“Toda doença começa no
intestino” (Hipócrates, pai da
medicina, 2000 anos atrás).
O intestino não tem apenas as funções de digestão e excreção das fezes. É
também responsável pela absorção dos nutrientes, produção hormonal, síntese de
neurotransmissores, eliminação das toxinas e imunidade. Existe uma ligação
estreita entre o intestino e o cérebro: substâncias produzidas no intestino
impactam o humor, os níveis de estresse, a ansiedade e a depressão.
A responsabilidade disso tudo é da nossa microbiota (flora intestinal).
Ela é o conjunto dos microrganismos que habitam o nosso corpo: bactérias,
fungos, vírus, parasitas. Temos microbiota no intestino, na pele, nos pulmões,
na vagina. Como o intestino concentra a maior parte das bactérias, a saúde
intestinal afeta a saúde como um todo. Todas as doenças crônicas têm alguma
relação com alterações na microbiota intestinal.
Nesse nosso ecossistema existem as bactérias do bem (que produzem
substâncias importantes para a digestão, absorção de nutrientes e para
equilibrar vários processos do organismo) e existem as bactérias do mal (que
podem causar doenças). Nossa saúde depende do equilíbrio entre esses dois
polos: o desequilíbrio dessas bactérias (excesso de bactérias do mal) tem o
nome de disbiose, relacionada a
várias doenças: inflamação crônica, síndrome metabólica, infecções de repetição
(sinusite, infecção urinária, candidíase, cistite), obesidade, doenças
inflamatórias gastrointestinais e articulares, diabetes, problemas de pele,
alergias, depressão, ansiedade, doenças autoimunes, doenças cardíacas e no
fígado, Parkinson e Alzheimer. A principal causa da disbiose é um estilo de
vida pouco saudável: má alimentação, sedentarismo, estresse, consumo de álcool
e tabaco, e o uso de medicamentos: antiácido, antibióticos, anti-inflamatórios
e corticoides.
São sintomas da disbiose: azia, má digestão, gases, distensão abdominal,
gastrite, refluxo, cansaço crônico, alergias, intolerâncias alimentares,
doenças autoimunes, dores crônicas.
Daí a importância da alimentação: tudo o que comemos e bebemos vai
alimentar bactérias do bem ou do mal.
Existem alimentos que favorecem o
crescimento das bactérias do mal: açúcar, doces, sorvete, gordura saturada (presente nos alimentos de
origem animal, como carne, bacon, linguiça, embutidos) e excesso de proteína
animal.
Existem alimentos que estimulam as
bactérias do bem: frutas, legumes, hortaliças,
raízes, grãos integrais, sementes, castanhas...
Portanto, adote hábitos mais saudáveis: alimentação que priorize legumes,
frutas e produtos frescos, prática regular de atividade física, controle do
estresse e melhora da qualidade do sono.
Enfim, o alimento é muito mais do que caloria: ele é
informação para o organismo, ele conversa com o DNA através dos nutrientes,
trazendo saúde ou doenças. No intestino, as bactérias ajudam a digerir,
metabolizar e absorver esses nutrientes.
A vitamina B12 é muito importante para o nosso organismo, pois ela
está envolvida na formação das nossas células sanguíneas e atua diretamente sobre o sistema nervoso, ajudando na formação dos neurônios. Outra vitamina
essencial para nossa saúde é a vitamina D, responsável por fortificar nosso
sistema imunológico.