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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Nós ou Eles

Gente, vô Lula trocou ideia com Lira no esforço de isolar o PL. Precisamos da caneta no Orçamento e da CCJ para escoar nossos projetos, e botar tramelas na oposição. Enfim, a governabilidade!

terça-feira, 29 de novembro de 2022

Um pouco de Psicologia (Parte I).

 O alcance da psicologia expandiu-se e sobrepôs-se a muitas outras disciplinas, entre elas a medicina, a fisiologia, a neurociência, a ciência da computação, a educação, a sociologia, a antropologia e até mesmo a política, a economia e o direito. Talvez se tenha tornado a mais abrangente das ciências.

Psicologia serve para compreender melhor todo o aspecto misterioso da vida mental e do comportamento humano e animal. Ela desafia nossas percepções e crenças, no intuito de compreender melhor o outro pelo entendimento mais apurado de nós mesmos e do mundo em que vivemos. Embora a Psicologia seja a ciência da mente e do comportamento, também temos a psicologia social que se interessa cada vez mais em observar a forma como interagimos com o ambiente e com outras pessoas.

William James, o “pai da psicologia”, publica “Os princípios da Psicologia”.

A Psicologia examina os processos mentais que acontecem no cérebro/sistema nervoso e como se manifestam no nosso pensamento, discurso e comportamento. Ela se interessa sobre como ocorrem os raciocínios e ideias e o que eles nos dizem sobre o funcionamento da mente.

A natureza intangível de coisas como consciência, percepção e memória tornou mais lento o processo de transição da psicologia de especulação filosófica para a prática científica. A psicologia se torna uma disciplina separada e independente no fim do século XIX. Seu início formal se deu no ano de 1879, com a fundação do primeiro laboratório mundial de psicologia experimental, por Wilhelm Wundt[1], na Universidade de Leipzig (na Alemanha). Ao longo do século XX, a psicologia floresceu; seus principais ramos, bem como suas correntes, evoluíram. Pela primeira vez, um método científico era aplicado a questões como percepção, consciência, memória, aprendizagem e inteligência, e suas práticas de observação produziram um novo acervo de teorias.

A história da psicologia é construída por teorias e descobertas de gerações sucessivas, e muitas teorias antigas permanecem relevantes para profissionais contemporâneos. A maneira mais simples de iniciar a abordagem do vasto espectro da psicologia é conhecer suas principais correntes de forma mais ou menos cronológica: começando por suas raízes no pensamento filosófico, passando pelo behaviorismo, pela psicoterapia e pelo estudo da psicologia cognitiva, social e do desenvolvimento, e chegando por fim à psicologia da diferença.

A psicologia foi vista de forma diferente por pessoas diferentes:

- EUA: teve raízes na filosofia; a abordagem era especulativa e teórica; envolvia conceitos como consciência e o “eu”;

- EUROPA: a base foi científica; ênfase na observação de processos mentais (percepção sensorial e a memória) em condições laboratoriais controladas. Entretanto, fora limitada pela natureza introspectiva de seus métodos.

O desafio lançado para a Psicologia é o de considerar seus processos subjetivos demais e buscar uma metodologia mais objetiva. Isto é, desenvolver um estudo realmente objetivo da mente e do comportamento e aplicar suas novas teorias no tratamento de distúrbios mentais.

A psicologia também pode ser compreendida como uma ponte dentre filosofia e fisiologia:

- Fisiologia: descreve e explica a conformação física do cérebro e do sistema nervoso;

- Filosofia: preocupa-se com raciocínios e ideias.

- Psicologia: examina os processos mentais que acontecem no cérebro e no sistema nervoso, e como se manifestam no nosso pensamento, discurso e comportamento. À psicologia interessa como raciocínios e ideias ocorrem e o que nos dizem sobre o funcionamento da mente.

Ivan Pavlov x Sigmund Freud ou Behaviorismo x Psicanálise 

Na década de 1890, o fisiologista russo Ivan Pavlov conduziu uma série de experimentos com resultados decisivos para o desenvolvimento da psicologia tanto na Europa quanto nos Estados Unidos.

Pavlov provou que animais podiam ser condicionados a reagir a um estímulo, ideia que evoluiu para um movimento chamado behaviorismo, que concentrou estudos no modo como o comportamento é moldado pela interação com o ambiente. Portanto, o comportamento pode ser medido. Essa teoria de “estímulo e resposta” popularizou-se com o trabalho de John Watson.

Baseada na observação e no histórico de pacientes, em vez de experiências em laboratório, a teoria psicanalítica de Sigmund Freud marcou o retorno ao estudo da experiência subjetiva. Freud estava interessado em memórias, desenvolvimento na infância e relações interpessoais, e destacava a influência do inconsciente para determinar o comportamento.


[1] Wundt, que gostava de testar suas teorias, é chamado com frequência de “o pai da psicologia experimental”. Seu objetivo, com isso, era realizar pesquisas sistemáticas sobre a mente e o comportamento humanos, testando inicialmente os processos sensoriais básicos. O laboratório de Wundt inspirou outras universidades americanas e europeias a montar os seus departamentos de psicologia – muitos dos quais usaram como modelo o laboratório pioneiro de Wundt e foram dirigidos por antigos alunos seus, como Edward Titchener e James Cattell.

Qualidades mínimas de um Ministro da Fazenda.

1.     Entender os desafios: o Brasil avança lentamente há várias décadas. Sem expansão sustentada do PIB, as oportunidades de emprego minguam, a renda cai, pobreza e fome se espalham;

2.     Compreender os acertos e evitar os erros do passado: controlar a hiperinflação, criar reservas cambiais para proteger a economia, melhorar a capacidade de mão de obra com avanços na educação, promover reformas socialmente justas, rever o que foi feito de negativo com a Previdência e os Trabalhadores, dialogar politicamente com o Banco Central, tudo de forma saudável, isto é, democrática. Promover políticas sólidas para proteger empresas locais da competição internacional, distribuir crédito barato a companhias selecionadas pelo Estado, represemanto cambial, administração de preços públicos, desonerações tributárias quando se fizerem necessárias, bom uso das contas públicas com prioridade ao bem-estar social, não soltar o empreendedor e cuidar da alocação de capital, investimentos públicos diversos com firmes projetos desde a fase de estudos até a da execução, e proteger os serviços e os servidores públicos;

3.     Ser um bom político no cargo ou ter tarimba: pois exige alta capacidade de articulação com os setores produtivos e negociação com o Congresso. Isto é, ter vida de soldado, alta disposição para o diálogo e uma atitude de aprendizado humilde diante dos desafios;

4.     Capacidade de fazer uma leitura acertada do contexto internacional: fortalecer o MERCOSUL, retomar o diálogo com os BRICS, afinal se tem hoje um forte protecionismo nos EUA e sua crescente disputa com a China e tentativa de diminuir a dependência dela. Tem a guerra na Ucrânia e países europeus tentando se livrar da dependência energética da Rússia. A lição a aprender do novo contexto geopolítico é valorizar a soberania do Brasil pelo grande potencial que seu território e seu povo tem: com a Amazônia dá para liderar os debates das mudanças climáticas e o desenvolvimento sustentável, com o solo e o potencial agrícola, a produção de alimentos e matérias-primas (mas não ser apenas um exportador de commodities, pois é preciso potencializar a indústria local), com as fontes de energia limpa dá para potencializar a geração de energia sustentável, com o Butantan e a Fiocruz dá para fortalecer a indústria nacional com a produção de insumos e medicamentos, com as universidades e os centros de pesquisa dá para revolucionar o ensino e o mercado local, etc. Enfim, fazer do Brasil um lugar mais valorizado, autossuficiente e atraente. E temos potencial para se desenvolver sem se dobrar ou submeter de forma subserviente ao capital externo. Então é preciso romper com o complexo de vira-lata e acreditar no próprio potencial;

5.     Foco no que funciona: emprego, geração de renda, saúde, educação, casadas nas propostas. Superar conflitos ideológicos que promovem divisões estanques sobre quem é liberal, social-democrata ou nacional-desenvolvimentista. Transferir renda com uma mão e dar dignidade de se tornar independente num futuro próximo com a outra.

Enfim, essas são algumas das principais qualidades de um Ministro da Fazenda. Mas, se olharmos bem, acaba sendo atributos de toda uma equipe de governo. Afinal, é toda uma sociedade que será gerenciada. E a economia do Brasil precisa crescer de forma sustentada e com equidade. Esse é o propósito, a meta, o sonho, o objetivo geral!

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

16 bancadas na Câmara em 2023?

 

Em 2023, a fragmentação de partidos na Câmara será a menor desde 1999! Ao que tudo indica, até agora, serão apenas 16 bancadas ou grupos partidários. Agora no ano de 2022 estamos com 23. Nas últimas décadas, a fragmentação partidária vinha crescendo a cada eleição (o pico foi em 2019 quando 30 partidos elegeram representantes para a Câmara). Hoje, o Brasil tem 32 legendas – 11 delas foram criadas nos últimos 20 anos.

A Cláusula de Barreira ou de Desempenho é progressiva: começou estabelecendo que, na eleição de 2018, só teriam direito à bancada partidos com no mínimo 1% dos votos válidos apurados para a Câmara, distribuídos em pelo menos 9 estados da Federação. No último pleito, o patamar subiu para 2%. Será de 2,5% em 2026 e chegará a 3% em 2030. A proporção de votos em ao menos nove estados também aumentará até chegar a 2%. A exigência induz legendas ideologicamente próximas a se fundir ou criar federações, obrigadas a funcionar como partido durante toda a legislatura. Foi para não saírem do Congresso e manterem prerrogativas que PCdoB e PV formaram uma federação com o PT. Outros partidos preferiram se fundir.

Assim, ela objetivou conter a proliferação e fragmentação de siglas nanicas, isto é, um mecanismo para forçar os partidos a não se fragmentarem. Na prática, passou-se a exigir um desempenho mínimo de votação para os partidos terem acesso a mecanismos como o fundo partidário e a propaganda eleitoral gratuita (a estrutura disponibilizada no Congresso, como postos de liderança, também fica reduzida). É um chamada para a compactação. Neste ano, os partidos tiveram que alcançar 2% dos votos para deputado federal (em pelo menos 1/3 das unidades federativas) ou eleger 11 deputados federais, distribuídos em ao menos 9 estados. Agora, para fundar um partido, não basta criar uma sigla, mas é preciso ter apoio relevante do eleitorado brasileiro nas urnas para ter direito aos fundos partidário e eleitoral.

Os efeitos já são sentidos com a implementação das federações (mecanismo em que os partidos não se fundem, mas precisam atuar como única bancada durante a legislatura) e três fusões de partidos anunciadas até agora. Nessa eleição, 6 partidos não atingiram os critérios Cláusula de Barreira. 5 deles viram na fusão a alternativa de sobrevivência: Patriota, Pros, PSC, PTB e Solidariedade. E tem o Podemos e o Novo. Vale destacar que o PV e PCdoB se uniram ao PT, na federação que terá a segunda maior bancada da Câmara, com 81 deputados.

Mas essas mudanças institucionais não criam automaticamente mudanças na agenda e na negociação dos partidos. É mais um dos processos pelos quais a gente pode garantir o fortalecimento dos partidos e, lá na frente, conquistar determinada representatividade. Algo precisava ser feito para conter a fragmentação ou teríamos uma sigla para cada ideia no país. É preciso confluência na representatividade e identidade ideológica de grande parte das agremiações.

Vô Lula terá um cenário mais favorável para negociações (o Executivo não vai precisar gastar tanta energia com o Legislativo, isto é, milhares de partidos com demandas completamente diferentes). O problema será lidar com o bolsonarismo fortalecido lá dentro. Efeito também já sentido nas Câmaras Municipais, partidos pequenos aglutinando (quando eles se fundem, acabam decidindo por agendas próprias).

domingo, 27 de novembro de 2022

Breve tempo na Terra...

 Quem surgiu primeiro?

O passado...

Quem surgiu primeiro, a Física ou a Química? Foi a Física! Primeiro surgiram a energia e a matéria. Depois que veio a formação dos átomos e das moléculas, isto é, a Química. O Universo data 13,5 bilhões de anos, e a partir daí é que se traça a linha do tempo ‘das histórias’.

Nosso jovem planeta Terra se formou há 4,5 bilhões de anos, e já tem tantos problemas! Tudo começou com o início da Biologia, isto é, o aparecimento dos organismos há 3,8 bilhões de anos.

Esses organismos foram ficando mais complexos, até formar a última avó em comum de humanos e chimpanzés, há 6 milhões de anos. Daí a evolução do gênero Homo na África e as primeiras ferramentas de pedra. Estamos há 2,5 milhões de anos.

Com 2 milhões de anos esses humanos se difundem da África para a Eurásia. A evolução das distintas espécies humanas explode. 500 mil anos Neandertais evoluem na Europa e no Oriente Médio. E, com 300 mil anos veio o uso cotidiano do fogo. Com 200 mil anos o bendito Homo sapiens evolui na África Oriental.

Ah, incríveis 70 mil anos! Revolução Cognitiva!!! Surgimento das narrativas ficcionais. Início da história. Os sapiens se dispersam a partir da África. Com 45 mil eles já povoam a Austrália. Enquanto isso, extinção da megafauna australiana. Com 30 mil, extinção dos neandertais.

16 mil anos e os sapiens se estabeleceram na América. Lá se foi a megafauna americana, extinção. Com 13 mil anos, extinção do Homo floresiensis. O Homo sapiens é a única espécie humana sobrevivente. 12 mil anos e vem a Revolução Agrícola. Domesticação de plantas e animais. Povoações permanentes.

5 mil anos, primeiros reinos, sistemas de escrita e de dinheiro. Religiões politeístas. 4.250 anos, primeiro império – o Império Acádio, de Sargão. 2500 anos, invenção da moeda – câmbio universal. Também o Império Persa – uma ordem política universal “para o bem de todos os humanos”. Budismo na Índia – uma verdade universal “para libertar todos os seres humanos do sofrimento”.

Com 2 mil anos, o Império Han na China. Império Romano no Mediterrâneo. Cristianismo. 1400 anos, Islamismo.

500 anos a Revolução Científica. A humanidade admite sua ignorância e começa a adquirir um poder sem precedentes. Os europeus começam a conquistar a América e os oceanos. O planeta todo se torna um único palco histórico. Ascensão do capitalismo.

Com 200 anos, a Revolução Industrial. Família e comunidade dão lugar a Estado e mercado. Extinção em massa de plantas e animais.

O presente: os humanos transcendem as fronteiras do planeta Terra. Armas nucleares ameaçam a sobrevivência da humanidade. Os organismos são cada vez mais moldados pelo design inteligente e não pela seleção natural.

O futuro: o design inteligente vai se tornar o princípio básico da vida? O Homo sapiens será substituído por super-humanos?

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Salada de informações...

 

·       Lira é o homem do dinheiro. O “Orçamento Secreto” aprimorado e controlado em grande parte por ele está na cifra de R$ 19,4 bilhões para 2023. Olha o tanto de partido que o apoia... Como vô Lula pode armar uma estratégia vitoriosa contra ele, apoiando um candidato alternativo? Muito arriscado! Passou 4 anos engavetando 144 pedidos de impeachment do Verme, dos 153 que já lhe foram enviados. Enfim, agora, deixa vô Lula contrariá-lo pra vê se ele não instaura a primeira armação que vier...

·       Em geral, os quadros de Covid-19 têm fim em prazo curto, algo próximo a duas semanas (apenas 8% dos infectados podem apresentar a doença no organismo por mais de dois meses). Mas, há casos de Covid longa desafiando os pesquisadores, com sobrevida de até 1 ano no hospedeiro.

·       Outros perigos da mudança climática. 13 vírus de até 48 mil anos foram descongelados na Sibéria e reviveram (das fezes de mamute ou do estômago de lobos siberianos, etc.). Como paleovírus (patógenos antigos) podem permanecer com a capacidade infeciosa intacta! O degelo da região pode levar à disseminação de novos patógenos que causem emergências de saúde, como pandemias. “Devido ao aquecimento climático, o degelo irreversível está liberando matéria orgânica congelada por até um milhão de anos, e parte dela abriga vírus que permaneceram adormecidos desde os tempos pré-históricos”. Só não pode é “escapar” do laboratório, néh?

·       Cérebro e memórias. O “córtex entorrinal” é a região do cérebro que intermedeia a transferência das memórias de onde são provisoriamente guardadas (o hipocampo), para o arquivo de longo prazo (todo o córtex cerebral). O entorrinal é uma região chave, porque faz o meio de campo entre as memórias que devem ser eliminadas ou podem ser enfraquecidas, e as que guardamos por muito tempo. Ou seja, o córtex entorrinal é que faz o filtro entre o que fica e o que desaparece das lembranças. Geralmente, o que dura mais é aquilo que tem maior carga emocional ou relevância para o enredo.

·       O futuro do movimento bolsonarista. Enquanto um movimento organizado de extrema direita, no front de ruas e redes, perderá tração inicial após 1º de janeiro, quando ficará claro que não há espaço para intervenção militar ou outra teoria conspiratória. A despeito de manifestações isoladas, as Forças Armadas deverão repetir o que fizeram as americanas e desembarcar dos devaneios golpistas do governante derrotado, escancarando sua solidão. 

·       O descompasso entre demanda e produção habitacional. Paulistanos declaram não ter renda para pagar o aluguel. O déficit habitacional na cidade de São Paulo é estimado em cerca de 369 mil unidades e já há pelo menos 31 mil pessoas vivendo nas ruas. A demanda por moradia social disparou desde 2020. Isso mostra o quanto a prolongada pandemia de Covid-19 ainda produz consequências nefastas na renda dos brasileiros, sobretudo dos mais vulneráveis. Além de falta de  orçamento e lentidão da vontade política, há também problemas de logística. O andamento das obras foi impactado pelo reduzido quadro de prestadores de serviços e a matéria-prima necessária. É preciso fortalecer urgentemente os programas habitacionais no Estado, com construção de moradias pela administração municipal – que precisa entender que não basta apenas aumentar a produção aleatória de casas em larga escala, em regiões periféricas, carentes de serviços e postos de trabalho. Calcula-se que a cidade teria de construir em média 73 mil moradias anuais até 2030 para zerar a demanda futura e o déficit atual, que tem como principais causas: o custa de vida, o desemprego, o aumento da população de rua e, sobretudo, uma política habitacional mais efetiva. Isso significa pensar em contextos dignos para as moradias, o que tornam necessárias a indução de novos empreendimentos de interesse social, a requalificação de imóveis desocupados em áreas centrais e a aquisição de unidades da própria iniciativa privada. Afinal, não se deseja provocar efeito contrário, com inadaptação das famílias e retorno a moradias precárias.

·       PL do Verme formaliza ação no TSE com pretensão de invalidar votos de parte das urnas no 2º turno das eleições. Sem qualquer fundamento jurídico, o objetivo é fustigar o punhado de fanáticos derrotados e inconformados. Uma litigância de má-fé com o intuito de tumultuar o regime democrático brasileiro. Felizmente a democracia brasileira tem demonstrado capacidade institucional para resistir às investidas autoritárias de Bolsonaro e seus apoiadores. 

·       Pé no freio! Caixa: mais criteriosa ou menos eleitoreira? Após eleição, consignado para beneficiários do programa de transferência de renda, o Auxílio Brasil, foi interrompido por 15 dias (e estendido até 8 de dezembro), alegando questões técnicas. Caíram de 114 mil contratos por dia em outubro, quando foram liberados R$ 6 bilhões (a previsão de empréstimo era de R$ 500 milhões para o mês), para 1.500 agora em novembro. Outra linha que superou as expectativas foi o programa Microfinanças, destinado a quem trabalha por conta própria, inclusive inadimplentes. O banco, segundo integrantes do Conselho de Administração, já teria emprestado cerca de R$ 4 bilhões. A Caixa está liberando menos dinheiro, permitindo, em geral, o comprometimento de apenas 20% da renda do beneficiário, contra o teto de 40% permitido por lei, que era o padrão antes do 2º turno. Oficialmente, as linhas seguem abertas, mas, diferentemente do lançamento em plena campanha eleitoral, o banco público está muito mais criterioso para conceder os empréstimos (a concessão do crédito está restrita aos clientes com boa análise de risco e sem dívidas com o banco, observando o contexto de mercado, o monitoramento de seus produtos e as estratégias do banco). O Conselho de Administração da Caixa alegou que há menos recursos e, com isso, comprometeram as parcelas (as metas de concessão de crédito foram atingidas, então nosso apetite reduziu um pouco). “A restrição ocorre em todas as linhas porque o banco está com o orçamento comprometido e precisa seguir os limites internacionais de prudência”. A instituição deveria ter emprestado em todas as suas linhas R$ 892 bilhões, e a carteira de crédito total já teria chegado a R$ 992 bilhões, com previsão de ultrapassar R$ 1 trilhão. A Caixa é o maior banco brasileiro em crédito e número de clientes. Enfim, claro que a Caixa foi usada em favor da campanha à reeleição de Jair Bolsonaro que naufragou, felizmente! Tanto que o banco cortou tarifas e anunciou promoções que só valeram em outubro, logo após a definição da realização do segundo turno. A Caixa foi uma das primeiras a conceder empréstimo consignado do Auxílio Brasil e foi o único grande banco a oferecer essa modalidade, que vai causar um grande superendividamento dos mais vulneráveis que entraram nessa canoa furada - cria-se um ciclo vicioso de exclusão, pois as pessoas com já muitas dificuldades não conseguem entrar no mercado porque não conseguem arcar com as dívidas. E o crédito que aparenta ajudar acaba prejudicando, pois vira uma mola propulsora desse endividamento contínuo e profundo. 


·       O assédio do mercado. Empresários, banqueiros e mídia pressionam a equipe de transição do novo Governo Lula para arrancar os novos nomes das lideranças dos ministérios, sobretudo da área econômica (Fazenda e Planejamento). A chantagem é tamanha que estão dificultando o progresso da “PEC da Transição” em nome de figuras alinhadas ao mercado liberal. Ao representar Lula em jantar com a FEBRABAN, Haddad (ex-prefeito de SP) na companhia de Alexandre Padilha (ex-ministro da saúde) foram pressionados a dar pistas se assumiriam os ministérios. O mercado teme que Lula faça investimentos robustos no social. Para aplicar limites, insiste na fonte dos R$ 200 bi que deseja gastar fora do teto fiscal.

·       Supersalários. Juízes e procuradores são as categorias mais privilegiadas do serviço público brasileiro, cujo salário médio as coloca entre os 2% de maior renda do país. No Judiciário, proliferam privilégios já extintos noutras áreas, como férias de 60 dias, promoções automáticas, licenças-prêmio, aposentadorias compulsórias e outras benesses, como agora o tal quinquênio (foi aprovado o retorno do benefício salarial extinto há 16 anos para juízes federais que entraram na carreira até 2006 – um Adicional por Tempo de Serviço, ATS, aumento automático de 5% no salário a cada 5 anos, sem conexão com mérito ou produtividade, que inclusive prevê pagamento com retroativo, com correção pela inflação). Pela decisão, os juízes ganharão boladas milionárias. Em 24 estados, só o vale-refeição de juízes supera o salário mínimo. Mais de 8 mil magistrados já tiveram remuneração igual ou superior a R$ 100 mil – isso mesmo, R$ 100 mil – pelo menos uma vez desde 2017. Eles são 1/3 dos que recebem supersalários acima do teto constitucional. Em 2019, nove das dez maiores remunerações no Estado brasileiro estavam em cargos no Judiciário e no MP. Para a sociedade, as duas esferas do governo consomem anualmente 1,8% do PIB, 11 vezes o custo de instituições similares na Espanha, 10 vezes o da Argentina e 9 vezes o dos EUA. Não há paralelo no planeta para a prodigalidade com que o Brasil trata seu judiciário, conhecido pela lentidão, burocracia e ineficiência.

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Ideias para o SUS.

IDEIA I:

A desindustrialização do Brasil é uma triste realidade. A indústria nacional vem amargando sucessivas perdas, e um dos motivos é a falta de uma política pública para o setor – uma política de Estado que seja autossustentável em médio e longo prazo. Uma delas seria no campo da saúde. O país poderia ampliar o acesso a medicamentos e produtos para saúde considerados estratégicos para o SUS, além de gerar emprego, mais impostos e movimentar a economia. Afinal, temos alta dependência de produtos importados, num momento delicado da cadeia de suprimentos do setor de produção de insumos farmacêuticos.

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

O controle do Mercado.

A oposição alega que Lula não pode começar o novo governo com “uma licença para gastar” mais do que o Governo arrecada, sem um suposto plano de controle do endividamento (âncora fiscal). Diz ainda que está em jogo não só uma transferência de renda, mas a sustentabilidade da dívida pública, pois o impacto na expansão do gasto é o equivalente a 2% do PIB, sem receita correspondente e sem garantia de que o aumento da dívida será controlado depois. A tara em pagar juros abusivos da dívida pública é maquiada com o seguinte argumento: "quando a dívida de um país cresce, o risco de calote aumenta, e o governo é obrigado a pagar juros mais altos para continuar se financiando. Mais juros levam a mais inflação, e quem mais sofre são os mais pobres".

Assim, lançam duas sugestões alternativas à “PEC da Transição” de Lula, apresentadas no Senado: detalhe importante, de senadores do PSDB. 

1.     Do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE): propõe expansão de R$ 80 bilhões no valor sujeito ao teto de gastos, que seria preservado por ora. Seria o suficiente para manter os R$ 600 pagos aos beneficiários do Bolsa Família, dar mais R$ 150 a cada criança e ainda sobrariam R$ 10 bilhões para outras rubricas orçamentárias. O redesenho do Bolsa Família com mais foco abriria ainda mais espaço sob o teto. Ou seja, “permite” a manutenção dos gastos sob o teto, “até” que o Congresso aprove uma nova regra fiscal.

2.     Do senador Alessandro Vieira (PSDB-SE): conhecida tecnicamente como waiver, autoriza gastos excepcionais fora do teto de R$ 70 bilhões apenas no próximo ano. Bastaria para manter o Bolsa Família em R$ 600 e para criar o novo benefício infantil. Também obriga o novo governo a apresentar já no próximo semestre uma nova regra fiscal capaz de garantir a sustentabilidade da dívida pública. Ou seja, nessa proposta se traz a obrigatoriedade de apresenta-la num prazo factível.

OBSERVAÇÃO: A “PEC da Transição” original da equipe de Lula deseja R$ 198 bilhões em 2023 e R$ 175 bilhões anuais daí para frente. O objetivo é garantir o programa de transferência de renda, o Bolsa Família, elevar o salário mínimo, recompor os programas Farmácia Popular e Merenda Escolar, reduzir a fila do SUS, investir em Cultura, Ciência e Tecnologia. Para Lula, isso é investimento, não gasto. De fato! Afinal, tudo que investe no social volta para a economia, ajuda por si só a movimentar a economia (o mercado financeiro é tão mesquinho que não absorve isso).

terça-feira, 22 de novembro de 2022

50 mil vidas!

 

Quantos idosos teriam sido salvos se a vacinação contra a Covid-19 tivesse começado antes no Brasil?

De janeiro a agosto de 2021, as vacinas contra a Covid-19 salvaram a vida de 54 a 63 mil brasileiros com mais de 60 anos (e evitou até 178 mil internações). Porém, caso a vacinação tivesse começado antes nesse público, 50 mil vidas a mais teriam sido salvas (Fonte: pesquisa da The Lancet).

É importante que todas as faixas etárias estejam imunizadas, inclusive as crianças. Desde setembro, a ANVISA incluiu o uso da vacinação para crianças entre 6 meses e 4 anos, mas só recentemente as poucas doses passaram a ser oferecidas em alguns estados restritas a crianças com algum tipo de comorbidade. Porém, a vacinação deveria ser liberada para todas as crianças simultaneamente. Afinal, 70% dos casos graves acontecem em crianças sem comorbidades; 50% dos óbitos que aconteceram no país aconteceram em crianças e adolescentes sem comorbidades.

Isso significa que, num futuro próximo, novas pesquisas mostrarão outras milhares de vidas perdidas pela irresponsabilidade do Governo.

Enquanto isso, a ANVISA aprovou pela 1ª vez, a venda em Farmácia de um medicamento contra a Covid-19. O antiviral é o PaxLovid, que é de uso adulto e só pode ser vendido por prescrição médica. O remédio só é indicado para pacientes com maior risco de desenvolver sintomas graves da Covid. Ele já é vendido nos EUA e Canadá, e já está.

Enfim, só reforça a importância da antecipação da vacina para salvar vidas, com planejamento e agilidade!


Casos de Covid-19 voltam a assustar o Brasil nos 13 primeiros dias de novembro/2022: só nas duas primeiras semanas do mês, o número de testes superou todo o mês de outubro - e os resultados positivos dobraram! No Estado de SP a mévia móvel de internações subiu +172%.  





segunda-feira, 21 de novembro de 2022

A nova fase da pandemia.

Estamos vivendo o maior evento epidemiológico dos últimos 100 anos do Planeta Terra!

O Brasil está sempre correndo atrás do coronavírus, em vez de estar correndo na frente dele. Precisamos aprender a prevenir e não a remediar. E nem remediar direito estamos fazendo. A gente se cansou do vírus, mas ele não se cansou de nós! É fato que vamos ter que conviver com a Covid, mas como se faz isso com uma doença tão séria que nunca foi uma gripezinha?

O instinto de sobrevivência da espécie humana parece que está abaixo de certos comportamentos hedônicos. A gente prefere correr o risco de ter uma doença crônica, cardíaca ou cerebral do que deixar de ter um jogo de futebol ou uma festa. Esse é o maior desafio de saúde pública das nossas vidas! Quem quiser continuar desfrutando do potencial de vida, de forma plena, precisa se cuidar. Se puder renunciar a algumas coisas, renuncie!

A pandemia saiu de pauta dos gestores brasileiros, desde a eleição. Triunfou o jeitinho brasileiro, imortal, relaxou! O que será do futuro de combate à pandemia? Como o Brasil vai se prevenir desta e outras previsíveis pandemias (há uma onda de influenza nos EUA, nesse momento; a China já está com outros vírus; a Índia está se preparando para um mundo diferente)?

No Brasil, só computamos e nos chocamos com os dados imediatos (de hospitalizações e mortes). Sendo que esse vírus gera complicações múltiplas, em todo o corpo humano: diabetes secundária, distúrbios psiquiátricos neurológicos, distúrbios de pele, cardíacos, insuficiência renal, etc. São sintomas de Covid crônica. Então, não podemos só pensar nos números diários de óbitos. Estamos relaxando as medidas e empurrando muitos problemas para o futuro – demandas do SUS, serviços graves, fisioterapia respiratória, doença renal, insuficiência cardíaca que vão gerar incapacitação e óbitos no futuro. Quem sobreviver pode não conseguir mais trabalhar.  

A Covid-19 volta a preocupar o Brasil com o aumento de casos, internações e mortes. Novas variantes, algumas inéditas no país, estão sendo encontradas em pacientes. BQ.1; CK2; 1.1; XBB1.1; BA4; BA5... Essas novas variantes escapam da cobertura vacinal e, mesmo brasileiros tendo tomado todas as doses disponíveis, acabam sendo infectados ainda que sem gravidade, se expondo às sequelas futuras. Mas, o risco de internação e morte é real para quem não se vacinou ou está com o esquema desatualizado.

O que a gente precisa fazer para se proteger? Está na hora de usar máscaras? Qual deve ser a urgência na liberação da segunda geração de vacinas (bivalentes: específicas para as subvariantes BA.4 e BA.5, com metade do RNA para o coronavírus original de Wuhan e a outra metade para essas duas subvariantes)?

·       A cada variante se observa um escape maior da imunidade prévia (natural ou vacinal);

·       Aumento maior de transmissão (que favorece o vírus);

·       As vacinas ainda dão conta de evitar hospitalização grave e morte, mas a infecção não, ela está ocorrendo (por enquanto);

·       Mesmo só a infecção, desenvolve Covid crônica e pode ter sequelas a se tratar;

·       Uso de máscara (locais fechados, aglomerados, transporte público), vacinação completa;

·       Falta informação no nível correto e na disseminação da informação correta a nível de governo, imprensa, de tudo;

·       Quanto mais um vírus se espalha mais ele se especializa e leva mais tempo para se livrar. É um equívoco achar que a Covid vai virar agora uma simples influenza, uma endemia; não vai sumir assim, ele está evoluindo;

·       Dor de garganta, perda de paladar, sintomas crônicos...

·       A melhor coisa é evitar ou prevenir a Covid;

·       Você infecta com a Covid, não tem sintomas graves, mas pode aumentar um problema cardiovascular mesmo depois de um ano da infecção (estamos falando de sequelas que aparecerão até um ano depois da infecção por Covid);

·       Infecções repetidas têm danos cumulativos (risco maior com sequelas);

·       Escolas que nunca retiraram a máscara, casos caíram em - 40% (40 casos a menos para cada 1000);

·       O vírus vai abrir caminho largo na parte da população mais vulnerável (é o caso das crianças aqui no Brasil: demora, boicote, mentiras, implementação errada);

·       O esquema recomendado para TODAS AS CRIANÇAS É DE 3 DOSES;

·       Está errado vacinar só as crianças com comorbidades. É todo mundo! Morrem 2 crianças por dia no Brasil menores de 5 anos por Covid (é criminoso! Não existe nem vacina suficiente);

·       Não é endemia. Essa semântica para minimizar a gravidade do que estamos vivendo é uma loucura!

·       A mortalidade deve ter chegado a uns 20 milhões de pessoas no mundo.

·       Com o novo governo Lula, nós precisamos ter uma estratégia de longo prazo de previsão e análise contínua. Na Coreia do Sul, foram distribuídas máscaras de qualidade para a população. É preciso quebrar a taxa de transmissão, além de garantir hospitais e vacinais.

·       O vírus está sendo mais rápido que a atualização da vacina, e não podemos perder essa guerra (há uma equação de velocidade de operacionalização do vírus e a velocidade com a qual respondemos a ele). Nossas instituições e nossos políticos estão perdendo para o vírus (no Brasil e nos EUA). Nos últimos meses, se chutou o balde, e ninguém quer mais saber de muita coisa. O vírus continua ganhando de goleada diante da forma como o tratamos. Isso não pode continuar.   

·       Não pode ficar fora do debate das estratégias de proteção da pandemia: instalar no Brasil o NOSSO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE VACINAS (um investimento que já deveria ter sido feito desde o começo). Não podemos ficar dependendo dramaticamente do suplemento de vacinas de empresas privadas (existe excelência de desenvolvimento de vacinas no Brasil, em termos de pesquisadores e de infraestrutura: Butantan, Fundação Osvaldo Cruz...).

·        Nós temos que aumentar o nível de vacinação das crianças, nós temos que comprar novas vacinas, nós temos que reinstituir o uso de máscaras no Brasil, etc.

·       Nós tivemos aglomerações no período eleitoral, sem máscara, enquanto essa onda que está vindo está pegando o Sudeste e o Centro-Oeste. Manaus, Goiânia, MG com novas variantes...

Enfim, a população pode até não ter entrado no negacionismo, mas entrou num estado de negação ou exaustão da pandemia. Estão dando as costas ao problema ou se comportando alheia à chegada dessas novas variantes. Não pode!