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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Carnaval: democracia plena e passageira.

 

“O povo gosta de luxo. Quem gosta de miséria é intelectual” (Joãozinho Trinta).

“A alegria é a prova dos nove” (Oswald de Andrade).

“A criança pode errar na gramática, mas ela nunca erra na poesia” (Manoel de Barros).

E no carnaval é quando estamos autorizados a viver poeticamente...

O Carnaval é uma grande festa da inclusão e da democracia, mas é temporário. Não é só um, mas muitos carnavais no Brasil. As festas permitem às pessoas de todas as classes sociais viverem fantasias grandiosas, deixando sofrimentos e dificuldades de lado, mas por apenas alguns dias.

É como se a desigualdade social fosse suprimida, suspensa, caindo no esquecimento uma realidade muito dura, realizando no imaginário todos os sonhos de interação e alegria – mas, ele vai embora.

As pessoas que reclamam dos carros alegóricos vivem em edifícios e apartamentos. Ao passo que, a pessoa que está ali de calção, muita purpurina e pouco dinheiro é edificada pela multidão. Ela fica poderosa no imaginário, mas é povo que vive em casebre, em rua de lama, no aperto. Pequenas coisas se transformam em grandes alegrias. A roupa é autoproduzida. Uma caixa de catupiry vira adereço. Voltamos à infância criativa, pouco preocupada. Somos todos transportados para outra dimensão mágica que só se encontra no carnaval.

Além de propiciar grande alegria, o carnaval traz o mundo inteiro para cá. Ele pode ser entendido como algum sinal de saúde mental coletiva. Uma alegria muito benéfica, que cura dores e sara feridas. O carnaval inclui todo mundo, mas não vai despolarizar a sociedade porque ele passa, acaba. Pena, porque agora ele faz a sátira da polarização, dos políticos, mas não continua. Quão crítico, pertinente e necessário ele é. Pena que é passageiro!

Há um deslocamento espaço-temporal, acompanhado do reconhecimento pelos outros. Um milagre passageiro que só dura no carnaval. O trio é um denominador comum, mas ele passa como uma escola de samba. Os carnavais não deveriam ser só o dia do esquecimento, mas também a nossa memória. O problema é que o Brasil não curte museu. O país é  desmemoriado. Então diga que valeu? 

Enfim, o carnaval é uma trégua quase de paz ao ano de guerra que temos pela frente. 

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