Quem sou eu

Minha foto
São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
Obrigado pela visita!
Deixe seus comentários, e volte sempre!

"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

domingo, 30 de julho de 2023

Propósito pra viver.

Para que eu quero mais anos de vida?

“Esperamos até que seja tarde demais para lidar com as doenças. A missão é centrar no bem-estar, passando do gerenciamento de doenças crônicas para a prevenção e a longevidade saudável”.

Das 8 bilhões de vidas humanas hoje na Terra, apenas 1,6 milhão alcançarão os 100 anos (ou 0,02%).

Em 2018, a OMS chegou a classificar a velhice como doença (Cid-11), mas voltou atrás. Se envelhecer é igual a adoecer, como resolvemos a equação para chegar à fórmula da superação das doenças que matam antes do tempo? O que fazer para estimular naturalmente a biologia da longevidade? Essas pergunta jogou a ciência no desafio de compreender a receita da longevidade.

As últimas descobertas da ciência para viver mais e melhor ou as práticas para vida longeva:

·       No século XX, a expectativa de vida deu seu maior salto em 5 milhões de anos da espécie humana, iniciando o período com 40 anos e chegando aos 70. Com os novos avanços da ciência sobre as causas do envelhecimento, o mundo acompanhará já nesta geração um aumento semelhante;

·       Vida longa: atividade física, dieta baseada em vegetais, terapias de frio e calor e atividades de controle de estresse não fazem tanto efeito se a pessoa não tiver um propósito;

·       A ciência estabeleceu os parâmetros de adoecimento, que passaram a ser regulados, com a vitória do atraso do relógio biológico sobre o relógio cronológico;

·       A ciência dribla a morte e o ser humano que atingirá os 150 anos já está entre nós;

·       Provocar estressores que ativam genes (da longevidade) sem danificar as células;

·       Promover uma limpeza celular, livrando-as das partes envelhecidas e estimulando-as a criar complementos no espaço aberto;

·       Os longevos de certo modo ligavam e desligavam genes do envelhecimento com práticas de vida;

·       Principais práticas dos longevos: restrição calórica, adoção de atividade física, dieta baseada em vegetais, terapias de frio e calor e atividades de controle de estresse;

·       As três principais moléculas que ganharam apelido de “genes da longevidade”:

1. Sirtuína (proteínas que regulam o ritmo em que envelhecemos);

2. mTor (proteínas que agem no metabolismo);

3. AMPk (enzima de controle metabólico).

O declínio dessas estão entre os principais motivos que fazem com que o corpo idoso desenvolva doenças como diabetes, cardiovasculares, osteoporose, câncer e demência.

·       A saúde realmente começa pela boca. Cada lugar, de sua forma, adota a prática de restrição calórica e dieta atualmente chamada de plant-based, à base de alimentos vegetais integrais, mas não obrigatoriamente vegetariana;

- Com a baixa exposição aos aminoácidos das carnes, o corpo reage reciclando mais proteínas danificadas;

- No Mediterrâneo, mesmo gorduras como de azeite e os laticínios consumidos, como leite de cabra, carregavam sabedoria biológica, já que o primeiro promove bom colesterol e o segundo comporta triptofano, que estimula serotonina, neurotransmissor que é conhecido como “hormônio do prazer”;

- O segredo também se encontra não apenas na abundância de alimentos, mas em sua escassez. Mesmo em regiões famosas pelo culto à comida, como a Itália, todos traziam práticas de jejum ou de restrição calórica. A restrição calórica era responsável pela inibição da inflamação, que propicia doenças relacionadas ao envelhecimento. “Na prática, é uma estratégia que ativa circuito de sobrevivência do organismo, utilizando leve adversidade para acordar e mobilizar as defesas celulares”. “Coma com frequência menor e maximize seu tempo de vida”.

·       Suplementação de algumas substâncias chamadas “moléculas da longevidade”:

* resveratrol;

* quercetina;

* NAD;

* metformina, entre outras.

Os dois primeiros costumam ser mais familiares, já que possuem fontes naturais e usuais. Tanto o resveratrol quanto a quercetina estão presentes no vinho, principalmente o tinto. Assim como a quercetina, flavonóide que dá cor a frutas e vegetais, ambos possuem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. Já o NAD é molécula presente no organismo, transformadora de nutrientes em energia. Metformina é conhecida desde a Idade Média como remédio contra diabetes, o que persiste até hoje, pois diminui a taxa de glicose no sangue. Vem da erva chamada Lilac, e, como os outros três, só deve ser consumida com acompanhamento médico pelo risco de causar desequilíbrio funcional e o tiro sair pela culatra.

Enfim, em apenas três meses de mudança positiva de hábitos somos capazes de desviar virtuosamente o caminho de mais de 500 genes. É preciso saber viver: “Nós apenas nos esquecemos de morrer”.

“Zonas Azuis”: cinco regiões no planeta que concentram populações com vida mais longa, menor índice de doenças e maior bem-estar em comparação ao restante do globo. São elas:

* província de Nuoro, na Sardenha (Itália);

* província de Okinawa (Japão);

* cidade de Nicoya, na Costa Rica;

* Ilha de Ikaria, na Grécia,

* Loma Linda, nos Estados Unidos.

Presídios na América Latina.

As prisões na América Latina são verdadeiros “armazéns humanos”. Primeiro porque são espaços nos quais são eliminados os que cometeram atos criminosos; depois, ambientes mal administrados e insalubres com infecções e doenças, onde muitos passam anos antes de serem julgados.

A maioria dos presídios é superlotada, convivendo com a violência, extorsão, criminalidade, tortura, descuido, tráfico e a influências do crime organizado orquestrado dentro das prisões (patrões dos patrões ou cartéis, grupos que controlam as prisões), o que os tornam cenários de motins e rebeliões constantes que deixam feridos e mortos (essas mortes não seriam provocadas pelo Estado?). Além da criminalidade interna, a situação dos presos chega a ser tão precária que eles podem não ter colchão para dormir ou sofrer de desnutrição. E há milhares de presos que passam anos sem receber uma sentença.

A resposta dos governos costuma ser a transferência de detentos, construção de mais celas ou ampliação das unidades já existentes, mas poucos focam em melhorar as oportunidades para as pessoas privadas de liberdade.

O cenário das prisões:

·       Só Porto Rico não registra superpopulação;

·       O Peru é o que apresenta a maior crise carcerária: a superpopulação neste ano supera os 100%: são 89.877 internos para 41.018 vagas (em algumas unidades carcerárias, o número de presos supera em 4 ou até 5 vezes a capacidade do lugar);

·       Brasil está entre os 3 presídios (México e Argentina) com maior população carcerária da América Latina e que também são os de maior densidade populacional (as prisões aqui abrigavam 833.176 presos em 2021, contra 755.247 em 2019)!

·       Apenas Colômbia, Costa Rica, Venezuela e Porto Rico apresentam tendência de redução da população carcerária (Dados de 2016-2022);

·       Em países como Venezuela e El Salvador obter informações sobre o que acontece dentro das prisões é difícil. “As prisões venezuelanas são sinônimo de fome devido à falta de alimentos e à redução de porções mínimas, que não atendem às calorias estabelecidas pela OMS”;

·       São muitos crimes e atividades que geram milhões de dólares planejados e controlados a partir das prisões. Das extorsões por telefone ao tráfico;

·       O número de presos ou condenados sem sentença: Venezuela (47%), México, Peru e Chile (60%), Colômbia e Brasil (75%), Uruguai (85%), República Dominicana (90%)!


Prende-se muito e mal no Brasil. E a liberação das drogas não é caminho sensato para resolver o problema em sua raiz. A decisão será equivocada e, a longo prazo, terá consequência nefastas para a educação, as famílias e toda a sociedade brasileira.

Prender por tráfico pessoas sem qualquer relação com facções criminosas. Prende-se muito e mal por tráfico de entorpecentes no país. A Lei de Drogas, de 2006, não definiu a quantidade de substância ilícita que qualificaria uso individual, o que torna nebulosa a distinção entre usuário e traficante. A maioria dos processados é homem (87%) jovem (72%) negra (67%), com baixa escolaridade (75%), desempregada ou autônoma (66%) – e possui passagem anterior pela Justiça (50%). Em 80% dos casos, os réus permaneceram presos de forma preventiva durante o processo, inchando ainda mais o sistema carcerário. A forma como as denúncias chegam ao Judiciário é digna de nota. Investigação por órgãos especializados, como a Polícia Civil, responde por apenas 20% dos processos. A maioria do restante tem origem em ações nas ruas da Polícia Militar. Revela-se, assim, a preferência pelo policiamento ostensivo, em detrimento da inteligência em apuração, que pode atingir facções criminosas ligadas ao tráfico. O levantamento mostra ainda que as polícias usam justificativas genéricas para abordagens, como patrulhamento (32,5%) e denúncia anônima (30,9%). Neste último caso, em 93% dos processos, há só menção genérica às denúncias, sem registro do autor ou do conteúdo do relato.

Enfim, nada disso justifica a descriminalização do porte de drogas para uso pessoal, que está em julgamento suspenso no STF com placar de 4x0 a favor. A questão deve ser tratada no campo da saúde pública e não no jurídico ou da segurança. Drogas sem prescrição médica não fazem bem, nem para saúde física e mental, muito menos social. 

segunda-feira, 24 de julho de 2023

Zooliteratura.

O novo lugar de fala... 

A nova tendência na literatura é animal! Bichos são narradores e protagonistas de recentes romances brasileiros.

Amo os bichos e passeio por esse lugar que não é meu como alguém que tenta aprender, mas sem utilitarismo. O convívio com os animais, tão ameaçados quanto o próprio planeta, nos permite colocar questões sobre o universo humano, dominado pela racionalidade, e sobre como o chamado progresso sempre recai em mitos.

 

A presença da bicharada na ficção só aumenta. Esses novos livros dão voz a bichos como protagonistas, mas essa característica já existia e só agora ganha mais notoriedade. De uns anos para cá, surgiram termos como zooliteratura (obras literárias sobre animais), zoopoética (estudo teórico destinado a essas obras) e ecocrítica (estudo das relações entre literatura e meio ambiente).

Desde a Antiguidade, os animais eram usados como alegorias, metáforas dos vícios e virtudes humanos. A partir dos séculos XIX e XX, vários autores abriram espaço para o protagonismo dos bichos. Olhe para “Baleia”, por exemplo, a cachorrinha de “Vidas Secas” de Graciliano Ramos, desponta com a força da inteligência contra um narrador que só enxerga a alteridade em determinadas molduras. Agora, com a catástrofe ecológica e o questionamento da soberania do humano sobre outras espécies, observamos a difusão da animalidade na literatura.

A zooliteratura não é só um pretexto para discutir questões demasiado humanas, mas também uma ferramenta de investigação das subjetividades de outras espécies. É uma troca que passa pela sensibilidade e pela imaginação. Compartilhamos experiências com os animais. Não só com os domésticos. Mesmo os animais enjaulados, que perderam sua autonomia, também são contaminados pelo contato humano. Com os animais, aprendemos até mesmo a nos reconfigurar como humanos.

Também sobre essa questão, a filosofia é rachada. René Descartes aprofundou a cisão entre humanidade e animalidade ao pregar que a razão era a faculdade suprema da existência, contribuindo para negar protagonismo literário aos animais. Mas, foi Charles Darwin que estendeu aos animais faculdades como inteligência, memória, humor, capacidade de sentir emoções complexas, de associar ideias e até autoconsciência. A partir daí, mudou o tratamento dado aos bichos, que passou a protagonizar ficções. Viva “A origem das espécies”!

Só sei que a inclusão da bicharada na literatura contribui para estimular a empatia entre as espécies. Até cientistas têm incorporado recursos literários ao escrever sobre animais. A exploração literária de alteridade animal surgiu como uma oportunidade para falar do estranhamento cotidiano vivido na pandemia.

Os bichos nos ajudam a abordar questões que afetam tanto a nós quanto a eles, como a higienização da morte e as condições de vida nos frigoríficos. Nossa sociedade camuflou a morte, inclusive a dos animais. Nossos entes queridos morrem longe de nós, os crematórios de bichos domésticos têm se multiplicado e até a carne do supermercado é embalada de modo a excluir a morte. Também não se fala sobre a dor moral e os efeitos psicológicos (inclusive nos humanos) do abate industrial de animais que são completamente objetificados, privados de um ciclo de vida saudável.

Enfim, cadê sua potência sexual? Perdeu? Vivam as obras literárias sobre animais. Viva a Zooliteratura!

domingo, 23 de julho de 2023

Por um novo estado de espírito coletivo.

 O país vive uma espécie de estresse pós-traumático, comum em pessoas (e instituições), caracterizado pela dificuldade de voltar ao normal depois de passar por uma situação extremamente dolorosa. Nosso sistema político-partidário continua sendo guiado pelo desejo de golpe e retomada ao antigo anormal, sem dar descanso, fazendo com que vivamos em constante disputa ideológica que exaure a sociedade.

Não é possível convivermos eternamente com esses sobressaltos que impedem que o país se desenvolva socialmente. Afinal, veja os ataques sofridos por Alexandre de Moraes e sua família, que tem se destacado nos últimos anos como a ponta de lança do sistema judiciário no combate às fake news e aos ataques à democracia, e nesse papel, fundamental para barrar os ímpetos golpistas e agressivos do bolsonarismo.

O antipetismo alimentado pelo ódio da direita causou o impeachment de Dilma e a prisão de Lula, levando a um estado de coisas que fez uma parte ponderável da sociedade ver em Bolsonaro a solução para esmagar o PT, já que o PSDB, que durante esses anos todos da redemocratização representou a saída do centro democrático, se perdeu pelo caminho. As redes sociais fizeram o serviço completo, ajudando a radicalizar o ódio e separando a sociedade em tribos que não se falam entre si, mas somente com seus iguais.

A violência retórica e a explícita arquitetura de um autogolpe, já falado até mesmo na campanha eleitoral, fizeram com que o Supremo tivesse atuação fundamental na contenção de ações autocráticas do governo anterior. De fato, em última instância, salvaram o país de aventuras golpistas. Mas, elas resistem e insistem nos bastidores, desejando culminar no que aconteceu no dia 8 de janeiro. A polarização da retórica deseja virar ação, na forma de movimentos de oposição ao governo Lula. Por isso que é necessário identificar e barrar seguidores de Bolsonaro nas redes sociais!

Enfim, não estaria na hora de baixarmos as armas, as políticas e as reais, para que o país tenha condições de se levantar? A contenção das armas nas mãos dos cidadãos é uma medida necessária, justamente para esse desarmamento também dos espíritos! É preciso catalisar o pensamento majoritário do país a favor da democracia, e essa direção perpassa pelo respeito e pelo fortalecimento do governo Lula.3.

Desafios do novo Mais Médicos.

 

O desafio do novo Mais Médicos é expandir cobertura por todo o país. Ele precisará de execução criteriosa para ser bem-sucedida.

- a meta ambiciosa do programa é contratar 15 mil profissionais até dezembro, fechando 2023 com um total de 28 mil;

- o objetivo segue sendo o mesmo de 2013, quando foi lançado: aumentar o número de médicos em cidades onde eles não existem ou são escassos;

- “vírus ideológico”? Para fazer um afago à ditadura de Cuba, os petistas dicidiram preencher as vagas com médicos cubanos – eles representavam cerca de 80% do total. A nova versão acerta por priorizar médicos brasileiros. Outro ponto positivo é o objetivo de melhorar o atendimento aos povos indígenas.

- No Acre, Amazonas, Pará, Amapá e Maranhão, há apenas um médico para cada grupo de 1 mil habitantes. No DF, são quase 4. Em todos os estados do Sul e Sudeste, mais de 2. Para piorar, os estados da Região Norte estão entre os que possuem uma maior concentração de médicos nas respectivas capitais.

- Na versão recém-lançada, o programa aumentou os incentivos para atrair profissionais. A bolsa formação será de R$ 12.300 mensais por 48 meses. Os médicos poderão receber adicional de 10% a 20% se trabalharem nos municípios mais vulneráveis. Participantes do Fies, o fundo de financiamento estudantil, também terão um adicional para pagar a dívida. Haverá ainda benefícios proporcionais para quem atuar em periferias e regiões remotas. Pela nova lei, o pagamento será feito diretamente ao profissional, sem intermediários.

- Tudo indica que o governo não terá problema para arregimentar os médicos. O primeiro chamamento, de 5.970 vagas, recebeu mais de 34 mil inscritos. Não se questiona a relevância de um programa que objetiva levar médicos aonde eles não estão, mas, para ser bem-sucedido, precisará ter uma execução criteriosa e avaliações periódicas sobre o cumprimento de metas.

Goiânia ostentação.

A capital do agro e do luxo no Cerrado vira boom de consumo no centro do país.

A capital do Goiás, no centro do país, cresceu muito. Goiânia chegou a +1,4 milhão de moradores, um crescimento populacional de 10,4% em pouco mais de uma década. Além dos olhares do país, a cidade atrai novos moradores e investidores atrás dos sinais explícitos do vigor econômico: o PIB do estado subiu 6,6% em 2022, acima da média nacional de 2,9%.

Impulsionada pelo agronegócio, pela indústria automobilística e um polo farmacêutico nos arredores, a cidade passa por uma metamorfose – ganhando restaurantes requintados, comércio de grifes luxuosas e imóveis de alto padrão (condomínios e casas suntuosas). Estamos falando de Rooftop badalado, fila para carro de luxo (um Porsche, cujo preço pode ultrapassar R$ 1 milhão, e vendendo uns 23 por mês para empresários do agronegócio, óbvio!), Shoppings, restaurante no alto de 190 metros com vista a uma das paisagens mais bonitas da região, também ampliou a sua estatura urbana, com edifícios de 52 andares (o mais alto) e até atendimento premium em hospitais de ponta (uma unidade do Hospital Albert Einstein, a primeira fora de São Paulo, e que tem 20% dos pacientes do Norte e Nordeste)! Também ganham destaques os procedimentos estéticos, com fluxo aumentado em 10x após a pandemia (com procedimentos que chegam a R$ 150 mil). Isso sem falar de festas milionárias de comemoração de 15 anos de filhos de casais de empresários...

Inundada pelo dinheiro do agronegócio cresce o mercado de luxo. O goiano começou a viajar mais, o que modificou a cultura e os hábitos de consumo. São muitos carros importados e famílias com uma condição bem vantajosa.

“Goiânia tem 1,5 milhão de habitantes, mas todo mundo se conhece. Tem muito dessa mentalidade: ‘Fulano fez aquela festa, então quero a minha melhor’”.

Enfim, é muita pujança e pouca moderação. O que oferecer a quem já tem tudo? Qualidade, Ostentação... O pior que a empolgação só cresce, arrastando com ela as desigualdades sociais.

domingo, 16 de julho de 2023

“Aprendizado de Máquina”.

Novo Mundo: IA, empregos e qualificação.

Nos próximos 3 anos, R$ 69 bilhões devem ser investidos em IA no Brasil, 20% do aporte total em tecnologia no país.

O Brasil precisa se preparar para os desafios da IA. Afinal, 25% dos empregos estarão sob alto risco com a adoção da automatização permitida pelas novas tecnologias, incluindo a IA.

As principais questões relacionadas às qualificações necessárias para progredir nessa área são:

·       Não apenas atividades repetitivas serão feitas por máquinas. Praticamente todos os setores e ocupações serão afetados, numa velocidade sem precedentes;

·       Será necessária qualificação para desenvolver e manter os sistemas de IA e fazê-los interagir entre si;

·       Haverá uma grande demanda por conhecimento digital básico e de dados; mas não só. Também serão requeridas habilidades complementares e “transversais”, ou seja, em vários campos do conhecimento;

·       Jamais se deixará de aprender algo. Promover o desenvolvimento e a adoção da IA não será apenas para funcionários de base, mas também de empregados com alta qualificação e administradores;

·       Os governos precisarão lançar políticas públicas necessárias para garantir o acesso à nova tecnologia por todos, desde os primeiros anos de estudo. Isso significa que os currículos terão de ser revistos e implica investimentos nas escolas públicas e privadas;

·       Os setores de finanças (64%) e indústria (71%) desejam levar as mudanças tecnológicas para seus setores e retreinar ou ampliar os conhecimentos dos seus empregados.

O treinamento para o manejo da IA requer uma combinação de alta educação formal com aprendizado no próprio trabalho. Esses pré-requisitos se transformam em um desafio gigantesco para o Brasil, que ainda trata de melhorar a qualidade do ensino básico, principalmente o médio.

Qual será o verdadeiro impacto da IA no ambiente de trabalho e o futuro dos trabalhadores? Se por um lado ela pode produzir resultados positivos, por outro, há a ameaça de perda de privacidade e aumento da carga de trabalho. De qualquer modo, o presente aponta a necessidade urgente de ações políticas para garantir que ninguém será deixado para trás. E a responsabilidade por essa tarefa pode ser dividida entre empresas e governos.

Enfim, depois de se surpreender com as habilidades do robô de bate-papo ChatGPT e do movimento mundial para estabelecer regras e limites à produção e às aplicações da IA, permanece/prevalece a preocupação mais objetiva de garantir a sobrevivência dos negócios e aumentar os lucros. Afinal, são vários pontos de interrogação sobre o futuro do mercado de trabalho e a certeza de que é necessário qualificar as pessoas para interagir com a IA.

sábado, 15 de julho de 2023

Quantas horas eu preciso dormir?

O descanso ideal para cada pessoa. 

Os maus hábitos de sono do passado se refletem na idade futura. À medida que envelhecemos, é mais difícil se recuperar de uma noite ruim de sono. 

Além de fazer você se sentir fisicamente exausto, dormir mal pode deixá-lo mais irritado e apático. A falta de sono também pode dificultar o foco, isso sem falar que nosso sistema imunológico é afetado quando somos privados de sono. 

É um mito acreditar que podemos nos acostumar como sono insuficiente. Quanto menos dormimos, mais nosso débito de sono aumenta, ficamos mais cansados e precisamos mais de descanso. Logo, débito de sono só ode ser pago com sono. Não há substituto ou atalhos.  

Há um sono ideal ou um período de distinto de repouso por dia para cada faixa etária. Isso significa que a idade interfere no tempo necessário de sono, assim como mudam os desafios da vida:

·       O tempo de repouso necessário varia de acordo com a idade da pessoa. Ou seja, a quantidade de sono que uma pessoa necessita é recalibrada de acordo com o tempo, e os ritmos circadinos (mudanças regulares dos estados mentais e físicos ao longo de 24 horas) mudam com a idade;

·       O jovem de 16 anos que ficava acordado até meia-noite pode se tornar um homem de 36 anos que fica sonolento às 22h. Aos 70, um homem que nunca teve problemas para dormir pode acordar às 4h, incapaz de recuperar o sono;

·       Logo, compreender as necessidades ao longo das diferentes fases da vida – e solucionar os problemas que surgem – pode abrir caminho para uma melhor noite de sono;

·       Em cada período importante de nossas vidas, nosso sono muda um pouco. O relógio interno muda. Temos que ajustar nossas expectativas;

É preciso caminhar para um descanso melhor. Conseguir isso implica saber sobre alguns dos problemas mais persistentes que surgem durante cada fase da vida, desviar deles ou superá-los. Assim, vejamos qual é a quantidade de sono que as pessoas devem ter a cada noite de acordo com a idade:

·        0 a 5 anos: bebês, crianças e pré-escolares:

- O sono talvez seja mais crítico durante os primeiros anos de vida;

- Os bebês dormem por longos períodos, tanto durante o dia quanto à noite;

- Os recém-nascidos passam de 14 a 17 horas dormindo todos os dias;

- Quando os bebês atingem os 4 meses, tendem a dormir um pouco menos, cerca de 12 a 16 horas;

- À medida que os bebês vão crescendo até a idade pré-escolar, eles precisam de menos sono, cerca de 10 a 14 horas.

- É importante que as crianças dessa idade tenham uma hora de dormir consistente e uma rotina noturna simples (que pode incluir uma história ou música), especialmente quando eliminam as sonecas.

·        06 a 12 anos: período da escola primária:

- As crianças do ensino fundamental e médio geralmente funcionam melhor quando dormem de 9 a 12 horas por noite;

- O descanso adequado é um componente crítico para ajudá-los a crescer, especialmente à medida que seus cérebros se desenvolvem;

- Definir um horário consistente para dormir e acordar pode ajudar os pais a estimular seus filhos a ter padrões regulares de descanso;

- Nessa fase, há o risco de começar a surgir problemas com o sono. Por isso, é recomendado evitar uso de telas antes de dormir, por exemplo.

·       13 a 19 anos: adolescência.

- Ao atingir a adolescência, você precisa de 8 a 10 horas de sono, o que ajuda a impulsionar o surto de crescimento que muitos experimentam nessa fase;

- Enquanto isso, a puberdade e as alterações hormonais alteram seu relógio interno, fazendo com que você fique acordado à noite e acorde mais tarde todas as manhãs;

- Muitos adolescentes são cronicamente privados de sono porque acordam muito cedo para a escola;

- Nessa fase, também podem estar agitados na hora de deitar, graças aos estímulos do dia.

·       20 a 34 anos: maioridade.

- Na faixa dos 20 e 30 anos, você deve ter entre 7 e 9 horas de sono todas as noites;

- Para saber se está na extremidade superior ou inferior, preste atenção no seu cansaço durante a semana – observe ao passar vários dias sem definir alarmes e apenas acordar quando seu corpo quiser, naturalmente.

·       35 a 40 anos: início da meia-idade.

- Ao entrar na meia-idade, você ainda desejará ter 7 ou mais horas de sono.

- Nessa idade, os maus hábitos de sono do passado podem começar a afetá-lo: à medida que envelhecemos, é mais difícil se recuperar de uma noite ruim;

- Além de fazer você se sentir fisicamente exausto, dormir mal pode deixá-lo mais irritado e apático. A falta de sono também pode dificultar o foco;

- Nessa idade, também é comum a influência do consumo de bebida alcoólica e de cafeína ao longo do dia, além da rotina de trabalho intensa;

·       41 a 50 anos: meia-idade.

- Esses são os anos durante os quais o sono pode ficar em segundo plano em relação ao trabalho e às obrigações familiares;

- É uma época em que pode ser difícil priorizar hábitos saudáveis, como dormir bem;

- Você deve almejar 7 ou mais hora de sono, e economizar pode ter grandes implicações – nosso sistema imunológico é afetado quando somos privados de sono.

- Quanto mais velhos ficamos, mais difícil é recuperar de uma noite de sono ruim.

·       51 a 60 anos: fim da meia-idade.

- Estresses e ansiedades adicionais podem alimentar novos problemas de sono;

- Nessa fase, é comum o surgimento da chamada apneia do sono;

- No caso das mulheres, há ainda o fator menopausa, que dificulta ainda mais o momento de dormir.

·       61 a 75 anos: idade de aposentadoria.

- Para aqueles que se aposentam, sair da força de trabalho pode significar mais tempo para dormir, mas também pode levar a novas dificuldades;

- Mas mesmo se você ainda estiver trabalhando, novos problemas de sono podem surgir e os antigos podem persistir.

·       76 anos ou mais: adultos mais velhos.

- Quanto mais velho você fica, mais cedo tende a acordar;

- Nesta fase da vida, você pode cochilar perto do início da noite e acordar por volta das 5h ou 6h da manhã;

- Os adultos com mais de 65 anos devem procurar dormir cerca de 7 ou 8 h – um pouco menos do que precisavam quando adolescentes.

Enfim, o mínimo de 7h e o máximo de 9 h de sono; ou o ideal: 8 horas de sono por noite. É o recomendado para nós, humanos adultos!

quinta-feira, 13 de julho de 2023

A Fome e a Doença.

Tempos Sombrios.

(Números referentes ao período de 2020 – 2022).

Durante a pandemia, o Brasil voltou ao Mapa da Fome da ONU, o que não acontecia desde o início da década de 1990. Isso ocorre quando mais de 2,5% da população enfrenta falta crônica de alimento. Segundo a FAO, entre 2014 e 2016, eram cerca de 4 milhões os que sofriam de insegurança alimentar grave no país.

A ONU leva em consideração a categoria “subalimentação”, que é a quantidade necessária de uma dieta para que uma pessoa garanta seu bem-estar. Esse indicador não tem relação com o acesso ao alimento, mas com a qualidade nutricional. A insegurança alimentar tem a ver com o acesso ao alimento. A insegurança é moderada quando não há certeza se a pessoa terá ou não comida, e grave quando há fome. 

A maior tragédia humanitária do planeta!

Relatório da ONU referente ao triênio 2020-2022 aponta que 2,4 bilhões de pessoas (29% da população mundial) sem acesso constante a alimentos. Desses, 900 milhões enfrentam “insegurança alimentar grave”.

Aqui no Brasil, temos 21 milhões de brasileiros sob insegurança alimentar “severa”, aumento de 37% em relação ao período anterior. A ONU usa critérios diferentes de algumas pesquisas nacionais para classificar a fome. No ano passado, a Rede Penssan estimou em 33 milhões os brasileiros com fome (Rede Penssan = Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional).

Enquanto o organismo da ONU utiliza metodologias internacionais, os pesquisadores da Rede Penssan, com apoio de outras entidades, fazem visita domiciliar para saber se a pessoa passa fome. Os critérios e gradações são diferentes, e a pesquisa nacional utiliza recomendações do IBGE através da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia).

Causas da insegurança alimentar:

·       menor disponibilidade de alimentos associada a problemas no processo produtivo, como em períodos de escassez de chuvas, que afetam diretamente as lavouras;

·       queda na qualidade dos alimentos disponíveis para consumo;

·       problemas de abastecimento;

·       aumento no preço dos alimentos;

·       redução de salários ou perda de fonte de renda;

·       condição de pobreza;

·       mudanças climáticas.

·       A fome e a doença. Insegurança alimentar atingiu 70,3 milhões na pandemia (essa é a quantidade de brasileiros que enfrenta algum tipo de insegurança alimentar), diz relatório da ONU – FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura). Esses números são referentes ao período de 2020-2022, englobando, portanto, a pandemia de Covid-19, e representa um aumento de +14,6% em relação ao levantamento anterior, que mostrou na época 61,3 milhões nessa situação);

·       Pelos dados atuais da agência da ONU, é como se 1 a cada 3 pessoas no país tivesse passado necessidade para comer nos últimos anos;

·       O documento ainda revela que 21,1 milhões de pessoas – o equivalente a 9,9% da população brasileira – sofreram com insegurança alimentar severa no período pesquisado. Na prática, são brasileiros que sobrevivem sem comida por um ou mais dias. O salto é de 37%, já que no levantamento anterior (2019 a 2021), o número era de 15,4 milhões de pessoas;

·       O relatório aponta outro dado alarmante: 10,1 milhões de brasileiros estão em situação de subalimentação, ou seja, essas pessoas não têm acesso a uma quantidade necessária de nutrientes que lhe garantam uma dieta de bem-estar;

·       1/3 da população com algum tipo de insegurança alimentar é muito chocante para um país conhecido como fazenda do mundo. O que está por trás é a nossa própria maneira de reagir aos choque externos. Houve uma instabilidade nas políticas de renda do Brasil. Em 2021, o Auxílio Emergencial foi suspenso, tivemos eleições, desmonte nas políticas alimentares. A desativação ou a interrupção de políticas como o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, o Programa de Aquisição de Alimentos e iniciativas para a agricultura familiar, além da queda de investimento na merenda escolar, teriam contribuído para o cenário: “olhando para frente, a gente tem uma visão mais positiva, porque não só esses programas voltaram como estão melhores”;

·       De acordo com a FAO, 735 milhões de pessoas passaram fome no mundo em 2022, 122 milhões a mais do que em 2019. Conflitos climáticos, pandemia e guerra na Ucrânia estão por trás do crescimento. A África continua a região mais afetada: 1 a cada 5 pessoas passa fome, mais do que o dobro da média global.

·       18.522.115 é o número de famílias brasileiras que saíram da linha da pobreza em junho, quando passaram a receber mais que R$ 218 per capita pelo Bolsa Família. Esse é o valor que o governo avalia como sendo o mínimo para alguém ser considerado na faixa da pobreza;

·        Em março, o governo federal relançou o programa com o valor mínimo de R$ 600 e adicional de R$ 150, para crianças de até 6 ano. Há benefícios variáveis, como R$ 50 para gestantes, crianças e adolescentes de até 18 anos. Voltaram a valer condicionantes, como:

1.     Acompanhamento pré-natal;

2.     Calendário nacional de vacinação;

3.     Estado nutricional de crianças;

4.     Frequência escolar. 

Enfim, algumas regiões estão a caminho de atingir algumas metas nutricionais até 2030. Mas, no geral, precisamos de um esforço global intenso e imediato para resgatar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.