O país vive uma espécie de estresse pós-traumático, comum em pessoas (e instituições), caracterizado pela dificuldade de voltar ao normal depois de passar por uma situação extremamente dolorosa. Nosso sistema político-partidário continua sendo guiado pelo desejo de golpe e retomada ao antigo anormal, sem dar descanso, fazendo com que vivamos em constante disputa ideológica que exaure a sociedade.
Não é possível convivermos eternamente com esses sobressaltos que impedem que o país se desenvolva socialmente. Afinal, veja os ataques sofridos por Alexandre de Moraes e sua família, que tem se destacado nos últimos anos como a ponta de lança do sistema judiciário no combate às fake news e aos ataques à democracia, e nesse papel, fundamental para barrar os ímpetos golpistas e agressivos do bolsonarismo.
O antipetismo alimentado pelo ódio da direita causou o impeachment de Dilma e a prisão de Lula, levando a um estado de coisas que fez uma parte ponderável da sociedade ver em Bolsonaro a solução para esmagar o PT, já que o PSDB, que durante esses anos todos da redemocratização representou a saída do centro democrático, se perdeu pelo caminho. As redes sociais fizeram o serviço completo, ajudando a radicalizar o ódio e separando a sociedade em tribos que não se falam entre si, mas somente com seus iguais.
A violência retórica e a explícita arquitetura de um autogolpe, já falado até mesmo na campanha eleitoral, fizeram com que o Supremo tivesse atuação fundamental na contenção de ações autocráticas do governo anterior. De fato, em última instância, salvaram o país de aventuras golpistas. Mas, elas resistem e insistem nos bastidores, desejando culminar no que aconteceu no dia 8 de janeiro. A polarização da retórica deseja virar ação, na forma de movimentos de oposição ao governo Lula. Por isso que é necessário identificar e barrar seguidores de Bolsonaro nas redes sociais!
Enfim, não estaria na hora de baixarmos as armas, as políticas e as reais, para que o país tenha condições de se levantar? A contenção das armas nas mãos dos cidadãos é uma medida necessária, justamente para esse desarmamento também dos espíritos! É preciso catalisar o pensamento majoritário do país a favor da democracia, e essa direção perpassa pelo respeito e pelo fortalecimento do governo Lula.3.
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