O mercado mundial de combustíveis está
abalado, e isso coloca o mundo em situação de alerta porque influencia
diretamente no fornecimento de energia que move a economia global. Repare...
Ano
de 2016:
o petróleo estava barato. As petrolíferas não achavam que era bom investimento
a perfuração de mais poços (e petróleo não é renovável, ou seja, consumiu
acabou, se você não investir em novos poços e só ficar com o que tem, a
produção cai na casa dos 10% a 12% ao ano). Além disso, estavam no auge das
discussões as energias renováveis (solar, eólica, biomassa) que prometiam
ganhar mais espaço no armazenamento de energia com novas tecnologias (e não
decolou tanto assim). Assim, como não houve grandes investimentos, o mundo todo
teve uma queda nas reservas de petróleo. E isso explica o comportamento da
linha no próximo ano...
Ano
de 2020:
o preço do petróleo aumentou, e mesmo assim as petrolíferas lucraram, porque
não investiram mais tiveram maiores ganhos com a alta do preço. E o que
aconteceu neste ano? A Pandemia. A paralisação reduziu a frota de carros e
voos, e o consumo do petróleo despencou. Mas, as vacinas chegaram e trouxeram
junto as flexibilizações. A retomada da economia explica o próximo ano...
Ano
de 2021:
O consumo voltou com força, mas os investimentos estavam parados. E essa
demanda reprimida fez...
Ano
atual de 2022:
O gráfico dos preços subiu rapidamente. É basicamente uma crise de oferta. É a
melhor hora para se fazer uma guerra? Sim e Não. “Sim” para o Ocidente que está
usando a crise global para derrubar a reputação da Rússia. “Não” porque a
Rússia deixou de vender petróleo para a Europa com as sanções impostas (e
desviar sua venda para China, Índia e Paquistão). Enfim, o lado Ocidental está
em crise.
Análise
atual:
Biden implora para as petrolíferas produzirem mais petróleo, mas não é assim
tão rápido e fácil (demora anos, pois só para garantir um navio de plataforma
demora de 3 a 4 anos). Para um campo novo de petróleo entrar em produção,
considerando aspectos físicos e legais, é na casa de 5 a 7 anos. Putin também
não tem tantas condiçõe$ de aumentar a produção, e o que está vendendo lá pelo
Oriente mesmo teve que fazer novas rotas com o bloqueio dos oleodutos para a
Europa (e aí o preço de transporte sobe).
E quando se volta para o Brasil, e a
crise na Petrobrás criada pelo Governo Bolsonaro e sua política de paridade em
dólar, tudo fica pior. Logo, não há uma solução imediata e o pessoal está
enchendo menos o tanque. Além da alta do diesel e da gasolina, há um impacto em
cadeia nos transportes e atinge também os alimentos com os fretes. O brasileiro está pagando em média R$ 7,28 pelo
litro da gasolina, recorde histórico de 18 anos! Diesel R$ 6,61 e R$ 5,54.
Enfim,
inflação descontrolada num mercado de grande desemprego e baixa renda, o que isso significa? Mais miséria. No capitalismo não há solução fácil para o trabalhador/consumidor.
Se o preço está alto o que faz diminuir a procura, pode até ajudar a
controlar o valor dos produtos. Mas, ao mesmo tempo em que uma queda no consumo pode ajudar a
controlar a inflação, pode também acabar desacelerando a economia e levar todo o
mundo a uma recessão.
·
De
olho no custo eleitoral da alta dos combustíveis. 4º
presidente no Governo Bozo. Só ficou 40 dias. É um dos Secretários de Guedes no
Ministério da Economia. Em 2019 passou da iniciativa privada para a área
pública.