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Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

16 bancadas na Câmara em 2023?

 

Em 2023, a fragmentação de partidos na Câmara será a menor desde 1999! Ao que tudo indica, até agora, serão apenas 16 bancadas ou grupos partidários. Agora no ano de 2022 estamos com 23. Nas últimas décadas, a fragmentação partidária vinha crescendo a cada eleição (o pico foi em 2019 quando 30 partidos elegeram representantes para a Câmara). Hoje, o Brasil tem 32 legendas – 11 delas foram criadas nos últimos 20 anos.

A Cláusula de Barreira ou de Desempenho é progressiva: começou estabelecendo que, na eleição de 2018, só teriam direito à bancada partidos com no mínimo 1% dos votos válidos apurados para a Câmara, distribuídos em pelo menos 9 estados da Federação. No último pleito, o patamar subiu para 2%. Será de 2,5% em 2026 e chegará a 3% em 2030. A proporção de votos em ao menos nove estados também aumentará até chegar a 2%. A exigência induz legendas ideologicamente próximas a se fundir ou criar federações, obrigadas a funcionar como partido durante toda a legislatura. Foi para não saírem do Congresso e manterem prerrogativas que PCdoB e PV formaram uma federação com o PT. Outros partidos preferiram se fundir.

Assim, ela objetivou conter a proliferação e fragmentação de siglas nanicas, isto é, um mecanismo para forçar os partidos a não se fragmentarem. Na prática, passou-se a exigir um desempenho mínimo de votação para os partidos terem acesso a mecanismos como o fundo partidário e a propaganda eleitoral gratuita (a estrutura disponibilizada no Congresso, como postos de liderança, também fica reduzida). É um chamada para a compactação. Neste ano, os partidos tiveram que alcançar 2% dos votos para deputado federal (em pelo menos 1/3 das unidades federativas) ou eleger 11 deputados federais, distribuídos em ao menos 9 estados. Agora, para fundar um partido, não basta criar uma sigla, mas é preciso ter apoio relevante do eleitorado brasileiro nas urnas para ter direito aos fundos partidário e eleitoral.

Os efeitos já são sentidos com a implementação das federações (mecanismo em que os partidos não se fundem, mas precisam atuar como única bancada durante a legislatura) e três fusões de partidos anunciadas até agora. Nessa eleição, 6 partidos não atingiram os critérios Cláusula de Barreira. 5 deles viram na fusão a alternativa de sobrevivência: Patriota, Pros, PSC, PTB e Solidariedade. E tem o Podemos e o Novo. Vale destacar que o PV e PCdoB se uniram ao PT, na federação que terá a segunda maior bancada da Câmara, com 81 deputados.

Mas essas mudanças institucionais não criam automaticamente mudanças na agenda e na negociação dos partidos. É mais um dos processos pelos quais a gente pode garantir o fortalecimento dos partidos e, lá na frente, conquistar determinada representatividade. Algo precisava ser feito para conter a fragmentação ou teríamos uma sigla para cada ideia no país. É preciso confluência na representatividade e identidade ideológica de grande parte das agremiações.

Vô Lula terá um cenário mais favorável para negociações (o Executivo não vai precisar gastar tanta energia com o Legislativo, isto é, milhares de partidos com demandas completamente diferentes). O problema será lidar com o bolsonarismo fortalecido lá dentro. Efeito também já sentido nas Câmaras Municipais, partidos pequenos aglutinando (quando eles se fundem, acabam decidindo por agendas próprias).

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