1.
Entender os desafios: o Brasil avança lentamente há várias décadas. Sem
expansão sustentada do PIB, as oportunidades de emprego minguam, a renda cai,
pobreza e fome se espalham;
2.
Compreender os acertos e evitar os erros do passado: controlar a
hiperinflação, criar reservas cambiais para proteger a economia, melhorar a
capacidade de mão de obra com avanços na educação, promover reformas
socialmente justas, rever o que foi feito de negativo com a Previdência e os
Trabalhadores, dialogar politicamente com o Banco Central, tudo de forma
saudável, isto é, democrática. Promover políticas sólidas para proteger
empresas locais da competição internacional, distribuir crédito barato a companhias
selecionadas pelo Estado, represemanto cambial, administração de preços
públicos, desonerações tributárias quando se fizerem necessárias, bom uso das
contas públicas com prioridade ao bem-estar social, não soltar o empreendedor e
cuidar da alocação de capital, investimentos públicos diversos com firmes
projetos desde a fase de estudos até a da execução, e proteger os serviços e os
servidores públicos;
3.
Ser um bom político no cargo ou ter tarimba: pois exige alta
capacidade de articulação com os setores produtivos e negociação com o Congresso. Isto é, ter vida de soldado, alta disposição para o
diálogo e uma atitude de aprendizado humilde diante dos desafios;
4.
Capacidade de fazer uma leitura acertada do contexto internacional: fortalecer o
MERCOSUL, retomar o diálogo com os BRICS, afinal se tem hoje um forte
protecionismo nos EUA e sua crescente disputa com a China e tentativa de
diminuir a dependência dela. Tem a guerra na Ucrânia e países europeus tentando
se livrar da dependência energética da Rússia. A lição a aprender do novo
contexto geopolítico é valorizar a soberania do Brasil pelo grande potencial
que seu território e seu povo tem: com a Amazônia dá para liderar os debates
das mudanças climáticas e o desenvolvimento sustentável, com o solo e o
potencial agrícola, a produção de alimentos e matérias-primas (mas não ser
apenas um exportador de commodities, pois é preciso potencializar a indústria
local), com as fontes de energia limpa dá para potencializar a geração de
energia sustentável, com o Butantan e a Fiocruz dá para fortalecer a indústria
nacional com a produção de insumos e medicamentos, com as universidades e os
centros de pesquisa dá para revolucionar o ensino e o mercado local, etc. Enfim,
fazer do Brasil um lugar mais valorizado, autossuficiente e atraente. E temos potencial para se desenvolver sem se dobrar ou submeter de forma
subserviente ao capital externo. Então é preciso romper com o complexo de
vira-lata e acreditar no próprio potencial;
5. Foco no que funciona: emprego, geração de renda, saúde, educação, casadas nas propostas. Superar conflitos ideológicos que promovem divisões estanques sobre quem é liberal, social-democrata ou nacional-desenvolvimentista. Transferir renda com uma mão e dar dignidade de se tornar independente num futuro próximo com a outra.
Enfim, essas são algumas das principais
qualidades de um Ministro da Fazenda. Mas, se olharmos bem, acaba sendo
atributos de toda uma equipe de governo. Afinal, é toda uma sociedade que será
gerenciada. E a economia do Brasil precisa crescer de forma sustentada e com
equidade. Esse é o propósito, a meta, o sonho, o objetivo geral!
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