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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Fazendo uma DR: discutindo a relação entre indivíduo e sociedade.


Como podemos compreender a relação entre indivíduo e sociedade no mundo contemporâneo? Mas, afinal, como podemos entender a sociedade? O que a constitui e como podemos observá-la?

A sociedade é formada a partir da ação individual ou, ao contrário, a ação individual é determinada pela organização social? Afinal, quem é o agente que estabelece os padrões das relações sociais? O indivíduo ou a sociedade? Como a sociedade pode ser externa aos indivíduos? Como as regras a que obedecemos podem estar além da nossa vontade ou da decisão racional de obedecer a elas?

Se pensarmos no padrão básico da alimentação brasileira, poderíamos colocar a questão da seguinte forma: o arroz com feijão tornou-se a base da alimentação no Brasil porque a maioria dos indivíduos gosta dessa combinação ou, por motivos exteriores às vontades individuais, esse prato se tornou um padrão social, e assim se impôs aos indivíduos?

Podemos responder a todas essas perguntas se pensarmos que os padrões sociais atuam no comportamento social do mesmo modo como os padrões gramaticais organizam a fala e a escrita. As regras gramaticais e o vocabulário de uma língua são exteriores à intenção de quem fala e de seu discurso. Quando conversamos, não refletimos sobre as regras gramaticais que utilizamos, as quais nos permitem ser compreendidos. Portanto, meu caro...

VOCÊ É UM MOLDE da estrutura social (ponto).


sábado, 25 de agosto de 2018

Filme 01: As aventuras do Barão Münchausen.


“Num mundo sem fantasia não há lugar para mim”.
Amalucado e extravagante, mentiroso e egocêntrico, é um filme para quem gosta de aventuras e ama o mundo da fantasia. Já velho, o aristocrata Barão precisa encontrar e reunir os antigos companheiros de aventuras, espalhados pelo mundo, para liderar a resistência aos moradores cidade onde mora a criança, cercada e bombardeada pelos turcos. As aventuras incluem um passeio com um balão feito de calcinhas femininas, uma viagem à Lua, encontros com o deus Vulcano, um flerte romântico com Vênus e até uma passagem pelo ventre de um monstro marinho.

Seu tema central é a dualidade razão x fantasia, com ênfase na importância desta última para a sobrevivência sadia em um mundo decadente. Temos no protagonismo um sujeito aparentemente louco, que enfrenta a tudo e a todos por um objetivo que parece racionalmente impossível, mas cuja fé na fantasia termina por superar as barreiras e vencer no final.

Merece destaque a personagem que funciona como centro emocional do enredo – uma menina, com espírito aventureiro e senso aguçado de fantasia – e um objetivo dramático que funciona como fio condutor para a série de aventuras do barão.

Ele é tão verdadeiro ao contar suas mentiras que fica bom. O barão conta todas as suas aventuras, uma mais absurda que a outra, mas sempre com muitos detalhes. E ai de quem duvide da honestidade dele.

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

O Carneirinho...


É um livro importado pela editora Happy Books (Santa Catarina – SC/Brasil), da Coleção Dedinhos Divertidos, impresso na China, com tradução de Ana Cristina de Mattos Ribeiro e revisão de Karin E. Rees de Azevedo. A historinha é indicada para crianças a partir de 01 (um) ano de idade, mas o material do livro não é recomendado pelo Inmetro para crianças menores de 03 (três) anos, por conter parte(s) pequena(s) que pode(m) ser engolida(s) ou aspirada(s).
O livrinho é maravilhosamente divertido e interativo para bebês. Ele contém ilustrações encantadoras e um fantoche de dedo (do Carneirinho). Também é excelente o enredo da história, pois convida o leitor/ouvinte a juntar-se ao protagonista (o Carneirinho) em uma missão: procurar sua mamãe. Como na vida a gente encontra não apenas aquilo que procura, mas também tudo o que se acha pelo caminho, encontramos nesse enredo todos os animais de uma fazenda.

A historinha fala sobre um Carneirinho perdido que berra em procura da sua Mamãe Ovelha. Sentindo-se pequeno e sozinho em uma fazenda tão grande, em sua busca ele encontra o Porquinho Cor-de-Rosa, a galinha Cocoricó com seus pintinhos e o Pato. Todos os bichos decidem ajudar o Carneirinho em sua busca e, se cada bicho tem seu próprio lugar, nada mais inteligente que procurar no celeiro. Conduzidos pelo som do “Bée, bée...” eles encontrarão o que tanto o Carneirinho procura, bem atrás do fardo de feno.

Uma aventura no desconhecido é gostosa quando é segura, vivida com outras pessoas dispostas a nos ajudar. Mas, nada mais é aconchegante que o conforto do nosso lar, ao lado de quem nos ama e nos protege.

Do livro e sua história ainda podemos retirar as seguintes lições:

- O cenário da história é uma fazenda. Ela ensina que cada bicho tem seu som familiar (onomatopeias) e um cantinho característico.

- A historinha trabalha a adaptação e o desapego obstinado à figura materna. Embora as crianças da Creche desejem estar com os pais, é preciso desenvolver a autonomia e aprender a olhar o mundo de forma independente, observando nele outras pessoas e vivendo novas experiências diferentes daquelas do bojo familiar.

- A historinha ensina que somos aventureiros, quer quando desejamos enfrentar o mundo por conta própria, quer quando fazemos parte de projetos e aventuras de outras pessoas ou ainda quando somos vítimas das surpresas do acaso. De um jeito ou de outro, somos levados a adquirir experiências no exercício do caminhar, do buscar, do enfrentar a realidade e seus desafios.

- É muito simbólica a passagem em que “O Carneirinho olha da esquerda para a direita. A mamãe ovelha não está à vista”. Quem conhece um pouco da história da China comunista e da esquerda política do Brasil e no mundo, poderá fazer aí uma boa interpretação política desse detalhe sutil. 

A história é coerente com a proposta da Sessão Simultânea de Leitura, pois na medida em que as crianças têm a liberdade de fazer suas próprias escolhas do livro, elas também buscam e experimentam, juntas, o resultado de suas descobertas. Nessa busca elas interagem numa fantástica viagem de desencontros e reencontros, aventuras e encantamento, produções e aprendizado, conduzidas e orientadas por adultos. Na medida em que escolhemos, moldamos nosso próprio destino, e por ele somos aperfeiçoados e responsáveis.


BINHO & PIPA: Pipa ganha rodas.


Quando nos tornamos as pernas do outro...

O que vemos na capa deste livro?

A Natureza inspiradora, dando um exemplo de solidariedade pela perspectiva do olhar humano.  Quando já não é mais suficiente contar para o outro o que de melhor experimentamos na vida, o levamos para COMPARTILHAR a própria experiência, vivendo-a juntos. A amizade verdadeira são dois corpos em um só.

Binho e Pipa: Pipa ganha rodas! É um livro impresso na China, da Editora TodoLivro Ltda, escrito e ilustrado por Nathalie Jane Parker, traduzido e adaptado por Ruth Marschalek e publicado pela Brolly Books em 2008. Embora a historinha seja encantadora para todas as idades, ela é indicada para a faixa etária dos 5 anos em diante.

Binho, a formiguinha, se doa a Pipa, a flor, para conduzi-la em suas aventuras na Floresta. A prova verdadeira de amizade supera todas as limitações da florzinha, como não ter pernas, para possibilitá-la a uma experiência inovadora de vida. “Binho adorava contar para Pipa suas travessuras, como observar os vaga-lumes no céu, à noite, ou ver seu reflexo sorrindo para ele, nas águas frescas de um riacho. Pipa quer participar das aventuras de Binho, mas não sabe como. Juntos e com a ajuda de algumas Joaninhas amistosas, eles encontram um jeito...”.

Esse jeito vem de Beto, uma joaninha que pede ajuda a sua família numerosa para construir um carrinho de madeira para Pipa. Binho completa o carrinho com rodas e corda que tinha em sua casa. Todos enchem o carrinho de terra boa e fértil, e muda Pipa para dentro dele. Ou seja, uma amizade verdadeira sofre as limitações da vida e as desavenças ou contribuições do grupo, mas supera todas as aprovações juntos. Logo, é conduzida pela frase mágica, recheada de altruísmo e cortesia: “Aonde você gostaria de ir primeiro?”.

Se existe uma grande vantagem das plantas sobre os seres humanos é que elas não precisam trabalhar (kkkk...). Mas, muitas vezes nossa força também é a nossa própria fraqueza, havendo uma lógica para isso. Plantas não andam porque são capazes de produzir seu próprio alimento (a glicose). Graças à fotossíntese que conseguem realizar, elas transformam os nutrientes que tiram do solo e o gás carbônico que retiram do ar e, na presença da luz, realizam a fotossíntese. Por isso Pipa é um ser autotrófico.

No mundo da imaginação, os vaga-lumes viram estrelas, e as estrelas, vaga-lumes. Você acaba revelando muito mais do que aquilo que viveu e viu (a realidade externa). Você conta aquilo que sentiu (a realidade interna). E, muito mais do que segredos íntimos e confissões reservadas, na amizade verdadeira dois ou mais seres vivem uma experiência só. Primeiro, gostam da companhia uns dos outros; depois compartilham as experiências e seus aprendizados de vida, em seguida transformam impressões em verdades, confiança em confidências dos próprios segredos a ponto de compartilhar tristezas e alegrias. E, mais importante, não se traem, mas tomam para si as limitações uns dos outros a fim de crescimento conjunto.

Estamos falando aqui de algo que não monopoliza, não escraviza e não cria dependentes. De algo que faz um amar o outro da forma que ele é. De algo que não exclui, machuca, despreza, destrata, inferioriza e magoa. De algo maior que envolve lealdade, igualdade e mútuo benefício.

A historinha é um mergulhar profundo na essência humana. Naquilo que vem se tornando cada vez mais raro nos dias atuais – a vida pacífica em coletividade. Em um mundo onde quase tudo é vendido, ou usado numa relação de força e poder para controlar e dominar, enxergar a limitação do outro, criar uma solução possível para superá-la e ser seu coadjuvante é muito mais do que qualquer coisa chamada de dominação ou caridade. É amizade verdadeira, denominada de amor fraterno.


Papai.


Duas crianças pequenas acordam assustadas e gritam: “Papai!”. Uma criança é real e a outra criança não é. Qual delas é sonho e qual delas é realidade? Como identificar o humano e como classificar o monstro? Um punhado de aparências diz tudo sobre a essência? Como seríamos vistos de outras perspectivas, monstros ou simplesmente diferentes?

Papai é um livro escrito pelo francês Philippe Le Saux (pseudônimo Corentin) e traduzido pela professora paulistana Cássia Silveira. Publicada em 2008 e editada em 2014, a obra faz parte da Edição Especial “Leia para uma criança” da Fundação Itaú Social. Seu autor vê a literatura infantil como um instrumento de diversão das crianças e costuma mesclar em seus livros seres fantásticos e humanos de maneira inventiva, dialogando diretamente com o imaginário e os medos infantis.

Como seria eu sonhando com o sonho a sonhar comigo? Ou ainda, o que e como seríamos se o sonho sonhasse com a gente? Seria ele a realidade, e nós, seus monstros? E isso é possível de acontecer? Na Literatura, sim! Na literatura infantil o sonho vira realidade e a realidade vira sonho. E como seríamos vistos de outra perspectiva? Tudo depende do observador, suas opiniões e pré-conceitos. Tendo a Literatura o poder de inverter a realidade, tem também a capacidade de combater o medo como expressão do desconhecido. E ainda vai além – ela tem o poder de questionar nossos preconceitos.

É nesse terreno, o do desconhecido, que moram as diferenças (e não os monstros). A diferença é o outro, aquele que não é igual a mim, um desconhecido. A intolerância pode nascer no berço, ou em nossas camas como porto seguro, quando nelas não estão o papai e a mamãe. Então sonhamos que o outro, como diferente dos membros familiares (ou o desconhecido), é um monstro horrendo – e acreditamos que esse pesadelo seja realidade – nasce o preconceito. São esses preconceitos que precisam ser desfeitos ainda no berço (e não reforçados por pais inescrupulosos que alimentam os temores das crianças com a ideia de “bicho papão” ou “o velho do saco vai te pegar”).

Por isso, essa historinha fala das crianças que nem sempre dormem em paz e sozinhas, quando deveriam descansar. Vivendo numa fase em que é difícil distinguir o sonho da realidade, elas imaginam intrusos em seus quartos. Então desejam aconchego, segurança e acalanto dos pais na hora de dormir. Focado na expressão progenitora paterna, como presença protetora e corajosa, Papai é um livro que desperta na criança o respeito às diferenças como instrumento de destemor dos supostos monstros que habitam nosso imaginário e que ameaçam o sono calmo e tranquilo dos pequenos (e dos grandes também!).

A leitura, o sono e o susto... Papai do Céu, socorro! Que esse susto se transforme em reconciliação entre o nanar e a imaginação saudável! E que nem a barriguinha cheia de torta de maçã ao dormir nos convença do contrário.

Então, boa noite! Durma em paz!!! E bons sonhos...


sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Campanha Eleitoral: o que pode ou não pode?

NÃO PODE:
- Nada de sujeirada na rua, aquele monte de papel no chão com propaganda de candidato.
- Não pode carro de som no pé do ouvido da gente.
- Não pode brindes.
- Nenhum candidato pode pedir voto em outdoor.
- Nada de propaganda eleitoral em parada de ônibus, nem faixa no meio da rua.
- Telemarketing não pode de jeito nenhum.

PODE:
- Pode distribuir material gráfico, como santinho. Mas, propaganda com limite.
- Pode fazer comícios e carreatas.
- Tem que constar o CNPJ ou o CPF da gráfica e da pessoa que estão fazendo os impulsionamentos.
- As campanhas eleitorais pela Internet já estão liberadas (vish!).
- A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV começará dia 31 de agosto.

OBSERVAÇÃO:
- Caso alguém veja algo de errado, poderá fazer a denúncia diretamente para a Justiça Eleitoral. É só entrar no site dela.

Conheça os 13 candidatos à Presidência da República, e suas coligações, até agora...

Houve candidatura de Lula, sim! Pois se ele foi registrado no TSE... O edital será publicado amanhã com todos esses nomes que pediram registro (inclusive o dele). 05 dias depois terminará o prazo para que partidos e coligações ou o MP apresentem ações de impugnação de candidaturas. Depois disso, o candidato é notificado e terá 07 dias para se manifestar. Por Lei, a justiça tem que julgar os registros até o dia 17 de Setembro. Depois disso, Lula poderá recorrer novamente ao TSE que, se mantiver a rejeição da candidatura, cabe ainda recurso ao STF. Como ele vai aguardar a decisão superior, ele só não poderá fazer campanha. Portanto, "até agora", como eu disse, ele é candidato (se continuará na disputa até o final, só saberemos quando esgotarem todos os recursos).


domingo, 5 de agosto de 2018

Na corda bamba...

Como coordenador, já reparei uma coisa: vivemos momentos de tempestade e depois vem a calmaria (que bom!). A criança, e nós, desenvolvemos graças a esses constantes desequilíbrios e equilibrações.

Se o desequilíbrio é ruim, então ele é um mal necessário. Sabe aquele remédio de gosto desagradável, mas importante para curar a moléstia? Só em pensar que vem um novo VOARTE, uma nova UNIDADE, outras novas TEMÁTICAS, mais uma SESSÃO DE LEITURA, outro PROJETO – dá até arrepios imaginar que a casa será bagunçada tudo de novo para depois ter que arrumar outra vez, em outra configuração.

Educar é bagunçar e organizar, sempre de outro jeito. Às vezes, as coisas são as mesmas, os objetos são os mesmos, mas o combinar, sabe? Aquele tal encaixe que deve produzir um sentido que nunca pode ser totalmente igual??? E depois você ainda precisa se enquadrar no novo cenário... Ahhh, educar é um desconforto necessário!

Dificilmente um espaço educativo avança sem turbulências interiores. Se no mar agitado da vida as tempestades são inevitáveis, talvez não devamos reclamar das ondas, mas aprender a remar sobre elas (ou entre elas, saltá-las ou contorná-las, às vezes até respirar fundo, submergir e tomar ar do outro lado). Aí você olha para trás e percebe que a onda passa, tal como a escola continua, e que outra logo vem... Mas, você que não se torna mais o mesmo.

O segredo do sucesso no aprendizado não é fugir dos conflitos, mas encará-los em prol do desenvolvimento. Logo, ensinar e aprender implica coragem – e disposição para reorganizar a casa e experimentar um sentido diferente. E aqui, essa coragem precisa ser muuuuita!

Se amadurecer é sair da zona de conforto e sempre encarar coisas novas, então meu nome é desequilíbrio. Bem-vindos à bagunça da próxima unidade! Que nossa vida seja sempre um esforço pelo equilíbrio! Então... Hora de reconfigurar as coisas.

Boa semana para todos!