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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

quinta-feira, 5 de abril de 2012

A liberdade possível

Por Neilton Lima
Professor, pedagogo e especialista em psicopedagogia.

O núcleo da liberdade é a ação. Sua ausência está no medo, na estagnação e na inércia resignada diante dos desafios e das adversidades da vida.  Entretanto, o poderio ilimitado da liberdade fere a Ética. Ou seja, não podemos nada, nem podemos tudo, mas podemos algo: agir eticamente. Está de acordo com essa idéia de equilíbrio no ato livre a filósofa Marilena Chauí:

“(...) Somos eticamente livres e responsáveis não porque possamos fazer tudo quanto queiramos, nem porque queiramos tudo quanto possamos fazer, mas porque aprendemos a discriminar as fronteiras entre o permitido e o proibido, tendo como critério ideal a ausência da violência interna e externa”.

As pessoas vêm ao mundo para se tornarem responsáveis por ele e por si mesmas. Entre elas e o mundo há um contraponto entre situações externas (objetos e fatos) e vontades internas (desejos e vontades), que são apreendidas pelos sentidos e pela razão. A liberdade é produzida nesse contraponto como ação transformadora que conduz o presente. E se torna ética quando “o exercício da vontade estiver em harmonia com a direção apontada pela razão”.

Ceder tanto quanto não ceder pode ser uma decisão livre. Nesse caso, somos agentes livres tanto para ter como para perder a felicidade. Entretanto, não agir é perder a oportunidade de mudar o presente, alterar o curso da história e projetar um novo futuro, dando-lhe outra direção ou outro sentido. O conformismo é certa cumplicidade diante do que está dado, pois a renúncia e a indiferença pouco ou nada alteram o que se encontra diante de nós e em nós.

Nossa liberdade reconhece e produz nossa realidade, ao passo que nossa realidade procura limitá-la. Limites impostos pela natureza e pela cultura. A liberdade se torna a consciência de que uma entre tantas outras realidades diferentes existem, e que diante dos limites da nossa há possibilidades melhores pelas quais faz sentido lutar. Assim, os limites tornam a liberdade possível e a ação que os tenta superar a torna concreta. Pois, “o possível é o que se encontra aberto no coração do necessário e que nossa liberdade agarra para fazer-se liberdade”. Portanto, “a liberdade é a capacidade para darmos um sentido novo ao que parecia fatalidade, transformando a situação de fato numa realidade nova, criada por nossa ação”. Ainda conforme Chauí:

“(...) Com atos de liberdade, interpretamos nossa situação – valores, normas, princípios – e dessa interpretação nasce em nós a aceitação ou a recusa, a interiorização ou a transgressão, a continuação ou a criação. A ação mais alta da vida livre é nosso poder para avaliar os valores”.  

Nem impotentes nem indestrutíveis. Humanos que agem pelo anseio do bem comum, pela fidelidade a nós mesmos, pela coerência de nossa vida e a inteireza de nosso caráter.  Se a liberdade for o poder fundamental que se tem de ser o sujeito de todas as experiências próprias, levante-se! Arrisque-se! Faça valer sua liberdade em prol da felicidade coletiva, pois o ser humano é mais livre na companhia solidária e recíproca dos outros!

Assista ao vídeo e reflita sobre a sua condição de liberdade, com o filósofo Paulo Ghiraldelli Jr.


Conforme, com base ou contra o texto, deixe seu comentário: Sou livre quando quero ou faço algo que contraria minha sociedade, ou sou livre quando domino minha vontade e a obrigo a aceitar o que minha sociedade determina? Ou seja, sou livre quando sigo minha vontade ou quando sou capaz de controlá-la?
Um forte abraço!
Neilton Lima.