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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

sábado, 29 de junho de 2019

O relógio da aprendizagem.


Não existe apenas um, mas vários tempos. Existe o tempo natural, o tempo geológico, o tempo histórico, político e social; há o tempo de Deus, o tempo técnico-científico e informacional (que é um clique só). E existe o tempo de aprender, que é o tempo pedagógico. Se não há uma, mas várias temporalidades, logo, Albert Einstein está correto: o tempo é relativo. Para cada tipo de tempo, há um relógio. Existe o relógio biológico, a ampulheta (que é o relógio de areia), o relógio atômico, o relógio de Sol, o relógio de pulso, de bolso, digital. Existe o meu, o seu e o nosso relógio: “o relógio da aprendizagem”.

O “relógio da aprendizagem” tem um tempo pedagógico próprio. Seus ponteiros são subjetivos, e a passagem é marcada pela vivência marcante – só fica aquilo que realmente toca, o tic-tac sensível. Enquanto o tempo passa lá fora, o “relógio da aprendizagem” marca o tempo daqui de dentro (não é só o tempo que passa, nós que passamos – uma consciência do devir). Todo aprendizado é bom quando parece que o tempo passa rápido demais (aprende que nem se nota). Por isso que o “relógio da aprendizagem” é dinâmico, mas nunca automático. É dinâmico porque é bom, não porque é controlador. Por isso que, também, a demora na Educação não é um bom sinal. Esse tipo de demora é atraso mesmo, excesso de paciência, sinal de que está enrolando, enganando, não cumprindo com as promessas em hora marcada, fazendo esperar demais. Irresponsabilidade que causa impacto, gera angústia e inquietude nos professores, coordenadores e alunos. Em toda a comunidade escolar! Esse é o tempo político-cultural...

Segundo Roberto Sidnei Macedo:

“Partimos da premissa de que o tempo que, predominantemente, organiza a formação na escola é um *tempo de significado autoritário* e reduzido a uma certa reprodução cronológica. É um tempo que joga contra a singularidade, a itinerância-errância do aprender e a inventividade, por consequência. Não é um tempo que possibilita o processo de autonomização de quem aprende e se forma. É um tempo-controle que intensifica a burocratização do aprendizado e facilita a alienação no desejo do outro instituído, ou melhor, do Estado-controlador. Essa temporalidade dificulta a emergência dos tempos heterogêneos, vividos, negociados, portanto, do trabalho democrático e responsabilizado com os tempos humanos e institucionais. Nega-se de forma policialesca o direito ao tempo para o devaneio [...] Trivializa-se e rotinariza-se o tempo, fabrica-se o tédio da repetição e planta-se o beijo da morte no tempo que se necessita para nutrir/oxigenar a aprendizagem do exercício da construção de espíritos improgramáveis” (MACEDO, pp. 119-120).

O tempo tem que está a serviço do nosso aprendizado, e não o nosso aprendizado a serviço do tempo institucional. Nosso? Sim! Meu, seu, do aluno, do professor e do coordenador em formação. Sendo assim, não adiantaria “um modelo de rotina”, único e padronizado, para a educação infantil, mesmo que repleto de “boas” intenções e coisas que não deem tempo de garantir o tempo vivo, isto é, momentos fecundos de experiência, aprendizado e construção de conhecimentos. Ou seja, o professor e o aluno não se apressam para fazer tudo dentro de um tempo oficial, mas se acalma em fazer o suficiente que garanta o aprender. Mais do que bater todas as metas (a quantidade), é realizar com sentido e significado as poucas que derem tempo para viver (a qualidade). Logo, o relógio da aprendizagem soma e divide as quantidades, mas se compromete mais com a qualidade do ensinar.

Em outras palavras, os tempos subjetivos das pessoas (onde mora a historicidade de cada um) costumam estar inscritos de forma rígida no tempo das instituições (onde mora o poder como controle). Precisamos lutar para reverter isso, pois cada um tem o seu tempo de ensinar/aprender. O tempo institucional deveria estar sempre a serviço de um clima institucional que estimulasse a sincronização entre tempos cronológicos e tempos vivenciados, evitando automatismos, linearizações e a rigidez. “A dimensão temporal do processo de aprendizagem não se refere apenas ao tempo cronológico, mas a uma pluralidade de tempos que, literalmente, estão em jogo no cotidiano da vivência curricular” (Macedo citando Assmann, p. 120).

Por isso que Roberto Sidnei Macedo é de procedimento multirreferencial – ele sai “citando todo mundo” e tirando de cada um o que há de melhor. Um trabalho de garimpagem e lapidação preciosa. Compreendendo que o tempo sempre sofre esse empuxo imaginário, ele extrai uma crítica de Borba, 2004, ao relacionar tempo e obsessão na sala de aula e nas formações:

“[...] A primeira e principal coisa que faz um professor obsessivo é estabelecer a regra da intolerância temporal. O tempo para ele é parametrado, tudo se passa como no sistema de microensino de algumas décadas atrás em que se tinha cada momento de cada aula definido com antecedência, definido em minutos. O tempo controlado, medido, minutado, enquadrado resolve, é a chave da eficiência, ‘programática’, digo pedagógica, didática. É assim que para o obsessivo o maior pecado é deixar surgir alguma coisa não prevista” (Macedo citando Borba, p. 122).
Cronos Devorando um de seus Filhos, 1820-23, Francisco de Goya, Museu do Prado, Madri.

Mas, será por que o professor faz isso ou está habituado a isso? Culpa de Cronos? Sim! De Cronos como calendário mesmo! Oush, como assim? “Tomando o currículo instituído, este, predominantemente, é concebido de forma cronológica, levando em conta os dias do ano. Há uma quantidade de dias a ser cumprida e nesta quantidade enquadra-se uma quantidade de conteúdos. É o calendário que organiza temporalmente o currículo” (Macedo, p. 123). Assim, só uma formação consistente em ciclos poderia recuperar as características biológicas e culturais dos seres humanos, devoradas como filhos de Cronos-Calendário. As formações dignamente organizadas no calendário letivo devolveriam esses tempos/períodos tomados, tão variáveis e heterogêneos dos humanos (alunos, professores e coordenadores) aprenderem. Viveremos para ver Roberto Sidnei Macedo implantar esse ciclo de formações aqui?

Enfim, toda vez que escrevo me altero. E toda vez que você lê, você também muda. A finalidade de toda educação é justamente essa: a alteração e a mudança, sem tanta pressa de acontecer. Primeiro ela ocorre devagarzinho dentro de cada um de nós, ou seja, leva um certo tempo para isso. Depois ela quer transbordar. E esse “pra fora” também tem uma duração. A formação é isso: agir e pensar; ler e escrever sobre o que se vive, o porquê se vive e para quem se vive e, de algum modo, compartilhar tudo isso com o outro porque implica troca. Seja real ou virtual, algum tipo de encontro é indispensável. Está acontecendo, por exemplo, aqui e agora. Roberto Sidnei Macedo a chama de "com-versações curriculares", com três tipos de processos possíveis: 1) heteroformação: formação com o outro; 2) autoformação: reflexão sobre a experiência formativa; 3) metaformação: o próprio processo de formação proposto. 

A vida está agarrada ao tempo (é maravilhosa enquanto dura, um devir), assim como o tempo é o sentido da vida: efêmera. Viver é tempo de aprender com o outro sob múltiplas formas. Ambos passam nem rápidos nem vagarosamente demais, mas o suficiente para durar, pois, “educação por ciclos de formação é uma organização do tempo escolar de forma a se adequar às características biológicas e culturais do desenvolvimento de todos os alunos. Não significa, portanto, ‘dar mais tempo aos fracos’, mas, antes disso, é dar o tempo adequado a todos” (Macedo citando Lima, p. 123).  Ou ainda, não é um tempo cronológico instituído que deve nortear um currículo e uma formação, mas a cultura e a história biológica e cultural onde o desenvolvimento psicossocial do ser em aprendizagem se realiza (Macedo citando Wallon, p. 123-124).

E por falar nisso, que horas são agora? Ora, se o tempo é vida e depende do ponto de vista do observador, não acredito que alguém aprenda com fome. Assim, confesso que não há tempo melhor do mundo do que a hora de comer (livros e comida).

FOTOS: peça teatral “A Lenda do Gurugé”, apresentada na Creche Escola Rural do Gurugé (Voarte, 2018). 

quarta-feira, 12 de junho de 2019

11 Críticas e 1 Ressalva aos “Testes ABC”.

1.      São testes destinados exclusivamente para crianças. O propósito maior dos “Testes ABC” é verificar o nível de maturidade requerido para a aprendizagem da leitura e da escrita. Embora justificando que, esse nível não apresenta coincidência rigorosa com a idade cronológica, nem com a idade mental de cada aluno, o tempo todo ele é indicado ou direcionado a “crianças que procuram a escola primária”.
2.      Os testes discriminam os alunos em “maduros para aprender” e “imaturos”, estimulando a segregação escolar. “Isso ensejará nas escolas isoladas a organização de seções pelo nível de maturidade conhecida; e, nas escolas graduadas, a organização de classes seletivas, praticamente homogêneas”. Ou seja, a finalidade dos testes é “homogeneizar as classes que o tenham de fornecer, imprimindo-lhes ao trabalho maior rendimento”. Logo, eles criam um nó com a política de classes multiseriadas.
3.      Ameaçam a subjetividade e o processo de desenvolvimento individual. “É evidente que, assim se fazendo, o ensino se tornará mais racional, mais tecnicamente fundado, com economia de tempo e esforço...”.
4.      Rotula os alunos, e abrem precedentes para julgar a competência do professor. “Igualmente, terão inspetores e diretores, mais precisas indicações sobre a tarefa entregue a cada professor. O trabalho docente poderá ser, enfim, mais judiciosamente avaliado”.
5.      Tão importante quanto os resultados dos Testes ABC é o “ato da sua aplicação”. Aplicados por leigos ou pessoas sem treinamento especial, toda a eficiência prometida pelos Testes pode ser comprometida. Afinal, os “Testes ABC” não só apontam o nível de maturidade para ler e escrever, como também possíveis “desajustamentos”, podendo revelar inegáveis relações entre maturidade e linguagem, maturidade e dislexia, maturidade e disartrias. Isso pode implicar o problema seguinte.
6.      Os testes exigem o acompanhamento e avaliação por uma equipe multidisciplinar (psiscólogos, psicopedagogos, etc.). Pessoas leigas podem acabar rotulando os alunos de desajustados ou “com problemas” sem uma precisão clínica de cada caso. “Os Testes ABC como instrumento propedêutico de Psicologia Clínica, isto é, elemento útil à caracterização preliminar de casos de crianças com maiores problemas de ajustamento a que a escola deve dar atenção, tanto no plano propriamente didático, quanto pelo aspecto social e humano”.
7.      Os Testes ABC podem ser encarados como um simples conjutno de tarefas coletivas. Decorrente da falta de especialistas ou o acompanhamento por uma equipe multidisciplinar, os Testes ABC podem ser executados como um simples conjunto de tarefas sem muito sentido ou significado. “A aplicação, que é individual, permitirá que os mestres observem aspectos do comportamento emocional dos alunos, o que os alertará para os casos que desde logo reclamem cuidados especiais”. Ou seja, os “Testes ABC” são meios e não fins em si mesmos. Eles são “o esforço empregado na organização de meios que verifiquem a maturidade necessária à aprendizagem da leitura e da escrita”.
8.      O resultado dos trabalhos não pode ser descartado. “Por deixarem as provas registro gráfico, a todo o tempo serão possíveis confrontos elucidativos para o esclarecimento de dificuldades individuais na aprendizagem”.
9.      Um importante problema prático que a aplicação de testes de maturidade como esse levanta. ‘‘Como trabalhar com os alunos imaturos, ou o que fazer para que eles vençam as condições da imaturidade verificada?...’’.
10.  Os testes sugerem exercícios de prontidão, o que implica refletir se eles estão atualizados com os avanços das novas tendências da psicopedagogia moderna. Como medidas interventivas sobre as investigações, assinalam-se a utilidade de exercícios de valor compensatório ou corretivo. Aliás, resta questionar se os “Testes ABC” estão atlualizados com os avanços atuais dos estudos e descobertas no campo da psicogênese da língua escrita e falada. Afinal, o livro “Testes ABC” foi efetivamente produzido e apresentado em 1928 por Manoel Bergström Lourenço Filho, através de uma comunicação oficial para um público de educadores da época.
11.  E quando os Testes ABC denunciarem algo mais político, mais social, mais grave e mais profundo? Os resultados dos Testes ABC têm servido de base a importantes investigações relativas a condições de saúde e subnutrição, perturbadoras da aprendizagem. Ou ainda ao esclarecimento de problemas do nível econômico e social dos estudantes.

1.      RESSALVA: Os “Testes ABC” denunciam algo mais político, mais social, mais grave e mais profundo: as condições de saúde e subnutrição, perturbadoras da aprendizagem e os problemas do nível econômico e social dos estudantes. Esse é o ponto chave da localização do problema, tanto gerador do fracasso escolar quanto dos distúrbuios de aprendizagem.

Os Testes ABC despertaram minha atenção e me incentivaram ao estudo de questões de pedagogia experimental. *Apesar das críticas, eles não serão descartados. Pelo contrário, serão muito úteis na transformação que a Educação clama.* Serão ponto de partida para assumir o desafio de lidar com uma pergunta fundamental para todas as idades: Além do quadro e do professor, o que mais é preciso para aprender a ler e a escrever com eficiência?  



terça-feira, 11 de junho de 2019

Depois das críticas a pro-posição: o que você sugere para mudar essa realidade? Inspirado em Roberto Sidnei Macedo...

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Eleições diretas para Diretor e Vice-Diretor no Referencial Curricular Franciscano: democratizar o processo de política escolar e educacional no RCF.

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Veja em 7 tópicos gerais:

1.    Primeiro, elaborando Lei Municipal devidamente publicada em Diário Oficial do Município, em parceria com Sindicatos. Atendendo tempo hábil e legal para as eleições.

2.    Baixar uma normativa LEGAL com critérios sensatos das eleições para diretor e vice, dando total autonomia para cada comunidade escolar escolher por votação direta e com base nos resultados alcançados pela escola, bem como o projeto de ações e ênfase na melhoria da escola e na aprendizagem dos estudantes (com foco no PPP) que o diretor/vice apresentar em campanha aberta para a sua comunidade escolar (um plano de gestão administrativo e pedagógico com excelentes propostas).

3. Qualquer funcionário do Município de SFC com formação em educação e com requisitos básicos de habilitação ao cargo poderá se candidatar. Participam do processo de escolha funcionários, professores, familiares dos alunos (e os estudantes com mais de 16 anos, se houver na escola). O voto não é obrigatório, mas a eleição precisa garantir o envolvimento de todos.

4. Diretor e vice-diretor bem pagos, bem remunerados. Com atribuições bem claras em Regulamento das suas funções (devidamente acompanhado por órgão jurídico e Colegiado Escolar independente) e o dever de prestar contas (financeiras e laborais) dos resultados alcançados pela escola ao final da gestão. Cabendo ao diretor/vice fazer sua gestão sem elo partidário, uma figura de administrador público e independente. É importante que coordenadores pedagógicos, professores e agentes de apoio também sejam avaliados em proatividade das suas funções e que os resultados sejam apresentados pelo diretor/vice no balanço anual da sua gestão.

5.    Assim, a educação terá saltos expressivos de qualidade. E quem quiser fazer suas campanhas políticas, faça para lá, mostrando projetos e bons resultados dentro da sociedade e não no campo curricular da escola. A eleição afastaria o clientelismo e sua visão patrimonialista da educação e aproximaria o diretor das necessidades e dos anseios da comunidade escolar que, ao mesmo tempo, se sentiria  mais participativa. Os pais e a comunidade entenderiam melhor a democracia, que é votar enquanto comunidade voltada para as questões específicas da Educação e, a partir daí, ter as portas da direção abertas para recebê-los.

6.    Para libertar as pessoas, precisamos libertar primeiro a Educação! Vejo muito diretor e muito vice-diretor competente, capaz, angustiado, mas que não consegue ir além por causa de certas limitações. Por isso é interessante diretores/vices eleitos com critérios técnicos e não como representante do poder municipal. 

7.    Caberá à SEDUC fazer uma reforma profunda para oferecer duas coisas: A) IGUALDADE aos Diretores e Vice-Diretores Escolares e, desenvolver um trabalho voltado para B) EQUIDADE de suas comunidades escolares. Como assim?
Eu defendo a dignidade do Diretor e do Vice-Diretor Escolar no Referencial Curricular Franciscano (RCF)! A eleição do diretor escolar não é garantia de democratização, mas é uma condição para se ampliar a democracia na escola e nos sistemas de ensino.

Faltou um DIREITO de aprendizagem na BNCC: VOTAR - uma experiência cara que deveria ser aprendida pela vivência na escola, para as presentes e futuras gerações. Afinal, aprendendo a votar, fortalecemos a democracia local, estadual e nacional, correndo menor risco de eleger "novos Bolsonaros" para o poder. Outro desse daí? Livrai-nos Senhor! Nunca mais!

sábado, 8 de junho de 2019

Privatização escancarada...


O Governo voltou a arrecadar dinheiro com o 4º leilão de áreas do pré-sal: lá se foram mais três blocos! 

No leilão, foram oferecidos 4 blocos pela ANP (o bloco de Itaimbezinho, na Bacia de Campos, não recebeu propostas). Dessa vez, foram R$ 3,15 bilhões (pela venda imediata)! E quem participou do leilão? As maiores empresas de petróleo do mundo. Divididas em consórcio, 11 delas disputaram o bloco mais cobiçado: Uirapuru, na Bacia de Santos, localizada nos estados de PR / SC / SP / RJ (e também o bloco Três Marias). Há ainda o bloco Dois Irmãos, na Bacia de Campos (localizada nos estados de ES / RJ). No modelo de partilha, vence a disputa quem oferece ao Governo a maior participação no excedente da produção (neste caso, 75%). O “lucro óleo” é tudo o que sobra depois dos investimentos e dos custos para produzir petróleo.

Repare na imagem abaixo que a Petrobras foi derrotada nos dois blocos mais disputados, tendo apenas uma participação mínima (de 30%) em apenas um campo.

Conheça as empresas habilitadas para o leilão do Pré-Sal (o que estão fazendo com a nossa Petrobras?):

- ExxonMobil Exploração Brasil Ltda. - EUA
- Petrogal Brasil S.A. - Portugal
- Petrobrás - Brasil
- Petronas Carigali SDN BHD - Malásia
- Repsol Sinopec Brasil S.A. - Espanha
- Shell Brasil Petróleo Ltda. - Reino Unido
- Statoil Brasil Óleo e Gás Ltda. - Noruega
- Total E&P do Brasil Ltda. - França
- Chevron Brazil Ventures - EUA
- OP Energia - Brasil
- BP Energy do Brasil Ltda. - Reino Unido
- CNODC Brasil Petróleo e Gás Ltda. - China
- QPI Brasil Petróleo Ltda. - Catar
- CNOOC Petroleum Brasil - China
- Ecopetrol S.A. - Colômbia



terça-feira, 4 de junho de 2019

Só a partir de ontem, 03 de Junho, começamos a trabalhar para nós mesmos. Oush?! Está doido é? Como assim rapaz?


Pagamos o equivalente a 5 meses de trabalho em impostos durante 1 ano (1 mês desses foi para manter a corrupção)! O que isso quer dizer? Que quase metade do ano (até agora em junho de 2019, por exemplo), não trabalhamos para nós mesmos, estamos trabalhando para pagar (o quê?).

Ano puxado! Trabalhamos e produzimos muuuuito! Foi dureza até agora!!! Aguentou o ônibus lotado, trânsito infernal, cansaço e cobrança em cima de cobrança do patrão... Foi? Foi mesmo? Tudo isso sabe para quê? Pagar impostos, painho. Então, se para essa labuta toda tem um consolo desagradável, tudo o que produzimos até anteontem (02 de junho) foi só para pagar imposto. Conta do cão, neh? Perversa!

Sabemos, de fato, qual é o peso dos tributos nas contas? 07 em cada 10 trabalhadores (74% dos consumidores) não sabem quanto pagam em impostos (e a maioria dos empresários também não!). A carga tributária é alta em itens essenciais, como a gasolina e os remédios.

O que tivemos de volta disso tudo? Você costuma olhar a nota fiscal do supermercado para saber quanto pagou em impostos? 95% dos consumidores de forma geral sabem que é injusto, principalmente sobre a questão do retorno desses impostos em saúde, EDUCAÇÃO e segurança (onde realmente deveria ser fiscalizado).

A gente trabalha tanto que nem tem tempo para fazer as contas e prestar atenção nisso, neh? Essa pesquisa veio do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, que calculou o tempo que o brasileiro precisou para produzir esse ano para dar conta dos tributos que incidem sobre o patrimônio, rendimento e consumo (153 dias! Sendo 29 dias para custear a corrupção). O estudo também mostrou que o comprometimento da renda do trabalhador com o pagamento de impostos vem aumentando: em 2003 eram 36% da renda, agora em 2019 já bateu os 41%!

Por falar nisso, saláááário... Cadê você? Aparece vai... Quero te usar! Huehuehue







domingo, 2 de junho de 2019

Cresce a oferta e a procura por faculdades à distância. E onde fica a qualidade desse tipo de ensino?


 Dos 8 milhões de alunos que estão na faculdade no Brasil, quase 20% fazem o curso à distância. A estrutura da EAD é de uma emissora de TV completa. Há, estúdio, técnicos de áudio e vídeo. Uma única transmissão pode chegar até 250 mil alunos ao mesmo tempo (ou mais)! Algumas aulas, e todas as provas do EAD, são presenciais, em polos que são bases avançadas espalhadas pelo Brasil. A EAD no Brasil cresceu muito rapidamente, com promessas de facilidade, agilidade, praticidade e bons preços. Nos últimos 4 anos, o número de polos cresceu de 5.134 polos para 15.452 (veja no gráfico)!

Se fosse a minha primeira graduação hoje, eu jamais faria numa EAD. A interação entre aluno e professor raramente acontece. É verdade que as boas tecnologias estão aí, mas elas precisam estar a favor da boa formação de todos os profissionais como suporte, não como substituição. O que estão virando? Fábricas de diplomas.

Segundo o Censo da Educação Superior, 60% dos alunos de Pedagogia fazem EAD (e de História e Matemática são 40%). Estamos formando profissionais deficitários na sua formação, que terão grande repercussão negativa na qualidade do ensino quando eles se transformarem em professores.


A Ciência está a serviço da Vida ou da Morte?


É cada vez mais comum reportagem e série sobre temas científicos. Estudos e pesquisas são amplamente divulgados em rede nacional e internacional. Entretanto, será que é apenas a comunidade civil que é informada sobre isso?

Por causa das pesquisas, os cientistas já sabem muito (talvez até demais) sobre a floresta. Com o argumento positivo ou bom, de que a intenção é puramente conhecer a importância da floresta para o planeta e para as pessoas, vamos dissecando e o mercado explorando tudo. 

Quantas folhas caem da Floresta Amazônica por ano? 08 toneladas! Todas elas são repostas pela Natureza. É possível também fazer uma espécie de raio-x das folhas, isto é, os processos pelos quais elas passam dizem muito sobre como vai a vida na floresta, por exemplo, quanto de água e de CO2 entra e sai da folha. Com esses dados, são estimadas a transpiração, a fotossíntese e a respiração das folhas.

Também, é possível medir o quanto crescem os troncos das árvores e o desenvolvimento das raízes. Já se sabe que a Floresta Amazônica absorve 10% do gás carbônico (CO2) que atualmente é jogado no ar em todo o mundo (poluição que sai dos nossos escapamentos, chaminés de fábricas e pelo próprio corte da floresta)!

O INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia serve para o bem e para o mal. A ciência cada vez mais detalha cientificamente a Natureza, transformando-a em laboratórios a céu aberto. Mas, o que é feito com esses estudos e todo esse conhecimento? É utilizado pelo Governo para melhorar as políticas públicas e o Meio Ambiente ou usado pelas empresas para explorar e lucrar? Não se sabe ao certo se a Ciência está a serviço da vida ou da morte. Quem a patrocina quer retorno. E tem muito país estrangeiro, muitas multinacionais com seus tentáculos sobre a Amazônia e o resto do Brasil.

Nesse imenso mundo verde, qual é de fato o papel da floresta no clima do planeta? Nós não temos noção do quanto nossas vidas são influenciadas pela Amazônia. Produz chuva, manda umidade, regula o clima do planeta, fixa carbono colocado por nós na atmosfera, etc. Se ela parar de fazer tudo isso, entre 30 e 50 anos teremos um cenário de filme de terror: floresta mais seca, com solo arenoso, vegetação mais baixa e espaçada.

sábado, 1 de junho de 2019

Exemplo 1: “Terras Raras”.


Estados Unidos de olho nas chamadas “terras raras” do Brasil.

Guerra comercial entre China e EUA ganha mais um capítulo. China ameaça diminuir acesso de americanos a "terras raras" – grupo de 17 minérios importantíssimos utilizados na indústria da tecnologia (equipamentos como drones, veículos espaciais, satélites, turbinas de aviões, armas militares, motores de carros elétricos, Smartfones, etc.). 80% desses minérios que abastecem a indústria americana saem da China.

Depois da China, o Brasil tem, ao lado do Vietnã, a segunda maior reserva desses minérios, mas não está entre os maiores produtores, fica na 9ª posição, com apenas 1000 toneladas por ano. Agora, 03 empresas americanas estão construindo fábricas de processamento de “terras raras” – uma será inaugurada no ano que vem, e a outra só no ano de 2022.



Exemplo 2: “A maior floresta tropical do mundo!”.


Quanto pesa toda a vegetação da Floresta Amazônica?

Um novo mapeamento foi capaz de produzir imagens de todos os ângulos da maior Floresta Tropical do mundo. Além da copa das árvores, as imagens são capazes de gerar dados sobre o tamanho das folhas, dos galhos, dos troncos e o relevo do solo. Agora se tem uma base de dados gigantesca que permite até o cálculo da biomassa da Floresta Amazônica, ou seja, quanto pesa toda essa vegetação.

Metade de todo esse material existente na floresta é carbono, que as árvores absorvem para se desenvolver. Com o corte da mata, esse carbono é liberado, reage com o ar e se transforma em dióxido de carbono (CO2), o gás forma uma espécie de cobertura no Globo Terrestre e provoca o aquecimento do planeta (muito calor e fumaça).

No caso do Brasil, 42% de toda a poluição que pode influenciar o clima é consequência do desmatamento. É o dobro do que todo o setor de energia produz (que inclui a queima de combustíveis fósseis pela frota de veículos em geral) e é 9x mais do que produz todo o setor industrial brasileiro.

A última estimativa de desmatamento da Amazônia feita pelo Inpe, entre agosto de 2017 e julho de 2018, indica que houve uma perda de 7.900 km2 de floresta (isso é 5x o tamanho da cidade de SP!). A taxa mais alta desde 2008!!!



Exemplo 3: SAGA:


E Bolsonaro quer entregar esse tesouro aos Estados Unidos...

80% de toda a água da Amazônia a gente não vê. É uma água subterrânea, que forma o maior reservatório de água do mundo: o SAGA (Sistema Aquífero Grande Amazônia). Ele é capaz de abastecer o planeta por 250 anos, e supera o aquífero Guarani. Ele começa nas Cordilheiras dos Andes, no Equador e chega até o Pará (3000 km de extensão).

Hoje, nós já temos no planeta mais de 1 bilhão de pessoas que sofre com a falta de água. Ela passou a ser um fator estratégico, decorrente da sua importância econômica. É nossa, e não pode ser entregue às grandes corporações por Bolsonaro!