Aguaceiro inclemente e o teatro macabro assistido por políticos...
Perdendo vidas para a lama...
59,4% das prefeituras nem sequer têm plano para lidar com os riscos de desastres naturais (Fonte: IBGE). Inépcia e omissão são as causas da tragédia das chuvas. Pelas últimas estimativas, 5% dos brasileiros vivem em áreas sob risco de inundações ou deslizamentos (9,5 milhões de pessoas, a maior parte na região Sudeste, grandes metrópoles. Fonte: Cemaden). Políticos não podem culpar São Pedro pelas consequências catastróficas. O Brasil carece de um plano informando quantas moradias em áreas de risco precisam ser reforçadas e quantas deveriam ser demolidas, com realocação dos moradores.
Os políticos que temem perder votos, não retiram moradores das zonas de risco, mas também pouco fazem para alterar a realidade deles. Quando as chuvas matam, desabrigam e destroem, se apressam em declarar estado de calamidade pública e distribuir donativos. Assim que as águas baixam, deixam que os moradores voltem a ocupar áreas sujeitas a inundação e deslizamentos. Está remontado o palco para a reapresentação do teatro macabro. É a política do imediatismo – hoje as prioridades urgentes deles são isolar as áreas de risco para evitar mais mortes e prestar ajuda aos desalojados. Correto! Só farão um favor se evitarem declarações sobre o ineditismo dos índices pluviométricos. Passada a emergência, é responsabilidade dos gestores públicos trabalhar ao longo do ano para prevenir mais mortes e prejuízos provocados por desastres naturais.
A presença física do líder nos momentos trágicos é importante para a população atingida, e para os demais cidadãos, que se sentem representados com atitudes de “amparo e conforto”. A calamidade não tem cor ideológica. Ela atinge indistintamente cidadãos que necessitam do apoio de um Estado de Bem-Estar Social para tocar a vida adiante. Nesse ponto, Lula acerta na empatia. Conhecendo-o bem, ela ultrapassa a pose de presidente. Ele é mais humano que seu antecessor.
Enfim, precisamos de um plano de
políticas públicas para enfrentar os eventos climáticos extremos. Lula acerta
de novo no desejo de revitalizar o programa “Minha Casa Minha Vida” e uma
política alcançável de financiamento popular de moradias dignas, baratas e seguras para o segmento de baixa renda em áreas providas de infraestrutura. Afinal, temporais não
são controláveis. Seus danos são.
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