsonaro no poder, não ficarei surpreso. Tomara que esse pesadelo não
aconteça! Mas, seria preciso não dormir, e permanecer em vigília constante
porque TODOS ELES ESTÃO AGINDO NA CALADA DA NOITE. Conseguiremos
permanecer acordados até ao final do segundo turno? E depois dele, teremos
alguma noite de sono tranquilo?
- Religião não serve para
justificar pobreza. Quando o governo ignora o povo e o desespero
bate à porta das pessoas o consolo vem da religião. A carência absoluta
(de bens, de educação, de trabalho e das condições dignas de vida) empurra
o povo para a fé porque ela simboliza a esperança em dias melhores. É
preciso acreditar em uma força superior, divina, que supostamente
oferecerá solução para problemas sociais de responsabilidade do Estado e
do Poder Público? São nos lugares muito pobres que costuma reinar a “fé
cega”. Portanto, a religião é uma resposta a alta necessidade de esperança
que pode até servir para a morte, o sentido da vida, a doença, o medo...
Mas, imprestável para canalizar a desigualdade social humana. Até nossa
crença precisa ser crítica, pois uma coisa é ter fé; outra coisa é ser
manipulado por ela. Empobreceu o povo brasileiro, de recursos e de
espírito, para então pregar o nacionalismo e os valores como salvação,
apelando à religião o golpe de misericórdia na democracia. Sendo assim,
não deixa sua fé colocar um ditador fascista no poder. É preciso observar
o contraste entre os que professam o amor pela pátria e aqueles que de
fato o praticam. Vote 13!