Há uma sombra de medo rondando o Brasil – o medo de um novo regime autoritário. É possível?
Os recursos da moderna propaganda estão mais uma vez sendo usados à exaustão nesta campanha para explorar as descobertas mais recentes da neurociência: o eleitor vota mais com a emoção que com a razão. E sabem que o medo é a emoção primária fundamental, a mais importante de nossa vida a influenciar as informações que recebemos. Assim, potencializados pelas redes sociais, os boatos e notícias fraudulentas exacerbam o medo do cidadão: “Se Lula ganhar, fechará as igrejas”. “Se Lula ganhar, será implantada a ditadura comunista no Brasil”;“Se eu perder, as pessoas poderão ser proibidas de falar em Deus”; "É a luta do bem contra o mal"; "Lula é sinônimo de liberação das drogas, liberação geral do aborto e perseguição de cristãos"; "O PT tem preconceito com evangélicos"; "Se ele vencer, retirará benefícios sociais"; "Se ele vencer, a economia brasileira vai virar a da Argentina e da Venezuela"; "Se..."
Porque a maioria do eleitorado é muito necessitada, é uma gente que vive, especialmente hoje que a fome voltou e a crise piorou, na beira da necessidade, abaixo da linha de pobreza, e qualquer promessa, ou qualquer ameaça, mexe com suas incertezas. Logo, vota-se pela barriga, pelo bolso, pelo medo de perder o pouco que se tem. Se não tivermos um presidente como o Lula que se preocupe com a educação como missão prioritária de seu governo, em vez de confiança e segurança, continuaremos nessa toada amedrontada.
É uma tristeza constatar mais uma vez que a campanha eleitoral no Brasil não tem nada a ver com projetos e programas partidários, que se tornam fatores secundários em meio aos ataques, mentiras e ameaças para que o eleitor vote com medo. Desse modo, não é um projeto de país, mas um projeto pessoal de poder.
Assustar e distrair.
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A eleição 2022 foi transformada
da eleição da fome para a eleição do medo. O debate sobre a carestia perdeu
espaço para a discussão se o capitão aceitará uma possível derrota, se os
militares apoiarão uma tentativa de golpe, se o eleitor poderá votar em paz e
segurança.
·
7 em cada 10
brasileiros temem sofrer agressões por causa de sua opinião política. O medo
tem razão de ser: eleitores do PT assassinados a tiros e facadas, somados a
casos diversos de intimidações e ameaças pelo país. Jornalistas e funcionários hostilizados. Haverá atos violentos no dia das eleições? Acontecerão tumultos
nas seções eleitorais? Muitas abstenções por medo de votar?
· A violência é um velho expediente da extrema direita. Serve para acuar adversários, apavorar eleitores, garantir apoio popular e eventuais medidas de exceção. O incentivo ao medo também serve como tática diversionista. Paralisada pelo temor da violência, a sociedade deixa de discutir problemas como o aumento da pobreza extrema, a precarização das relações de trabalho, os cortes em programas sociais.
Enfim, se é para meter medo de verdade,
saiba que todo esse comportamento denota um fato triste: o Brasil vive na mão
de um "presidente terrorista" que usa o medo dos desvalidos para tentar ganhar-lhes
o voto. Coragem! Lula presidente!
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