Ressaca da pandemia: endividamento.
Recorde de pedidos de recuperação judicial
O começo de ano está sendo muito difícil. Não só para os pobres e consumidores, mas até para companhias de grande peso (15 pelo menos), sobretudo as micro e pequenas empresas. O estrangulamento financeiro foi iniciado na pandemia e agravado pela alta no calote de consumidores. Uma inadimplência (pessoa física) puxa outra (pessoa jurídica). A primeira saltou de 4% em junho de 2021, para 5,9%, em dezembro de 2022. Calotes em alta e otimismo em baixa turbinam essas reestruturações. A coisa está feia!
Os sinais de estrangulamento financeiro das empresas começaram a surgir no final de 2022. O ano se encerrou com 6,4 milhões de companhias inadimplentes! Só em janeiro deste ano, 92 empresas recorreram à Justiça e 72 decretaram falência (Fonte: Serasa Experian). É o maior número em 3 anos! Motivo? Vencimento de dívidas renegociadas no passado pelos bancos, fim dos programas governamentais, consumo fraco, inflação alta e juros altos (Selic de 13,75%, a maior desde 2017). Assim, a aprovação de novos financiamentos está mais difícil e mais cara.
E a projeção é aumentar nesse quadrimestre. São esperados 1 mil pedidos de recuperação judicial este ano, nível semelhante ao de 2020 (1.179). Em 2022, foram 833 e no ano anterior 891. Os setores de maior risco são: varejo, agronegócio, indústria e serviços.
Isso
causa um efeito cascata no mercado, pois a crise de grandes empresas afeta
também a situação financeira dos credores, geralmente outras companhias. Entre
as empresas estão: Americanas, Oi, DOK Calçados (dona da Ortopé), Pan (de
chocolates), Livraria Cultura, Marisa (setor de vestuário), Grupo Raiola (marca
de azeitonas e conservas), companhias aéreas, entre outras.
Enfim...
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