“Deixe-me emitir e controlar o dinheiro de uma nação e não me importarei com quem redige as leis”.
(Mayer Amschel Rothschild, banqueiro
judeu).
Gente, vocês viram?
Em meio ao caos da Pandemia, sem discussão com a sociedade, aconteceu o atentado mais grave do Governo Bolsonaro contra a economia brasileira. A Câmara dos Deputados (sob o comando de Arthur Lira – PP/AL) aprovou o Projeto que dar Autonomia ao Banco Central. Na prática, o BC deixará de ser vinculado ao Ministério da Economia, sem o comando do Governo Federal, e passa a seguir padrões internacionais. Seu presidente e diretores terão mandatos fixos de 4 anos (não poderão ser demitidos, salvo em casos especiais), sem coincidir com o do Presidente da República (isso permitirá que se passe de um ciclo eleitoral para outro, sem mudanças bruscas). O empresariado fez festa. A política monetária correrá solta agora?...
Argumentos a favor:
· Diz que terá maior previsibilidade à agenda monetária no Brasil.
· Diz que vai aumentar a credibilidade do país lá fora e atrair mais investimentos internacionais.
· Dizem que os dirigentes ganharão mais estabilidade no cargo, pois não serão mais trocados por critérios políticos. Só serão demitidos se houver condenação por improbidade administrativa, comprovado desempenho insuficiente recorrente, mau desempenho, com aval do Senado e decisão presidencial.
· Dizem que o BC independente é um dos pilares da grande maioria das nações desenvolvidas e bem sucedidas. Isto tanto vale para os europeus, como para os americanos. Suécia, Coreia do Sul, Japão, Estados Unidos, Reino Unido, todos os países da zona do Euro. Enfim, dezenas de países têm bancos centrais autônomos.
Argumentos contra:
· Alegam blindagem da “influência política”, mas quem vai blindar a entidade monetária da influência do mercado?
· Em vez de o Governo dar corpo ao Comitê de Política Monetária (o Copom), agora é o mercado quem determinará a cada 45 dias a taxa básica de juros da economia (a Selic, principal instrumento para controlar a inflação, o custo de captação dos bancos, o consumo e a taxa de juros).
· Encher ou não o carrinho no supermercado também depende do Índice de Preço ao Consumidor Amplo (o IPCA que controla a inflação), ou ainda precisar de um empréstimo, um financiamento ou realizar aplicações financeiras, tudo isso agora terá que lidar com taxas de juros ditadas pelo mercado sem sintonia com as decisões macroeconômicas do Governo.
· Um governo eleito pelo povo terá de conviver com uma linha de condução do BC eventualmente contrária à sua política. Uma tutela da democracia pelos bancos.
· Já vimos como o real está desvalorizado (e era para o BC cuidar da nossa moeda) e o dólar em alta, favorecendo as exportações e minguando produtos do mercado brasileiro, cada vez mais caros (aliás, já viu como estão, nas prateleiras, o preço de alimentos básicos?). Quem mais perde com a inflação é o pequeno.
· É sinal do desgoverno Bolsonaro: o ganancioso Mercado acima de tudo; manipulação, desigualdade social e morte acima de todos!
· Autoritarismo + Neoliberalismo = dão as cartas no país!
(Guilherme Boulos, professor, militante do MTST e do PSOL)
“E sabe por que não tem revolta? Porque mainha Globo não deixa! Tem carnaval clandestino sim! Não pode é mobilização!”
(Felino, gato selvagem)