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Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

terça-feira, 8 de outubro de 2013

LIÇÕES DO Ney* 03

 Por Neilton Lima
Professor, pedagogo e especialista em psicopedagogia.

Cigarro eletrônico ou e-cigarettes: nova moda, velhos problemas.

O tabagismo no Brasil alerta o consumo de cigarros pelos jovens. Os mais vulneráveis são os adolescentes (mas também as mulheres e as pessoas de mais baixa escolaridade) porque é nessa fase da vida que eles se viciam: geralmente são influenciados pelos amigos, pelo marketing publicitário e as curiosidades próprias dessa fase. Está aí um bom ponto para a atuação do nosso Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, através de políticas públicas de promoção à saúde.
Segundo levantamentos do Ministério da Saúde (ano de 2011), 77,9% dos fumantes acenderam o primeiro cigarro com menos de 20 anos; e 19,6% com menos de 15 anos. Outros dados dos pesquisadores apontam que:
- Muitos fumantes só conseguem largar o cigarro quando ficam e descobrem que estão doentes;
- Estudos do Banco Mundial mostram que os jovens são de 02 a 03 vezes mais sensíveis ao preço do que o adulto;
- A OMS afirma que metade dos fumantes vai morrer por alguma doença relacionada ao tabaco. No Brasil, são 200 mil mortes por ano (2011), devido ao tabagismo, segundo o instituto nacional de câncer. O fumante é uma pessoa que terá mais: pneumonia, tuberculose, infecções respiratórias altas, como sinusite e outras. Alterações oculares, cegueira, osteoporose e cânceres.
- O Ministério da Saúde estima que 19 milhões de fumantes precisam de tratamento para largar o cigarro. Segundo um relatório do Instituto Nacional do Câncer, 85% das pessoas que tentam deixar de fumar sozinhas têm recaídas dentro de uma semana (hábito, convivência, ambiente, vício). O tabagismo é uma dependência, a gente está falando de uma droga, então tanto a parte física, psicológica e comportamental, precisam sim de tratamento. Em geral, a relação mais longa que o fumante tem na vida é com o cigarro.
- A cada pessoa que fuma, há outra que fica exposta ao cigarro. O fumante passivo é mais prejudicado do que o fumante ativo (no Brasil, são 24,6 milhões de fumantes passivos dentro de casa, segundo dados oficiais). O fumo passivo é um problema de saúde pública em todos os países do mundo. Na Europa, estima-se que 79% das pessoas estão expostas à fumaça "de segunda mão", enquanto, nos Estados Unidos, 88% dos não fumantes acabam fumando passivamente. A Sociedade do Câncer da Nova Zelândia informa que o fumo passivo é a terceira entre as principais causas de morte no país, depois do fumo ativo e do uso de álcool;
- Uma pesquisa feita em 14 países, que representam metade da população mundial, mostra que o Brasil se destacou como segundo país com menor percentual de fumantes: Bangladesh (43%), Rússia (39%), Índia (35%), Turquia (31%), Polônia (31%), Filipinas (30%), Ucrânia (28%), China (28%), Tailândia (27%), Uruguai (25%), Vietnã (25%), Egito (20%), Brasil (18%) e México (16%). A posição do Brasil representa queda de quase a metade na comparação entre 1989 (Brasil: 32% de fumantes) e 2010 (Brasil: 18% de fumantes).

As restrições ao fumo não são as mesmas no Brasil inteiro. Muitos estados e municípios têm leis específicas, que são mais severas até que a Legislação Federal (que é de 15 anos atrás!). A Lei Federal proíbe um fumo em recintos fechados coletivos, mas autoriza áreas para fumantes (fumódromos). 07 estados brasileiros já têm legislação própria, com proibição total ao fumo em qualquer ambiente fechado (e que essa proibição seja integral a todo o Brasil).
Boa notícia: a guerra conta o fumo está sendo vencida no Brasil. Além de quem nunca fumou, hoje no Brasil já há mais ex-fumantes (26 milhões) do que fumantes (24,6 milhões) – dados de 2011. O Brasil foi o primeiro país a oferecer na rede pública medicamentos para combater o vício, mas o programa, oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) só existem em 937 dos 5.565 municípios. É preciso investir em tratamentos e programas de apoio para largar o cigarro. “Começar a fumar é fácil. Parar é difícil. Mas em qualquer idade, vale a pena”.

Além de incentivar os que fumam a abandonarem o cigarro é preciso prevenir ou evitar os novos fumantes. As ações educativas são importantes, mas também são eficazes medidas mais amplas, tais como o controle ao tabaco, dificultando o acesso dos jovens ao cigarro, quer combatendo a linguagem da propaganda, a promoção das embalagens (“Este produto contém mais de 4.700 substâncias tóxicas, e nicotina que causa dependência física ou psíquica. Não existem níveis seguros para consumo destas substâncias), o aumento dos baixos preços praticados (segundo a OMS, Organização Mundial da Saúde, a melhor maneira de reduzir o consumo é aumentar o preço do cigarro: em dezembro de 2012, o preço do maço ficou 20% mais caro, com preço mínimo anunciado pelo governo de R$ 3,00; neste ano, 2013, R$ 3,50; ano que vem, 2014, R$ 4,00 e em 2015, R$ 4,50) e a proibição da edição de sabores, como menta e chocolate. 

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