Quem sou eu

Minha foto
São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
Obrigado pela visita!
Deixe seus comentários, e volte sempre!

"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

terça-feira, 27 de junho de 2023

A polêmica das escolas cívico-militares.

Meia-volta, volver!

Estados e municípios continuam investindo em escolas cívico-militares, mesmo na contramão do MEC.

O modelo de escola cívico-militar já existia, mas foi fortemente incentivado por projeto lançado em 2019, no governo Jair Bolsonaro, em parceria dos Ministérios da Educação e da Defesa, e colocado em prática em 2020. O programa viabilizou a implementação do modelo de gestão compartilhada com militares, chegando a 202 unidades cadastradas no MEC ao fim do ano passado (2022).

Bolsonaro reservou orçamento de R$ 98,3 milhões para o programa. Mas, de acordo com a pasta, o montante começou a ser pago somente no ano passado, e apenas R$ 245,8 mil foram usados até agora. A previsão é que não haja novos recursos a partir do ano que vem (2024). É que, com Lula.3, deixou de ser prioridade e pouco menos estratégia (Camilo Santana, ministro da Educação, afirmou que a decisão não revoga o programa, mas tira o modelo das prioridades e estratégias da pasta). Em janeiro, o MEC acabou com a diretoria criada por Bolsonaro responsável pelas escolas cívico-militares. Entretanto, continua em expansão por iniciativa de estados e municípios.

Atualmente, 433 unidades da rede pública no Brasil adotam o sistema de gestão compartilhada (das quais 208 foram implantadas em parceria com o Governo Federal/MEC e outras 225 pelos próprios estados).

O estado com mais unidades desse modelo é o Paraná (com 206 no momento e deseja atingir a meta de 400, segundo o governador do PSD, Ratinho Jr. Kkk, a instalação será onde houver demanda e pedidos de pais, a um custo de mais de R$ 30 milhões por ano). Depois vêm o Rio grande do Sul (das suas 43 escolas, 25 são financiadas pelo MEC e 18 pelo estado) e o Rio de Janeiro (21 unidades financiadas pela União e 16 pelo Estado).


Argumentos de Defesa:

·       É uma reivindicação crescente da própria comunidade, devido ao bom desempenho das escolas cívico-militares...

Argumentos Contrários:

·       Nem dados o MEC tem sobre indicadores de aprendizado para comparar as escolas cívico-militares com os modelos tradicionais;

·       Essa insistência de adesão de Estados e Municípios é reflexo do atual contexto político e vem de uma associação errônea entre a presença de militares e o bom desempenho escolar;

·  O bom desempenho escolar está relacionado com investimentos em infraestrutura, formação de professores, garantia do piso e de uma educação que cumpra os preceitos democráticos, ou seja, de uma escola pública, gratuita, inclusiva, laica, e de qualidade;

·  É prática nessas escolas ficar com os estudantes de melhor desempenho e transferir os “alunos problema”, com a alegação de não se adequarem ao projeto. E esses jovens mais difíceis depois vão ser recebidos em outras escolas. Além disso, em muitos estados, há cotas elevadas para filhos de militares, o que faz com que o padrão socioeconômico das famílias seja bem mais alto do que a média da rede, o que por si só já impacta o desempeno da escola.

Enfim...

“Eu não revoguei, o programa continua. Só não será prioridade e estratégia do MEC nesse governo criar novas escolas militares. Vamos discutir com governadores e prefeitos que já implementaram o que vamos fazer com essas escolas” (Camilo Santana, ministro da Educação).

“Nossa unidade só recebeu menos da metade do apoio acordado com o MEC. Apenas 7 dos 18 militares que deveriam atuar no Centro de Educação Fundamental 4 de Planaltina (DF) foram contratados. O empenho humano está defasado. Planaltina é longe do Centro, dificilmente há interesse de militares. Como a visão do novo governo sobre as escolas cívico-militares é diferente do anterior, não sabemos se essa questão será resolvida” (Ronaldo Xavier, diretor da escola cívico-militar citada).

Nenhum comentário:

Postar um comentário