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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

sábado, 24 de junho de 2023

Somos violentos, mas culpamos os outros...

 “Só eu e você não odiamos nem somos violentos, muito menos preconceituosos”.

“Só eu e você não odiamos nem somos violentos, muito menos preconceituosos”. Não é assim mesmo que fazemos? O quanto transferimos para o outro o que temos de ruim?... E não é só de pessoa para pessoa, mas também falamos assim: “Nossos vizinhos são agressivos. Guerras civis devastaram Argentina e Colômbia. A escravidão custou mais de 600 mil mortos para ser abolida nos EUA. Aqui? Uma penada de ouro de uma princesa gentil num belo domingo de maio de 1888”. Também depende muito do nosso nível de poder ou da microfísica do poder: “No trânsito, o que atrapalha? Se eu for motociclista, óbvio, carros, ônibus e pedestres não funcionam. Sou taxista: esses carros particulares estão a passeio e são descuidados. Ciclista estou? Falta cidadania aos outros”. E o nível da Internet? Textos duros, propagandas furibundas, imagens de escárnio e análises corrosivas. Todos têm um ponto comum: o outro é a fonte do deslize ético e do método ilícito, a horda nauseante; “Nós” apenas nos defendemos no interior do nosso castelo puro da civilização. Infelizmente, todos erram e, desgraçadamente, apenas eu sei dirigir. E é esse o primeiro problema da nossa intensa violência no trânsito – é que não participo, como sujeito histórico, da barbárie. A violência é do outro, nunca minha. O trânsito é uma metáfora trágica. A maldade é tão próxima do ódio quanto da inveja. E a internet não criou os idiotas, mas deu energia e proteção para o ódio dos covardes. Somos um país violento. Violentos ao dirigir, violentos nas ruas, violentos nos comentários e fofocas, violentos ao torcer por nosso time, violentos ao votar.

Um homem fracassa no seu projeto amoroso. O que é mais fácil? Culpar o feminismo ou a si? Não é fácil existir e acumular fracassos, dores, solidão, questões sexuais, desafetos e uma sensação de que a vida é injusta conosco. O mais fácil é a transposição para terceiros. E o mais fácil não é exatamente o mais justo. Por quê? Porque culpar o feminismo é fácil, quero ver é ler inteira Simone Beauvoir ou Betty Friedan. Esses agressores, no máximo, leem jargões, frases feitas, pensamentos plásticos e curtos que se adaptam à sua dor. 

Enfim, o ódio é um dos espelhos mais poderosos para olharmos nosso próprio rosto!

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