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Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

quinta-feira, 13 de julho de 2023

A Fome e a Doença.

Tempos Sombrios.

(Números referentes ao período de 2020 – 2022).

Durante a pandemia, o Brasil voltou ao Mapa da Fome da ONU, o que não acontecia desde o início da década de 1990. Isso ocorre quando mais de 2,5% da população enfrenta falta crônica de alimento. Segundo a FAO, entre 2014 e 2016, eram cerca de 4 milhões os que sofriam de insegurança alimentar grave no país.

A ONU leva em consideração a categoria “subalimentação”, que é a quantidade necessária de uma dieta para que uma pessoa garanta seu bem-estar. Esse indicador não tem relação com o acesso ao alimento, mas com a qualidade nutricional. A insegurança alimentar tem a ver com o acesso ao alimento. A insegurança é moderada quando não há certeza se a pessoa terá ou não comida, e grave quando há fome. 

A maior tragédia humanitária do planeta!

Relatório da ONU referente ao triênio 2020-2022 aponta que 2,4 bilhões de pessoas (29% da população mundial) sem acesso constante a alimentos. Desses, 900 milhões enfrentam “insegurança alimentar grave”.

Aqui no Brasil, temos 21 milhões de brasileiros sob insegurança alimentar “severa”, aumento de 37% em relação ao período anterior. A ONU usa critérios diferentes de algumas pesquisas nacionais para classificar a fome. No ano passado, a Rede Penssan estimou em 33 milhões os brasileiros com fome (Rede Penssan = Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional).

Enquanto o organismo da ONU utiliza metodologias internacionais, os pesquisadores da Rede Penssan, com apoio de outras entidades, fazem visita domiciliar para saber se a pessoa passa fome. Os critérios e gradações são diferentes, e a pesquisa nacional utiliza recomendações do IBGE através da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia).

Causas da insegurança alimentar:

·       menor disponibilidade de alimentos associada a problemas no processo produtivo, como em períodos de escassez de chuvas, que afetam diretamente as lavouras;

·       queda na qualidade dos alimentos disponíveis para consumo;

·       problemas de abastecimento;

·       aumento no preço dos alimentos;

·       redução de salários ou perda de fonte de renda;

·       condição de pobreza;

·       mudanças climáticas.

·       A fome e a doença. Insegurança alimentar atingiu 70,3 milhões na pandemia (essa é a quantidade de brasileiros que enfrenta algum tipo de insegurança alimentar), diz relatório da ONU – FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura). Esses números são referentes ao período de 2020-2022, englobando, portanto, a pandemia de Covid-19, e representa um aumento de +14,6% em relação ao levantamento anterior, que mostrou na época 61,3 milhões nessa situação);

·       Pelos dados atuais da agência da ONU, é como se 1 a cada 3 pessoas no país tivesse passado necessidade para comer nos últimos anos;

·       O documento ainda revela que 21,1 milhões de pessoas – o equivalente a 9,9% da população brasileira – sofreram com insegurança alimentar severa no período pesquisado. Na prática, são brasileiros que sobrevivem sem comida por um ou mais dias. O salto é de 37%, já que no levantamento anterior (2019 a 2021), o número era de 15,4 milhões de pessoas;

·       O relatório aponta outro dado alarmante: 10,1 milhões de brasileiros estão em situação de subalimentação, ou seja, essas pessoas não têm acesso a uma quantidade necessária de nutrientes que lhe garantam uma dieta de bem-estar;

·       1/3 da população com algum tipo de insegurança alimentar é muito chocante para um país conhecido como fazenda do mundo. O que está por trás é a nossa própria maneira de reagir aos choque externos. Houve uma instabilidade nas políticas de renda do Brasil. Em 2021, o Auxílio Emergencial foi suspenso, tivemos eleições, desmonte nas políticas alimentares. A desativação ou a interrupção de políticas como o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, o Programa de Aquisição de Alimentos e iniciativas para a agricultura familiar, além da queda de investimento na merenda escolar, teriam contribuído para o cenário: “olhando para frente, a gente tem uma visão mais positiva, porque não só esses programas voltaram como estão melhores”;

·       De acordo com a FAO, 735 milhões de pessoas passaram fome no mundo em 2022, 122 milhões a mais do que em 2019. Conflitos climáticos, pandemia e guerra na Ucrânia estão por trás do crescimento. A África continua a região mais afetada: 1 a cada 5 pessoas passa fome, mais do que o dobro da média global.

·       18.522.115 é o número de famílias brasileiras que saíram da linha da pobreza em junho, quando passaram a receber mais que R$ 218 per capita pelo Bolsa Família. Esse é o valor que o governo avalia como sendo o mínimo para alguém ser considerado na faixa da pobreza;

·        Em março, o governo federal relançou o programa com o valor mínimo de R$ 600 e adicional de R$ 150, para crianças de até 6 ano. Há benefícios variáveis, como R$ 50 para gestantes, crianças e adolescentes de até 18 anos. Voltaram a valer condicionantes, como:

1.     Acompanhamento pré-natal;

2.     Calendário nacional de vacinação;

3.     Estado nutricional de crianças;

4.     Frequência escolar. 

Enfim, algumas regiões estão a caminho de atingir algumas metas nutricionais até 2030. Mas, no geral, precisamos de um esforço global intenso e imediato para resgatar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. 

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