O Brasil tem 500 000 influenciadores digitais com mais de 10 000 seguidores! É mais do que engenheiros civis (455 000), dentistas (374 000) e arquitetos (212 000). Levando em conta os influenciadores com mais de 1000 seguidores, esse número salta para 13 milhões (o equivalente a 6% da população brasileira). E muita dessa gente posta e grava informações na esperança de conquistar fama, dinheiro, ou simplesmente os dois.
Assim, o país é a 2ª nação que mais segue influenciadores no mundo (44,3% dos usuários), atrás das Filipinas (51,4%). O top 5 é formado apenas por nações emergentes (Nigéria, Indonésia e Argentina). Esses tais “influencers”, assim como a mídia, acham que podem revelar a verdade do mundo quando, na verdade, revelam apenas a verdade deles.
Aonde mesmo chegaremos se a principal fonte de conhecimento da sociedade estiver atrelada a cidadãos que nem sempre sabem o que dizem e invariavelmente apelam para exageros intencionais? Não se trata de ser contra a Internet e o avanço tecnológico, nem de apartar-se das redes sociais de informações montadas e alimentadas diariamente. Trata-se de cautela com as influências digitais.
Precisamos de pessoas sérias que usem a tecnologia com inteligência e elegância. Distante das más influências, a internet não pode nos deixar mais burros ou roubar a nossa paciência para leituras e reflexões mais atentas. Precisamos substituir o voo rasante e superficial por mergulhos mais profundos, iluminando os temas com acuidade e profundidade.
As pessoas recebem centenas de informações ao longo de um único dia. É preciso separar o que é verdade, o que é boato, o que é fantasia e o que é exagero. É preciso cautela para separar o que é bom do que é deletério, as boas das más influências.
Enfim, esse também é o compromisso da Escola.