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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

domingo, 14 de abril de 2024

IA: China x EUA.

Às avessas da versão do adversário.

“Estamos vendo uma batalha tecnológica a céu aberto entre as grandes potências globais”.

Tudo o que a extrema direita golpista quer é vincular o PT ao autoritarismo, apesar de ter sido essa mesma direita que tentou golpear as instituições democráticas. O PT sempre governou o Brasil democraticamente. É verdade que o Brasil tem uma afinidade à moda chinesa, mas isso só o torna mais socialista, não ditatorial.

O partido que governa a China há 75 anos é sempre alerta e vigilante à oposição golpista que apareça, regula tudo nesse propósito, a imprensa, as redes sociais, as empresas, as artes... Um governo atento, na última vez em que houve uma insurgência em 1989, reagiu rápido em praça pública e reverteu qualquer tentativa de golpe.

A economia da China é dominada pelo capital de Estado e uma elite cada vez mais bilionária de empresários. Porém, com uma grande diferença do capitalismo depredador. Os empresários de lá aceitam a simbiose de suas empresas com o regime socialista visando muito mais o bem comum do que o lucro privado.

A propósito, quem liderará o mercado da inteligência artificial (IA)? A pergunta tem criado uma nova trincheira na longa e acirrada disputa comercial entre China e EUA, em uma espécie de Guerra Fria da IA. A China há muitos anos é tratada como a principal ameaça para a hegemonia americana. A inteligência artificial se torna uma das facetas dessa disputa. Um plano de Estado para o setor, um enorme mercado consumidor, grandes bases de dados e a excelência científica estão entre as vantagens competitivas do gigante asiático. Para liderar em IA (de sistema públicos de reconhecimento facial até carros autônomos), porém, Pequim precisa driblar desafios como a dependência externa de chips (semicondutores avançados, principalmente dos EUA e de seus aliados) e o atraso na criação dos chamados grandes modelos de linguagem (IAgenerativa – que produz textos, áudios e imagens a partir de comandos dos usuários).

Um dos diferenciais de desenvolvimento da IA chinesa para IA norte-americana é falta de restrições dos EUA, que deixaram florescer um mercado de IA diante da ausência completa de regulação (aí está o ChatGPT). Diferentemente do modelo ocidental (liderado pelas big techs), a indústria chinesa prevê aplicação de multa para empresas que criarem serviços que não estejam alinhados aos valores fundamentais do socialismo (sempre há uma estratégia definida pelo governo).

Enfim, “é o predomínio do capitalismo que gera um cenário internacional de instabilidade, crises, guerras e revoltas. Nossos partidos, o PT e o PC Chinês defendem que o socialismo é essa alternativa. Um de nossos maiores desafios é exatamente de tornar o socialismo mais influente e mais poderoso em nossos países e também em escala mundial” (Gleisi Hoffmann).

A politização da fé.


 O domínio católico ainda é presente no Brasil e na América Latina, mas ele vem se reduzindo. Enquanto isso, é crescente a ascensão evangélica e a simbiose com a política. Há um alinhamento do segmento evangélico com a direita radical. Ao que indica, as pautas de costumes, como legalização do aborto e descriminalização das drogas, são as que mais mobilizam os evangélicos lá e cá.

Cada vez mais há uma instrumentalização da fé, usada em campanhas eleitorais como acessório de algo maior: a cooperação internacional da extrema direita. Os evangélicos perceberam que têm força política e foram, aos poucos, aprimorando essa atuação. Mesmo com divergências internas, conseguiram passar uma imagem de coesão a nível nacional.

Nos EUA, Joe Biden é rejeitado por 86% dos brancos evangélicos, ante reprovação de 62% na análise geral da população. Já Lula tem 62% de reprovação (16 pontos a mais do que a média total = 46%).

Esse resultado alerta ao governo a necessidade de atrair essa fatia da população. O PT estava acostumado com um mundo evangélico menor e menos articulado nos primeiros governos. Agora, está apanhando muito por não conseguir fazer essa política. Por isso o Planalto vai lançar a campanha “Fé no Brasil”, com o objetivo de divulgar feitos da gestão petista. O evangélico é evangélico, mas também é morador de periferia, pobre, mulher. Políticas públicas que atinjam esse público por essas vias, sem ser pela questão religiosa, tendem a impactar essa parcela a aprovar mais o governo. Mas, o PT tem que entender que só isso não vai resolver.

Enfim, na arena evangélica, a esquerda é um problema no campo dos valores e da economia. E ainda tem o novo fenômeno dos novos atores que estão nas comunidades e atuam como comunicadores, geralmente pautados por valores conservadores (eles levam a percepção de que a vida não melhorou, de que os evangélicos são perseguidos e o medo da violência). Esses intermediários locais não estão só nas igrejas, mas também em espaços onde congregam e constroem a política no território (são propensos a se informarem por grupos de mensagens ligados à igreja). É preciso lidar com eles e construir contrapontos. 

IA em guerras ideológica e militar.

“Um Estado militarizado e de vanguarda tecnológica, em que algoritmos calculam em escala industrial quem deve morrer, precisa ser chamado à razão. É preciso jogar indignação sobre essa desumanidade!”.

A direita brasileira, com apoio internacional, está usando as contradições do governo Lula e dos ministros do STF para tentar fragilizar o sistema democrático brasileiro, desacreditando-o perante a opinião pública. Há uma guerra do Mercado infiltrada na política contra as instituições nacionais.

O Mercado financeiro, representado atualmente na figura de Musk, não é de direita nem de esquerda. Ele assume posição quando cheira investimentos rentáveis, seja na China (de esquerda) ou na Argentina (de Javier Milei). Aqui no Brasil, o governo é de Lula, mas o país continua sendo tentado pelo bolsonarismo.

Em breve o mundo estará cercado por inteligência artificial. As IAs organizarão rotinas, operarão negócios e ficarão responsáveis pelos principais serviços públicos. A humanidade passará a viver em um mundo de impressoras de DNA, computadores quânticos, patógenos artificialmente criados, armas autônomas, assistentes robôs e energia abundante.

O ser humano encara um dilema existencial: de um lado, males sem precedentes que podem emergir do surgimento incontrolável de novas tecnologias e possibilidades (a IA vai mudar nosso modo de trabalhar, se comunicar, aprender, viajar e acessar os serviços de saúde, etc.); de outro, a ameaça de uma supervigilância autoritária. Essas forças criarão imensa prosperidade, mas também podem colocar em risco os Estados nacionais, ou seja, a base da ordem global.

Enfim, a próxima onda tecnológica promete fornecer à humanidade poderes divinos de criação, mas, se não a gerirmos com sabedoria, ela pode nos destruir. Ninguém está preparado.

Pior do que essa é a guerra militar com o uso da inteligência artificial. Ela está em teste neste momento na retaliação ofensiva traumática de Israel contra os Palestinos, supostamente travestidos do grupo Hamas. Há pelo menos dois sistemas ou programas com IA:

1.     Lavanda: elabora listas de alvos inimigos a ser assassinados na Faixa de Gaza, praticamente sem verificação humana. O software analisa informações recolhidas sobre a maioria da população de Gaza (2,3 milhões), monitorada em permanência por Israel, e avalia a probabilidade de cada um ser agente do Hamas. Ao mastigar características de agentes terroristas conhecidos por Israel, o programa busca semelhanças na população. Disso brota a lista de alvos potenciais para assassinatos, produzida pelo algoritmo. As autorizações para o bombardeio passaram a ser quase automáticas, roubando em média 20 segundos de atenção humana;

2.     Onde está papai? Destina-se a rastrear alvos para bombardeá-los especificamente em casas, apartamentos ou propriedades rurais familiares. “Não estávamos interessados em matar agentes do Hamas apenas quando estivessem em instalação militar ou em confronto, ao contrário, como primeira opção e sem hesitação, as FDI bombardeavam o alvo em família”. O que explica o altíssimo índice de mulheres e crianças despedaçadas e o apagamento de famílias inteiras.

Ou seja, o comando militar de Israel tomou a decisão fatal de tolerar a morte de 15 a 20 civis palestinos para e eliminação de cada militante de pouca relevância. E a isso chamaram de “dano colateral”. Quando o alvo inimigo fosse um oficial graduado do Hamas, a tolerância aumentava para 100 civis mortos. Ou mais. Por exemplo, para eliminar o comandante da Brigada Central de Gaza, Ayman Nofal, o Exército autorizou um dano colateral de 300 pessoas. “Arrasavam-se 4 edifícios inteiros, mesmo sabendo que o alvo estava em apenas um – se é que estava. Era muito louco”. Uma carnificina e tanto num campo de refugiados. Entende a pressão mundial para a matança ser suspensa?

Foi nesta toada que a IA gerou um catatau de 36 mil alvos humanos a ser eliminados na Faixa de Gaza, o que explica a criminosa mortandade indiscriminada das 6 primeiras semanas da guerra: mais de 15 mil palestinos mortos, quase metade do total de 33 mil vítimas computadas até agora. Sem falar no uso maciço das “bombas burras” de arrasa-quarteirão (sem componentes de precisão), responsáveis por danos colaterais infinitamente mais graves que mísseis guiados. “Não é aconselhável desperdiçar bombas caras com pessoas sem importância”.

A IA está sendo usada na guerra. Seus primeiros testes reais estão em operação. 

Enfim, e quando Lula comparou o que estão fazendo em Gaza com o genocídio do Holocausto não, ele de fato não estava exagerando. Quando Putin ameaçou colocar suas armas nucleares em campo, também não! 

O “PL Brasileiro das Redes Sociais: 2.630” é aplicável a redes sociais, ferramentas de busca e aplicativos de mensagens instantâneas com mais de 10 milhões de usuários mensais. Sua discussão na Câmara iniciou em 2020.

Ele tem pontos previstos na legislação da União Europeia (UE), o chamado (DAS) –  Regulamento para Serviços Digitais (Digital Services Act ou DSA).

Diferenças nos textos:

 

CONVERGÊNCIAS

 

 

DIVERGÊNCIAS

·      Ambos têm a intenção de estabelecer regras claras para a proteção dos direitos dos usuários e para a responsabilização das plataformas.

·     Ambos também estabelecem que as plataformas digitais atuem contra riscos sistêmicos a seus usuários em relação a conteúdos ilegais. Também obrigam big techs a publicar relatórios de transparência sobre suas atividades de moderação e outros temas.

·       O DAS europeu é mais abrangente e inclui uma gama maior de plataformas, como as de serviços simples de transporte e motores de pesquisa online;

·       A normativa europeia prevê que as empresas sejam monitoradas pelos estados membros por meio de um regulador independente, os chamados Coordenadores de Serviços Digitais (o primeiro contato ao qual têm acesso os usuários que decidem fazer queixas sobre supostas infrações do regulamento). Esses coordenadores certificarão se as infrações procedem, informarão sobre mecanismos de apelação extrajudicial e terão poder de investigar e fiscalizar.

·       No PL Brasileiro não há a criação de um órgão regulador, inclusive esse foi um dos entraves para o avanço do texto. Para suprir a lacuna, atribui ao CGI (Comitê Gestor da Internet) a responsabilidade por apresentar diretrizes, mas não confere ao órgão a atribuição de aplicar sanções;

·       Enquanto o texto brasileiro não aborda inteligência artificial, o DAS determina que as plataformas devem compartilhar com os reguladores europeus, entre outras coisas, de que maneira utilizam as ferramentas de IA disponíveis (o tema é discutido no Brasil em outro projeto, em tramitação no Senado).

 

De um modo geral:

- Busca regular as plataformas digitais no Brasil.

- Prevê a necessidade de criar mecanismos de notificação a usuários que disseminam conteúdo que viole as regras do texto;

- Também exige que as redes publiquem relatórios de transparência e uma espécie de “dever de cuidado”, em que as empresas precisam estar alertas e atuar contra “riscos sistêmicos”, entre eles ameaçar à liberdade de expressão, vigência do Estado democrático e direito de minorias.

- As empresas precisam disponibilizar mecanismos de fácil acesso para que usuários indiquem conteúdos que consideram ser ilegais, as plataformas devem tomar medidas conta sua utilização abusiva, por exemplo, suspendendo usuários que forneçam com frequência conteúdos manifestamente ilegais.

- grandes plataformas possuem deveres adicionais, em comparação com os provedores em geral, relacionados com o dever de transparência;

- devem, por exemplo, elaborar análises anuais de risco, com aplicação de medidas de mitigação, além de realizar auditorias privadas e publicação anual de relatórios de transparência e com os resultados das avaliações de risco e das medidas adotadas

·       Regulação europeia de ‘big techs’, prevista por seu bloco de países, é referência no debate brasileiro:

- moderação de conteúdo pela criação de regras;

- responsabilização de plataformas;

- a tendência é levar a abertura de investigação contra plataformas;

- mira a disseminação de conteúdo ilegal;

- avalia se empresas infringem normas.

O PL das Redes Sociais.

 É um erro atrasar a aprovação do Projeto de Lei (PL) de Regulação das Redes Sociais, consagrado pelos senadores, e que já estava maduro na Câmara no início do ano passado.

Seu relator, Orlando Silva (PCdoB-SP), consagrou na última versão do texto a responsabilização de empresas digitais por conteúdos criminosos publicados por usuários, desde que comprovada negligência. Também estabelece prazos para cumprimento de decisões judiciais, promove transparência nas decisões e dá aos afetados pelas decisões o direito de contestá-las. Para evitar censura arbitrária, atribui às próprias plataformas a formulação de regras e da estrutura de governança necessária para fazê-las cumprir. Enfim, o texto alcança um equilíbrio virtuoso entre as necessidades de proteger a livre expressão e de coibir abusos.

As redes sociais criaram uma nova praça pública e agravaram velhos problemas. Elas serviram de trampolim para violação de privacidade, golpes de todo tipo, exploração sexual de menores, bullyng, racismo, neonazismo e outros crimes de ódio, fomentaram vícios, abusos, ameaças, problemas de saúde mental, intolerância política e religiosa, circulação de desinformação. Um incentivo à atuação diligente de conteúdos ilegais e que trazem riscos – como conspirações criminosas, ameaças à saúde pública ou auxílio a suicídio.

O personalismo ganhou força com as redes sociais. Se antes era preciso fazer alento para convencer mídia e opinião pública a se inclinarem por uma versão, agora isso parece apenas um detalhe diante da força de ser protagonista. Aliás, aquela imprensa ostensiva não existe mais, mas luta para se reerguer fazendo das redes suas matérias. Ali, nas redes, alguém simplesmente é alguma coisa, não importa muito o que fez, faz ou deixa de fazer. Nada mais natural que próceres (heróis) da intolerância brilhem nessa terra de ninguém ou que os algoritmos só trabalhem para os fortalecer. Enfim, há milhões degradando na internet por poder. A maioria, por migalhas, pois, como não há muito o que mostrar, fogueteiros viralizam a própria desgraça para fazer o entorno prestar atenção em seu drama e até mesmo sua desfaçatez. O resultado é uma nova praça pública que troca a apuração por recados, servindo de veículo para intrigas fabricadas e fofocas. O mundo não pode ser dos broncos, nem o país entrar e sair dessa pancadaria mundial, só para continuar no mesmo lugar. Controlar a propagação de notícia falsa e o risco de censura não é fácil, mas não se resolve cancelando a discussão da pauta, como fez o Arthur Lira da Câmara, engavetando o PL de regulação dessas terríveis redes sociais. 

Para combater tudo isso, a inspiração veio da União Europeia que adotou leis para que as grandes plataformas digitais ao menos assumam responsabilidades pelos crimes cometidos nelas ou por meio delas. E nessa intenção nada há de censura nem de restrição à liberdade de expressão, além das já previstas em lei há décadas. Decisões duras da Justiça ao suspender contas e posts surgem num vácuo jurídico. Falta uma lei atribuindo às plataformas o dever de zelar pelo conteúdo. É disso que se trata.

O Brasil precisa seguir esse mesmo caminho, sim! Primeiro, porque o objetivo é criar um ambiente de transparência, com mecanismos sensatos de vigilância e punição. Depois, o principal motivo é atribuir às plataformas o “dever de cuidado” pelo que fazem circular. Ou isso, ou será necessária a ação da Justiça a todo o momento.

Enfim, as redes se transformaram em paraíso de bandidos, golpistas, racistas e caluniadores. Se por um lado é realmente preciso evitar excessos da legislação, por outro, o Congresso não pode cancelá-la ou transformá-la em escudo da arbitrariedade das grandes empresas digitais.

quarta-feira, 10 de abril de 2024

Em favor da Democracia.

 As Forças Armadas estão subordinadas ao poder civil, e não o poder civil subordinado às Forças Armadas. Porque é óbvio: a vontade popular manifesta nas urnas não se subverte ao poder da Força. O povo é Soberano!

“As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pela Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos Poderes constitucionais, e por iniciativa de qualquer deste, da lei e da ordem” (artigo 142 da Constituição).

Ao refutar a interpretação exótica da extrema direita sobre o papel das Forças Armadas, o STF coíbe o golpismo no Brasil. Está delimitado o alcance das normas jurídicas sobre os militares.

O artigo 142 da Constituição subordina explicitamente as Forças Armadas ao poder civil, e não o contrário. Só mesmo na mente arbitrária e golpista dos magnatas de plantão que tal artigo abriria brecha para as Forças Armadas moderarem conflitos entre os Poderes. Essa tese estapafúrdia foi propagada entre 2019 e 2022, no governo do inelegível, com a intenção de conferir uma maquiagem de legalidade constitucional a tentativa de subverter, com apoio de militares, a vontade popular manifesta nas urnas.

O poder das Forças Armadas é restrito, excluindo qualquer interpretação que permita sua utilização para indevidas intromissões noutros Poderes. Exército, Aeronáutica e Marinha são órgãos de Estado, e não de governo, indiferentes às disputas que normalmente se desenvolvem no processo político.

E quem diz tudo isso são os 11 ministros do STF. Embora tenham formações acadêmicas distintas, trajetórias próprias e opiniões divergentes em toda sorte de questão, não há, contudo, divergência alguma sobre o pretenso poder moderador atribuído às Forças Armadas: ele inexiste no ordenamento jurídico em vigor.

Enfim, nossa preocupação maior precisa ter como foco a Educação, a qualidade dos consensos coletivos e o voto consciente crítico. Só o povo é o verdadeiro perigo do povo.

“Convocar essas forças para atuar acima da ordem, sob o argumento de manter a ordem, seria já a suspensão da ordem democrática vigente” (Dias Toffoli). 

“O poder é apenas civil, constituído por três ramos ungidos pela soberania popular” (Flávio Dino). 

“É o óbvio: o silogismo de que a nossa Constituição não admite soluções de força”. (Gilmar Mendes). 

segunda-feira, 8 de abril de 2024

Polêmicas, 2024.

 

·       As chances da direita em 2026. A nata da direita – União? Ciro Nogueira, Tarcísio de Freitas, Romeu Zema, Ratinho Jr., Ronaldo Caiado, ACM Neto, Tereza Cristina, Flávio Bolsonaro e Rogério Marinho. 

·       O autismo é o segundo distúrbio mais comum entre os estudantes matriculados na rede pública especial, com 429 mil alunos no país. Temos uma lei que garante a atuação de mediadores no ensino regular para acompanhar os alunos com diagnóstico de TEA e outras necessidades. Esses profissionais não substituem o professor em sala de aula, mas realizam o trabalho de apoio pedagógico e incluem essas pessoas na dimensão social do convívio escolar. A promessa de uma sociedade inclusiva, com pessoas vivendo com respeito e dignidade a seus direitos, em comunhão umas com as outras, principalmente com as diferenças, se consolidará?

·       Hoje, somos imagens luminosas numa tela. Nossa carne e sangue transfiguram-se em bytes; daqui a pouco seremos substituídos por uma réplica que falará como nós. Aquela multidão de 1964, com rosários, marchando com Deus, pela família e propriedade, disposta a dar ouro pelo bem do Brasil, se transformou, foi para a porta dos quartéis, invadiu os prédios dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Incitou as Forças Armadas a aderirem a uma aventura golpista que não decolou, felizmente!

·       Sem políticas como o Bolsa Família, a taxa de pobreza entre crianças de 0 a 6 anos estaria em 24%. Com o novo desenho do programa, que aumentou o repasse para famílias com crianças nessa faixa etária, o percentual cai para 13%. Uma redução significativa, mas em patamar ainda inaceitável. O aumento de repasses diretos às famílias mais vulneráveis reduz a desnutrição crônica ou aguda entre crianças de 0 a 3 anos. Projeções apontam que saúde e educação podem perder até R$ 504 bilhões em 9 anos caso haja uma mudança nas regras do piso, uma hipótese frequentemente debatida. A disputa orçamentária entre as duas áreas também é um risco relevante para a primeira infância. Enfim, políticas de transferência de renda são mais eficazes para a redução da pobreza quando vão além da mera redução da fome e são elaboradas sob a perspectiva do desenvolvimento integral das crianças, direito a ser plenamente assegurado a partir do acesso com qualidade a serviços da saúde, educação, assistência social, entre outros. Os efeitos positivos e longevos para toda a sociedade quando se investe nos primeiros anos de vida e na adolescência são inquestionáveis. Entretanto, não basta garantir financiamento adequado, mas também garantir o uso mais racional e eficiente dos recursos disponíveis. 

·       Apesar do tom sombrio dos debates, do tsunami de fake news, do crescimento da extrema direita, de governos autoritários ao redor do mundo, da própria hipótese da ruína da democracia americana, da volta do Trump, tudo isso não responde às necessidades de uma época ameaçada pela destruição ambiental e pela desigualdade de renda. E como solução, querem voltar a 1964? Lunáticos, fanáticos! Não voltaremos! Para esse passado, não!!!

·       A internet lançou milhões de novos atores na cena política. A agressividade aumentou, brigam as correntes umas contra as outras, brigam contra quem não quer brigar, brigam contra quem briga mais levemente. Análises políticas mais elaboradas são uma atividade de risco. Apanha-se de todo lado. Entretanto, não há nada, no entanto, que não possa ser discutido e resolvido num clima de paz e liberdade. Aliás, esse é o fundamento de nossa política externa, é o traço singular da visão brasileira do mundo. Precisamos ser o que escrevemos que somos. Nossa habilidade em pacificar conflitos pelo mundo vai por água baixo se não demonstrarmos aqui o que prega a sabedoria mineira: as ideias brigam, as pessoas não

·       O Mercosul é um bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, que assinou até agora pouquíssimos acordos comerciais: com Israel em 2007, Egito em 2010, Palestina em 2011 e Cingapura no final do ano passado.

·       O Brasil tinha no ano passado cerca de 8,2 milhões de habitantes vivendo em áreas suscetíveis a inundações ou deslizamentos. Evidentemente, não é um problema que se resolva de uma hora para outra. Primeiro, porque é fruto de descaso de sucessivos governos durante décadas. Segundo, porque demanda soluções de médio e longos prazos, como políticas habitacionais consistentes. Apesar dos alertas sobre riscos iminentes, os governos ainda se mostram despreparados para enfrentar fenômenos climáticos extremos, cada vez mais frequentes e letais. Apenas respostas ágeis podem evitar o pior quando existe alta probabilidade de catástrofe. Danos materiais são em geral inevitáveis diante da força das tempestades, mas é possível preservar vidas, retirando os moradores das áreas mais vulneráveis antes das chuvas. Nisso o país tem fracassado miseravelmente, como mostram repetidas tragédias em que só mudam nomes e endereços.

·       PRECONCEITOS NO FUTEBOL. Estou cada vez mais triste e com menos vontade de jogar. Porém, se desisto, dou a eles o que eles querem”. Mais apoio na luta contra o racismo. Recebeu aplausos e homenagem, mas ninguém foi punido por agredi-lo. Mais do que disputar uma partida de futebol pela Seleção, combater racistas que aproveitam os jogos para agressões pela cor da pele. O choro comprova seu estado de tensão, cobrando um preço emocional incalculável, embora continue mantendo alto nível e desempenho/performance. Além das ações de conscientização, que conforta mas não resolve, Leis e punição dura contra os crimes de homofobia, racismo e xenofobia, cuja efetivação ainda deixa a desejar. A leniência das instituições e das pessoas também não ajuda. 

·       O assassinato de Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, é também um crime contra a política. Chiquinho Brazão (ex-União-RJ) é um dos mandantes do crime, ao lado do irmão Domingos Brazão, com a colaboração do delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio e ex-titular da Delegacia de Homicídios. A trama foi meticulosamente planejada ao longo de meses, os acusados contrataram pistoleiros e chegaram a infiltrar um agente no PSOL para acompanhar Marielle, que foi silenciada a tiros numa emboscada, em pleno exercício do mandato. Os motivos? Sua atuação contrariava interesses da milícia. 

·       Os nem-nem. No limbo ocioso dos “sem estudo, sem trabalho” encontram-se 19,8% dos brasileiros entre 15 e 29 anos ou 9,6 milhões de pessoas. Entre 42 países, o Brasil tem o sexto maior índice de jovens entre 18 e 24 anos que não estudam nem trabalham. Enquanto a taxa média da OCDE é de 15%, a nossa é de 24,4%. Entre as mulheres, o índice aumenta para 30%; já entre os homens, cai para 18,8% (todos esses dados são de 2023). A principal causa do abandono escolar é a busca por emprego. O problema é que, com formação precária, os jovens enfrentam dificuldades para conseguir contratação. Sim, é necessário buscar meios de manter os alunos na rede de ensino e acelerar a transição entre estudo e trabalho. Mas, isso não deve ser feito às custas da boa formação política e crítica dos estudantes, priorizando uma formação puramente técnica em detrimento da integral. O país não pode cair na armadilha e integrar o ensino regular ao técnico ou condicionar escolas a submeterem seus currículos a programas de orientação vocacional, aliados e alienados a empresas e indústrias. Nesse quesito, foi uma vitória a revogação do tal Novo Ensino Médio, e bem-vindo o novo programa “pé-de-meia”. 

·       Não será fácil resolver o impasse da questão climática e da biodiversidade porque ela mexe no bolso e nos interesses do agronegócio. Vários países enfrentam protestos maciços de agricultores contra a agenda climática, que obriga o setor a reduzir emissões de carbono e aumenta os custos da produção local, para eles já competitiva e sempre pouco rentável. Com isso, surge o efeito estátua: nenhum país quer abrir seu mercado agrícola a produtores externos que não estejam sujeitos às mesmas exigências ambientais. Enfim, o protecionismo acaba falando mais alto, inclusive na política. A direita entra com força nas eleições para fazer valer seus interesses. Assim, o acirramento da competição geopolítica força a uma reordenação de cadeias produtivas, enquanto a emergência climática demanda ação coletiva. Tais realidades inescapáveis abrem novas opções para engajamento e cooperação que precisam ser consideradas.

·       O acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia seria benéfico para o Brasil. A criação do bloco comum abarcaria 720 milhões de pessoas e 20% do PIB mundial. O acordo ampliaria em 0,46% o PIB brasileiro entre 2024 e 2040, além de elevar os investimentos em 1,5%. 

·       Estacionada. A cidade de SP falha ao tentar aproximar seus moradores do transporte público (ônibus, metrôs e trens), proposta central do Plano Diretor Estratégico do município, em vigor desde 2014.

·       A palavra “pelego” foi cunhada para designar a pele do carneiro, com a lã, que deixa mais confortável o cavalgar. No ambiente sindical, define a liderança que gera atrito entre trabalhadores e patrões e governos. 

·       Uma única fêmea do Aedes aegypti, que vive em média 30 dias, pode fazer até 5 vítimas em um único dia e no mesmo lugar. Por isso o número de casos cresce rapidamente. Mais de 2 milhões de casos (em 20/03/24): incidência altíssima da doença: são 1.007,2 casos de dengue para cada 100 mil habitantes. Número 3x maior do que já é considerado alto, que é de 300 casos para cada 100 mil habitantes. 

·       Aposentado podia pedir a revisão do benefício. Agora não pode mais. Inclusão de salários anteriores a 1994 no cálculo da aposentadoria poderia ter impacto nas contas públicas de R$ 480 bilhões (quase meio trilhão de reais! Economizados pelo Governo). Foi uma reviravolta do STF, que derrubou a tese de revisão da vida toda (era a possibilidade do aposentado pedir ao INSS para recalcular a aposentadoria, podendo escolher o que era mais vantajoso, e aumentar o valor que vinha recebendo, inclusive revendo planos antes de julho de 1994, antes do Plano Real, esse era o entendimento do STF desde 2022) por 7 votos a 4, favorecendo o Governo. Isso veio após resolução oposta em 2022. Só que agora o entendimento mudou. Os ministros decidiram que a Regra de Transição do Fator Previdenciário é legal, Constitucional, e tem de ser aplicada de forma obrigatória para todo mundo, sem exceção. O aposentado que era segurado antes de 1999, não vai mais poder pedir a Revisão da Vida Toda, nem poder optar pelo cálculo mais vantajoso para ele. Foi como votaram os Ministros: Cristiano Zanin, Flávio Dino, Luís Fux, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Luís Barroso e Nunes Marques. Os que votaram contra foram: Alexandre de Moraes, Fachin, André Mendonça e Cármen Lúcia (votaram a favor do aposentado para poder optar pela revisão da Vida Toda)Enfim, em jogo a integridade das contas públicas e o equilíbrio financeiro da Previdência Social e economia para o Governo Lula (os argumentos econômicos), ainda que macetando o direito de igualdade e a preservação da segurança jurídica. Portanto, sem revisão da Vida Toda para os aposentados.


·       A maior epidemia de dengue da história do Brasil (oficial). O maior drama de saúde pública no momento, além de ser o principal ingrediente de uma crise política (no centro do Ministério da Saúde, Nísia Trindade). Brasil ultrapassa 2 milhões de casos de dengue (2.010.898 de casos prováveis já em 2024, 21/03, apenas no 1º trimestre), com baixa adesão à vacina. Enquanto isso, o Governo tem dificuldade de fazer a vacinação aumentar. 


·       Governo Lula orienta ministérios a não fazerem críticas nem atos em memória dos 60 anos do golpe de 1964, em 31 de março deste ano.

·       O Centrão e o Congresso de olho na ministra da saúde. Por quê? A instabilidade de Nísia veio dos principais pontos políticos:

- Emendas que os parlamentares, deputados e senadores, (recursos a que têm direito) gostam porque aplicam em seus redutos eleitorais e turbinam sua eleição. E o Ministério da Saúde é o que tem mais emendas (R$ 20 milhões). Aí o Ministério de Nísia quer usar o dinheiro para questões mais estruturantes, e não passageiras, como querem os parlamentares. O desgaste veio da acusação de não liberação dos recursos para eles.

- PT ou “fogo amigo”. Hospitais Federais do RJ. O Governo Federal tem 6 hospitais que são ligados ao Ministério da Saúde. Ela passou a ser bombardeada também. PT e Centrão juntos.

- Tem o componente político, a maneira como ela está recebendo tudo isso e tem o elemento gestão (há uma nova nota técnica sobre aborto que muda outra do governo Bozo, que botava um prazo para fazer o aborto legal). 

·       Bolsonaro implicado diretamente numa trama para mantê-lo no poder, apesar da derrota nas urnas. O inelegível estava no centro da tentativa de golpe e se movimentou de forma decisiva para concretizá-la. Quem afirma são o general e o brigadeiro que na época comandavam respectivamente o Exército e a Aeronáutica. Foram a eles que Bozo pediu apoio para quebrar a ordem legal. 

·       Nenhum outro assunto é tão importante e tão definidor da nossa identidade nacional quanto a escravidão. Conhecê-lo ajuda a explicar o que fomos no passado, o que somos hoje e também o que seremos daqui para frente. 

·       No Norte da Faixa de Gaza, 1 em 6 crianças está desnutrida, segundo a ONU. 

·       Maior país do mundo em território, com 11 fusos horários. Eleição de 3 dias elege Putin por mais 6 anos no poder em seu 5º mandato. Os principais críticos de Putin estão mortos, presos ou fugiram para o exterior. Opositores que tentaram tirar Putin do cargo foram impedidos de concorrer. Os 3 concorrentes não representam nenhuma ameaça, inclusive são aliados do governo. Desde o fim de 1999 ele está no poder. Quase ¼ de século. Estabilidade. Ativistas, meios de comunicação independentes, políticos opositores... 752 dias de guerra na Ucrânia. (Data dessa informação: 17/03/2024).

·       Já na guerra de Israel/Hamas: 1 em 3 crianças com menos de 2 anos de idade está gravemente desnutrida no Norte de Gaza (ONU). São 31.500 palestinos mortos, 70% crianças e mulheres. A guerra começou 7 de outubro de 2023. (Data dessa informação: 16/03/2024). 

·       Putin faz nova ameaça com armas nucleares. “Hoje, a Rússia está pronta para uma guerra nuclear, se houver ameaça de outros países” (Putin). O país está tecnicamente preparado, e o arsenal do país é o mais moderno do mundo, e mais avançado do que o americano. Usaremos esse arsenal em caso de ameaça à soberania e a independência russa. Sim, os russos estão se preparando para um possível longo conflito com países do Ocidente. A OTAN é incitada a responder à altura, argumentando que, no contrário, o futuro será cheio de ameaças e perigos. 

·       O STF adiou mais uma vez a decisão sobre a descriminação, ou ausência de punição no âmbito penal, do porte de maconha para uso pessoal. Não está em discussão a legalização do uso de drogas. O julgamento começou em 2015 e tinha sido suspenso por 3 vezes por pedidos de vista. Placar está 5 x 3. Os ministros precisarão estabelecer um critério para diferenciar o usuário do traficante.  Uma comissão do Senado aprova a proposta que inclui na Constituição a criminalização do porte e da posse de drogas em qualquer quantidade (do contrário, estaria liberando impactos imprevisíveis para a segurança pública e a saúde da população – com alta do consumo e da dependência química). Hoje, a Lei diz que é crime comprar, guardar e transportar drogas para uso pessoal. Não prevê a prisão do usuário, e sim, advertência e medidas educativas. A PEC é uma resposta à discussão do tema no STF que analisa uma ação sobre a descriminalização do porte de pequenas quantidades de maconha para uso pessoal. Mas, qual quantidade da droga vai diferenciar o usuário do traficante? Ou seja, O STF NÃO ESTÁ DISCUTINDO A LEGALIZAÇÃO DAS DROGAS!!!

·       Cresce o número de motos circulando. No ano passado eram 32 milhões de motos no país. As internações foram 1.213.548. Os estados que lideram internações resultantes de acidentes com motos: SP, MG e BA. Faltam campanhas educativas que alertem para os perigos da direção imprudente. 

·       Eleições nos EUA: a 1ª vez em quase 70 anos que a disputa pela Casa Branca vai repetir os mesmos candidatos. Porém, a maioria dos americanos não gostaria de reviver 2020 (67%), uma das eleições mais conturbadas que os EUA já tiveram. Como terminará essa 2ª temporada? Saberemos no dia 5 novembro.

·       É “higienista” a lei que prevê a internação involuntária para pessoas em situação de rua com dependência química ou transtornos mentais? A internação pode se dar com ou sem o consentimento da pessoa. Os pacientes seriam acolhidos por uma equipe multiprofissional e o tratamento visaria abordar aspectos psicossocial, físico, nutricional, integrativo e intelectual.

·       Alunos da Educação Básica e Técnica: projetos de “Sustentabilidade e Responsabilidade Social”. Feira Brasileira de Ciência e Engenharia. 2.900 projetos inscritos neste ano de todo o país. Criar produtos sem provocar poluição ou até resolver o problema da poluição. 

·       Em 2023, o número de trabalhadores que pediram demissão (a demissão voluntária) bateu recorde: 7,3 milhões. Isso representa 34% do total de demissão que foi 21,5 milhões. Por quê? Após a pandemia, há um novo cenário: transformação e busca por flexibilidade. As pessoas estão preferindo um trabalho híbrido ou remoto. Um desafio para as áreas de RH e liderança: cultura organizacional, a forma de se auto gerenciar à distância. O perfil majoritário desse público: faixa etária de 18 a 24 anos e com pós-graduação completa. 

·       A nossa vida está cada vez mais atrelada ao celular. Nossos perfis em aplicativos e redes sociais registram diversas informações sobre o nosso comportamento, como hábitos de consumo e preferências políticas. O que acontece com esses dados? E se os aparelhos e aplicativos tão populares se transformarem em ferramenta de espionagem internacional? Privacidade e manipulação dos algoritmos para influenciar eleições e tirar vantagens em negócios?

·       Um combo de preconceitos. “Existe um peso porque eu sou filha de porteiro com cabeleireira e venho da pobreza. Já é um preconceito muito grande. Um outro peso porque eu sou negra e retinta. Outro é ser uma mulher transexual. São tantas opressões que quando chega no meu corpo é um enfrentamento de diversas coisas. Às vezes, eu fico até meio que tentando entender: ‘Será que é racismo? Que é transfobia? Que é machismo?’”. A naturalização da violência contra a mulher é cotidiana na política. Então isso é só mais um exemplo do que significa a velha política nos moldes do Brasil: patriarcal, colonizador, escravocrata, misógino e sexista.

·       Se o golpe de Bolsonaro tivesse dado certo, muita gente grande entre os militares teria sido fuzilada. Bolsonaro é um criminoso que tentou destruir a democracia brasileira. Se os tanques não obedeceram JB, não é problema do juiz que vai te colocar em cana na tentativa de golpe de Estado. Enfim, muitos generais sabem que JB não conspirou apenas contra a democracia brasileira: conspirou contra eles. Eles sabem o que lhes teria acontecido se o golpe tivesse da do certo. E os bolsonaristas deveriam saber o que acontece com golpistas fracassados. Você atirou na democracia, filho. Você errou. Agora é a vez dela. 

·       Nunca rastejar ou se subjugar a regimes opressores e totalmente cruéis perpetrados por homens abusivos e hipócritas!

·       É assustador perceber o quanto a crueldade humana pode alcançar para atingir objetivos puramente políticos e de poder sobre o outro. Permitir que um ser morra de fome deliberadamente e lentamente, impedindo que recebam ajuda, é perversidade pura e simples. E ainda temos soldados do Exército agressor comemorando. Que horror se tornou a humanidade. 

·       Impactos econômicos das arboviroses. O Brasil ultrapassou 1,3 milhão de casos de dengue. E isso tem afetado trabalhadores da indústria, impactando a economia do país. Estima-se em 4,2 milhões os casos de dengue, zika e chicungunya neste ano. 60% dos possíveis infectados correspondem à população economicamente ativa. A preda para o PIB (R$ 15,1 bi) mais os custos de tratamentos (R$ 5,2 bi) é de R$ 20,3 bi. 


·       Em todos os 4 subsistemas do país. Chuvas estão abaixo do volume esperado. Governo decreta medidas para preservar os reservatórios das hidrelétricas. O volume de chuvas para janeiro foi o pior em 94 anos. Em fevereiro, a situação não melhorou. O volume de águas que chegará nas hidrelétricas agora em março ficar abaixo da média histórica. O subsistema Sudeste e Centro-Oeste responde a 48,1% da capacidade instalada de energia do país. 


·       Até agora, 131 pessoas foram condenadas pelo ato 8/1. Abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado, golpe de Estado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa.

·       Arroz dispara de preço no Brasil e no Mundo! Só no ano passado, foi +25,54% e a saca chegou a quase R$ 130. O Brasil é um dos maiores produtores do mundo, e exportado para 15 novos mercados… RS responde por 70% da produção nacional. 

·       Se depender do mercado, das corporações de mídia e das empresas de tecnologia, nossas crianças e adolescentes estão condenados ao mero consumo de produtos e conteúdos digitais. É preciso ajudá-los a serem capazes de se relacionar criticamente com as mídias e conteúdos, a exercerem a sua cidadania numa sociedade digital. Há exemplos em curso, como construir conhecimento a partir de experiências de jornalismo juvenil em meios digitais ou produzir videodramaturgia no ambiente escolar – ou ainda registrar suas visões de mundo e de futuro a partir da realidade que vivenciam em suas comunidades e trocar esses registros com estudantes de outras comunidades. Enfim, se crianças e adolescentes, hoje, construírem sua cidadania com o apoio de tecnologia, a médio prazo terão uma inserção crítica na sociedade digital, diminuirão a pressão por ações de redução da exclusão digital e usarão a tecnologia para o que quiserem: lazer, cultura, trabalho, serviços públicos, organização social e política, participação democrática.