Por Neilton Lima
Professor, pedagogo e especialista em psicopedagogia.
SKYPE: neipensador@hotmail.com
“Amigos”, alerta para esta pesquisa: não ter horário certo para dormir, assim como dormir pouco, pode
causar problemas comportamentais e emocionais. Assistir a um filme até tarde,
passar a madrugada em chats na internet ou perder o horário só para tentar
atingir a última fase de um videogame. Trocar horas de sono para realizar
atividades como essas pode não provocar nenhum mal a curto prazo. Porém, se a
prática se tornar
um hábito, a saúde de crianças e jovens pode ser diretamente afetada. Então vai
a dica: até os três anos de vida, uma criança precisa dormir dez horas a cada
noite. Em idade escolar, a criança deve descansar por nove horas e um
adolescente, nove horas e meia. Dormir não é capricho, nem preguiça. A falta de
sono pode trazer consequências sérias a longo prazo. É preciso mudar os hábitos
e estabelecer horas para repousar. Não é indicado que os jovens tenham TV ou
computador em seu quarto. Quanto maior a disponibilidade dessas novas
tecnologias, mais os pais têm que impor uma maneira saudável de administração.
Só não devemos esperar que as próprias crianças saibam seus limites.
Dormir em
horários diferentes a cada dia prejudica o relógio biológico (ciclo circadiano),
levando a problemas que vão desde envolvimento
em brigas com colegas até ansiedade
e hiperatividade, tristeza, imprudência. Ou seja, prejudica o ciclo responsável por gerenciar o funcionamento do
corpo e por regular, por exemplo, o apetite, os horários de sono e o humor. Terem
horários irregulares para dormir é mais comum entre crianças de famílias de
baixa renda e cujos pais possuem níveis mais baixos de escolarização. Essas
crianças também estão mais expostas do que as outras a outros hábitos
prejudiciais, como pular o café da manhã e passar muito tempo na frente da
televisão.
Os prejuízos de dormir pouco:
01. Diminui a capacidade
de o corpo queimar calorias: A
restrição do sono faz com que um indivíduo consuma mais calorias e, além disso,
reduz a capacidade do corpo de queimá-las. Isso ocorre porque dormir pouco
aumenta os níveis de grelina, o
‘hormônio da fome’, conhecido assim por induzir a vontade de comer, na corrente
sanguínea. Além disso, o hábito promove um maior cansaço, reduzindo a prática
de atividades físicas e aumentando o tempo de sedentarismo; Aumenta o apetite por comidas gordurosas: Dormir pouco ativa de
maneira diferente os centros de recompensa do cérebro com a exposição a
alimentos gordurosos em comparação com dormir adequadamente. Isso faz com que
esses alimentos pareçam mais salientes e que a pessoa se sinta mais
recompensada ao comer esse tipo de alimento. Noites
de sono mal dormidas ativam com mais intensidade uma área do cérebro
responsável pela sensação de apetite. Pode
levar à obesidade: jovens que dormem menos de sete horas por dia têm índice
de massa corporal (IMC) maior, e que isso pode estar relacionado diretamente
com os hormônios grelina e leptina, que regulam as sensações de fome e
saciedade.
02. Eleva o risco de
câncer de mama agressivo: dormir menos do que
seis horas por dia eleva o risco de mulheres na pós-menopausa terem um tipo
agressivo de câncer de mama e uma maior probabilidade de recorrência da doença;
03. Aumenta as chances de
um derrame cerebral: dormir menos do que seis
horas por dia aumenta o risco de um acidente vacular cerebral (AVC) mesmo em
pessoas com peso normal e sem histórico de doenças cardiovasculares;
04. Pode desencadear
sintomas do TDAH: menos horas de sono podem
desencadear problemas com hiperatividade e desatenção durante o começo da
infância. Esses são sintomas comuns do transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade (TDAH).
05. Eleva o risco de
impotência sexual: além do maior risco de impotência,
homens que dormem pouco têm maiores chances de desenvolver problemas
cardiovasculares e de engordar.
06. Afeta o desempenho
acadêmico: pessoas que vão para a
cama tarde ou não possuem uma rotina noturna bem definida têm seu desempenho
acadêmico afetado. Crianças em idade
escolar devem dormir nove horas por noite. Menos horas de sono que o
recomendado aliada a maus hábitos provocam efeitos negativos no aprendizado da
língua, da gramática e da escrita – aspectos básicos para a compreensão de
textos e de comunicação. “Esses conhecimentos são básicos. Se a criança tem
problemas de desenvolvimento nessa área devido a falta de sono, isso terá
repercussão em todas as outras áreas”.
07. O déficit de
crescimento é um dos riscos: é durante
o sono que é liberado o hormônio do crescimento (GH ou somatotrofina ou
somatotropina (ST)). Se não dormir o tempo
necessário, poderá haver déficit de crescimento. O
hormônio de crescimento nas crianças é secretado durante o sono, assim como
algumas substâncias fundamentais para o sistema imunológico. Você pode se
tornar mais propenso a doenças se não dormir o suficiente, e as crianças podem
ter seu desenvolvimento comprometido.
Ver TV antes de dormir pode ser ruim para o sono: é bom tirar a criança ou o adolescente da frente do monitor - qualquer monitor, de TV ou computador - uma hora antes de dormir. Isso sem entrar no contexto da influência dos dispositivos eletrônicos em si, mas por questões fisiológicas. Assim que começa a escurecer, ocorre a liberação da melatonina, hormônio que ajuda a iniciar e a manter o sono. Se houver algum estimulo luminoso, essa liberação é prejudicada. Por consequência, o repouso também. O ideal para ajudar a dormir é uma leitura, com foco de luz voltado para o livro.
Um filme de terror ou um jogo violento é capaz de perturbar o sono dos jovens: Isso pode criar ansiedade, deixar a pessoa mais alerta quando ela deveria estar relaxada. Ao dormir, trabalhamos as memórias daquilo que vivemos no dia anterior ao sonho. Se você trabalhar uma memória estressante, ela pode se transformar em um pesadelo. Às vezes, ao ter um pesadelo, a pessoa acorda com taquicardia, suor, palidez. Para que isso tudo aconteça, o organismo gasta muito mais energia, quando ele deveria estar descansando. Quem acorda assustado, leva mais tempo para dormir novamente. Vai fazer com o que o sono perca a qualidade e fique fragmentado.
No caso daqueles que, em vez de dormir cedo para se prepararem para a aula do dia seguinte, ficam navegando na web ou assistindo à TV. As consequências disso são: Uma criança que não dorme bem fica mais irritada e agitada. Os professores percebem um comportamento hiperativo - o que altera a performance acadêmica e dificulta o aprendizado. Ela não vai querer participar das brincadeiras e jogos com os amigos. Já o adolescente vai manifestar claramente uma sonolência diurna. Ele não consegue prestar atenção na aula, vai pedir para faltar, apresentar notas ruins e evitar exercícios físicos. Quando o sono não é bom, a tendência é comer mais para compensar a falta de energia. Com isso, inicia-se o ciclo: falta de sono, mais ingestão de alimento, pouca disposição para atividades físicas e obesidade.
De quanto tempo de sono eu preciso? A maioria dos adultos precisa de sete a nove horas de sono por
noite. Isso é uma média. A quantidade de horas de sono varia de acordo com a
pessoa. Você, por exemplo, deve saber de quanto tempo de sono precisa para se
sentir bem. A quantidade de sono necessária diminui com a idade. Um bebê
recém-nascido chega a dormir 20 horas por dia. Aos quatro anos, a média é de 12
horas por dia. Aos 10, a média cai para 10 horas por dia. As pessoas mais
velhas dormem cerca de seis ou sete horas por dia.