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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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sábado, 22 de junho de 2024

As redes e os transtornos nos jovens.

 

QUAL É A RAZÃO pela qual tantos adolescentes e pré-adolescentes procuram conteúdos que reforçam sintomas depressivos e ansiosos?

O adolescente é capaz de tomar decisões adequadas e responsáveis sobre as imagens aos quais é exposto? Não! A porção anterior do cérebro – lobo frontal –, associada à:

1.     Tomada de decisões;

2.     Controle inibitório e dos impulsos...

Ainda está em desenvolvimento. Logo, o cérebro adolescente não está preparado para responder adequadamente com tomada de decisões rápidas e formação de conceitos que antecipem os riscos e as consequências do conteúdo de mídias sociais, jogos de videogame, fóruns online etc.

Para piorar, as mídias sociais têm um sistema de recomendações algorítmico que identifica interesses. O adolescente sem supervisão que procure conteúdos reforçadores de comportamentos ou ideias negativas irá receber informações excessivas sobre o tema.

Outro ponto é que há evidências sólidas de que pais com transtorno mental são determinantes para a presença de transtorno mental de seus filhos.

Ainda tem o agravante da sociedade polarizada, atacada pelas fake news e o desejo de voto imediato dos conservadores e de pais desesperados que procuram uma solução rápida.

Aí vem o rombo: 293 milhões de indivíduos entre 5 e 24 anos têm um transtorno mental. A prevalência já elevada de sintomas ansiosos, depressivos e emocionais se acentuou na pandemia. Os fatores relevantes foram: isolamento, diagnóstico prévio de transtorno mental, exposição prévia a eventos traumáticos ou psicológicos, agressão, psicopatologia parental e menor quantidade de sono.

A melhor saída não seria legislar para banir a mídia social. Isso até poderia gerar o efeito oposto de “fruto proibido”, criando um sentimento de curiosidade e contravenção. Sem falar que os pré-adolescente e adolescentes são reconhecidamente capazes de criar identidades falsas que não permitem o seu reconhecimento. Aliás, os avatares estão aí para reforçar.

Enfim, as mídias sociais se tornaram parte da identidade dessa faixa etária e do seu engajamento e aprendizado social. Legislar e educar com bom senso é o caminho, mirando na verificação de idade e restrições ao acesso excessivo de conteúdos de risco de forma ponderada. Também investir na criação de políticas públicas para a assistência à saúde mental dos jovens, visto o efeito benéfico da intervenção e prevenção precoces. Afinal, jovens saudáveis identificam conteúdos e pensamentos negativistas e podem evitá-los. Por fim, as plataformas deverão ser chamadas com rigor para as suas responsabilidades no agravamento desse problema.

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