Quem sou eu

Minha foto
São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
Obrigado pela visita!
Deixe seus comentários, e volte sempre!

"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Psicopedagogia no ambiente escolar.

A psicopedagogia auxilia no desenvolvimento integral dos estudantes e contribui para o aprimoramento da qualidade educacional. Logo, ela é fundamental para o desenvolvimento holístico dos estudantes.

Ao compreender as necessidades individuais e os desafios de aprendizagem dos alunos, a psicopedagogia promove estratégias de intervenção que visam melhorar o desempenho escolar e o bem-estar emocional dos estudantes.

A psicopedagogia no ambiente escolar não se limita apenas à identificação de dificuldades de aprendizagem, mas também atua no desenvolvimento de habilidades como: autonomia, organização e gestão do tempo. Isso contribui para uma formação mais completa e prepara os alunos para os desafios da vida.

Ela é respaldada por teóricos renomados. Por exemplo, o psicólogo russo Vygotsky, para quem a aprendizagem é um processo social e cultural, sendo mediada por interações e contextos. Nesse sentido, ela pode (e deve) criar ambientes de aprendizagem que promovam a colaboração, a troca de conhecimentos e a construção conjunta do saber.

A importância da psicopedagogia no ambiente escolar também está ligada à promoção da saúde mental dos estudantes, através de estratégias e ações que vão desde oficinas até rodas de conversas. O alto nível de estresse, ansiedade e pressão pode afetar negativamente o desempenho e o bem-estar dos alunos. Nesse contexto, a atuação da psicopedagogia é crucial para identificar sinais de dificuldades emocionais e oferecer suporte psicossocial e, se necessário, o devido encaminhamento para uma equipe multidisciplinar.

A Psicopedagogia também auxilia na criação de estratégias de aprendizagem personalizadas, considerando os estilos cognitivos individuais e as preferências de aprendizado dos alunos. Isso aumenta a eficácia do processo de ensino e contribui para uma experiência escolar mais satisfatória. Podem ser realizados atendimentos de forma individualizada, acolhendo as demandas pontuais dos alunos, assim como alinhar ações junto ao corpo docente e coordenação para favorecer um melhor aproveitamento pedagógico, mirando a promoção de habilidades e competências necessárias ao avanço dos alunos.

Enfim, a presença atuante da psicopedagogia no ambiente escolar é, portanto, fundamental para o desenvolvimento holístico dos estudantes, promovendo aprendizado, saúde mental e preparação para a vida.

Mídia: distorcendo tudo...

A velha imprensa golpista é radicada no sul, aliada da extrema direita. A seu favor, um Congresso Nacional mancomunado e os interesses do mercado financeiro. Bota também o uso de fake news no intuito de confundir a opinião pública. Esse tipo de jornalismo deletério, falacioso, inescrupuloso, oportunista, mentiroso, não pode nem deve prosperar num país que trabalha intensamente pela preservação da democracia. A imprensa pode e deve ser livre, mas não tem o direito de valer-se da mentira para atingir reputações. Veja a Dilma Rousseff, massacrada por inexistentes pedaladas fiscais e agora inocentada e presidindo o Banco do BRICS, de onde sairá um consistente bloco econômico para livrar os países da eterna dominação norte-americana. Enfim, talvez seja esse o motivo principal do ódio da mídia sulista ao governo petista.

NOTA: Viva os árabes! Um árabe rico (o sheik Abu Dhabi) é o dono do Grupo Manchester City, do Bahia e da RLAM. Ele é um dos homens mais ricos dos Emirados Árabes e possivelmente estava envolvido em “negócios” com o Bolsonaro. Afinal, se o governo anterior liberasse a importação do petróleo saudita, que é de mais qualidade e mais fino que o petróleo brasileiro, certamente os derivados (gasolina, GLP, diesel e QAV) seriam vendidos bem mais baratos. Seria a prova inconteste de que a privatização da Petrobrás totalmente desvalorizada entraria em pauta. Como nada disso ocorreu, ficou um saldo bem positivo dos árabes, que vão processar biodiesel na Bahia, tornar o Bahia novamente um time competitivo e podem até fazer parte dos BRICS?

O Baêa tem dono.

 Time de futebol deveria ser do povo, mas no Brasil eles têm dono. Vale para a Seleção, vale para o Bahia, “SUA pôrra” (porque “minha” não é). Vendido ao grupo City, o maior time do Nordeste jogou 21 jogos e até agora só venceu 5. É o preço a pagar por ter dono – descobriram que derrotas dão mais lucro que vitórias. 

Código de barras e data de validade não são lacrados só em produtos de supermercado. Por trás do City, do Bahia e da RLAM, um árabe rico. Karl Marx já dizia, quem põe seu preço vira mercadoria, e o mercado usa e abusa! Pois é...

Enfim, merece ser rebaixado! Vale para o Baêa, e também para certos sindicatos. 

terça-feira, 29 de agosto de 2023

O que se busca é... Buscar-se!

Quem eu sou e quem me ama?

O silêncio, a falação, a angústia, a mania, a pergunta, a dúvida... e tantas convicções!

Parece simples, se acreditássemos que o que se diz é! O que se diz difere daquilo que se fala, assim como o que se ouve não corresponde ao que se escuta! Será que reside aí o desafio: virar esse avesso?

E se o gozo residir exatamente naquilo que contém a queixa? Não seria essa queixa o sintoma que o sustenta, a parede que o ampara?

O que se busca, por assim dizer, é buscar-se! Pois essa promessa de cura, visto que a cura e a “doença” são lados iguais da moeda, é ilusão binária. O encontro com essa procura é ilusório, contudo é dessa ilusão que se vive!

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Que Bahia nós queremos?

O governo Jerônimo Rodrigues precisa planejar e operar bem para ter êxito em sua gestão... É preciso antecipar no presente aquilo que a gente não conhece do futuro.

Assim como boas aulas são feitas com bons planejamentos escolares, um Estado bem administrado precisa ser bem pensado. O planejamento estadual define diretrizes, objetivos, metas e prioridades da administração. Logo, para a qualidade de vida do povo baiano avançar, três instrumentos devem estar bem claros para a gerência do Estado:

1.     O seu Plano Plurianual (PPA 2024-2027);

2.     A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e;

3.     Os orçamentos anuais (Louas).

Tais instrumentos não nascem isoladamente, mas são alicerçados no Plano Estratégico do governo (que traça cenários e tendências de longo prazo). No nosso caso baiano, o PDI 2035, o Plano de Desenvolvimento Integrado (de curto prazo, sempre passando por atualização), que tem como responsável a Seplan, num horizonte até este ano de 2023 (que orientou o Plano de Governo Participativo, o PGP, do então candidato e hoje governador Jerônimo Rodrigues).

Desses três instrumentos, o PPA é o mais importante porque ele direciona todos os programas de governo, as diretrizes para os próximos 04 anos em todos os eixos temáticos – educação, saúde, segurança e meio ambiente. Logo, é a partir daí que se conformam os programas que vão, através desses indicadores, levar os resultados pretendidos pela sociedade e pela administração pública.

Desafios para o Modelo Baiano:

“... Nós temos uma governança sobre esse modelo porque temos métodos, sistemas, processos específicos e a experiência. E, aprendendo com o tempo, com as várias escutas, nós estamos aperfeiçoando o modelo”.

·       O atual PPA 2024-2027 é o quinto PPA participativo que nós baianos fazemos (desde 2007, modelo inaugurado pelo governador Jaques Wagner). E a Bahia se notabilizou como um dos estados por isso (é democrático);

·       Sistematizar muitas ideias e informações num único documento, um trabalho gigante, pois precisa percorrer os 27 Territórios de Identidade ou unidades de planejamento (fazendo plenárias e escutas sociais em todos eles);

·       Mobilizar e gerir as equipes, internas de gestão e externas nos territórios (os agentes de desenvolvimento territorial que são servidores da Seplan e que ficam nos Territórios de Identidade). E ainda têm os colegiados territoriais integrados por servidores, representantes da sociedade civil, do meio empresarial.

·       Foram criados por meio de mobilização e capacitação os Grupos de Trabalho Territoriais (GTTs), separados por eixos temáticos, para a partir daí discutir os temas e daí retirar as propostas que são levadas às plenárias.

·       Também foram criadas as plataformas digitais nas quais a população pudesse apresentar propostas (acolher as sugestões da população);

PROGRAMAS ESPECIAIS: as questões (programas temáticos e políticas públicas) que mais mobilizam o governo Jerônimo Rodrigues. Agendas transversais...

1.     Programas de combate à fome (e segurança alimentar);

2.     Programa de infraestruturas e logística;

3.     Programa Bahia Mais Verde (meio ambiente e sustentabilidade);

4.     Prevenção à violência;

5.     Inclusão sócio-produtiva;

6.     Programa para povos originários;

7.     Programa para as mulheres.

O novo PAC lançado recentemente pelo governo Lula prevê investimentos de R$ 119 bilhões na nossa Bahia até 2026 (clara retomada dos investimentos estruturantes no país). Lula acredita que o Estado é o maior ator para promover o desenvolvimento econômico e social e a geração de emprego e renda. As ações mais esperadas são:

·       Infraestrutura (a duplicação da BR-101, da BR-116, o anel norte da BR-116, são os eixos estratégicos);

·       A malha ferroviária tem sido uma das questões prioritárias da Seplan porque a infraestrutura gera desenvolvimento. Não podemos ficar dependentes só da malha rodoviária (que está envelhecida);

·       Mobilidade urbana;

·       Infraestrutura logística (rodovias e ferrovias);

·       Minha Casa, Minha Vida;

·       Construção de barragens e outras iniciativas;

·       Coloque aí a ponte Salvador-Itaparica e o VLT do Subúrbio Ferroviário (que podem ser incluídos no PAC – vetores estruturantes de desenvolvimento da Bahia). Os chineses foi o grupo vencedor da licitação e execução;

·       Ação conjunta de governo e iniciativa privada, sobretudo através de PPPs (Parcerias Público-Privadas), PPIs (Programas e Projetos Prioritários de Interesse Nacional) e concessões;

·       As expectativas para a chegada da BYD em Camaçari são boas, pois é uma empresa moderna, de grande potência na fabricação de carros, caminhões, baterias. Ela está antenada com as energias renováveis, com uma nova forma de pensar o mundo e a matriz energética sustentável. Uma empresa que vai gerar cerca de 5 mil empregos, um investimento de aproximadamente R$ 3 bilhões, além de toda a cadeia que ela traz. A CEO da BYD Américas é a Stella Li. Ela ver a Bahia como candidata a ser um novo Vale do Silício pelas condições naturais e humanas: nós temos capacidade de mão de obra, potencial energético (energia eólica e solar) e uma potência que é o Cimatec (o Campus Integrado de Manufatura e Tecnologia do Senai), com pesquisas de ponta.

Críticas:

·       O PAC 1, lançado em 2007, entregou apenas 25% das obras; o PAC 2, gestado em 2010, um pouco mais: 36%. O PAC 3 agora relançado conseguirá concluir todas essas obras?

·       A reforma tributária, em análise no Senado, acaba com incentivos fiscais muito utilizados pelos estados (por conta das assimetrias entre os estados da Federação), sobretudo do Nordeste, para atrair investimentos (de empresas). O que a Bahia poderá fazer para atrair esses novos investimentos privados? Criar um fundo regional?

·       Hoje a Bahia está isolada do ponto de vista de infraestrutura. E por isso estamos perdendo carga. São dois problemas: isolamento e fuga de carga. Hoje, estamos perdendo cargas de grãos da região Oeste que estão saindo pelo porto de Itaqui, no Maranhão.

A grande sacada. É preciso pensar numa nova malha ferroviária para o Estado da Bahia, que seja capaz não só de se tornar um vetor para levar e trazer carga e baratear custos, mas sobretudo para criar, no traçado da ferrovia, polos de desenvolvimento. Construir uma nova malha, visando o desenvolvimento regional ao longo das ferrovias, com novas indústrias, serviços e polos logísticos.

Destaques:

“O plano, que tem vigência por um período de quatro anos, inicia no segundo ano de cada gestão e encerra no primeiro ano da gestão seguinte”.

·       Previsão de R$ 150 bilhões para o financiamento dos programas do executivo e dos demais poderes da administração estadual;

·       O planejamento volta a ter o protagonismo com a recriação do Ministério do Planejamento e dos fóruns e entidades que fortalecem o controle social;

·       A Bahia está um passo à frente pelo seu modelo de elaboração e gestão do PPA, que combina governança territorial, metodologia robusta e legislação específica, com a política estadual de desenvolvimento territorial e o Sistema Estadual de Planejamento e Gestão Estratégica;

·       O caráter prioritário das políticas voltadas para o combate à fome e a redução das desigualdades, a sustentabilidade ambiental, além da transformação digital na gestão governamental, citando os programas especiais: Bahia Sem Fome, Bahia + Verde e Bahia + Digital.

·       Já os programas temáticos do PPA, que são compostos por 244 compromissos compartilhados pelas secretarias, órgãos e demais poderes da administração estadual, e 1.289 iniciativas, se destinam às políticas públicas de caráter setorial. Entre esses programas, destaque para o:

- fortalecimento da educação em tempo integral, com foco na ampliação das políticas públicas de acesso, permanência e aprendizagem dos estudantes;

- a valorização da gestão participativa do Sistema único de Saúde (SUS) e a promoção do cuidado de forma integral na área da saúde;

- a questão da energia e a logística de transporte na infraestrutura;

- as ações voltadas para o desenvolvimento urbano e rural;

- o estímulo e a difusão da ciência, tecnologia e inovação;

- a assistência social e o acesso à Justiça e aos Direitos Humanos, além da preservação e promoção da cultura e do turismo.

Enfim, o mundo se transforma com muita rapidez. Precisamos pensar no médio e longo prazos. O dinamismo por que passa o mundo, as questões de geopolítica, sociais, de resiliência climática... Tudo está se transformando com muita rapidez. Por isso, precisamos pensar no longo prazo. Qual a Bahia que queremos nos próximos 20, 30 anos? E, vale lembrar, essa Bahia no contexto regional, do Nordeste, do Brasil e do mundo. Das cadeias globais de valor.


Descriminalização do porte da maconha?

 A liberação do porte de drogas para o consumo próprio será o maior erro do Brasil para o seu próprio futuro. Jogará no colo das escolas, da segurança pública e das famílias um problemão.

Um homem pode ser condenado por portar 3 gramas de maconha? Qual será a quantidade mínima de maconha para diferenciar um usuário de um traficante? Tráfico ou consumo? 25 gramas, 60 gramas, 100 gramas?

Essas quantidades colocarão em cheque 31% dos processos por tráfico de drogas em que houve apreensão de maconha, podendo, em tese, ser reclassificados como porte pessoal no País. Outros 27% dos condenados nesses mesmos termos poderiam ter os julgamentos revistos por estarem dentro do parâmetro. Seria essa a melhor medida para desinflar o sistema penitenciário brasileiro? O Brasil ocupa a terceira posição no ranking de países que mais encarceram no mundo, com cerca de 900 mil pessoas presas, segundo dados do CNJ. Uma em cada três foi presa por delitos relacionados à atual Lei de Drogas.

Sob o argumento de “ferir o direito à liberdade individual” ou “a ausência de conduta que afronte à saúde pública, apenas à saúde do próprio usuário” ou de que não faz mal "adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal", estarão potencializando a venda/demanda de drogas (já que a procura aumentará), desconsiderando toda uma literatura médica, onde está a questão (no terreno da saúde).

Sabemos que retaliações brandas não são suficientes, pois penas de "advertência sobre os efeitos das drogas", "prestação de serviços à comunidade" e "medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo" (está na Constituição Federal de 1988, artigo 28 da Lei de Drogas) não corrigem vícios e danos. Por outro lado, bem vinda a pena para tráfico de drogas é de 05 a 20 anos de prisão, além de multa, para barrar o caminho nessa direção.  Com isso, pessoas com pequenas quantidades de drogas são enquadradas como traficantes e condenadas a prisão. Embora os presídios estejam cheios, foi isso que barrou o desastre maior até aqui.

Um pouco de história...

A maconha foi trazida escondida pela população negra escravizada em 1549 e era usada em práticas religiosas e terapêuticas. O país foi o primeiro a criminalizar o uso da maconha com a Lei de Posturas, criada pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro em 1830, que penalizava "escravizados e outras pessoas" que fumassem o "pito do pango" com três dias de cadeia e chicotadas.

Os poucos países que até agora se jogaram nessa perigosa rota de liberação da maconha são:  Uruguai, República Dominicana, Canadá e Estados Unidos, Portugal, Luxemburgo, Nova Zelândia, Suíça, Holanda, Jamaica e África do Sul regulam a cannabis, de alguma forma, para fins recreativos.

Enfim, a sociedade brasileira estará mais tentada à “geração zumbi” com esse erro. Maconha? Só medicinal!   

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Conversa com o Presidente Lula (22/08).

·       O mundo e os empresários voltarão para a África. O excesso de dinheiro que tem no mundo precisa ser transferido para gerar empregos em lugares que precisam crescer. A África, por exemplo, tem carência de muita infraestrutura. Há tudo por se fazer e gerar por lá.

·       Os BRICS não são pouca coisa. São metade da população mundial. Mais de 1/3 do PIB Mundial. Precisamos mudar os costumes e os hábitos políticos que até agora prevaleceram na conjuntura interancional. Economias emergentes. E que desejam criar instituições democráticas. O NB, o novo Banco dos BRICS, vai agir diferente dos outros bancos criados após 1945. O Brasil está de volta para dizer o que pensa, o que quer, como quer, e tentar convencer os seus aliados das coisas que achamos importante. Por que o Brasil faz negócio com a China e precisa ser no dólar que não é a moeda de nenhum dos dois países? Temos que fazer negócios pautados em nossa moeda, e não controlados por unidade monetária pautada em interesses de terceiros. O que há de errado por trás disso? Sem negar nossa moeda interna, precisamos de uma moeda exterior para o comércio, pautado nos interesses de seus negociantes.

·       Antes a moeda de referência era o ouro. Tiraram o ouro sem pedir nossa opinião. Ninguém discutiu que o ouro ia deixar de ser a moeda de referência. Simplesmente tiraram. Por que entrou o dólar? Que também entrou sem pedir nossa opinião... Olha a situação da Argentina agora, não tem condições de comprar dólar. O Brasil precisa de dólar por quê? É isso que precisamos discutir. O novo assusta, as pessoas não querem. Diferente. Sereno. Maduro. Pragmático. Tudo, as regras estabelecidas hoje só favorecem o Sistema Financeiro. Quando houve a crise em 2008, nos países ricos, o FMI não se manifestou. Mas quando é uma crise num país emergente ou pobre, seja na África ou na América Latina, o FMI resolve falar, meter o bico, dar palpite. Em vez de ajudar, bota um dinheiro disfarçado de cabresto.

·       Muda tanto quando se fala em tecnologia. Não se muda nada quando se fala em política. Mas há questões tradicionais que precisam mudar? A mudança é para melhor? O problema é que as mudanças no mundo do trabalho são para sempre pior. O Brasil precisa ter uma política industrial mais arrojada (um país que já teve 30% do seu PIB da indústria e hoje apenas 11%, por quê?). Só exportar agricultura/manufatura? A gente precisa exportar valor agregado.

·       Num momento histórico em que o mundo quer se livrar da poluição, a questão climática ganha um peso importante e nesse aspecto o Brasil é imbatível: no biodiesel, etanol, no hidrogênio verde, eólica, solar... Nós temos um jeito e um potencial de fazer uma indústria verde nesse país que, quem quiser comprar, terá que ser produto produzido por energia limpa, que não polui. Esse é o grande trunfo do Brasil que a gente tem que explorar muito.

 

·       Olha a situação da Argentina, por causa do empréstimo que foi feito pelo FMI e seus interesses políticos/financeiros. US$ 44 bilhões para o cara lá ganhar as eleições. Não ganhou, ficou com a dívida. E agora enfrentando uma seca muito forte, com perda de 25% da agricultura. Agora, porque a Argentina me interessa, porque eu quero que ela tenha mais poder de compra pra comprar mais (do Brasil, para vender mais). Saca mais? É querendo o outro bem que você garante a paz (entendo o outro como pessoa e como nação). Logo, a paz na relação interpessoal e de nações para nações.

·       O G7 (grupo fechado) ou o G20 ou os EUA, o BRICS (grupo democrático, multilateral) não quer ser contraponto a ninguém. A gente deseja apenas se organizar. Criar uma coisa que nunca existiu. O Sul global não é a parte pobre do planeta, uma segunda categoria. Sempre fomos tratados assim. Podemos nos transformar em países importantes: na questão climática, de minérios, possibilidade de desenvolvimento... é o Sul Global quem tem esse potencial. Existimos, estamos nos organizando e queremos sentar numa mesa de negociação em igualdade condições com a União Europeia, os EUA para negociar. Queremos criar novos mecanismos para tornar o mundo mais igual no ponto das decisões políticas. BRICS não quer tirar nada de ninguém. A simbologia dos BRICS não é da rivalidade, mas da criação de um organismo novo e forte para mudar a relação global, por isso o Sul Global é muito importante. Significa um polo de organização para defender nossa voz. Equilibrar as discussões. Porque não decidimos as guerras, e eles sim? EUA x Iraque; França/Inglaterra x Líbia x Líbano; Ucrânia x Rússia. Queremos um mundo mais justo e solidário, acabando com a fome e a desigualdade. Permitir que todos vivam decente e dignamente, pois temos alimento e dinheiro para isso, o que precisa é apenas uma disposição política.

·       Você não pode continuar num mundo onde 1% mais rico tem mais dinheiro do que 50% da população mundial. Você não faz democracia e demonstra equilíbrio vendo uma pessoa morrendo de fome na sua frente ou por falta de um tratamento médico. Viu a pandemia? Quem tinha dinheiro comprava a vacina e quem não tinha ficou assistindo a Covid-19 matar os seus entes queridos.

·       A ONU precisa ter poder de governança pra gente ter paz no mundo. Sem isso, a gente não resolver a questão climática e evitar novas guerras. O “Acordo de Paris”, ninguém cumpre. O “Protocolo de Kioto”, ninguém cumpre. É preciso estabelecer regras para que as nossas reuniões sejam verdadeiras. Senão o povo vai desacreditando, as relações políticas perdem sua credibilidade a Democracia passa a correr risco. Aí começar ressuscitar fascistas, nazistas, ditaduras, violência... Precisamos ser democratas para fortalecer as instituições e garantir nossa própria sobrevivência como sociedade.

·       O Brasil briga pela volta da OMC. Em 2009, a relação do Brasil com os países do BRICS era de apenas US$ 48 bilhões. Em 2022, foi pra US$ 178 bilhões. Ou seja, um crescimento de +370%. Quanto melhor for a relação de um país com outro país, mais chance a gente tem de fazer bons acordos (um bom acordo não é quando um ganha e o outro perde, o bom acordo é quando as duas partes ganham, voltam para casa satisfeitas – eu vendi por um preço bom, eu comprei por um preço bom).  

·       No ano que vem será a Rússia que vai presidir os BRCS. Em 2025 será o Brasil. A luta contra a desigualdade (racial, salário, saúde, educação, gênero) precisa ser o tema principal. Não é aceitável que a FAO publique que 735 milhões de pessoas passam fome num país que produz tantos alimentos. Alimentos têm, faltam recursos para comprar. Ou seja, a distribuição de riqueza é mal feita.

·       A maioria dos países da África foi colonizada. A maioria conseguiu também a sua independência a partir dos anos 1960. É algo muito novo. A questão é que os países eram autossuficientes na produção de alimentos. Depois da Colonização, eles ficaram dependentes do colonizador. Hoje, recebe apenas doações dos seus algozes. Eles estão numa situação pior do que na época da colonização, porque estão muito endividados, famintos e dependentes da comida. Uma dívida de quase US$ 800 bilhões de todo o Continente Africano. Por estarem endividados não podem tomar dinheiro emprestado para fazerem as coisas que precisam. Precisamos transformar essa dívida em investimento para libertar verdadeiramente esses países. Os países mais ricos precisam devolver a oportunidade que eles tomaram dos países mais pobres.

·       Apesar das diferenças e particularidades, quais pontos comuns nos são convergentes? 1) Entrar no Conselho de Segurança da ONU como membros permanentes; 2) Criar um banco muito forte que seja maior do que o FMI, mas com outro critério de emprestar dinheiro para os países, não para sufocar, mas para ter condições de investir o dinheiro, se desenvolver e pagar (sem atrofiar, mas expandir);

·       Nós pagamos o FMI, emprestamos US$ 15 bilhões para eles, não devemos mais nada e nem queremos dever. Hoje temos reservas, precisamos ampliá-las para sermos donos do nosso próprio nariz.









Investimento = arrecadação.

Adeus, teto de gastos!

Colocar dinheiro no povo pobre não é gasto, mas investimento!

O novo arcabouço tem grande necessidade de arrecadação, o que tem de vir via Congresso ou via crescimento, e isso será difícil.

A nova regra fiscal da economia foi aprovada pela Câmara. Ela limitará a alta das despesas ao crescimento da receita. Isto é, vô Lula pode investir se arrecadar. Ou, dito de outra forma, a arrecadação conduzirá o investimento.

Assim, a maior disputa do Governo nessa questão se refere às medidas de aumento de receitas para dar sustentabilidade ao novo arcabouço e que precisam do aval dos parlamentares.

Esse novo marco para as contas públicas define as novas regras para o crescimento das despesas federais. Sem dúvidas, o maior desafio de Lula é lidar com o rombo nas contas públicas deixado por Bolsonaro. Para isso, precisará garantir o aumento de receitas necessário para zerar o déficit em 2024 (uma promessa do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad).

·       A nova regra fiscal autoriza o aumento dos gastos acima da inflação, diferentemente do teto de gastos. O crescimento real, acima da inflação, vai variar entre 0,6% e 2.5% todos os anos, a depender do crescimento da arrecadação. Por isso, a alta das receitas é importante para a regra;

·       Que bom! Foi excluído ou retirado o Fundo de Educação Básica (Fundeb), e o Fundo do Distrito Federal, do limite de gastos (uma mudança feita pelo Senado e acatada pela Câmara). Por outro lado, gastos com ciência e tecnologia em geral voltaram para dentro da regra.  

Assim, a luta agora do Governo será a de passar projetos que garantam aumento de receita, isto é, projetos que alavanquem a arrecadação para poder cumprir as novas metas fiscais. Alguns desses projetos são:

Projetos Lula de arrecadação: viabilizar medidas para elevar receitas.

·       Taxação de fundos exclusivos (fechados para alta renda, que têm tributação diferente dos demais fundos de investimento) e offshore (contas no exterior, geralmente em paraísos fiscais). A arrecadação com essa tributação, de cera de R$ 4 bilhões, foi desenhada para compensar o aumento na faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPJ), para R$ 2.640. A compensação é exigência da LDO deste ano;

·       Tributação dos fundos exclusivos e do Juro sobre Capital Próprio (JCP). O JCP é uma forma de as empresas distribuírem lucros aos acionistas. São medidas para arrecadar cerca de R$ 15 bilhões no ano que vem e ajudar na meta de zerar o déficit.

Pontos críticos no vai-e-vem do Projeto:

·       A Câmara rejeitou uma mudança desejada por vô Lula que era o cálculo da inflação que serviria de base para o arcabouço fiscal no próximo ano. O Governo queria permissão para enviar , na proposta de Orçamento de 2024, o valor das despesas considerando a projeção da inflação até o fim do ano – e não apenas nos 12 meses encerrados em junho. Isso abriria espaço fiscal de até R$ 40 bilhões de investimentos no Orçamento de 2024 para o Executivo. Mas o governo montou um plano B, enviando uma mudança na proposta da LDO com o mesmo teor, e isso deve ser suficiente para montar o Orçamento de 2024 considerando esses valores.  

Enfim, o problema são os entraves e os jabutis das Casas (Câmara e Senado). E daí vem a embolada política e suas eternas negociações. Muito diálogo!

terça-feira, 22 de agosto de 2023

Método analógico para problemas digitais.

Como separar os filhos dos celulares? Como impedir que um hábito vire vício? Como retirar a realeza do celular em casa?

É uma guerra de ameaças, previsões apocalípticas e chantagens rasteiras. Mas o barraco doméstico virou outra rotina repetitiva/desgastante e não solução eficaz. O telefone se tornou uma prótese das mãos.

Pode parecer contraditório usar tecnologia para combater tecnologia, mas, em tempo de inteligência artificial, o mais sábio é fazer as máquinas lutarem entre si. Existe um método eficaz. Aliás, dois métodos.

Apps (software) instalados que servem de agência de espionagem ambulante: revelam a localização, mostram itinerários percorridos e entregam os sites visitados. Tem até um timer para os apps nocivos: deu aquele tempo predeterminado e tchuns, os TikToks da vida somem. Culpa? As big techs fazem o mesmo com todos nós, e a gente não está nem aí. E, afinal, é obrigação dos pais evitarem que seus filhos se tornem cracudinhos digitais.

E há outro método bem mais ardiloso e eficaz. “Óbvio que o seu filho nunca vai largar o celular se você vive atracado ao seu. Filhos se educam com exemplos, não com discursos. Come logo a salada!”.

Enfim, podem até ter coroa de rei, mas nenhuma majestade fica no trono quando existe um controle parental vintage e analógico. O limite dos pais ainda supera as barreiras dos apps.  

Personagens fictícios.

 “Nascemos com as sementes do bem e do mal, mas como elas vão germinar, crescer e dar frutos depende de uma série de fatores que irrigarão a nossa existência. Portanto, por mais força que o componente biológico tenha na formação da personalidade, as experiências vividas e o aprendizado contribuem para a equação final, sempre dinâmica”.

Emergência de um grande hospital, madrugada.

·       Paula: briga com o namorado; altos e baixos; escândalo; inquieta; uma linda mulher. Entra numa crise após a outra, até a reconciliação seguinte.

·       Marcos (o pai): extremamente metódico; detesta mudanças; ama rotina;

·       Sandra (a mãe): sensual e exuberante; faz da vida um palco; jeito espalhafatoso; gestos teatrais; dramática;

·       Fernanda (irmã gêmea): tenta passar sem ser notada; bela; é tímida; sente-se rejeitada por todos; escreve poemas; vidinha caseira; sem grandes emoções;

·       Eduardo (o chefe da emergência): jovem, boa-pinta, teve uma ascensão meteórica; o cara que consegue resultados rápidos e sem grandes esforços; seu jeito de culpar o grupo pelos erros e guardar os elogios só para si; homem interessante;

·       Sônia (enfermeira): aceita calada as humilhações; currículo impecável mas acha difícil conseguir um emprego; aceita os encontros às escondidas com Eduardo; faz vista grossa para suas escapadas. Sua distração é conversar com a missionária;

·       Ana Cristina (Luz do Sol, a missionária): nome místico por ter tido uma revelação; é terapeuta holística; cria 5 gatos; oferece cura espiritual nas enfermarias; jeito excêntrico; cada dia com uma cor diferente; figura popular.

·       Osvaldo (administrador do hospital): não tira os olhos da missionária. Vigilante. Desconfia de tudo e de todos. Não gosta de brincadeiras. Enxerga inimigos nas sombras. Fama de encrenqueiro. Quem não cumpre suas ordens acha que deseja prejudicá-lo; implica até com um lápis fora do lugar; vive às turras com os vizinhos;

·       Ronaldo (novo laboratorista): barba por fazer, cara de poucos amigos; não considera ter amigo algum; “homem-bomba”; adora o turno da madrugada; passa os plantões sem falar com ninguém; esquisito, mas não liga; mora sozinho, só sai de casa para trabalhar; gosta de jogar videogame de guerra e de navegar em sites que pregam a decadência da raça humana;

·       Rodrigo (colega de escola de Ronaldo): colava nas provas, trocava de namorada como quem troca de roupa, legião de jovens viúvas; sofria bullying, “ET”, “retardado”; expulso por vender drogas. Sedutor, incrível capacidade de convencer as pessoas a fazerem o que ele quer; envolveu num escândalo de corrupção; sempre rodeado de lindas mulheres; sempre em busca de novos prazeres. 

Todos esses personagens fictícios reúnem traços de um ou mais transtornos de personalidade. Quando caem no senso comum, surgem as definições populares, muitas carregadas de estereótipos e preconceitos. É o “cabeça dura”, de “maus bofes”, de “gênio difícil”, o “esquisitão”, a “pipa avoada”, o “pavio curto” e tantos outros rótulos. Mas por que eles são assim? E por que esse jeito de ser é considerado prejudicial? Tem um nome...

Personalidade = temperamento + caráter.

Personalidade: é o resultado da combinação e da interação entre dois componentes: o temperamento e o caráter.

- o temperamento: é herdado geneticamente e regulado biologicamente. É a predisposição biológica para as sensações, motivações e reações automáticas no plano emocional. Ele é a base do nosso humor, o ingrediente que nos dá o tempero e o colorido emocional, permanecendo relativamente estável ao longo da vida. Isso significa dizer que a nossa herança genética não se limita apenas à cor dos olhos, dos cabelos ou da pele, à estatura, aos distúrbios metabólicos e, às vezes, às malformações físicas. Ela também influencia nossas tendências e respostas comportamentais. Desde os primeiros anos de vida, podemos observar o “gênio” de uma criança, isto é, a maneira peculiar como ela percebe, sente e reage às experiências. Umas são mais tolerantes a frustrações, outras são tímidas, há as extrovertidas, as ansiosas, as calmas, enfim, cada uma tem sua natureza no plano emocional.  

- a primeira tentativa de estabelecer uma classificação para o temperamento foi a de Hipócrates, o pai da medicina, Grécia Antiga. Ele partiu do princípio de que os 4 fluidos essenciais do corpo humano regulariam as emoções: sangue, bile, fleuma e bile negra.

- assim, de acordo com a predominância de determinado fluido, os indivíduos seriam, respectivamente, classificados como sanguíneo, coléricos, fleumáticos ou melancólicos. Cada um desses temperamentos expressaria algumas tendências em termos emocionais e comportamentais

- uma das definições de temperamento mais aceitas atualmente é a das 4 dimensões: evitação de danos, busca de novidades, dependência de recompensa e persistência (do psiquiatra americano Robert Clominger, 1990). Cada pessoa pode apresentar uma ou mais dessas dimensões, em maior ou menor grau. E esses temperamentos também tendem a ser mais ou menos adaptativos e a se sobressaírem ou a se retraírem de acordo com a situação. 


- o caráter: está ligado à relação do temperamento com tudo o que vivenciamos e aprendemos na relação com o mundo exterior. Basta observar a personalidade de gêmeos monozigóticos. Eles têm bagagens genéticas idênticas, mas interagem, apreendem e assimilam fatos e situações de forma única. Não raras vezes, chagam a nos surpreender com reações opostas em determinada circunstância.

Enfim, a personalidade é considerada uma organização dinâmica, resultante de fatores de ordem biopsicossocial. É a nossa forma de sentir, pensar, nos comportar, o nosso jeito de ser, aquilo que nos diferencia uns dos outros.