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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

domingo, 28 de novembro de 2021

Nomofobia.

 

·    Pesquisadores da UFMG divulgaram um alerta sobre as consequências danosas para crianças e adolescentes que abusam do tempo em celulares e tablets. A pandemia aumentou o uso de tecnologia por parte dessa turminha. 51% ficam mais de 4 horas por dia usando telas! 24% disseram ficar de 3h a 4h.

·         O que a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda?

·         Diante da tela, o cérebro atinge um neurotransmissor chamado de Dopamina (responsável pela sensação de prazer). É o que ocorre com as drogas e o álcool. No caso do celular, a doença é chamada de nomofobia (a fobia de ficar sem o aparelho). A pessoa leva o celular para todo lugar que vai (inclusive o banheiro), e fica ansiosa, impaciente ou agressiva quando se abstém do aparelho. Essa dependência pode comprometer o desenvolvimento do cérebro para sempre! Afinal, o cérebro nessa idade está amadurecendo. E esse amadurecimento vai depender tanto da genética da criança quanto das experiência vivida no dia a dia. Se essas experiências estão restritas a um aparelho de telefone, esse cérebro não vai conseguir amadurecer de forma plena e saudável. As áreas que não forem formadas no período que precisariam ser, ficarão comprometidas para sempre – ficarão atrofiadas, com prejuízo irreversível desse amadurecimento cerebral.  

IBGE mede em Índice a Perda da Qualidade de Vida (IPQV) dos brasileiros.

São problemas estruturais que foram aprofundados nos últimos 2 anos: aumenta a quantidade de pessoas sem conta bancária e com dificuldades para passar o mês. Falta de serviços públicos, como o saneamento básico e o acesso a ruas pavimentadas. Também moradia. A volta da fome no Brasil, os níveis recordes de abandono escolar. Sem redes de apoio as mulheres tiveram que abandonar seus empregos. Perda de empregos.

Tudo isso traz um cenário onde fazer 3 refeições por dia tem sido um privilégio e não um direito.

- os resultados são piores em famílias chefiadas por mulheres, pretos e pardos.

- o pior índice foi do Maranhão (IPQV: 0,260); Pará (IPQV: 0,244);

- neste ano, o preço da gasolina já subiu mais de +70%.








Os hormônios de Marx.

 

Os pais de Marx eram judeus – Heinrich Marx e Henriette Pressburg. Casaram-se em 1814 (em Trier, na Renânia). Tiveram 9 filhos (4 homens e 5 mulheres). Das 5 mulheres só três passaram dos 25 anos (Sophia, Louise e Emilie). Dos 4 homens, somente 1 sobreviveu – Karl Marx. O pai e os irmãos de Marx faleceram vítimas de tuberculose. Por ser protestante, o pai de Marx tinha características de racionalista, afinal, era leitor atento dos iluministas franceses (como Voltaire e Rousseau). Seu progenitor estudou Direito e construiu uma carreira profissional sólida na advocacia (que permitiu assegurar à família uma vida material minimamente confortável, segundo os padrões à época vigentes entre as camadas urbanas médias e acomodadas). Ele sonhava ver o filho Marx também advogado, e não dissimulava seu discreto e moderado liberalismo. 

Marx nasceu em 5 de maio de 1818. O pai convertido ao Protestantismo, o batizou aos 6 anos de idade (em 26 de agosto de 1824). Karl passou a infância, a adolescência e chegou à vida adulta na Alemanha. Partiu aos 25 anos. Nesse período, a Alemanha estava muito atrasada em relação ao desenvolvimento econômico-social e político da Inglaterra, da França e dos Países Baixos, mas apresentava uma complexa e rica dinâmica filosófico-cultural de altíssimo nível (Kant, Fichte, Hegel, Goethe, Schiller, György Lukács). Por isso Marx veio afirmar mais tarde que, “os alemães pensaram o que as outras nações fizeram”.

Como era a relação de Marx com os pais dele? Bem, com a mãe, zelosa guardiã de valores familiares e domésticos (os financeiros também), um trato distanciado e difícil (a mãe de Marx parecia não ter qualquer intenção de expandir seu mundo para além das necessidades imediatas de sua família). Já com o pai, que sempre estimulou seus interesses intelectuais, sem prejuízo de duras admoestações recebidas, um diálogo amistoso e fecundo, marcado por mútuo respeito e admiração. A figura paterna foi muito forte para Marx (quando Marx morreu, encontraram no bolso de seu paletó uma fotografia do pai, que foi posta em seu caixão e enterrada com ele). O pai de Karl era um intelectual meticuloso e passava grande parte de seu tempo lendo. Enfim, seus pais aram amorosos, mas não exatamente alegres, moderadamente prósperos, mas sem fartura.

O adolescente Karl era muito curioso e inteligente. E o pai era quem mais o estimulava intelectualmente (em Homero, Dante, Shakespeare, Schiller e Goethe). Além do pai, o barão von Westphalen foi uma significativa influência que despertou seu interesse pelo socialismo utópico defendido por autores franceses como Fourier e Saint-Simon, discutindo as atualidades do pensamento. Enfim, Marx lembraria essa época como uma das mais felizes de sua vida. Ele foi tratado como um homem adulto e como um intelectual por um aristocrata experiente e distinto. Tanto que, a dissertação com a qual Marx recebeu o título de doutor em filosofia, em 1841, foi precisamente dedicada ao Westphalen, a quem se referiu como “caro e paternal amigo”, “como sinal de amor filial”. Marx reconheceu que ele “sempre foi para mim um vívido argumento óbvio de que o idealismo não é coisa da imaginação, mas a pura verdade”.

Além deles, o que mais influenciou a formação inicial de Marx? Seus estudos formais realizados de 1830 a 1835 na escola pública de nível secundário exclusiva para alunos do sexo masculino, a Friedrich Wilhelm Gymnasium, que preparava jovens para o ingresso na universidade. A escola privilegiava a formação clássica, com ênfase no grego e no latim (e seu diretor, Johann Hugo Wyttenbach, costumava iniciar seus estudantes na leitura de Goethe). Enfim, tudo indica que Marx não frequentou escolas primárias, mas teria recebido aulas particulares iniciais em casa (redação, sobretudo).

No começo de agosto de 1835, Marx apresentou suas três dissertações necessárias à época para a sua graduação, com objetos propostos pelos examinadores e atendendo às disciplinas de latim, religião e alemão. Foram elas:

1.      “Foi o governo de Augusto um dos mais felizes da história romana?” (que exigia demonstrar conhecimento regular de história antiga).

2.      “A união dos fiéis com Cristo” (desenvolvida na concepção do cristianismo protestante iluminista).

3.      “Reflexão de um jovem em face da escolha de uma profissão” (em que demonstrou os traços de um adolescente que pensa o futuro com preocupações sociocêntricas e, ao mesmo tempo, vislumbra os condicionalismos sociais daquela escolha). Nesta, escreveu Marx:

“Nem sempre podemos atingir a posição para a qual acreditamos que estamos vocacionados; nossas relações na sociedade estão, de certa forma, estabelecidas antes que tenhamos condições de fazê-lo”.

Ou seja, repare que, aqui, já há um ponto de vista materialista, quer dizer, o homem não escolhe as condições de existência, mas é constrangido por elas.

O jovem Marx, com pouco mais de 17 anos, ingressa na Universidade de Bonn. Assume a condição de universitário de forma séria, e se inscreve em 9 cursos, mas frequenta 6 por cautela do pai, entre eles, Direito, Literatura e Estética. Ao fim de 2 semestres, se transferiu para outro ambiente acadêmico: a Universidade de Berlim.

A experiência na primeira universidade foi “tabernosa”. Marx fez parte de grupos de estudos que, nas tabernas noturnas, “participava ativa e assiduamente das suas noitadas boêmias, nas quais corriam à solta bebidas alcoólicas e excessivo tabaco, com o ar um pouco sinistro de um gênio romântico”. 

Destacam-se duas experiências típicas de um fim de adolescência sem controle direto da família:

1) a prisão por uma noite, devida a arruaças em meio a uma bebedeira coletiva;

2) um duelo ou disputa em que saiu por cima com apenas um pequeno ferimento acima do olho esquerdo. Há também uma acusação improvada de que Marx portava armas proibidas. Apesar da sua dedicação, Marx viveu um período de dispersão intelectual, teve problemas de saúde não revelados e despesas descontroladas. O pai cuidou para que ele não se desviasse e, dedicasse mais aos anfiteatros universitários a que às tabernas.

Nessa fase, Marx deixou crescer uma barba rala e um cabelo preto e encaracolado, até ficar comprido e desgrenhado, e sua pele escura, que fizeram receber de seus colegas o apelido de “o Mouro”, pelo qual seria conhecido entre os amigos e familiares pelo resto de sua vida (Mohr, o Mouro, também era uma referência  ao criminoso, porém carismático, herói robinhoodiano de Schiller, Karl von Moor, da peça “Os bandoleiros”, que liderava um bando que combatia a aristocracia corrupta). Pelo resto da vida, todas as pessoas mais íntimas de Marx se dirigiriam a ele com esse apelido.  

E Karl Marx deixou a adolescência tabernosa para trás e aos 18 anos passou a demonstrar traços da vida adulta amadurecida. No verão de 1836, com sua inteligência brilhante, humor cáustico e personalidade voluntariosa, encantou a belíssima e livre-pensadora, Jenny (com 22 anos). Foi então que uma tórrida paixão (incomum) explodiu entre Jenny e Karl Marx. E havia uma singularidade nessa relação, pois na Renânia da época, raro era uma filha da nobreza aproximar-se do filho de um advogado judeu convertido, bem como rara era uma mulher (ainda que pouco) mais idade (diferença de 4 anos) ligar-se a um homem mais jovem, sobretudo se este não passava de um estudante universitário que tinha pela frente um futuro nebuloso. Enfim, enamorados e noivos por 7 anos (com poucos encontros a sós entre os dois)! Só resultou em casamento quando Marx acreditou reunir as condições financeiras mínimas para tanto.

É próprio de biógrafos detalhistas perscrutar a vida privada dos seus biografados. Acredita-se que no verão de julho de 1841 (em Bonn), os noivos Jenny e Karl Marx tiveram a sua primeira relação sexual (mas, é uma especulação, pois ambos tiveram poucos momentos a sós e Jenny não engravidou). A “paixão tórrida” por Jenny foi documentada em 3 “cadernos de poesia” (Livros dos cantos e Livro do Amor I e II) que Marx escreveu e endereçou à amada quando estava em Berlim. A poesia é desajeitada e de pouco valor literário que mais expressa um espírito trivial de romantismo do jovem Marx, mas que mais tarde veio a se tornar um autêntico e duradouro amor – Marx sabia-a a mulher de sua vida.

Enfim, foram quase 4 décadas de vida conjugal, em que compartilharam alegrias e misérias de todo gênero (uma de natureza moral). Jenny era uma aristocrata que renunciou a tudo de sua classe para construir com Marx um projeto de vida (eles viveram tempos de extrema pobreza material e isolamento político). Ela foi companheira em pé de igualdade, dividiu com ele ideias e lutas e o auxiliou na preparação de seus textos.

 

“Eis que assomas diante de mim, grande como a vida, e eu te ergo nos braços e te beijo dos pés à cabeça e me ponho de joelhos diante de ti e exclamo: Senhora, EU TE AMO!” 

(Karl Marx em carta a Jenny, 21 de junho de 1856).

 

CONTINUA...

Quem é Bolsonaro?

 Texto inspirado no Livro "A Filosofia explica Bolsonaro" (Paulo Ghiraldelli Jr.).

Bolsonaro não é um acaso

Bolsonaro é um projeto muito bem arquitetado pela extrema direita, e digerido por ela toda

Está dando certo para os ricos. Está dando errado para os pobres. Então é palatável pelo mercado

Bolsonaro é um governo que governa pelo desgoverno

Uma ordem em favor da desordem

Que veio para privatizar tudo e dilapidar o patrimônio público

Em termos éticos, ideológicos, democráticos, econômicos e ambientais

Seu método é a guerra de narrativas infundadas

Bolsonaro é a comemoração da morte da legenda.

Toda vergonha é suportada se, no final das contas, o projeto de aberração perpetua.

Enfim, não se iluda, o otário é uma “criação inteligente”

O otário foi arquitetado. Por mais aberração que seja, foi criado

Foi criado do impeachment de uma presidenta e da prisão de outro líder nato

São narrativas de alta força simbólica

Começou na campanha e continuou na posse fazendo gestos de portar armas nas duas mãos

Violência, agressão e morte.

Bolsonaro pode até passar

Mas o neofascismo, seu populismo de direita, associado ao neoliberalismo

Ainda terá fôlego no Brasil.

A incultura tem um grande peso porque ela é sustentada por gente que se diz culta.  

E se por traz da criatura existe um criador...

Não é só contra Bolsonaro que devemos lutar, mas contra seu idealizador

Quem é?

A mão do diabo com 3 retoques  – do mercado financeiro, da mídia golpista e da ala conservadora.

  

Entenda de uma vez por todas: Bolsonaro é um capataz do Sr. Capital. Gestado no conservadorismo mais radical e endurecido do Brasil, o último país a abolir a escravatura e que também massacra seus recursos naturais para o lucro sem medida, governa com chicote e machado sem cerimônias. 

Bolsonaro não respeita a “liturgia do cargo”, posando contra rituais necessários e tradicionais honráveis. E o que a imprensa faz? Vista grossa e o trata como um governante de fato, fazendo a piada funcionar. Funcionando, o “presidente de verdade” não é lavado tão a sério e o circo funciona.

Por mais que a cadeira da Presidência venha a exigir de Bolsonaro algum ato administrativo, ele faz questão de fugir desse encargo. Afinal, a confusão ideológica e a falta de paz institucional que ele provoca são propositais. Então, eis a estratégia: “depois que tudo isso acabar [a guerra ideológica] poderão dizer tudo de nós, mas jamais que fomos entediantes”.

Nesse circo foi incorporada a “ideologia da segurança nacional” do regime militar de 1964, com forte Serviço Nacional de Informações (SNI – mídia). Assim, vê a Constituição como uma grande ameaça que precisa ser destruída ou deixada de lado (Bozo governa com emendas, medidas provisórias, vetos, etc. ou seja, na contramão da Constituição). Por quê? Porque a Constituição de 1988 é uma boa peça para a defesa do capitalismo e da sociedade de mercado, do liberalismo e dos direitos individuais inerentes ao modelo liberal. O que há de preceitos liberais na nossa Constituição estão nela contidos graças à defesa de pessoas de esquerda (como é comum em democracias ocidentais) e, por isso mesmo, toda Constituição que emana o cheiro da social-democracia deve ser destruída.

Nossa Constituição é Cidadã, e Bolsonaro é contra a cidadania. O público bolsonaristas, sempre ávido de ver governantes punitivos, estar para além de qualquer respeito ao estado de direito. E a incompatibilidade deve [ou deveria] ser impeachmada!

O que dá prazer a Bolsonaro na política é a balbúrdia. Cada espetáculo (estampado nas manchetes do dia pela mídia que também compartilha desse prazer) faz a política ideológica, que é a vida do Governo e da Mídia: atirar com arma verdadeira ou fazer a arminha com as mãos; vive do anticomunismo e da fustigação das esquerdas, idolatra a bandeira americana, moleque pirracento, o presidente de leis de trânsito, salários de policiais, amor a caminhoneiros e bravatas anti-intelectuais, contra a previdência e os direitos trabalhistas, que acho que pode governar sem o Congresso e chamando o gado para a rua. Enfim, é a referência aos maus exemplos (e dessa referência não precisamos!). 

Bolsonaro segue à risca o conselho de Olavo de Carvalho: “Mantenha-se na guerra ideológica, não ligue em administrar nada”. Ou seja, só tenha prazer na vida enquanto esteja no embate ideológico. A meta é desaprender a pensar corretamente, ter uma visão pouco racional e ser adepto a teorias da conspiração (dando adeus aos princípios de causa e efeito e de necessidade lógica), vendo a história e os feitos políticos como puras tramoias.

A prática de governo de Bolsonaro tem como objetivo o neoliberalismo máximo ou, para alguns, o anarcocapitalismo. Bolsonaro funciona como o agente do caos, a criação de uma sociedade em que vale o faroeste. O Estado deveria desaparecer e a lei viria pela força do mais forte, uma espécie de darwinismo social. Nesse esquema, enquanto Guedes entrega o patrimônio público, ele, Bolsonaro, dedica-se a criar a sociedade sem lei. Ou seja, enquanto deixou Paulo Guedes e o próprio Congresso encaminhar as teses econômicas da direita: privatizações e reformas em que o trabalhador perde direitos, ele próprio passou a lutar por leis esdrúxulas: fim da autoescola e exame para motoristas, fim da cadeirinha para crianças nos carros, fim dos exames da OAB, afrouxamento para regras que proíbem trabalho infantil e até trabalho escravo, flexibilização nas regras para se adquirir armas etc. Sempre com intenções legislativas inconstitucionais, se tornou o presidente que mais governou por medidas provisórias em toda a história.

Enfim, não se pode esperar de Bolsonaro nenhum governo. Aliás, o seu modo de governar é o puro desgoverno. E, no fundo, a imprensa faz vista grossa para ele governar na manchete diária. Tem dado certo porque a boiada está passando. “O desgoverno” é o Governo de Bolsonaro. Ele é a pura escatologia.


Resumo: 

Bolsonaro não é um acaso. É um projeto muito bem arquitetado pela extrema direita, emplacado pelo impeachment de uma presidenta e a prisão de outro líder nato, bugando debates democráticos e jogando com Fake News.

Foi criado pela mão do diabo com três retoques: um do mercado financeiro, outro da ala conservadora e modelado pela mídia golpista.

Estamos vivendo um tipo de capitalismo que pede o desregramento de tudo. Bolsonaro é a expressão dele – um fruto podre de nossa época, tempos que mostram o sujeito mais histérico do que deprimido, mais visão do que ação, mais espetáculo do que realidade. 

Enfim, a política é o campo do teatro dos gestos e estamos sendo representados por uma marionete perigosa.

 

sábado, 20 de novembro de 2021

As imensas dificuldades enfrentadas pela população em 2020.

 

·         A pandemia pegou o país já numa profunda crise no mercado de trabalho e deixou tudo ainda pior. A renda média mensal do brasileiro teve queda recorde!

·         Em 2020, a pandemia provocou a maior queda em 8 anos no rendimento médio dos brasileiros (2012). Quase dobrou o número de brasileiros que sobrevivem com uma renda que não foi obtida com trabalho. Explodiu o número de pessoas pedindo ajuda. Muitos comerciantes fecharam as portas, e quem resistiu nunca foi como antes.


- Auxílio emergencial e seguro desemprego, entre outros benefícios sociais, salvaram muitas famílias, pois se tornaram as únicas fontes de renda.

- Pela primeira vez o Brasil teve uma região em que o índice de pessoas vivendo com programas sociais (aposentadorias e pensões) foi maior do que o de pessoas vivendo com rendimento de trabalho.


Auxílio Emergencial: impacto importante, mas transitório. Alívio da pobreza, mas veio associado ao desmonte das redes de proteção social que aumentam a incerteza da renda das famílias no futuro. 

O Governo precisa olhar adiante e criar programas para devolver a autonomia às pessoas. O país está muito focado em programas de transferência, apenas. Transferência é muito importante, mas ela precisa de uma segunda etapa que é o apoio a uma inclusão produtiva. 

terça-feira, 16 de novembro de 2021

Campanha de Vacinação - 2022.

Para o ano que vem, o MS calcula que o país vai precisar de 340 milhões de doses de vacinas. Mas, até agora, não divulgou o cronograma de entrega dos imunizantes:

- O MS precisa definir o quanto antes a estratégia de vacinação contra a Covid-19 de 2022 para evitar problemas de desabastecimento, como vimos ao longo deste ano.

- É verdade que as atenções estão voltadas para quem não tomou a vacina contra a Covid-19 ou está com a 2ª dose atrasada. Mas, já perto do fim do ano, já passou da hora de planejar a Campanha de Vacinação de 2022. E não só para a Covid-19, mas para todas as doenças.

“Nós temos que olhar para os municípios onde a cobertura vacinal está sendo mais deficiente para que haja maior esforço para recuperação. Temos que olhar o que tem acontecido em termos de contagem, de doenças e de mortes... E fazer a partir daí o diagnóstico e organizar, planejar, a aquisição e distribuição adequada das vacinas”.

·         O contrato para a compra de vacinas da Pfizer para 2022 ainda não foi assinado. Ela anunciou um acordo para produzir a vacina no Brasil, em parceria com um laboratório privado. Disse que a fabricação vai começar ano que vem, mas não disse exatamente quando.

·         Já a Fiocruz, que produz vacinas da AstraZeneca, disse que ainda vai depender de matéria-prima importada para poder fabricar parte das doses que serão entregues no ano que vem. Dos 120 milhões de doses previstos até junho, metade será feita com insumos do exterior.

·         Se não se planejar, o Brasil pode voltar a ficar sem doses novamente. E, até agora, não foi divulgado o cronograma dessas doses. 

“Não adianta você esperar para chegar em Janeiro para buscar 100, 200 milhões de vacinas e com a pauta curta para entrega. A vacina é um produto escasso no mundo todo, e você precisa ter previamente o quantitativo, o prazo, aonde e a forma que será entregue. Tudo isso é estratégico para se organizar a produção”.









 


sexta-feira, 12 de novembro de 2021

A origem do preconceito.

Uma grande barreira para o negro no Brasil.

Quando se deu a Abolição da Escravatura, os negros caíram em festas e bebedeiras. Muitos foram levados para o centro do Rio de Janeiro, onde permaneceram completamente nus, bêbados, com as famílias destroçadas, urinando e defecando nas ruas da capital. Era o último ano do Império. Quando veio a República, eles já estavam morando em casebres, em lugares em que contraíam tudo que era tipo de doença. Tentaram se empregar. Mas, com roupas sujas, exalando o cheiro de aguardente barata – única forma de suportar a vida e elemento que os viciou durante a escravidão – e descalços, eles não conseguiam ser ouvidos por nenhuma dona de casa. Ninguém os queria como mão de obra. Os tais “imigrantes” estavam para chegar! Todos diziam isso e rechaçavam os negros.

Os imigrantes chegaram. Eram pobres. Mas estavam de terno e gravata. Não tinham o “cheiro de preto”. Parecia que poderiam viver fora das senzalas, quase como humanos. Aos negros nunca foi dada a condição de possíveis humanos. Então, o capitalismo brasileiro se integrou na narrativa do capitalismo internacional: trabalho assalariado para todos. Menos para os negros. Eles foram decretados não os sem-trabalho, mas os vagabundos. Nasceu daí o preconceito. Ser negro passou a ser alguém que só poderia trabalhar a ferros; uma vez livre, entraria para a vida da bebida e da bandidagem. Diziam: “é de índole”. As negras, então, deixariam de lado a função de amas de leite para enveredar na prostituição barata, uma vez que a prostituição menos degradante era aquela não da sífilis, mas da simples gonorreia, transmitida pelas polacas.

Boas histórias de tempos de escravidão ou do negro livre geram indignação e revoltas quando são bem contadas. Pois o negro livre parou de apanhar no pelourinho da praça para ser massacrado nas prisões das delegacias de todo o país. O negro foi tornado trabalhador livre, mas impedido de trabalhar, para em seguida receber o nome que, hoje, alguns policiais usam: “vagabundo”. Eis aí a origem do preconceito.

Os que negam as cotas e insistem em não criar uma política de integração étnica, para afastar o preconceito, são os agentes de cinismo. Procuram fingir que não sabem dessa história toda, de como o preconceito foi gerado, e insistem que no Brasil as cotas seriam um privilégio, uma odiosa marca no liberalismo, que garantiria a igualdade perante a lei. Como alguém acha que negro é realmente igual perante a lei no Brasil? Eis aí o que legitima o preconceito.

Os liberais brasileiros deveriam pôr a mão na consciência e, também, nos melhores livros, ao virem com a conversa fiada da igualdade perante a lei. O preconceito só vai diminuir se o branco puder ver o negro, mais rapidamente do que temos conseguido fazer até agora, em cargos executivos, costumeiramente. As políticas de ações afirmativas são para isso, elas não são prêmios individuais ou políticas para dar diploma ou melhorar a renda do negro. Elas são políticas para deslegitimar e baixar a bola do preconceito.


Servidores Públicos e Corrupção.

 6 em cada 10 servidores federais testemunharam atos de corrupção:

- mais da metade dos servidores públicos federais já presenciou algum tipo de corrupção dentro das repartições.

- entre os mais frequentes estão:

1/3 sofreu pressão no ambiente de trabalho para cometer atos antiéticos, de chefes e colegas. Tanto para afrouxar regras ou fazer vistas grossas para irregularidades. 

Durante a pandemia, a maioria dos servidores percebeu aumento das práticas antiéticas no serviço público federal. E é obrigação do funcionário público denunciar situações como essas (segundo o Estatuto do Servidor Público). Mas, mais da metade não se sente segura para isso (51%). 

Qualquer semelhança não é mera coincidência! 








sexta-feira, 5 de novembro de 2021

5G: a internet das coisas.

A história de cada G:

- 1G: foi uma revolução (1990). Andar na rua e falar ao celular.

- 2G: já dava para trocar mensagens (1997).

- 3G: trouxe a internet sem fio e os aplicativos que hoje fazem quase tudo (2004).

- 4G: velocidade maior que nos permitiu a assistir a filmes, séries e a jogar pelo celular (2013). É basicamente para o Smartphone.

- 5G: velocidade 100 vezes mais rápida que a inicial, nos fazendo avançar da “internet conectada às pessoas” para chegar na era da “internet das coisas”. Além do Smartphone, serve para banda larga doméstica, automatizar a empresa, serve para serviços públicos como segurança por exemplo, comunicação rápida, estável e precisa com chips instalados em todos os tipos de equipamentos (carros se comunicando com semáforos, os eletrodomésticos avisarão quando uma peça está prestes a dar defeito, os médicos salvarão vidas operando robôs conectados à internet há quilômetros de distância, com movimentos precisos e sem o risco de o sinal cair no meio da cirurgia, sensores controlarão a umidade e a acidez do solo em fazendas, controlando insumos, melhor momento de irrigar a terra, etc.).

 

 *Velocidade 100x +*

_A economia está sendo repaginada!_

*Bolsonaro está destruindo a velha economia porque os empresários desejam repaginá-la numa versão mais moderna. Estamos falando de telemedicina ou cirurgia remota, carros teleguiados ou autônomos, fábricas inteligentes e lavouras totalmente conectadas. Para isso..._ Se a cartada der certo, haverá um aumento gigantesco de produtividade e geração de riquezas. O PIB do Brasil poderá crescer até R$ 6,5 trilhões ao longo de três décadas.

...Vem aí uma das maiores ambições no centro da Pandemia: *a internet 5G* (com frequência de 3,5 GHz, promete remodelar a sociedade e os meios produtivos). Essa 5ª Geração de internet vai além do avanço de velocidade, mas vai impulsionar a A.I (Inteligência Artificial), a robótica e a realidade virtual. *Até julho de 2022,* o serviço de telefonia de quinta geração deverá estar disponível em todas as capitais nacionais.

Os pedaços mais cobiçados desse *filé mignon da nova tecnologia de redes móveis* foi arrematado em leilão assim: os principais lotes arrematados.

*Dolê 1:* Operadora Claro = R$ 338 milhões.

*Dolê 2:* Operadora Vivo =  R$ 420 milhões.

*Dolê 3:* Operadora Tim = R$ 351 milhões.

Aqui no Nordeste, a empresa Brisanet venceu a disputa com um lance de R$ 1,25 bilhão e poderá oferecer o 5G em toda a região. *O fundo Patria na telefonia* arrematou a frequência de 700 MHz com cobertura nacional, oferecendo lance de R$ 1,4 bilhão!

Esse leilão do 5G vai reforçar a lista de concessões realizadas no governo federal e será usado por Jair Bolsonaro como plataforma política durante a campanha pela reeleição em 2022. E isso vai acontecer num país que ainda tem mais de 39 milhões de pessoas sem acesso à Internet. São 10 mil vilas, vilarejos ou localidades sem internet. Sem falar das escolas públicas sem conexão e melhor cobertura das rodovias federais. E conectar o Norte e o Nordeste, as duas regiões com maior “deserto digital” do Brasil.

·         Uma Internet ultrarrápida e estável vai provocar uma revolução digital no país: vai inserir muitos robôs em nossa rotina; vai diminuir a latência que é o tempo mínimo de resposta; tem capacidade maior de conexão (no 4G é possível conectar 10 mil dispositivos por Km2, já no 5G serão 1 milhão). Além de atender o consumidor, isto é, os telefones móveis que estão em nossas mãos; atenderá também as empresas (ele vai automatizar as operações). E vai CONECTAR AS COISAS, não só as pessoas. Isso permitirá automatizar fazendas, conectividade nas estradas, cirurgias remotas, etc. Enfim, um mundo de possibilidades ainda desconhecido se abrirá: transformações econômicas, a maneira como nos comunicamos, uma convivência ainda maior com a tecnologia. Vai reduzir custos e aumentar a velocidade e produtividade do trabalho. Serão criados novos modelos de negócios no Brasil.

·         Velocidade 20x mais rápida do que o 4G. Baixar arquivos, fazer vídeo chamada, etc.

·         O 5G abre caminho para o avanço da chamada Internet das Coisas. Celular, carro, relógio, máquinas conectadas nos meios de produção... Maior estabilidade das redes, tempo de resposta bem mínimo...

·         Se o 4G mudou a vida das pessoas, o 5G vai revolucionar/remodelar a sociedade e os meios produtivos. Catalisador da inovação e de novas tecnologias como Inteligência Artificial, Robótica e Realidade Virtual.

·         A ANATEL ofereceu 4 faixas de frequência (os caminhos para os tráfegos de dados). É por meio dessas faixas que chegará a Internet 5G. As operadoras explorarão essas frequências por até 20 anos.

·         Oportunidades de negócios que o 5G criará, quando virar realidade por aqui: tudo sem fio e conversando uns com os outros, como atendimento remoto nos caixas eletrônicos de bancos, a era da internet das coisas. Vai adaptar o produto para o cliente, aumentar a produtividade e reduzir o desperdício.

 

AGROPECUÁRIA:

·         Só na agropecuária, o custo deve diminuir em cerca de R$ 49 bilhões até 2030, e uma receita extra de R$ 10 bilhões. “Um produtor terá, em tempo real, condições de medir parâmetro de seu negócio, desde o peso dos animais até a umidade do solo, quantidade de pragas num pedaço da lavoura, reagindo e operando aquela lavoura de um modo mais eficiente, como enviando um drone para distribuir fertilizantes onde só realmente precisa ou pulverizando defensivo agrícola onde só tem praga”.

SAÚDE:

·         Possibilidade de atendimento remoto ao cliente e até de se fazer uma cirurgia remotamente.

SERVIÇOS AO CIDADÃO:

·         Segurança pública, de saúde e de educação, potencializados com a tecnologia de 5G.

INDÚSTRIAS:

·         Terá serviços para dentro do seu parque fabril que hoje não estão disponíveis e que depende de um rede multipoderosa como a do 5G.

 

·         E o lucro deve subir: em 10 grandes setores da economia do país a receita gerada com o uso do 5G pode chegar a R$ 153 bilhões até 2030!

·         O 5G já chegou em países como: Alemanha, China, EUA e Japão.

·         Para acessar o 5G será necessário ter um novo celular compatível com essa nova tecnologia.

 








terça-feira, 2 de novembro de 2021

Inflação x Salário: lista enxuta de compras.

Economistas elevaram pela 30ª semana seguida a previsão de inflação deste ano. Enquanto isso, reajustes menores de salários (o que não aumentou este ano foi o rendimento do trabalhador: 90% das negociações salariais ficaram abaixo da inflação oficial, pois apenas 9,5% das negociações resultaram em ganhos para os trabalhadores). 

Na prática, quem está empregado está ganhando menos e pagando mais pelo que consome. Enfim, está ficando difícil comprar o básico do básico (que está bem acima da inflação média). Está tudo subindo simultaneamente!