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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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quarta-feira, 26 de junho de 2024

1. Platão: o explorador das ideias eternas.

·       Como nós, que moramos neste mundo, podemos viver juntos e viver bem, mesmo que as pessoas sejam tão diferentes umas das outras? Desenhar o mundo e os bonequinhos/as diferentes (de pessoas comuns ou os rostinhos dos participantes ou seus avatares). Cada um vai colar seu bonequinho no mundo e responder esta pergunta.

·       Livro: “A República”: no qual ele nos conta a sua ideia de criar uma cidade perfeita, governada por pessoas sábias e justas. Como organizar e gerir uma cidade? O que precisa ter nela e o que as pessoas devem fazer para viver bem e felizes? Cada aluno dará sua resposta e a materializará por partes em uma única “maquete coletiva” sobre a “cidade ideal”.

·       Platão queria que seus leitores usassem a imaginação para descobrir novas formas de transformar o mundo em um lugar melhor, mas para isso, seria preciso aprender mais sobre nós mesmos.

·       Platão falando com os leitores: Nasceu em 428 ou 427 a.C. em Atenas (Grécia) e partiu em 347 a.C., lugar cheio de histórias, aventuras e muitas perguntas. Meu verdadeiro nome era Arístocles, homenagem ao meu avô. Foi apelidado de Platão por causa dos meus ombros largos (“Platão” = “largo”). O pai (Ariston) e a mãe (Perictione) eram conhecidos e importantes (o que significava na época ter condições e oportunidades de aprender coisas incríveis). Desde pequeno, era super-curioso, sempre perguntando “Por quê?” e “Como?”. Caminhava pelas ruas de Atenas e encontrar pessoas falando sobre heróis lendários, deuses poderosos, e até mesmo sobre o que é certo e o que é errado. Crescer em Atenas também significava aprender sobre música, praticar esportes e ler e ouvir poesia. Isso o ajudou em sua formação, a pensar e a ver o mundo de maneira diferente. Depois a escrever as próprias ideias e ajudar outras pessoas a encontrar suas respostas. Adorava pensar sobre tudo. Por que as coisas são do jeito que são e como podemos saber o que é realmente verdadeiro? Para descobrir as respostas, precisávamos usar muito a nossa imaginação e nossa capacidade de pensar. Era um racionalista – que acredita muito no poder da nossa mente. Enfim, eu adorava usar minha imaginação para criar histórias que fizessem as pessoas pensar e ver o mundo de um jeito diferente. Criei várias histórias para ajudar as pessoas a pensar sobre a vida, o amor, a verdade e muitas outras coisas importantes. Eu adorava imaginar esses diálogos e espero que você também goste de explorar essas ideias comigo! Por minha causa:

1.     Amor platônico: o amor de amigo, bem forte, diferente do amor de namorados.

2.     Sócrates: Seu amigo mais especial foi Sócrates, mais velho que eu. Mais que um professor, foi um mentor e guia que o ajudou a ver o mundo de uma maneira totalmente nova. Eu o admirava. Ele tinha uma pergunta para tudo, que fazia coçar a cabeça e pensar, tanto que às vezes a gente mudava de ideia sobre o que achava que sabia. Ele acreditava que, fazendo perguntas, poderíamos chegar mais perto da verdade sobre nós mesmos e o mundo ao nosso redor. Eu o ouvia falar, questionar e participava das conversas. Foi assim que aprendi a importância de pensar por mim mesmo, de buscar a sabedoria e entender o que realmente importa na vida.

3.     Sólidos platônicos: formatos geométricos, como cubos e pirâmides.

4.     Criou a “Academia”: um lugar onde as pessoas pudessem se reunir para aprender, pensar e discutir ideias, assim como fazia com Sócrates (conversa, reflexão e grande amizade). Parecida com as escolas de hoje, mas era mais livre, como um grande jardim, onde pessoas de todas as idades vinham para aprender sobre estrelas, matemática, filosofia, e até mesmo como ser um bom cidadão. Eu queria que todos tivessem a chance de buscar a sabedoria e encontrar suas próprias respostas, assim como eu fiz. Um lugar onde a curiosidade não tinha limites, e todos podiam questionar e explorar ideias livremente. Acredito que, ao compartilhar o conhecimento, podemos fazer do mundo um lugar melhor. A Academia foi criada com esse intuito mesmo, o de as pessoas explorarem ideias e pensarem por si mesmas.

5.     Aristóteles. Foi na sua Academia, lugar cheio de pensamentos e descobertas, que conheci um jovem muito esperto e curioso – Aristóteles. Tinha uma sede enorme de saber, sempre perguntando, sempre querendo entender mais e mais. Com um brilho especial e que podia explorar ainda mais fundo suas ideias. Juntos mergulhamos sobre: o que é real, o que é bom, como podemos viver da melhor maneira possível. Muitas aprendizagens e descobertas. Depois Aristóteles criou seu próprio caminho, explorou novos conhecimentos e expandiu o mundo da filosofia. Meu aluno Aristóteles pegou algumas das minhas ideias e pensou nela de um jeito novo, criando suas próprias histórias e teorias.

6.     Amizade. Tanto a amizade com seu mestre Sócrates e seu aluno Aristóteles foi de enorme importância para todo o mundo do pensamento. Eu pude passar adiante minhas ideias e meu amor pela sabedoria, e Aristóteles, com sua mente brilhante e sua capacidade incrível de pensar de forma crítica, levou essas ideias ainda mais longe.

7.     “A República”. Livro que é um mapa do tesouro, que leva a uma cidade maravilhosa (Kallipólis = “cidade bela” ou dos sonhos – nessa cidade, descobrimos que a verdadeira felicidade não vem de ter muitos brinquedos ou fazer tudo o que queremos. A verdadeira felicidade vem de viver bem com os outros, compartilhar e ser justo. É sentir alegria ao ver que todos ao ser redor também estão felizes e seguros) onde todos vivem felizes e em harmonia. Uma cidade especial: todos têm o que precisam, fazem trabalhos que amam, todos se ajudam, ninguém é egoísta, todos pensam no bem-estar dos outros. A justiça é quando todos fazem sua parte para tornar a vida boa para todos, isto é, todos na cidade fazem o que é melhor para o grupo, não apenas para si mesmos. Assim, para funcionar, precisa: líderes muito especiais mais sábios e bondosos escolhidos para cuidar de todos (“Reis-filósofos”, como professores mais legais ou super-heróis do conhecimento e da justiça)...

8.     Alegoria da Caverna. História contada no livro “A República”, e que mostra como às vezes podemos estar presos em nossas próprias ideias e medos. Mas, quando nos atrevemos a explorar e aprender, descobrimos um mundo cheio de possibilidades e beleza. É como sair de uma caverna escura para ver o brilho do sol pela primeira vez.

9.     O Banquete. Outra história especial, com todos sentados à mesa e a conversar sobre o amor. Cada um conta o que pensa sobre o amor, explorando diferentes lados desse sentimento. É uma história que mostra como o amor pode ser visto de muitas maneiras diferentes.

10.  Fedro. Outra história que conta um passeio meu com Sócrates pela floresta, conversando sobre a arte de falar bem e como podemos usar as palavras para convencer os outros e mostrar a verdade. Uma aventura, tentando descobrir um tesouro escondido, mas o tesouro é a sabedoria e a beleza das palavras.

·       Enfim, explorei ideias, conversei com amigos, escrevi meus livros sobre as grandes questões da vida, do universo e de tudo mais. Meus dias foram passados na Academia até ficar mais velho. Reflexão, influência, minhas criações e teorias sobrea vida, a política, a beleza, como viver uma vida boa e significativa, como o que é ser bom, como devemos viver juntos e como podemos entender o mundo. Meus alunos eram o futuro do pensamento, sementes plantadas que continuariam a crescer e se desenvolver muito depois da minha partida.

·       Na Renascença, pensadores retomaram Platão no quesito como é importante usar a razão e pensar nas coisas de um jeito ideal. Na modernidade, Kant também o fez na perspectiva de entender o mundo e como vivemos nele.

·       As ideias platônicas fizeram a diferença na filosofia e na matemática (formas perfeitas), na literatura (o que é verdade e o que é importante na vida).

·       Aventuras que imaginei e pergunta que fiz continuam ajudando as pessoas a explorar e a entender melhor o nosso mundo e o nosso lugar nele. Histórias e ideias que inspiram muitas aventuras em suas mentes e corações.

·       Com imaginação, curiosidade e bondade, você tem o poder de tornar o mundo um lugar ainda mais incrível. Cada um pode fazer a diferença, buscando sempre aprender mais, ajudar os outros e espalhar boas ideias. Então, continue perguntando, explorando e sonhando. Faça do mundo um lugar melhor, cheio de amor e conhecimento!

Álcool: não há ingestão inofensiva!

 

A ingestão de álcool causou 2,62 milhões de mortes de pessoas (em 2019) por ano no mundo. No Brasil, foram 99,9 mil óbitos (a maioria, 80,4 mil entre homens).

Acidentes e doenças estão entre as decorrências fatais do abuso. 400 milhões de pessoas (7% da população) acima de 15 anos, vivem com um transtorno por uso do álcool. Já a dependência de álcool é muito mais grave: afeta 209 milhões desses indivíduos globalmente.

De 2010 até 2019, houve uma redução tímida no consumo de álcool mundial: de 4,5% (saiu de uma média de ingestão per capita de 5,7 litros de álcool puro por ano para 5,5 litros). Devido a pandemia, pode ter caído para 4,9 litros (na Europa: 9,2 litros; e nas Américas: 7,5 litros).

O álcool está ligado a 200 doenças. Ele age como uma nuvem de pólen sobre todo o corpo. Pega todos os órgãos: coração, pulmão, rins, sistema nervoso... As principais doenças causadas são: dependência, cirrose, miocardiopatia, traumatismo cranioencefálico, pancreatite aguda, acidentes de carro, lesões autoprovocadas, violência entre pessoas, infecções transmissíveis, etc.

Os índices de mortes pelo consumo de álcool são maiores em países de baixa renda. No geral, entre os 2,62 milhões de óbitos; 474 mil foram por doenças cardiovasculares, e 401 mil por casos de câncer.

No Brasil, 40,8% dos jovens de 15 a 19 anos ingere bebidas alcoólicas regularmente. No geral, 35,3% de todos eles se envolveram num episódio de “beber pesado” (binge drinking): beber muito em uma única ocasião.

Enfim, precisamos de um programa de prevenção, especialmente para os jovens. Um trabalho de médio e longo prazo, abordando o assunto nas escolas, espaços públicos e empresas. Prevenção é educação, informação!

Maconha e Justiça: escondidinho, pode!

TEMA. “Descriminalizar o porte de maconha para uso pessoal”?!

RESUMO. Nós não estamos liberando o uso em lugar nenhum, apenas não estamos punindo se for em lugar reservado. Porém, SE UMA PESSOA FOR ABORDADA com maconha e for considerada USUÁRIA, ela não poderá, a partir da decisão do STF, ser alvo de inquérito policial e processos judiciais que buscam o cumprimento das penas alternativas (o usuário flagrado na rua com maconha não poderá ser “fichado” pela polícia ou ser alvo de um inquérito policial). Ainda assim, está sujeito a sanções administrativas, uma vez que a maconha e seu consumo continuam sendo ilícito. Essas penalidades podem ser desde uma advertência sobre os efeitos das drogas à imposição de medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. Ou seja, o consumo da maconha para uso pessoal foi considerado pelo STF como um ilícito administrativo, e não mais penal.

- A decisão da Corte significa que o uso da substância deixará de ser crime, o chamado ilícito penal, e passará a ser um ato sujeito a sanção administrativa, com a imposição de medidas educativas ou advertência. A decisão é apenas para o caso da maconha. E fique claro que o consumo de drogas em lugares públicos continua sendo um ato ilícito. A Corte não legalizou a maconha!

- “A própria norma não criminaliza o usuário. Porém, não é papel do Judiciário definir uma quantidade para diferenciar usuários e traficantes, mas cargo do Legislativo. Sem regulação, sem atuação do Legislativo, a alteração do uso da maconha vai trazer muito mais problema do que solução” (Fux).

- É de destaque os efeitos nocivos da punição a pessoas que são dependentes químicas e ressaltou os impactos no sistema penitenciário. Mas, qual quantidade deve ser estabelecida para diferenciar usuário e traficante.

- Não legalizou o consumo não! A decisão do STF não legaliza o consumo da maconha, mas impede a punição ao usuário.

- O STF formou maioria para descriminalizar o porte de maconha, ou seja, se restringe à posse para uso pessoal (hoje punido com medidas educativas e prestação de serviços comunitários).

- Tribunal ainda definirá quantidade de droga que servirá de baliza ou difere usuário (uso pessoal) de traficante (o tráfico sim é punido com pena de prisão).

- Essa distinção é importante por causa do alto número de pessoas que são presas acusadas de tráfico ao portar pequenas quantidades da droga.

- Pacheco e Lira reagem. Houve reação do Congresso, com críticas no Senado e aceleração da PEC das Drogas na Câmara.

- A legislação atual já prevê punição leve para usuários de entorpecentes, sem risco de prisão, mas os casos são resolvidos na esfera criminal.

- O julgamento avalia a constitucionalidade do “Artigo 28 da Lei de Drogas, de 2006,” que considera crime “adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”. Repare que o texto, já aprovado pelo Senado, inclui na Constituição a criminalização do uso e porte de drogas.

- A questão da fixação de quantidades para diferenciar traficante de usuário não resolve totalmente o problema. Isso porque o peso da droga constatado por autoridades em apreensões, segundo a lei, é apenas um dos fatores para a diferenciação. Assim, a medida é importante diante da grande quantidade de pessoas presas que portavam pouca quantidade de drogas e foram enquadradas como traficantes.

- Os ministros também chegaram ao consenso sobre a liberação de valores contingenciados do Fundo Nacional Antidrogas e a destinação de parte da verba a campanhas educativas, sobretudo para os mais jovens, sobre malefícios do consumo de drogas, de forma semelhante ao que é feito em campanhas sobre o uso legal do cigarro.

“Eu discordo da decisão que sustenta o STF, já falei mais de uma vez a respeito desse tema. Eu considero que uma descriminalização só pode se dar através do processo legislativo. A discussão pode ser feita, mas há caminhos próprios para isso” (Rodrigo Pacheco).

sábado, 22 de junho de 2024

Sindicalização negativa.

Motivos da baixa:

“(...) Os custos de produção são menores, pelo menos para as empresas. Porém, com essa maior flexibilidade, talvez tenham menos direitos trabalhistas reconhecidos. É algo que talvez permita às pessoas serem mais produtivas, embora talvez mais desprotegidas em termos trabalhistas”.

- a criação de modelos de trabalho mais flexíveis;

- o uso crescente de contratos temporários na administração pública, sobretudo saúde e educação;

- a não obrigatoriedade da contribuição sindical;

- alguns setores muito sindicalizados perderam espaço na economia, como a indústria. Em tempos de economia digitalizada, não mais se busca tanto esse mundo fordista, industrial;

- a queda mais acentuada de trabalhadores sindicalizados foi na faixa etária de 18 a 24 anos, pois a população mais jovem já se insere no mercado de trabalho através de vínculos mais frágeis, muitas vezes na informalidade ou em trabalhos intermitentes, com maior rotatividade e uberização;

- a cultura de sindicalização não é mais tão forte, uma tendência internacional. O novo mundo do trabalho já não é mais como o de algumas décadas atrás, agora com atividades feitas a partir de plataformas, pessoas trabalhando de uma maneira mais avulsa e menos direitos trabalhistas.

- o trabalho remoto, visando mais produtividade e menos custos trabalhistas, que em 2012 era realizado por 3,6% dos ocupados, foi obrigado pela pandemia e saltou para 8,3%;

- a concorrência e a competição acirrada não abrem espaço para a busca de muitos direitos. Se exigir muito, talvez não consiga um emprego.

Enfim, (des)Reforma Trabalhista de 2017.


As redes e os transtornos nos jovens.

 

QUAL É A RAZÃO pela qual tantos adolescentes e pré-adolescentes procuram conteúdos que reforçam sintomas depressivos e ansiosos?

O adolescente é capaz de tomar decisões adequadas e responsáveis sobre as imagens aos quais é exposto? Não! A porção anterior do cérebro – lobo frontal –, associada à:

1.     Tomada de decisões;

2.     Controle inibitório e dos impulsos...

Ainda está em desenvolvimento. Logo, o cérebro adolescente não está preparado para responder adequadamente com tomada de decisões rápidas e formação de conceitos que antecipem os riscos e as consequências do conteúdo de mídias sociais, jogos de videogame, fóruns online etc.

Para piorar, as mídias sociais têm um sistema de recomendações algorítmico que identifica interesses. O adolescente sem supervisão que procure conteúdos reforçadores de comportamentos ou ideias negativas irá receber informações excessivas sobre o tema.

Outro ponto é que há evidências sólidas de que pais com transtorno mental são determinantes para a presença de transtorno mental de seus filhos.

Ainda tem o agravante da sociedade polarizada, atacada pelas fake news e o desejo de voto imediato dos conservadores e de pais desesperados que procuram uma solução rápida.

Aí vem o rombo: 293 milhões de indivíduos entre 5 e 24 anos têm um transtorno mental. A prevalência já elevada de sintomas ansiosos, depressivos e emocionais se acentuou na pandemia. Os fatores relevantes foram: isolamento, diagnóstico prévio de transtorno mental, exposição prévia a eventos traumáticos ou psicológicos, agressão, psicopatologia parental e menor quantidade de sono.

A melhor saída não seria legislar para banir a mídia social. Isso até poderia gerar o efeito oposto de “fruto proibido”, criando um sentimento de curiosidade e contravenção. Sem falar que os pré-adolescente e adolescentes são reconhecidamente capazes de criar identidades falsas que não permitem o seu reconhecimento. Aliás, os avatares estão aí para reforçar.

Enfim, as mídias sociais se tornaram parte da identidade dessa faixa etária e do seu engajamento e aprendizado social. Legislar e educar com bom senso é o caminho, mirando na verificação de idade e restrições ao acesso excessivo de conteúdos de risco de forma ponderada. Também investir na criação de políticas públicas para a assistência à saúde mental dos jovens, visto o efeito benéfico da intervenção e prevenção precoces. Afinal, jovens saudáveis identificam conteúdos e pensamentos negativistas e podem evitá-los. Por fim, as plataformas deverão ser chamadas com rigor para as suas responsabilidades no agravamento desse problema.

A estratégia de governar mentes.

 

Os políticos que pregam a moral bíblica não ligam a mínima para os mandamentos: religião, para eles, é uma escada que conduz ao palácio. O PL Antiaborto por Estupro não é sobre fetos, mas uma aplicação circunstancial de seu slogan eleitoral: “É a moral, estúpido!”.

PEC 45/2023: “Lei Antidrogas”.

PEC 45/2023: foi aprovada no Senado!

caberá à autoridade pública definir, de acordo com o caso concreto, se a pessoa flagrada com a substância ilícita responderá como traficante ou usuário. Nesse último caso, ela será condenada com pena alternativa à prisão e encaminhada para tratamento contra doença.

- criminaliza a posse e o porte de qualquer quantidade de droga ilícita;

- discutir esse assunto apenas do ponto de vista do usuário, como quer o S-T-F, revela a dificuldade de enxergar o problema como um todo, como o fortalecimento do tráfico e suas consequências decorrentes de eventual descriminalização da posse para uso pessoal; (Alessandro Vieira) "Só o consumo, é hipocrisia. É aquela coisa de quem está na varanda de um apartamento, num bairro rico, pensando num cigarrinho de maconha, e não tem de conviver com a boca de fumo na esquina de casa, porque recebe um delivery, que hoje nós temos infelizmente. Não tem de conviver com a pressão armada do tráfico."

- O relator, senador Efraim Filho, do União da Paraíba, lembrou que o texto não prejudica quem faz uso de medicamentos a base de cannabis. (sen. Efraim Filho) "Nos casos de quem faz uso medicinal, autorizado pela justiça e autorizado por autoridade médica, a PEC não vai ser impeditiva nem proibitiva de que as pessoas continuem fazendo a utilização."

“O motivo dessa dupla criminalização (“tráfico de drogas” e “porte para consumo pessoal”) é que não há tráfico de drogas se não há interessado em adquiri-las. Com efeito, o traficante de drogas aufere renda – e a utiliza para adquirir armamento e ampliar seu poder dentro de seu território – somente por meio da comercialização do produto, ou seja, por meio da venda a um usuário final”.

·       A saúde é direito de todos e dever do Estado. Logo, a prevenção e o combate ao abuso de drogas é uma política pública essencial para a preservação saúde dos brasileiros. Sabemos dos danos que as drogas causam às famílias brasileiras.

·       Tráfico é crime hediondo. Cidadãos naturalizados caíram em crime e precisaram de extradição. É preciso prevenir e reprimir o tráfico de entorpecentes e drogas afins. Expropriação de terras utilizadas para o plantio de drogas. Apreensão de quaisquer bens e valores decorrentes do tráfico. Programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e drogas afins.

·       Regras e princípios.

·       Sim, é Constitucional a art. 28 da Lei 11.343, de 2006. “Lei Antidrogas”. Quando doentes, vão abarrotar o SUS e provocar mais déficit num sistema que já é delicado. Sem contar o caos que causam às suas famílias e à sociedade. Não adianta ser contra e autorizar porte e uso, seja em qual quantidade for.

·       Sim, prever um mandato de criminalização constitucional para as condutas de portar ou possuir entorpecentes e drogas afins sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar.

·       O que se precisa fortalecer é o tratamento multidisciplinar e interinstitucional necessário para que enfrentemos o abuso de entorpecentes e drogas afins, tema atualmente tão importante para a sociedade brasileira. 


Posição contrária. 

sexta-feira, 21 de junho de 2024

Lutar sujo?

 

Não se pode matar o que não se vê.

Como seria se os super-heróis vivessem no mundo real e atual, na era da Internet?

Em um mundo onde os super-heróis abraçam o lado mais sombrio de sua enorme celebridade e fama, eles propõem a derrubar os pares corruptos com nada mais do que sua coragem de colarinho azul e uma vontade de lutar sujo.

Esses heróis não são os “do bem” como os heróis famosos da cultura pop (Super-Homem, Batman, Homem de Ferro e Capitão América). Eles são assessorados como celebridades, protagonizando filmes e se envolvendo diretamente com a política do mundo, agindo conforme seus desejos e pouco se preocupando com as consequências de seus atos. Tanto que, humanos mortos por heróis são casualidades "escondidas" da mídia tanto quanto a corrupção que os envolve.

Assim, os pontos de destaque dessa série já na 4ª temporada são: 

·       Voltar mais político e ácido do que nunca.

·       De volta à ativa e em campanha eleitoral.

·       Universo dos super-heróis problemáticos: sangue, sexo, explosão, palavrão e gore (subgênero cinematográfico caracterizado por cenas violentas, com sangue, vísceras e restos mortais expostos na íntegra).

·       Por meio da ficção, conseguir botar o dedo na ferida da vida real tão bem.

·       Polarização e candidatos super-heróis em período eleitoral.

·       Valores representados dentro de um universo ficcional, mas com uma verossimilhança ácida com a realidade.

·       Em maus lençóis: mesmo visto cometendo um erro em praça pública, o herói é venerado por seus apoiadores e vira símbolo de algo maior. Ou seja, o personagem é uma sátira ao herói patriota. “Não escrevo os roteiros. Recebo o material e visto o personagem, aplicando minha verdade a ele e o preencho”. É muito protagonismo político!

·       Tentado a um caminho sombrio.

·       Fica forte e latente a paternidade.

·       Passando-se humana para o público, mas perigoso. Ganha popularidade na mídia e do povo.

·       Espelha a sociedade e os eventos atuais. É provocativo na medida certa, cria conexão com a realidade e opções caóticas de futuro. Manipuladora e poderosa. Ela pode, de verdade, explodir a sua cabeça com a mente.

·       Um olhar atento e sangrento, tanto para quem está em cima do palanque quanto para quem luta por outros ideais.

·       O grupo tenta impedir a ascensão política de um tirano. Ao mesmo tempo que busca maneiras de impedir que autoritários já no poder continuem a cometer atrocidades impune, ofuscadas pelo poder.

·       Há quem dê esperança para o público, porque está constantemente enfrentando um dilema moral: o tempo todo se questiona sobre o que é certo e o que é errado, e é por isso que as pessoas se identificam.

·       Sempre em guerra com seus próprios poderes, decido assumi-los como um fardo. Porém, apesar do fardo, quero usá-los para o bem. Esperem por dilemas morais.

·       Heróis reprimidos. Personagens que se veem diante de várias escolhas éticas e morais. Oprimidos pela autoridade, serão postos à prova.

·       Humor e pena, juntos e misturados.

·       Desafiador: um personagem que lida com a vergonha e vários questionamentos. Explorar mais a autoconfiança, com raiva.

·       Do lado de quem coloca o voto na urna. Explorar pontos importantes para a sociedade:

1.     A aplicação da Justiça;

2.     A maneia como a mídia interfere nas decisões do povo;

3.     Etc...

segunda-feira, 17 de junho de 2024

Violência contra idosos.

 

Violência (física, psicológica, financeira, patrimonial) contra idosos disparou neste ano (+40% nos 5 primeiros meses). Veja no gráfico a comparação com anos anteriores – só aumenta.

O abandono está entre as principais violações de direitos que os idosos sofrem no Brasil. Muitas vezes, os agressores são familiares ou pessoas próximas.

As mulheres representam quase 7 (64%) de cada 10 casos de violência contra idosos. Além disso, 34% das vítimas têm 80 anos ou mais (Fonte: UFF).

Enfim, ser idoso tem sido sofrer. É preciso denunciar! É preciso desnaturalizar a violência, não a tomando como brincadeira tolerável. 

Contrato de namoro.

 

Significa que só namoro, ninguém quer dividir os bens futuramente. E para não deixar dúvida alguma, vamos deixar um Contrato.

Os primeiros “Contratos de Namoro” surgiram no Brasil em 2002. Em 2016, os Cartórios Brasileiros registraram 26 contratos de namoro. Já no ano passado, 2023, foram 126. SP, BA e MG são os estados que mais fizeram esse tipo de contrato.

Enfim, namorados de papel passado. Para uns, sinais de desconfiança; para outros, algo libertador, pois o que está combinado não sai caro.

Privatização das Escolas ou “escolas charter”.

 

As escolas são o principal alvo da tirania. O que vemos é a tentativa de militarização de um lado e a privatização do outro. Afinal, esse sempre foi o propósito da Ditadura – fortalecer o autoritarismo do Mercado.

Opinião do Globo que flerta com a extrema-direita defende a terceirização dos estabelecimentos de ensino alegando que isso pode melhorar a gestão escolar em SP, que licitou a prestação de serviços para 33 novas escolas de ensino médio e fundamental II (num estado que tem mais de 5 mil) – amostragem que serviria de parâmetro para o governo avaliar a relação de custo e benefício. Eles alegam que isso não significa ‘privatização’ do ensino e aumentaria a eficiência administrativa, sendo mais eficientes os gastos com as escolas.

Também afirmam que as empresas privadas apenas construirão as instalações, cuidarão da manutenção e conservação das escolas, sem nenhum contato com a área pedagógica das novas unidades. Esses prestadores de serviços assinariam contratos de concessão com duração de 25 anos, prometendo custo mais baixo e resultados melhores que nas escolas sob gestão exclusiva da Secretaria de Educação. A concessão passaria para o setor privado tarefas como limpeza, vigilância, portaria, alimentação ou jardinagem.

Nos EUA, esse sistema é chamado de “escolas charter”, isto é, estabelecimentos de gestão privada são sustentados pelo dinheiro público. Apostar num modelo de abertura do ensino básico público para empresas privadas é ambíguo. Apesar de exemplos eventuais de sucesso, elas têm impacto muito baixo sobre o aprendizado. É a iniciativa privada tentando a qualquer custo se apossar do espaço público, sob o pretexto de camaradagem a governos e sociedade civil.

Enfim, uma verdadeira armadilha de mercado. Começa assim, alegando que se limita a uma iniciativa restrita apenas à prestação de serviços e depois termina por levar a área pedagógica, hoje já bem consumida pelo mercado das editoras em confronto com o PNLD. Aliás, tem sido a bandeira da Editora Moderna, que supostamente acredita “na escola pública e na melhoria da qualidade do ensino”, seja lucrando pela transmissão de novas ferramentas pedagógicas, seja pelo treinamento de professores. Depois de adentrar, levarão também os direitos dos professores e a rotina dos estudantes, substituídos pelas tecnologias do Ensino Remoto, como pretendeu na pandemia. Resistir!

domingo, 16 de junho de 2024

PCC consolidado?

Profissional, legal, legítimo e poderoso.

Em 31 de agosto de 1993, surgia na Casa de Custódia de Taubaté, em SP, a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), criada sob o pretexto de combater a opressão no sistema penitenciário e de evitar massacres como o do Carandiru, que deixara 111 mortos um ano antes.

Três décadas depois, o PCC tornou-se uma potência do crime. Domina rotas internacionais do comércio de drogas, controla presídios, influi nos índices de violência e desafia governos.

Com faturamento estimado em pelo menos US$ 1 bilhão por ano (80% provenientes do tráfico internacional), a facção atua em 24 países, reúne mais de 40 mil integrantes e envia droga aos cinco continentes. Está presente em praticamente todo o Brasil, em vários países da América Latina, nos EUA e em parte da Europa e do Oriente Médio.

O PCC se expandiu e se profissionalizou (consolidou seu poder, estando presente em atividades legais e deu legitimidade às suas ações). Exporta drogas pelo Porto de Santos, de pequenas quantidades nas bagagens de marinheiros a grandes carregamentos em contêineres ou por métodos mais sofisticados, como esconder a carga no casco de navios com auxílio de mergulhadores. Ou que tal o elo da facção com dezenas de hotéis ou grandes empresas de ônibus para levar o dinheiro ilegal obtido com o tráfico?

Especializou-se tanto que acirraram as disputas do PCC pelo controle das rotas do tráfico com outras facções, como o Comando Vermelho (RJ) e organizações criminosas do Norte e daqui do Nordeste. Tudo se transformando em verdadeiras multinacionais do crime. 

Isso explica porque a segurança é hoje uma das principais preocupações dos brasileiros. Veja só como o crime impacta o bom funcionamento social. Nessas eleições de 2024, o TRE do RJ decidiu transferir 93 locais de votação de áreas controladas por facções ou pelo crime. Em outra ponta, até agora violência ou confrontos suspenderam aulas em 368 escolas públicas do Rio. Áreas dominadas pelo crime onde o poder público não entra, populações achacadas por milicianos e traficantes, presídios dominados, assaltos, estupros e assassinatos à luz do dia transmitem sensação de anomia. Quem está no controle?

Enfim, de tanto combater milícias e máfias, aprendeu e igualou-se a elas. Nenhuma guerra é vencida quando oposição vira oponente. Se os princípios são os mesmos, o que ocorre não é luta por transformação, mas disputa por poder. O PCC desvirtuou-se. É preciso mais controle da União e combate constitucional dos Estados, num trabalho integrado, articulado e inteligente contra a insegurança e o medo. Por um plano robusto e eficiente para enfrentar as organizações criminosas!

sábado, 8 de junho de 2024

De olho nos golpes.

 

·       Ao menos 110 mil servidores participaram nas enchentes no Rio Grande do Sul – a maior mobilização da força de trabalho pública em catástrofe no país. Desse total: 43,5 mil eram funcionários federais; 68,4 mil, estaduais gaúchos; e 1000, bombeiros de vários estados. Quer dizer, a energia que estava mobilizada para agregar mais servidores públicos ao Estado através do Concurso Nacional Unificado foi desfeita enquanto a já existente foi desarticulada de suas funções para socorrer e reconstruir prejuízos causados. Não é que esteja errado, está certo! A questão é outra: onde está o dedo da extrema direita nessa situação? Quando o pensamento crítico vai averiguar, está bem na causa e no gerenciamento dela!

·       Jornal Folha de São Paulo diz estar em defesa da Energia “Limpa”? Um “descaráter” fascista sutil. Nossa luta é pelas energias renováveis.

·       A Cartilha da Extrema Direita é usar a religião e Deus para estratégias e táticas sujas, aí sim, SUJAS. É a manipulação da fé alheia para causar medo e pânico moral. Os evangélicos se tornaram verdadeiros alvos dos extremistas. Enfim, o Céu é apenas um suborno e o Inferno uma ameaça

·       O exílio de criminosos (“extrema direita”). PF identifica 60 foragidos do 8/1 na Argentina. A PF prepara lista com nomes dos foragidos dos inquéritos dos ataques de 8 de janeiro que estão no país presidido por Javier Milei, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro. O objetivo é pedir a extradição dos investigados ao STF. 

·       Vamos prender a população dentro de casa porque as praias são nossas? Já desconfiava dessa tática da “privatização” não só dos espaços, mas da própria liberdade, desde a pandemia de coronavírus. 

quarta-feira, 5 de junho de 2024

Greves e limitações orçamentárias.

 

Só neste ano (2024), Lula vê mais de 20 categorias reduzirem trabalho ou interromperem serviços em busca de recuperação salarial ou de reestruturação de carreira.

- Greve de servidores em Educação, Meio Ambiente e Saúde pressionam governo;

- Lula em dilema entre manter diálogo com bases e orçamento apertado (que já tem que dá conta do aumento do salário mínimo, Bolsa Família e investimentos do PAC).

- Em 2023, foram registradas 30 greves de servidores federais (Dieese).

- 52 universidades e 79 colégios federais estão sem aulas ou com atividades reduzidas.

- Em 2022, ano de eleição, depois de uma repressão de demanda tão forte quanto nos governos Temer e Bolsonaro, com arrocho salarial, é relativamente normal que as categorias recoloquem suas pautas durante o processo eleitoral. Lula foi eleito sabendo as demandas das categorias. Foram registradas 37 paralisações. 

Enfim, o governo e representações de trabalhadores estão debatendo uma proposta de regulamentação de negociações no setor público. Com a aprovação dessa legislação pelo Congresso, a negociação coletiva será favorecida e o número de greves deve diminuir.