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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

sexta-feira, 30 de junho de 2023

Um mergulho na Juventude brasileira.

 

A nova juventude brasileira é uma geração sem tabu. A turma não se curva às tradições e se sente mais à vontade para cutucar vespeiros.

A juventude é a janela de tempo compreendida entre a infância e a vida adulta, ou seja, dos 16 aos 24 anos – logo, a nossa nasceu no início deste século. Essa transição foi marcada de diferentes formas na história das civilizações, geralmente com ritos de passagem em que, de uma hora para outra, meninos e meninas assumiam responsabilidades que cabiam aos mais velhos.

E não se reconhecia (reconhece) fase tão marcante na existência dos indivíduos que essa dinâmica juventude. Ela se manteve praticamente inalterada até o século XX, quando ganhou uma característica bastante singular – uma turma de pouca idade precocemente constituindo famílias e estreando no mercado de trabalho. Ou seja, a invenção da juventude tal qual a conhecemos só veios a se sedimentar após a II Guerra Mundial, quando as primeiras vozes dessa faixa etária, massacrada no conflito, se elevaram e conquistaram espaço. A partir daí, transcorreu um período no qual rebeldia e transgressão formaram um caldeirão tão potente que eles, os jovens, assumiram de vez o leme das transformações sociais, culturais e políticas. E o mundo nunca mais foi o mesmo.

Um ponto essencial que caracteriza a nossa nova juventude é a determinação de deixar por terra vários tabus arraigados em outros estratos da população. No geral, eles têm a cabeça aberta, afeita à tolerância e à diversidade em seu sentido mais amplo, e são menos amarrados a convenções que tanto balizaram as últimas décadas, seja no trabalho, seja no campo das relações familiares e amorosas.


Vejamos algumas outras características da juventude do Brasil atual:

·       Fica mantido o DESEJO DE CHACOALHAR VALORES preestabelecidos;

·       Eles simplesmente encaram A VIDA COMO ELA É – e joga luz em assuntos que fogem do figurino comum;

·       Tem como lema FALAR É PRECISO, pois, enfrentando depressão e ansiedade, costumam romper o silêncio que ainda ronda os males da mente;

·       São ULTRACONECTADOS. Isto é, não da para compreender o jovem moderno sem entender o seu entorno, bombardeado por uma quantidade de estímulos muito maior do que as gerações anteriores;

·       Tem VISÃO LIVRE NO CAMPO DA SEXUALIDADE. Superando em 4x a média nacional, eles se declaram bissexuais ou pansexuais (aqueles que se veem atraídos por gente de todos os gêneros e orientações sexuais). E se declaram, pois para eles é libertador não se esconder – um legado da nova geração. Eis aí o avanço civilizatório – eles relatam não terem sentido nem culpa nem preconceito ao virem à luz do jeito que são.

·       Não segue modelos rígidos de hierarquia e tem uma maneira própria de encarar o sucesso, entrelaçada com a ideia de felicidade.

·       Os laços matrimoniais também não são vistos como algo determinante para essa turma, que, ao contrário de outras faixas, dá menos importância ao tradicional enredo de casar e ter filhos – para muita gente, uma linha quase que obrigatória;

·       Eles também são mais incidentes em admitirem a possibilidade de um relacionamento aberto do que o restante dos brasileiros (8% versus 2%);

·       A grande revolução sexual que aconteceu nos anos 1960, com a pílula, a contracultura, o feminismo e o movimento hippie trouxe hoje o resultado de anos de luta que se aprofundou ao longo do tempo. Os jovens, que naturalmente têm menos compromisso com filhos e família, podem e querem se abrir a essas experiências. Ou seja, as gerações que os antecederam (a era dos hippies e os movimentos feministas), evidentemente, deixaram bem plantada a semente da mudança, que germina agora como nunca antes;

·       É uma geração com uma maior abertura para se posicionar sobre qualquer assunto e com menos preconceitos diante de todos os aspectos da vida. Nos dias de hoje, o que pega mal para eles são os prejulgamentos (resta saber se são leitores vorazes e maduros os suficientes para escolher e defender posições acertadas sobre temas tão amplos e complexos, como a descriminalização da maconha e a liberação do aborto). Aliás, motivo de tantos conflitos entre pais e filhos, o uso de drogas é encarado com mais naturalidade pela geração Z – 1 de cada 5 indivíduos entre 16 e 24 anos se revela a favor da descriminalização da maconha, índice acima da média nacional.

·        As causas ambientais e sociais costumam incendiar esta geração;

·       Para eles, o ativismo se dá em boa medida nas redes, ambiente onde o jovem se sente à vontade para fazer amigos e cancelar sem dó quem se posiciona de maneira contrária a ele;

·       O universo virtual é o preferido para tecer contatos de todo gênero;

·       O trabalho remoto prevalece sobre o presencial no gosto dessa turma. Aliás, o futuro profissional é uma incógnita que paira sobre suas cabeças e os angustia – “atualmente, há muito mais incertezas no horizonte de quem está percorrendo a travessia para a vida adulta, pois o mercado de trabalho não tem mais as mesmas garantias de antes”;

·       A saída arquitetada pela maioria é se tornar dono do próprio negócio. Costumam não ter a mesma satisfação pessoal em um emprego comum. Desejam trabalhar de qualquer lugar do mundo (montar uma agência de intercâmbios, por exemplo);

·       São muito atraídos pelo AMOR SEM CULPA. Mesmo os que cresceram às voltas de uma ideia inescapável de futuro – casar e ter filhos, a suposta única forma de ter “uma família abençoada”, costumam mudar radicalmente a rota (“hoje, tenho relacionamentos com diversos gêneros, exercendo o amor sem culpa”);

·       PORÉM, viver imerso neste terreno de altas trepidações e instabilidades tem suas consequências – e elas vêm sendo mensuradas. A prevalência de ansiedade e depressão é maior entre a população que se aproxima da vida adulta.

·       Uma das grandes fontes de insegurança juvenil é com o próprio corpo. Porém, 51% dos jovens já procuraram ajuda de um profissional para cuidar da saúde mental ou cogitam fazê-lo. É preciso cutucar esse tema (o que não é problema para eles).

Enfim, se é bom combater a cultura de não falar sobre certos assuntos espinhosos, falemos! E vamos falar de forma democrática e construtiva, de modo a criar uma rede saudável de apoio. Afinal, assim vai caminhando a jovem parcela da humanidade, cada vez mais disposta a derrubar tabus.

Sofismas ou piruetas retóricas.

As manhas de Raul Araújo, o ministro do TSE, que votou contra a inelegibilidade de Bozo:

·       “O capitão mentiu sobre o sistema eleitoral, mas alegou que isso não seria grave o suficiente para justificar uma punição”.

·       Eufemismos caprichados ao descrever a conduta do ex-presidente: “classificou suas acusações falsas como meros ‘excessos verbais’. “Nem todo o discurso veiculou afirmações inverídicas”, ou seja, uma autoridade pode mentir à vontade, desde que tempere as lorotas com pitadas de verdade?

·       E que tal dizer que não ver “relação de pertinência” entre o ataque de Bolsonaro às urnas e a minuta de golpe apreendida com seu ex-ministro da Justiça? Ora, como dizer isso quando se concorda com a inclusão do mesmo documento no processo?

·       Ao defender a absolvição de Bolsonaro, Araújo citou 8 vezes o princípio da “intervenção mínima”. Disse que a Justiça só deve interferir no processo eleitoral em casos extremos. O TSE não existe para cassar mandatos?

Chega de levezas! O TSE já declarou a inelegibilidade de centenas de políticos por crime “de impacto e gravidade muito menores”. A eventual absolvição de Bolsonaro teria consequências perigosas. Admitindo esse comportamento, daí em diante tudo se torna possível. E desastroso!

É falso afirmar que Bolsonaro cometeu simples “excessos” numa reunião corriqueira com embaixadores. Seu discurso fez parte de uma campanha sistemática para desacreditar o sistema eleitoral. O objetivo era radicalizar o eleitorado e criar ambiente para um golpe.

Enfim, a tática passou pela incitação de um estado de “paranoia coletiva”, o que ajuda a entender os fanáticos que se fantasiaram de patriotas para invadir e depredar prédios públicos em Brasília.

Censo do IBGE – 2022.

Balanço dos primeiros resultados.

·       O Brasil tem 203 milhões de brasileiros e brasileiras.

·       09 capitais perderam habitantes (entre 2010-2022).

- o RJ perdeu quase 110 mil moradores.

- também encolheram: Belo Horizonte, Vitória, Salvador, Recife, Fortaleza, Natal, Belém e Porto Alegre.

·       A natalidade vem diminuindo e a longevidade aumentando no Brasil.  

·       Há uma diminuição do tamanho das famílias.

·       O aumento na demanda por residências unipessoais.

·       O medo da violência.

·       A precariedades das condições habitacionais.

·       Oficialmente, o Brasil perdeu quase 704 mil para a Covid-19.

Enfileirando os motivos, devemos a queda no número de habitantes à Covid-19, às doenças da pobreza, mas também às más condições econômicas e à violência. O valor do aluguel e a carestia, diante da renda precarizada pelo trabalho informal, expulsam a população da metrópole, um êxodo detectado. Muita gente que migrou para municípios menores ou cidades de origem durante a pandemia não voltou. O mercado de trabalho também se transformou, e outras regiões tornaram-se mais prósperas, caso da cadeia do agronegócio no Centro-Oeste.

Tudo posto, significa que o novo desenho da sociedade brasileira demandará novas políticas em habitação, trabalho, transporte, saúde, previdência e assistência social, educação. As crianças, em número cada vez menor, precisarão de formação exemplar; os adultos, de mais qualificação; os idosos, de oportunidades de trabalho e cuidados. As cidades terão de ser mais generosas; o transporte, eficiente e breve; as autoridades, competentes.

Enfim, dados que mostram os escombros de uma conjuntura nefasta que combinou crise fiscal aguda, esvaziamento econômico intenso, empobrecimento galopante, insegurança crônica e a má gestão da pandemia. O país de Lula precisa sair da zona de sombra de Bolsonaro sobre seus filhos e filhas. Uma barbaridade!

quarta-feira, 28 de junho de 2023

Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+...

 










Julgamento de Jair Bolsonaro.

 ·       Voto 1 (de Benedito Gonçalves, ministro e relator da ação dos embaixadores). Voto pela condenação do ex-presidente por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação e a consequente inelegibilidade por 8 anos. Ao atacar, sem provas, o sistema eleitoral, o ex-titular do Palácio do Planalto adotou um comportamento “nocivo” para a democracia e “violou ostensivamente” os deveres do cargo de presidente da República. O ex-presidente foi o responsável intelectual e material pela reunião com embaixadores em 18 de julho de 2022, no Palácio da Alvorada. Na ocasião, Bolsonaro fez uma série de acusações infundadas às urnas eletrônicas, além de ataques a ministros da Corte e do Supremo Tribunal Federal (STF). Liberdade de expressão não alberga fabricar teorias conspiracionistas sobre fraudes eleitorais. Fatos apurados nesta ação foram nocivos para o ambiente democrático – uma “banalização do golpismo”. Afinal, nunca houve fraudes desde que as urnas eletrônicas foram implementadas, em 1996, um sistema que é “exemplo para o mundo, o que desagrada quem nutre projetos autoritários”. O discurso de Bozo “atacou as instituições eleitorais” e isso contribuiu para “inquietar ânimos pessimistas com relação à legitimidade do pleito”. “O presidente, sim, talvez, em um tom inadequado, ácido, excessivamente contundente, fez colocações sobre o sistema eleitoral brasileiro, sobre aprimoramentos necessários sobre o sistema de colheita de votos (disse o advogado na quinta-feira passada). Enfim, não colou! Que venham os outros votos dos 6 ministros da corte!  


G20 e uma boa agenda.

 O meio digital formou as maiores companhias do mundo em pouco tempo, com capacidade de transformar a essência de todos os outros setores, capturando a atenção da sociedade e chegando ao ponto de ameaçar democracias.

Países emergentes nunca estiveram adequadamente representados na governança e discussão econômica global. Nasceu o G20 (19 países + União Europeia), em 1999. O grupo representa hoje cerca de 65% da população mundial, 79% do comércio global e pelo menos 85% da economia mundial.

Para que estejam bem representados na fita, é preciso prover líderes com estudos de qualidade e impacto. No caso da Agenda da Presidência Brasileira, é possível que estejam presentes os seguintes temas:

- segurança alimentar e nutricional;

- combate à pobreza e à desigualdade;

- combate a todas as formas de discriminação;

- empoderamento feminino;

- questão ambiental;

- biodiversidade e mudança climática;

- reforma da governança multilateral e do sistema financeiro internacional;

- financiamento sustentável.

Como varrer o lixo da Internet?

É preciso varrer o lixo eletrônico que circula na Internet por meio das grandes empresas de tecnologia. São anúncios irregulares na rede que afetam tanto consumidores (reembolsos impossíveis, curas milagrosas, juventude eterna) quanto cidadãos (corrosão da própria democracia).

Essas mentiras políticas e patranhas empresariais botam nas Big Techs a necessidade de filtrar o que levam à rede. Afinal, há anos elas oscilam entre a arrogância e o descaso.

E por falar em lixo na Internet (e também na vida real), vamos confrontar o ser virtual e ser real, trazendo aqui o bolsonarista típico, aquele que fala grosso na internet, mas afina na hora de assumir seus atos. Quando olhamos para os militares golpistas, mas em trajes civis, são salvos apenas pela farda. Enfim, será que o TSE vai amarelar como as CPI’s?

Enfim, como varrer o lixo da Internet? Fazendo cumprir decisões judiciais, mas, ainda é pouco. E nem se trata de censura de ideias. Basta que haja uma multa. Quanto mais demorar para atender à reclamação da vítima, maior o montante. Pronto!

 O meio digital formou as maiores companhias do mundo em pouco tempo, com capacidade de transformar a essência de todos os outros setores, capturando a atenção da sociedade e chegando ao ponto de ameaçar democracias.

terça-feira, 27 de junho de 2023

Nova batalha nas Redes.

  O meio digital formou as maiores companhias do mundo em pouco tempo, com capacidade de transformar a essência de todos os outros setores, capturando a atenção da sociedade e chegando ao ponto de ameaçar democracias.

“Os bolsonaristas têm a narrativa deles. A gente tem que ter a nossa, e dar sentido para a militância se engajar digitalmente nesse contra-ataque” (Jilmar Tatto, secretário de comunicação do PT).

Já é hora de o PT preparar uma nova geração para o contra-ataque virtual de combate a bolsonaristas nas redes. Já vimos que o volume de ataques é grande, acompanhado de muita desinformação e teorias da conspiração. Não será nada fácil enfrentar propagadores locais de publicações negativas. Afinal, a gente se percebe sofrendo opressão de uma força que não conseguimos ver.

Como surgem as correntes de notícias falsas que miram a esquerda? Quem são os principais bolsonaristas propagadores desse conteúdo? Como os filiados podem rebater as narrativas?

Algumas estratégias:

·       Entender com mais lucidez como funciona esse ecossistema de desinformação, isto é, essa corrente bolsonarista contra a esquerda;

·       Traçar uma linha cronológica com as principais correntes de desinformação contra o PT, os comunicadores do bolsonarismo e alguns financiadores de think tanks (organizações que produzem e disseminam conteúdo) ultraconservadoras;

·       Os principais nomes da “bancada da nova direita” que enfrentaremos serão: Eduardo Bolsonaro, Damares Alves, Bia Kicis, Nikolas Ferreira, Ricardo Salles, Gustavo Gayer e Sergio Moro;

·       Por exemplo: uma das teses que mais engajaram os evangélicos foi a de que o PT fecharia templos e perseguiria religiosos caso voltasse ao poder (outras virão).

·       Evitar e combater publicações pejorativas que “grudem” na reputação da sigla do PT como houve com o tema da corrupção nas últimas duas décadas, após os escândalos de mensalão e Lava-Jato;

·       Precisamos estar afiados sobre as ações do Governo Lula. Precisamos levar tudo o que já foi feito de bom aos comunicadores digitais para evitar que o discurso bolsonarista se sobressaia nas redes;

·       Precisamos intensificar as lives em ambientes informais e improvisados — que se encaixam melhor à linguagem jovem. É preciso rejuvenescer a comunicação e largar um pouco das ferramentas tradicionais para fazer frente ao bolsonarismo. Vamos adotar o “estilo André Janones”!!!

Os 12 principais temas usados por bolsonaristas contra a esquerda são:

·       Os detratores geralmente tentam relacionar os adversários a temas como corrupção, ideologia de gênero, aborto, drogas, comunismo, impunidade (sob o discurso de que “direitos humanos é defesa de bandido”), perseguição religiosa, violência, doutrinação na escola, regulação das mídias, invasão de propriedade e destruição da família.

·       A ascensão da direita bolsonarista tratou de suprimir qualquer dose de convívio com o dissenso. A sociedade brasileira foi radicalizada a partir de 2013. Vô Lula tem que trabalhar muito na pacificação.

·       A inelegibilidade de Bozo dá a Lula a chance de recuperar terreno perdido para os setores mais fidelizados pelo bolsonarismo no processo de rápida radicalização da sociedade brasileira.  

·       A chama bolsonarista no peito de fazendeiros e agroindustriais. E ainda há a ávida classe média. Em resumo, vô Lula precisa saber lidar com empresários, fazendeiros, agroindustriais, empresários, classe média, mídia e a ala evangélica radical e conservadora. Ainda tem as milícias (digitais) e as fake news. Enfim, não é pouca coisa!

·       Abrir um canal de comunicação com os evangélicos, que, em breve, representarão a maior força religiosa do Brasil. Vô Lula e o PT precisarão ter algo a oferecer a esse segmento da sociedade, porque até aqui isso não se viu na política, sem tom forçado e acabando com o fosso existente.

“A imputação de responsabilidades a Bolsonaro, primeiro em relação aos ataques à democracia, depois em outras pendências, como a gestão da pandemia, tirará dele a aura de honestidade criada nos últimos anos a despeito de casos como o das rachadinhas nos gabinetes do clã, da proximidade com milícias e de outros fatos que contradizem desde sempre a narrativa”. 

Enfim, é preciso construir uma contranarrativa para se proteger nas redes. E identificar e punir os articuladores dessas terríveis ideias da direita.

II Guerra: Eleições Municipais 2024.

 

É grande o apetite dos conservadores pelas eleições municipais do ano que vem. Afinal, Governo em boas condições, ninguém tira de Lula a renovação do mandato ou sua reeleição em 2026. A tese é: em desvantagem na presidencial, melhor apostar em prefeitos e vereadores, pois influenciam no aumento das bancadas de deputados federais e no volume de dinheiro dos fundos partidários e eleitoral.

Hoje, o PT conta disputar apenas 03 das 27 capitais (+DF): Aracaju, vitória e Fortaleza. Nas outras, vai de composição com legendas aliadas, abrindo mão de nomes próprios em capitais como Rio, São Paulo e Recife para apoiar siglas que estão na base de Lula no Congresso. Já em Belo Horizonte e Salvador, o PT hesita entre apoiar aliados ou tomar a dianteira. Enfim, só com lupa para olhar a disputa das outras mais de 5.500 cidades do país, além dos representantes da Câmara dos Vereadores de cada uma delas. Só os municípios com mais de 200 mil eleitores terão, caso necessário, segundo turno.

Desde o impeachment de Dilma Rousseff, o PT tem todos os motivos para reconquistar terreno após o retorno de vô Lula ao Planalto. O auge do PT ocorreu em 2012, com 638 prefeitos. Quatro anos depois, elegeu 254 prefeitos, numa redução que seguiu em 2020, com 183 vitórias. Visão geral, mas o foco precisa ser no Sul e Sudeste, onde o ex-presidente Jair Bolsonaro teve melhor desempenho na eleição.

Enfim, pragmatismo na veia! Acho que fortalecer o PT envolve se organizar logo  e lançar candidatos. Melhor, levantar trincheira para retomar a guerra local nas redes sociais e levar vitórias significativas.

·       PT deve enfrentar MDB, PSD e União Brasil (tríade de siglas de Centro que responde por 9 ministérios, com ‘traições’ e surpresas, com a votação em peso pela Reforma Tributária) em 23 capitais em 2024 (das 26 capitais). Disputas assim deverão criar arestas com partidos aliados, num momento em que o governo ainda patina para arregimentar uma base coesa no Legislativo. E Lula promete se engajar em campanhas petistas às principais prefeituras. Como os caciques desses partidos lidarão com essa promessa? As negociações pelo país indicam que haverá uma série de enfrentamentos com o PT em 2024, mas talvez a aliança nacional não seja abalada. “Nas disputas pelas prefeituras, os fatores que influenciam no dia a dia são mais relevantes do que a briga ideológica. Não há reflexo dessas composições nos municípios com posicionamentos do partido enquanto bancada federal”.

·       As siglas que sempre têm acompanhado o PT são: PSB, PSOL, PDT e Rede;

·       Em Salvador, o PT ainda não definiu se apoiará o pré-candidato do MDB, o vice-governador Geraldo Júnior, e tem ouvido cobranças por uma resolução. O diretório em Salvador apontou três possíveis nomes: a presidente da Funarte, Maria Marighella, o deputado estadual Robinson Almeida e a socióloga Vilma Reis. O ex-deputado Lúcio Vieira Lima, à frente das negociações pelo MDB, ressalta que o partido deixou o bloco de apoio ao prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), que concorrerá à reeleição, para apoiar o atual governador Jerônimo Rodrigues (PT) na disputa contra ACM Neto (União) no ano passado. Agora, a legenda cobra reciprocidade. Geral Júnior foi muito importante para a eleição de Jerônimo, porque dividiu a base de ACM Neto. Todo mundo imagina que o nome da base será ele.

A polêmica das escolas cívico-militares.

Meia-volta, volver!

Estados e municípios continuam investindo em escolas cívico-militares, mesmo na contramão do MEC.

O modelo de escola cívico-militar já existia, mas foi fortemente incentivado por projeto lançado em 2019, no governo Jair Bolsonaro, em parceria dos Ministérios da Educação e da Defesa, e colocado em prática em 2020. O programa viabilizou a implementação do modelo de gestão compartilhada com militares, chegando a 202 unidades cadastradas no MEC ao fim do ano passado (2022).

Bolsonaro reservou orçamento de R$ 98,3 milhões para o programa. Mas, de acordo com a pasta, o montante começou a ser pago somente no ano passado, e apenas R$ 245,8 mil foram usados até agora. A previsão é que não haja novos recursos a partir do ano que vem (2024). É que, com Lula.3, deixou de ser prioridade e pouco menos estratégia (Camilo Santana, ministro da Educação, afirmou que a decisão não revoga o programa, mas tira o modelo das prioridades e estratégias da pasta). Em janeiro, o MEC acabou com a diretoria criada por Bolsonaro responsável pelas escolas cívico-militares. Entretanto, continua em expansão por iniciativa de estados e municípios.

Atualmente, 433 unidades da rede pública no Brasil adotam o sistema de gestão compartilhada (das quais 208 foram implantadas em parceria com o Governo Federal/MEC e outras 225 pelos próprios estados).

O estado com mais unidades desse modelo é o Paraná (com 206 no momento e deseja atingir a meta de 400, segundo o governador do PSD, Ratinho Jr. Kkk, a instalação será onde houver demanda e pedidos de pais, a um custo de mais de R$ 30 milhões por ano). Depois vêm o Rio grande do Sul (das suas 43 escolas, 25 são financiadas pelo MEC e 18 pelo estado) e o Rio de Janeiro (21 unidades financiadas pela União e 16 pelo Estado).


Argumentos de Defesa:

·       É uma reivindicação crescente da própria comunidade, devido ao bom desempenho das escolas cívico-militares...

Argumentos Contrários:

·       Nem dados o MEC tem sobre indicadores de aprendizado para comparar as escolas cívico-militares com os modelos tradicionais;

·       Essa insistência de adesão de Estados e Municípios é reflexo do atual contexto político e vem de uma associação errônea entre a presença de militares e o bom desempenho escolar;

·  O bom desempenho escolar está relacionado com investimentos em infraestrutura, formação de professores, garantia do piso e de uma educação que cumpra os preceitos democráticos, ou seja, de uma escola pública, gratuita, inclusiva, laica, e de qualidade;

·  É prática nessas escolas ficar com os estudantes de melhor desempenho e transferir os “alunos problema”, com a alegação de não se adequarem ao projeto. E esses jovens mais difíceis depois vão ser recebidos em outras escolas. Além disso, em muitos estados, há cotas elevadas para filhos de militares, o que faz com que o padrão socioeconômico das famílias seja bem mais alto do que a média da rede, o que por si só já impacta o desempeno da escola.

Enfim...

“Eu não revoguei, o programa continua. Só não será prioridade e estratégia do MEC nesse governo criar novas escolas militares. Vamos discutir com governadores e prefeitos que já implementaram o que vamos fazer com essas escolas” (Camilo Santana, ministro da Educação).

“Nossa unidade só recebeu menos da metade do apoio acordado com o MEC. Apenas 7 dos 18 militares que deveriam atuar no Centro de Educação Fundamental 4 de Planaltina (DF) foram contratados. O empenho humano está defasado. Planaltina é longe do Centro, dificilmente há interesse de militares. Como a visão do novo governo sobre as escolas cívico-militares é diferente do anterior, não sabemos se essa questão será resolvida” (Ronaldo Xavier, diretor da escola cívico-militar citada).

segunda-feira, 26 de junho de 2023

Creches no Brasil - atual.

 

De todas as crianças de até 3 anos no Brasil, 7,2 milhões estão fora da creche. Dessas, mais de 2,5 milhões (34%) não estão matriculadas porque esperam por uma vaga. Outros 4,1 milhões (57%) não frequentam o ambiente escolar porque seus pais não querem – a etapa não é obrigatória (Dados: Pnad/IBGE/2022).

A meta do PNE é atingir, em 2024, 50% das crianças de até 3 anos na creche. Atualmente esse patamar está em 36%. O país tem atualmente mais de 700 construções ou ampliações de creches atrasadas. Dessas, 90% estão paradas – algumas com tantos problemas burocráticos e há tantos anos que nem seria mais possível retomá-las.

Além de dificultar ou até impedir que mulheres trabalhem, a falta de vaga em creches de boa qualidade, especialmente para crianças cujos pais têm baixa escolaridade, gera enorme impacto no desenvolvimento educacional infantil (desenvolvimento da linguagem, da interação social, da coordenação motora, etc.). Sem base, essas crianças serão os futuros alunos cheios de dificuldades do Ensino Fundamental que poderão não chegar no Ensino Médio ou nem passar dele. Ou seja, ficou no passado a percepção de que creche é só para o cuidado. As pesquisas atuais mostram que é fundamental a criança ir para a creche porque, quando ela tem qualidade, esse ambiente vai permitir que ela desenvolva suas capacidades por meio de estratégias de desenvolvimento psicossocial, corporal e mental.  

Além de não avançar na meta, esse desenvolvimento ainda é muito desigual. São muitas desigualdades localizadas. Em 2019, o quinto ano de vigência do PNE, 36,4% dos municípios atendiam em média a 15,5% das crianças até 3 anos; 49,2% atendiam 35,7% desta população; e somente 1,9% atendiam mais de 85,0%. Além disso, municípios com baixo nível socioeconômico tinham percentual médio de 27,4%, enquanto no de maior nível o índice é de 45,6% de crianças estudando nessa etapa escolar.

Por exemplo, no Norte, 17% das crianças estão na creche contra 42% do Sul. Políticas públicas devem focalizar essas cidades que mais precisam, em especial as mais distantes de centros urbanos e do Norte/Nordeste do país. 

No começo deste ano, vô Lula anunciou a liberação de R$ 250 milhões para a retomada de mais de 1000 obras de infraestrutura escolar, uma parte delas é de creche. Queria liberar mais, mas a oposição e o mercado financeiro não deixam, muito menos o Congresso de Arthur Lira. Inventaram o tal Arcabouço Fiscal, não pode gastar muito, isto é, investir no social. 

Enfim, prefeituras de todo o Brasil, viva São João! Viva São Pedro! (E viva Santo Antônio, o santo casamenteiro huehuehue)!

Anticoncepcional de gato.

Apenas 1 injeção, e páh!

Humanos! Por que não cortam a pimba do homem quando não querem engravidar? E nem vem, vasectomia é bem diferente de castração...

1,5 bilhão de cães e gatos abandonados no mundo, o equivalente ao país mais populoso do planeta, a Índia (Fonte: revista Science). No Brasil, são 30 milhões de animais abandonados: 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães (Dados: OMS). E isso apesar das cirurgias de esterilização, atualmente a prática mais utilizada para evitar filhotes.

Estudo preliminar com terapia gênica usa um vírus modificado para inserir nas gatas um gene que aumenta a produção do hormônio AMH (antimuleriano) pelos ovários para impedir a ovulação das felinas, efeito já observado em fêmeas de camundongo. Os resultados foram promissores.

Enfim, a técnica é uma alternativa mais barata, simples e desumana! Mais uns 5 anos aí ainda e... Castração, nunca mais!

sábado, 24 de junho de 2023

Somos violentos, mas culpamos os outros...

 “Só eu e você não odiamos nem somos violentos, muito menos preconceituosos”.

“Só eu e você não odiamos nem somos violentos, muito menos preconceituosos”. Não é assim mesmo que fazemos? O quanto transferimos para o outro o que temos de ruim?... E não é só de pessoa para pessoa, mas também falamos assim: “Nossos vizinhos são agressivos. Guerras civis devastaram Argentina e Colômbia. A escravidão custou mais de 600 mil mortos para ser abolida nos EUA. Aqui? Uma penada de ouro de uma princesa gentil num belo domingo de maio de 1888”. Também depende muito do nosso nível de poder ou da microfísica do poder: “No trânsito, o que atrapalha? Se eu for motociclista, óbvio, carros, ônibus e pedestres não funcionam. Sou taxista: esses carros particulares estão a passeio e são descuidados. Ciclista estou? Falta cidadania aos outros”. E o nível da Internet? Textos duros, propagandas furibundas, imagens de escárnio e análises corrosivas. Todos têm um ponto comum: o outro é a fonte do deslize ético e do método ilícito, a horda nauseante; “Nós” apenas nos defendemos no interior do nosso castelo puro da civilização. Infelizmente, todos erram e, desgraçadamente, apenas eu sei dirigir. E é esse o primeiro problema da nossa intensa violência no trânsito – é que não participo, como sujeito histórico, da barbárie. A violência é do outro, nunca minha. O trânsito é uma metáfora trágica. A maldade é tão próxima do ódio quanto da inveja. E a internet não criou os idiotas, mas deu energia e proteção para o ódio dos covardes. Somos um país violento. Violentos ao dirigir, violentos nas ruas, violentos nos comentários e fofocas, violentos ao torcer por nosso time, violentos ao votar.

Um homem fracassa no seu projeto amoroso. O que é mais fácil? Culpar o feminismo ou a si? Não é fácil existir e acumular fracassos, dores, solidão, questões sexuais, desafetos e uma sensação de que a vida é injusta conosco. O mais fácil é a transposição para terceiros. E o mais fácil não é exatamente o mais justo. Por quê? Porque culpar o feminismo é fácil, quero ver é ler inteira Simone Beauvoir ou Betty Friedan. Esses agressores, no máximo, leem jargões, frases feitas, pensamentos plásticos e curtos que se adaptam à sua dor. 

Enfim, o ódio é um dos espelhos mais poderosos para olharmos nosso próprio rosto!

sexta-feira, 23 de junho de 2023

Imprensa x Plataformas Digitais.

 Viu, se informou, pagou!?

O Canadá, seguindo o exemplo da Austrália, aprova lei (Lei de Notícias On-Line) de remuneração da imprensa pelas plataformas digitais. A regra obriga as big techs a recompensar veículos de imprensa pelo uso de seu conteúdo. A Meta, dona de Facebook e Instagram, ameaça vetar publicação de notícias nas redes (bloquear a exibição de notícias nas redes para todos os usuários).

“Conteúdos de fontes noticiosas, incluindo editoras de jornais e emissoras de rádio e TV, não estará mais disponível para pessoas que acessem nossas plataformas no Canadá”. 

A nova lei estabelece que Meta e Google compensem empresas de mídia por uso de conteúdo de jornais. Ela foi criada para garantir que empresas como a Alphabet, dona do Google, e a Meta, que controla Facebook, Instagram e WhatsApp, firmem acordos financeiros com organizações de mídia. Por esses acordos, as big techs terão de pagar aos veículos de comunicação para exibir links para conteúdo noticioso. Especialistas preveem ganhos de US$ 228 milhões. Facebook e Instagram bloqueiam compartilhamento de notícias por usuários do país.

O Facebook restringiu temporariamente seus usuários de ver conteúdo de notícias e postar links para reportagens naquele país, em 2021.

Assim, o Canadá pode se tornar um provável campo de batalha para as empresas de tecnologia. Com a aprovação dessa lei e de outras semelhantes, inclusive uma que destina parte dos lucros dos serviços de streaming a fundos de apoio a artistas locais e outra que visa tratar de conteúdo no-line nocivo.

O poder de informar está rachando gigantes da tecnologia e as empresas de mídia (no Canadá) em torno dos lucros. E o governo também será tragado nessa disputa, e que precisará intensificar esforços para regulamentar o setor de tecnologia e de mídia. Por lá, o governo acha que a lei ajudará a nivelar a concorrência, pois acabará transferindo parte da receita de publicidade on-line para a mídia canadense, que viu 450 veículos fecharem as portas entre 2008 e 2021.

O argumento das big techs: “somos forçadas a pagar por conteúdo que não traz benefícios econômicos”.

O argumento do jornalismo: “há o risco de tornar o jornalismo dependente dos recursos das gigantes de tecnologia. Assim, a aprovação da lei é um primeiro passo para resolver o significativo desequilíbrio de poder de mercado entre jornais e plataformas. O jornalismo real, criado por jornalistas reais, continua a ser exigido pelos cidadãos e é vital para nossa democracia, mas custa dinheiro”.

Enfim, pior do que a luta é a união dessas empresas. Afinal, o uso e o controle da informação é a nova guerra da contemporaneidade.