Por Neilton Lima
Professor, pedagogo e especialista em psicopedagogia.
O núcleo da liberdade é a ação. Sua ausência está no medo, na estagnação e na inércia resignada diante dos desafios e das adversidades da vida. Entretanto, o poderio ilimitado da liberdade fere a Ética. Ou seja, não podemos nada, nem podemos tudo, mas podemos algo: agir eticamente. Está de acordo com essa idéia de equilíbrio no ato livre a filósofa Marilena Chauí:
“(...) Somos eticamente livres e responsáveis não
porque possamos fazer tudo quanto queiramos, nem porque queiramos tudo quanto
possamos fazer, mas porque aprendemos a discriminar as fronteiras entre o
permitido e o proibido, tendo como critério ideal a ausência da violência
interna e externa”.
As pessoas vêm ao mundo para se
tornarem responsáveis por ele e por si mesmas. Entre elas e o mundo há um
contraponto entre situações externas (objetos e fatos) e vontades internas
(desejos e vontades), que são apreendidas pelos sentidos e pela razão. A
liberdade é produzida nesse contraponto como ação transformadora que conduz o
presente. E se torna ética quando “o exercício da vontade estiver em harmonia
com a direção apontada pela razão”.
Ceder tanto quanto não ceder pode
ser uma decisão livre. Nesse caso, somos agentes livres tanto para ter como para
perder a felicidade. Entretanto, não agir é perder a oportunidade de mudar o
presente, alterar o curso da história e projetar um novo futuro, dando-lhe
outra direção ou outro sentido. O conformismo é certa cumplicidade diante do
que está dado, pois a renúncia e a indiferença pouco ou nada alteram o que se
encontra diante de nós e em nós.
Nossa liberdade reconhece e
produz nossa realidade, ao passo que nossa realidade procura limitá-la. Limites
impostos pela natureza e pela cultura. A liberdade se torna a consciência de
que uma entre tantas outras realidades diferentes existem, e que diante dos
limites da nossa há possibilidades melhores pelas quais faz sentido lutar. Assim,
os limites tornam a liberdade possível e a ação que os tenta superar a torna concreta. Pois, “o
possível é o que se encontra aberto no coração do necessário e que nossa
liberdade agarra para fazer-se liberdade”. Portanto, “a liberdade é a
capacidade para darmos um sentido novo ao que parecia fatalidade, transformando
a situação de fato numa realidade nova, criada por nossa ação”. Ainda conforme
Chauí:
“(...) Com atos de liberdade, interpretamos nossa
situação – valores, normas, princípios – e dessa interpretação nasce em nós a
aceitação ou a recusa, a interiorização ou a transgressão, a continuação ou a
criação. A ação mais alta da vida livre é nosso poder para avaliar os valores”.
Nem impotentes nem
indestrutíveis. Humanos que agem pelo anseio do bem comum, pela fidelidade a
nós mesmos, pela coerência de nossa vida e a inteireza de nosso caráter. Se a liberdade for o poder fundamental que se
tem de ser o sujeito de todas as experiências próprias, levante-se!
Arrisque-se! Faça valer sua liberdade em prol da felicidade coletiva, pois o
ser humano é mais livre na companhia solidária e recíproca dos outros!
Assista ao vídeo e reflita sobre a sua condição de liberdade, com o filósofo Paulo Ghiraldelli Jr.
Conforme, com base ou contra o texto, deixe seu comentário: Sou livre quando quero ou faço algo que contraria minha sociedade, ou sou livre quando domino minha vontade e a obrigo a aceitar o que minha sociedade determina? Ou seja, sou livre quando sigo minha vontade ou quando sou capaz de controlá-la?
Assista ao vídeo e reflita sobre a sua condição de liberdade, com o filósofo Paulo Ghiraldelli Jr.
Conforme, com base ou contra o texto, deixe seu comentário: Sou livre quando quero ou faço algo que contraria minha sociedade, ou sou livre quando domino minha vontade e a obrigo a aceitar o que minha sociedade determina? Ou seja, sou livre quando sigo minha vontade ou quando sou capaz de controlá-la?
Um forte abraço!
Neilton Lima.