Por Neilton Lima
Professor, pedagogo e especialista em psicopedagogia.
SKYPE: neipensador@hotmail.com
Cigarro eletrônico ou e-cigarettes: nova moda,
velhos problemas.
O tabagismo
no Brasil alerta o consumo de cigarros pelos jovens. Os mais vulneráveis
são os adolescentes (mas também as mulheres e as pessoas de mais baixa
escolaridade) porque é nessa fase da vida que eles se viciam: geralmente são
influenciados pelos amigos, pelo marketing publicitário e as curiosidades
próprias dessa fase. Está aí um bom ponto para a atuação do nosso Ministro da Saúde, Alexandre Padilha,
através de políticas públicas de promoção à saúde.
Segundo levantamentos do Ministério da
Saúde (ano de 2011), 77,9% dos
fumantes acenderam o primeiro cigarro com menos de 20 anos; e 19,6% com menos de 15 anos. Outros
dados dos pesquisadores apontam que:
- Muitos fumantes só conseguem largar o
cigarro quando ficam e descobrem que estão doentes;
- Estudos do Banco Mundial mostram que
os jovens são de 02 a 03 vezes mais sensíveis ao preço do que o adulto;
- A OMS afirma que metade dos fumantes
vai morrer por alguma doença relacionada ao tabaco. No Brasil, são 200 mil
mortes por ano (2011), devido ao tabagismo, segundo o instituto nacional de
câncer. O fumante é uma pessoa que terá mais: pneumonia, tuberculose, infecções
respiratórias altas, como sinusite e outras. Alterações oculares, cegueira,
osteoporose e cânceres.
- O Ministério da Saúde estima que 19
milhões de fumantes precisam de tratamento para largar o cigarro. Segundo um
relatório do Instituto Nacional do Câncer, 85% das pessoas que tentam deixar de
fumar sozinhas têm recaídas dentro de uma semana (hábito, convivência,
ambiente, vício). O tabagismo é uma dependência, a gente está falando de uma
droga, então tanto a parte física, psicológica e comportamental, precisam sim de tratamento. Em geral, a relação
mais longa que o fumante tem na vida é com o cigarro.
- A cada pessoa que fuma, há outra que
fica exposta ao cigarro. O fumante passivo é mais prejudicado do que o fumante
ativo (no Brasil, são 24,6 milhões de fumantes passivos dentro de casa, segundo
dados oficiais). O fumo passivo é um problema de saúde pública em
todos os países do mundo. Na Europa, estima-se que 79% das pessoas estão
expostas à fumaça "de segunda mão", enquanto, nos Estados Unidos, 88%
dos não fumantes acabam fumando passivamente. A Sociedade do Câncer da Nova
Zelândia informa que o fumo passivo é a terceira entre as principais causas de
morte no país, depois do fumo ativo e do uso de álcool;
- Uma pesquisa feita
em 14 países, que representam metade da população mundial, mostra que o Brasil
se destacou como segundo país com menor percentual de fumantes: Bangladesh
(43%), Rússia (39%), Índia (35%), Turquia (31%), Polônia (31%), Filipinas
(30%), Ucrânia (28%), China (28%), Tailândia (27%), Uruguai (25%), Vietnã
(25%), Egito (20%), Brasil (18%) e
México (16%). A posição do Brasil representa queda de quase a metade na
comparação entre 1989 (Brasil: 32% de fumantes) e 2010 (Brasil: 18% de
fumantes).
As restrições ao fumo não são as mesmas no Brasil inteiro. Muitos
estados e municípios têm leis específicas, que são mais severas até que a
Legislação Federal (que é de 15 anos atrás!). A Lei Federal proíbe um fumo em
recintos fechados coletivos, mas autoriza áreas para fumantes (fumódromos). 07
estados brasileiros já têm legislação própria, com proibição total ao fumo em
qualquer ambiente fechado (e que essa proibição seja integral a todo o Brasil).
Boa notícia: a guerra conta o fumo está sendo vencida no Brasil. Além de
quem nunca fumou, hoje no Brasil já há mais ex-fumantes (26 milhões) do que
fumantes (24,6 milhões) – dados de 2011. O Brasil foi o primeiro país a
oferecer na rede pública medicamentos para combater o vício, mas o programa,
oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) só existem em 937 dos 5.565 municípios. É preciso investir em
tratamentos e programas de apoio para largar o cigarro. “Começar a fumar é
fácil. Parar é difícil. Mas em qualquer idade, vale a pena”.
Além de incentivar os que fumam a abandonarem o cigarro é preciso
prevenir ou evitar os novos fumantes. As ações educativas são importantes, mas
também são eficazes medidas mais amplas, tais como o controle ao tabaco,
dificultando o acesso dos jovens ao cigarro, quer combatendo a linguagem da
propaganda, a promoção das embalagens (“Este produto contém mais de 4.700 substâncias tóxicas, e nicotina
que causa dependência física ou psíquica. Não existem níveis seguros para
consumo destas substâncias), o aumento dos baixos preços praticados (segundo a
OMS, Organização Mundial da Saúde, a melhor maneira de reduzir o consumo é
aumentar o preço do cigarro: em dezembro de 2012, o preço do maço ficou 20%
mais caro, com preço mínimo anunciado pelo governo de R$ 3,00; neste ano, 2013,
R$ 3,50; ano que vem, 2014, R$ 4,00 e em 2015, R$ 4,50) e a proibição da edição
de sabores, como menta e chocolate.
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