O
Coração do Apocalipse: consertar máquinas e homens! Cegos voltarão a ver,
surdos ouvirão, membros serão devolvidos a amputados. A vida de pessoas vai se
transformar, algumas poucas (dos ricos) da água para o vinho. Elysium.
A
descoberta de uma conexão melhor entre gente e máquina promete para o futuro
uma imensa revolução, e não só para a medicina. Ainda mais na era digital, em
que tudo aquilo que pode ser digitalizado pode também ser distribuído,
arquivado e compartilhado.
Coisas
extraordinárias serão simples e possíveis:
-
poderes telepáticos (na realidade e-mails operados com a mente);
-
gravação de sonhos;
-
edição de memórias.
-
E mais...
Uma
interface permitirá a uma pessoa transformar-se em uma máquina e operá-la com a
naturalidade de quem comanda o próprio corpo. Uma pessoa pode ser um tatu
gigante de 200 metros e garras de aço, pronto para escavar um túnel. Ou um
imenso navio de carga com braços mais fortes que guindastes, carregando
containers de um lado para o outro como quem rearranja almofadas. Você pode ser o camisa 10 da Seleção, num
estádio lotado, com chute potente e impulsão felina, num videogame de carne e
osso. Ou um soldado invencível, numa guerra de verdade.
Você,
mentira. Não será você. Serão os governos, os empresários e os ricos. Você
continuará sendo um apertador de parafusos.
Seria irônico se não fosse contraditório falar de interface num país onde se formam filas quilométricas e inúteis nas portas dos hospitais públicos. E a coisa ainda fica de mal a pior quando olhamos para o sistema de educação, onde só se faz ciência com despachante. O Brasil ainda está procurando um jeito de conseguir bolsas no exterior para seus alunos e ainda quer dá ao globo uma lição e um exemplo de ciência?