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“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

TEORIA DA EVOLUÇÃO QUÍMICA: eventos químicos para a vida...

Fato!
A vida brotou do meio de reações químicas de moléculas.
A Ciência chama esse broto de geração espontânea e a Religião o chama de Deus!

Uma coisa é certa, atualmente a maioria dos cientistas concorda que a vida se originou pela primeira vez por meio de reações químicas ocorridas relativamente cedo na história do planeta Terra. De forma sequencial, moléculas orgânicas simples surgiram e deram origem a outras mais complexas, resultando no desenvolvimento de vias para conversões entre as moléculas. Essas vias devem ter permitido que a síntese ou a quebra das moléculas ocorressem de forma mais eficiente. Desses eventos químicos para a vida foi um salto e tanto, e a maneira como ele se deu ainda é assunto de pesquisas e especulações. Ou seja, no processo de surgimento da vida ocorreu ao menos um evento de geração espontânea a partir da evolução química de moléculas.

Essa ideia de origem da vida a partir de uma sequência evolutiva de geração de moléculas cada vez mais complexas foi proposta no século XX pelo russo Alexander Oparin (1894-1980) e o inglês John Haldane (1892-1964). Esses cientistas sugeriram que os gases presentes na atmosfera primitiva eram hidrogênio, amônia, metano e vapor de água e que num dado momento a Terra passou por longos períodos de tempestades. Com o tempo, o grande aporte de energia da radiação ultravioleta proveniente do Sol e as descargas elétricas provenientes das tempestades, em um ambiente sem gás oxigênio, fizeram que as moléculas inorgânicas se agrupassem formando moléculas orgânicas maiores, que se acumularam nos oceanos primitivos.

Nem oxigênio, nem ozônio...

Sabe-se que na Terra primitiva o oxigênio existia na composição de moléculas de água (H2O) e de dióxido de carbono (CO2), mas não existia em sua forma gasosa livre (O2) nem na forma de ozônio (O3). Portanto, a camada de ozônio, hoje uma barreira que filtra os raios nocivos do Sol, não era formada na época, de modo que a radiação solar atingia diretamente a superfície terrestre. A energia proveniente dessa radiação foi provavelmente fundamental para a formação de novas substâncias no planeta. De modo similar, a ausência de gás oxigênio, um potente oxidante, permitia maior estabilidade das moléculas complexas formadas.

É importante destacar as condições da Terra primitiva para que a vida começasse. Esse início partiu da evolução química de moléculas orgânicas surgidas espontaneamente (abiogênese). Porém, há experimentos diferentes que ajudaram a derrubar a ideia de que alguns organismos vivos poderiam surgir a partir de matéria inanimada nas condições atuais do nosso planeta (biogênese). Ou seja, existem diferentes verdades, mas uma sempre vai mais longe. A biogênese não está errada, nem é contraditória em relação à abiogênese. Ambas são pertinentes, mas a abiogênese foi mais longe (ela foi até às condições da Terra primitiva). E lá, não havia oxigênio. A ausência de oxigênio inicialmente deve ter facilitado a evolução química que culminou na origem da vida na Terra, pois evitou a oxidação dos primeiros compostos orgânicos. E muito mais! Isso leva a concluir que a existência de gás oxigênio é apenas pré-requisito para a vida como a conhecemos, mas podem existir outras formas de vida no Universo, cujo surgimento e evolução possam ter ocorrido independentemente da presença desse gás. Prova disso foi a descoberta do “terceiro reino”. Vejamos:

Arquea: o verdadeiro ancestral dos eucariontes.  

Mais de um século depois da descoberta do núcleo celular, acreditava-se na existência de dois tipos essenciais de vida na Terra – as bactérias (procariontes unicelulares) e os outros seres (eucariontes pluricelulares). Em 1977, Carl Woese (EUA, 1928-2012) descobriu uma terceira forma de vida: as archaeas (grupo de organismos unicelulares). Logo, não existem apenas 2 reinos primários na Terra, mas há 3. Trata-se de uma forma de vida capaz de viver em qualquer lugar do planeta, inclusive nos ambientes mais extremos.
Hoje, os biólogos acreditam que a Arquea é o ancestral do qual evoluíram os eucariontes (eu e você). Archaea é a designação de um dos domínios de seres vivos, morfologicamente semelhantes às bactérias, mas genética e bioquimicamente tão distintas destas como dos eucariotas. As arqueobactérias mais conhecidas são:
• Metaogênicas, que são responsáveis pela produção de metano;
Halófitas, que vivem principalmente nos locais com grande concentração de sal;
Termoacidófilas, que são aquelas que convivem em ambientes com temperaturas mais altas, assim como grande acidez envolvida.

CONCLUSÃO: 
Os pesquisadores acreditam que a evolução química foi importante para o surgimento das primeiras biomoléculas. Essas moléculas complexas se auto-organizaram em unidades seletivamente isoladas no ambiente, as precursoras das células. Estas, adquiriram material genético, chave para uma autorreplicação fiel, mas sujeita a alterações pontuais. Enfim, são essas mudanças ao acaso que possibilitam a obtenção de novas características, que podem ou não prover melhores adaptações às condições ambientais em constante alteração

Logo, a teoria científica atualmente mais aceita para explicar a origem da vida é a "Teoria da Evolução Química", proposta inicialmente, e ao mesmo tempo, por Oparin e Haldane. A simulação realizada com o equipamento de Miller e Urey permitiu comprovar que é possível obter moléculas orgânicas a partir de moléculas inorgânicas em situações particulares, como tinha sido proposto por Oparin e Haldane. Vejamos uma questão a esse respeito: 


QUESTÃO: Em 1953, os cientistas estadunidenses Stanley Miller (1930-2007) e Harold Urey (1893-1981) desenvolveram o seguinte experimento:
Com base na ilustração desse experimento, podemos NEGAR que:

A)    O experimento tenta explicar a origem da vida a partir de uma sequência evolutiva de geração de moléculas cada vez mais complexas.
B)    O experimento busca testar a formação de substâncias orgânicas nas supostas condições da atmosfera primitiva da Terra.
C)    Os resultados do experimento permitem comprovar a possível obtenção de moléculas orgânicas a partir de substâncias inorgânicas em condições particulares.
D)    O objetivo do experimento é contestar a ideia de que a vida se originou pela primeira vez por meio de reações químicas ocorridas relativamente cedo na história do planeta Terra.
E)     O experimento espera notar a presença de moléculas complexas na água recolhida, tais como aminoácidos, açúcares e ureia.

RESPOSTA: 
D (As ideias de Oparin e Haldane postulam justamente que nas condições da Terra primitiva a vida começou a partir da evolução química de moléculas orgânicas surgidas espontaneamente).