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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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domingo, 29 de setembro de 2024

Agenda de Desenvolvimento Sustentável.

 

·       Desenvolvimento Sustentável: as constantes tragédias climáticas no Brasil e no mundo. Os maus-tratos ambientais e a negligência da comunidade internacional têm contribuído para agravar o cenário. A urgente agenda do clima.

- enfrentando/freando as mudanças climáticas;

- acelerando a transição energética;

- sustentabilidade ambiental;

- unindo esforços;

- energias do futuro;

- como acelerar uma transição energética justa de emissão zero?

- como podemos alcançar o desenvolvimento sustentável?

- como aplicar efetivamente modelos energéticos mais benéficos ao planeta?

A ousadia do crime e o ringue eleitoral.

Como o crime está cerceando eleições nas 5 regiões?

O Estado brasileiro está preparado para enfrentar essa realidade?  

Há uma forte tentativa do crime organizado de se infiltrar no Estado a partir do voto. Ele deseja formular leis e precisa ser impedido. Justiça, instituições e sociedade devem se mobilizar para oferecer resposta imediata. Foram 35 assassinatos de lideranças políticas e ameaças registradas nessas campanhas.

O TSE já monitora a presença das organizações criminosas em estados como Rio, São Paulo, Amazonas e Ceará. Bandidos cerceiam campanha e direito ao voto. Facções definem quais candidatos podem fazer campanha e barram corpo a corpo de políticos. Na Amazônia, nada é simples. Os garimpos estão ligados a uma cadeia de conexões políticas impenetrável para quem vive noutras regiões.

A face mais visível da milícia envolvida na política está na Amazônia. Sabemos que é imperativo combater o garimpo ilegal, atividade que contribui para o desmatamento e contamina os rios com mercúrio. Mas, há elos políticos por lá que mostram o tamanho da dificuldade de combater o garimpo ilegal. O sucesso de candidatos envolvidos em violações de leis ambientais desafia autoridades em Brasília. É o efeito perverso da mineração ilegal na política. Como isso fica evidente? Vejamos:

·       Nas campanhas eleitorais, candidatos disputam os votos de quem considera a preservação do meio ambiente um empecilho a seu sustento;

·       Quem é fiscalizado ou multado por algum organismo ambiental inclui a penalização em seu currículo de político;

·       As eleições municipais nas áreas de garimpo têm uma importância adicional: no Pará, são as prefeituras que concedem autorização para explorar ouro, e não o estado como no resto do país;

·       Fazendeiros, em protesto contra a fiscalização, se reuniram para “limpar” um pasto com um incêndio florestal. O prefeito Gelson Dill (MDB), da cidade de Novo Progresso, acredita que sua eleição em 2020 se deveu, em parte, a uma multa de R$ 4 milhões recebida do ICMBio durante a campanha. Empresário madeireiro, Dill foi punido por desmatar 174,5 hectares. “Tomou multa do Ibama, já ganha voto”, afirmou. Foi eleito, recorreu, venceu na contestação e agora tenta reeleição. Fato similar também ocorreu com o prefeito de São Félix do Xingu, João Cleber (MDB), ao ser denunciado em ação no MPF, por usar recursos públicos para reformar uma estrada clandestina dentro da Terra Indígena Apyterewa (tal estrada leva à fazenda de um dos invasores do território indígena). Com isso deve ter ganhado votos.

·       Para legitimar a ilegalidade, candidatos agregam valor em suas chapas com membros e etnias da própria comunidade (cabo eleitoral), porém ideologicamente manipulados. Há prefeitura disputada por candidaturas contendo a participação de indígenas, mas que não defende a proibição da exploração de ouro nas reservas, por exemplo. Sem falar que há casos de chapas assim que já até lideraram protesto violento contra policiais federais que participavam de uma operação contra o garimpo ilegal na região. Aí foi preso, deixou o cargo por um período e agora volta tentando a reeleição – e forte!

·       Agressão na eleição não pode ser tolerada. Eleitor quer ouvir propostas para sua cidade, não pugilato. O Estado deve agir de forma a reduzir a violência na política e candidatos envolvidos em pugilatos durante debates devem ser punidos. Como pode alguém se que apresenta de forma agressiva ser um pacificador quando assumir o cargo? A democracia exige vigilância permanente.

·       Investigações apontam que organizações criminosas tentam influenciar as eleições para favorecer sua atuação nas cidades. O TSE constituiu um núcleo de especialistas do MP e da PF para verificar, a partir dos pedidos de registro de candidatura, se havia pessoas envolvidas em processos relacionados a organizações criminosas. Há muitas notícias de possíveis infiltrações de organizações criminosas nos órgãos estatais. Por um lado, existe o direito de votar e ser votado, e os casos de inelegibilidade são definidos pela lei.

·       A tentativa do crime organizado de influenciar e se infiltrar nas eleições municipais é bastante grave e não pode ser subestimada.

·       É uma ousadia do crime querer ser o formulador de leis. Há um risco real de que esse comportamento se estenda às instâncias estaduais e até nacionais. É grave esse atrevimento criminoso.

·       Existe um “algoritmo do ódio” que é perigos e deve ser combatido também.

O brasileiro reclama, mas não reivindica. E nós, brasileiros, precisamos aprender a reivindicar. A democracia exige vigilância permanente. Para mim, a democracia é igual a uma roseira: tem que plantar e cultivar todos os dias. Agora, a erva daninha não escolhe terreno. Então, a democracia é um cultivo permanente. Não podemos desligar um minuto disso.

Enfim, todas as polícias estaduais e federais estarão envolvidas nessas eleições municipais. Também haverá apoio das Forças Armadas. Haverá um juiz em todos os municípios brasileiros no dia da eleição. Afinal, o crime quer formular leis, e a Justiça tem que dar respostas imediatas. Tribunais, MP e PF precisam analisar processos com celeridade e checar essa perigosa vinculação de candidatos com facções. Afinal, o cenário é grave e exige reação firme das autoridades para que nós, eleitores, sintamos seguros e protegidos, tanto física quanto legalmente, em todo o território nacional.

·       Facções lavam dinheiro na máquina pública. “O crime em campanha” revela como facções do Sudeste abrem empresas e vencem licitações públicas para lavar dinheiro.

- Infiltração do crime na política distorce democracia representativa;

- Diante de mortes e relatos de coação em campanhas, TSE criou núcleo para investigar atuação de facções;

- Infiltração do crime organizado na política. A contaminação da política pelo crime e sua infiltração nas instituições testa a força do TSE (MP + PF) a desfazer o vínculo entre candidatos e facções criminosas.

- Essas eleições têm servido para mostrar que o problema ultrapassa as fronteiras da segurança pública e pode distorcer a democracia representativa.

- Bastante grave: a ousadia do crime de querer ser o formulador de leis. 1) o controle do voto de comunidades subjugadas; 2) a indicação de nomes para concorrer no pleito municipal.

- Isso requer uma reformulação institucional, procedimentos mais eficazes e mudanças na legislação.

- A Lei da Ficha Limpa, por si só, não tem mais sido capaz de filtrar com eficácia os pedidos de registro de candidaturas. A lei veta candidatos condenados na segunda instância. Mas os casos mostram que é necessária ação prévia, com participação ativa dos partidos.  

- Alguns fatos alarmantes: já foram mortas 35 lideranças políticas; na cidade de João Dias (RN) foram assassinados o prefeito Marcelo Oliveira e o pai dele, Sandi Alves de Oliveira (que buscava a reeleição pelo União Brasil, e há indícios de envolvimento de facções criminosas). Hoje, mais da metade da cidade de Manaus está em comunidades controladas pelo crime (a insegurança dos candidatos ilustra os riscos): “a campanha é um campo minado: cada lugar tem um dono, que determina quem pode ou não falar com o eleitor”.

A piada mortal.

O riso nervoso.

"Não tenho mais nada a perder. Nada pode me ferir. Minha vida não passa de uma comédia". 

"Uma piada por dia mantém a tristeza distante". 

"Já dançou com o demônio sob a luz do luar?". 

"Morcegão... Você não sabe levar as coisas na brincadeira!". 

"Por que tão sério?". 

"Nada fica dessa interpretação desastrosa". 

"Você tem medo que ele faça você parecer fraco?". 

Era para ser só mais um vilão, mas se tornou o arqui-inimigo do Homem. Coringa simboliza a vida absurda e risível de uma pessoa em decadência, mas ainda pessoa. Seja por uma série de erros pessoais somados com os erros da sociedade, misturam-se: drama, comédia e tragédia numa pessoa só.

Parece um bufão circense se não fosse um serial killer, mas no fundo é uma vítima do sistema. Uma origem trágica: comediante fracassado, perde a esposa grávida e sofre um acidente químico – nasce o Coringa.

É como misturar a antítese com o paradoxo e temperar com hipérbole e ironia. O produto não é nada racional e ordenado, mas imprevisível e caótico. Uma figura mitológica contemporânea, que desafia a ordem estabelecida através de suas várias interações. É um antagonista que nos obriga a questionar nossas normas e valores.

Coringou, quando... tira-se sarro da sisudez do Homem; quando fanfarrão com afinidade por pegadinhas e armas (ino)fensivas; um maníaco homicida disfarçado de palhaço, um vilão que se esbalda com planos maléficos (respeitando ou não a censura livre de nunca terminar em morte ou ferimentos graves); um terrorista que só deseja ver o circo pegar fogo (tira do sério, atitudes anarquistas, afirmações niilistas); disruptivo, de cabelo desgrenhado, rosto mal pintado e boca rasgada por cicatrizes, com um significado para cada interlocutor; um personagem que atormenta a todos; tóxico... Todo Coringa tem um pouco de punk e anarquista. 

Enfim, por um lado, várias faces do absurdo. De outro ângulo, um ser existencialista que, em tempos turbulentos, busca identidade e reconhecimento num mundo que o rejeita. Uma alegoria da política contemporânea, feita de coach, influencer e muito transtorno da personalidade histriônica - TDH. Um figurino realista de palhaço humilde, que apela a todos os espectros políticos - um indivíduo alienado e oprimido pelo status quo


Como está a mente do palhaço?

·       “Folie à Deus” = Delírio a dois. Um comediante frustrado, medíocre, que luta contra transtornos psiquiátricos, e que sofre com a brutalidade do mundo à sua volta. Enfim, a questão da identidade (o que acontece quando um papel que você não consegue corresponder é imposto).

·       Crítica aos manicômios: a postura, os diversos abusos no processo jurídico, o tratamento violento e opressivo onde ficam internados os presos com problemas psiquiátricos. A exposição dessas instituições violentas contra pessoas com transtornos mentais lembra muito o movimento brasileiro da luta antimanicomial (modelo de hospital que mais parece prisão para tratar uma ideia de “loucura” – instituição total que confina a vida toda de uma pessoa). As práticas violentas nesses hospitais mais parecem campos de concentração e prisões.  

·       Parceria no amor e no crime.

·       Canta e dança em sequências musicais, especialmente nos sonhos do protagonista.

·       O homem por trás da maquiagem: o que passa na cabeça dele?

·       O filme é um suspense psiquiátrico.

·       Duas-Caras: advogado dedicado a ajudar a condenar.

·       Lutar pelos direitos das pessoas com transtornos mentais, pelo tratamento adequado e pela extinção dos manicômios.

·       Humanistas começaram a causar a desinstitucionalização de muitos hospitais psiquiátricos. Alguns deles deram lugar a serviços comunitários de auxílio e serviço, sem isolar completamente a pessoa com transtorno psiquiátrico do convívio social.

A 2ª fase da vida.


“O que te levou até onde você está, na primeira metade da vida, não é o que vai te levar até onde você quer ir de agora em diante”.

Quais habilidades profissionais devem ser valorizadas a partir dos 40 anos? Qual o caminho para o sucesso dos quarentões?

Como deve ser a busca pela felicidade e satisfação profissional na segunda fase da vida? Como arrasar às vésperas da maturidade? Etarismo, sucesso, inteligência, maturidade e felicidade...

Até os 30 anos, há mais inteligência fluida, isto é, operam habilidades que faz de você bom para resolver problemas, capacidade rápida de inovação e da ampla memória temporária (armazenamento breve de informações). Isso depois se reduz (e causa um grande impacto para quem é viciado em sucesso ou muito trabalhou em alta performance). Percebe o risco de burnout e infelicidades?  

Na casa dos 40, é preciso explorar a inteligência cristalizada, capacidade que requer o reconhecimento de padrões, boas ideias, uso do volume de conhecimento (já estabelecido) como um tipo de sabedoria. O melhor está por vir, mas para isso é preciso deixar seu passado para trás.

1.     Após os 40 anos, é preciso usar novas habilidades;

2.     A jornada terá que ser baseada em habilidades que os mais jovens, na casa dos 20 ou 30 anos, ainda não têm (o que nos traz sucesso na juventude muda conforme você envelhece);

3.     É preciso deixar seu passado para trás;

4.     As habilidades de criar novas soluções a cada minuto e de aprender em velocidade recorde irão, aos poucos, se esvaziar;

5.     Ou seja, da inteligência fluida para a cristalizada;

6.     Faro apurado para identificar boas ideias e um tino para passar conhecimento adiante (ensinar);

7.     Por exemplo, aos 81 anos de idade, o que pesa é a busca pela iluminação e não por dominar o mundo (Joe Biden);

8.     As 7 coisas que você pode controlar, divididas em dois grupos: as físicas e as comportamentais. 4 dizem respeito à saúde: dieta, exercício, não fumar e evitar a bebida. As outras 3: ser bom em resolver seus problemas, ser um aprendiz, tenha relacionamentos profundos (casamento ou amizades verdadeiras).

9.     Você não deve se livrar dos seus problemas, mas desenvolver habilidades de resolvê-los. É errado erradicá-los, mas correto administrá-los. Afinal, você terá problemas para o resto da sua vida;

10.  Se você está triste e ansioso, significa que você é absolutamente normal. O sofrimento é uma parte importante da vida. Mas, não existe liberdade total da infelicidade para sempre.

11.  É preciso aprender a lidar com os altos e baixos da vida, sobretudo as emoções.

12.  Se não puder fazer o seu melhor, por conta de alguma circunstância, procure outra forma de fazer o que for possível;

13.  A felicidade é uma direção, não um destino. Não é um sentimento, mas uma construção: prazer, satisfação e propósito.

Enfim, o sucesso muda quando envelhecemos. Não adianta lutar contra essa mudança radical. É preciso aceitá-la e ajustar os meios para chegar mais longe. O trabalho é encontrar o que cada pessoa poderá fazer de melhor em diferentes estágios de sua vida. A lição mais importante é que a felicidade é também o amor.

sábado, 28 de setembro de 2024

Redes sociais normalizam o enlouquecimento do mundo.

·       Desafios do nosso tempo são mais intensos e beiram o insuportável (e afetam todos nós): queimadas, variações climáticas, extremismos, políticos grotescos e violentos, abuso da liberdade de expressão, cibercrime à nossa identidade e o nosso dinheiro, sensação de sufoco e impotência, de smartphones que normalizam absurdos – nos monitorar continuamente e afogar em conteúdo de valor questionável, de redes sociais que manipulam nossos cérebros e corações sem seus algoritmos de relevância, a perda do controle humano e o uso malicioso dos sistema de IA que pode levar a resultados catastróficos para toda a humanidade a qualquer momento, continuamente acelerados pelas plataformas digitais, que defende irrefletidamente os interesses das big techs...

·       Que mundo queremos? De sociedade unida e não rachada, de políticos que priorizam o debate de ideias, o apreço à convivência cívica e o respeito a valores básicos, de recursos digitais que nos brindam com facilidades, compromisso de desenvolvimento ético da IA e uma cooperação internacional para uma fiscalização independente, com capacidade de parar e discutir implantação de propostas...

1.     Documento da ONU prepara propostas para definir limites às plataformas digitais e criar padrões éticos para o desenvolvimento e o uso da IA – é o “Pacto do Futuro”, que não terá força de lei, mas pode criar boas práticas para um uso mais equilibrado dos recursos digitais, com um órgão internacional para fiscalizar seu desenvolvimento;

2.     A alfabetização digital e a educação midiática, além de apoiar o jornalismo, para que os cidadãos desenvolvam um senso crítico que minimize a manipulação pelas plataformas digitais;

3.     Não se trata de botar barreiras à inovação, colocando limites às redes sociais e a IA, mas que isso seja feito colocando os interesses da humanidade à frente dos desenvolvedores.

4.     Regulamentar um mercado não impede seu avanço. Basta observar que algumas das indústrias mais inovadoras do mundo também são as mais regulamentadas, como a automobilística e a farmacêutica.

5.     O domínio da inteligência artificial despontou como a mais importante arma geopolítica das próximas décadas. EUA e China, os grandes opositores do cenário global, dominam essa corrida, e não querem ser superados em algo que pode levá-los a uma dominação planetária. São os complexos interesses nacionais envolvidos. E enquanto os países continuarem colocando seus interesses à frente da humanidade, veremos a ganância econômica e política, e o negacionismo científico e educacional dando as cartas e agravando esses problemas.

Enfim, temos que desacelerar e raciocinar! Caso contrário, corremos o risco de sair da pista com tanta velocidade.

Reconhecendo um Democrata.

 

Crianças, quanto mais bem formadas (na família, na escola, nos grupos de vizinhança), maior será sua predisposição para abraçar a democracia, uma construção socialmente determinada.

Onde a democracia não viceja é no terreno da extrema direita, porque, nele, são plantados venenos e toxinas que se voltam para a sua destruição e a captura dos indivíduos mediante artifícios que fogem da razão, que exploram os egoísmos, as emoções à flor da pele, o ódio, a insatisfação, o medo e a insegurança. A extrema direita pode mobilizar a pátria, o nacionalismo, falar em proteção, questionar o sistema, mas será sempre uma postulação autoritária e antidemocrática.

·       Tem o senso mais aguçado de justiça;

·       Pratica o compartilhamento;

·       É generoso um com o outro;

·       É alguém capaz de pensar para além de si próprio, ou seja, levar em conta o conjunto da vida social, seus ritmos e suas particularidades;

·       Não precisa ser um “igualitarista”, mas deve considerar com generosidade as disparidades socioeconômicas, culturais e educacionais que separam os membros de uma sociedade;

·       Precisa assimilar os sinais do tempo e as mudanças epocais;

·       Pensa com a própria cabeça (que é melhor tê-la bem-feita do que cheia);

·       É alguém politicamente educado, capaz de separar o joio do trigo, “ler” corretamente os fatos, assimilar os carecimentos dos demais membros da sociedade, enxergar os outros;

·       Compreende criticamente a complexidade inerente à política, que não existe para atender de imediato a todas as expectativas e que, além do mais, tem sinuosidades e ambiguidades difíceis de serem entendidas;

·       Sabe que a política está associada à luta pelo poder, mas não se reduz a isso;

·       Sabe que o Estado é um agente de organização e prestação de serviços;

·       Não é um indivíduo civicamente “mal-educado”;

·       Não enxerga a política só por um ângulo torto, rejeitando-a sempre que seus desejos não são atendidos;

·       Não ver o Estado como uma estrutura de poder tirânico e cheio de necessidades;

·       Não é alguém que se resume em glorificar o mercado, o empreendedorismo, a privatização indiscriminada, a ausência de regulações;

·       É alguém que se move pelas sendas complicadas da razão, recusando a manipulação das emoções que políticos e governantes fazem regularmente, sobretudo em períodos eleitorais;

·       Mantém no primeiro plano a transparência e a responsabilidade no trato das coisas públicas, sendo adversário de todas as formas de corrupção e malfeitos;

·       O democrata pode ser inflamado e defender suas ideias a ferro e fogo;

·       Sua natureza é mais serenidade, tendendo mais para a ponderação, o diálogo e a argumentação, atitudes com as quais busca convencer, persuadir e dissuadir os que dele divergem;

·       Não se limita a ser de esquerda, pois há vertentes nesse campo que não aceitam os procedimentos democráticos, rotulando-os de formas burguesas de democracia. Embora precise privilegiar o social e seu progresso, não pode se resumir a voluntarismos.

·       São focados no campo dos procedimentos e da defesa das regras do jogo, dos direitos humanos e de políticas justas.

Enfim, democratas estão dispostos a conflitos e lutas sociais. Querem ser partícipes delas. Trabalham para dar a elas um sentido gerador de consensos que, se bem organizados, podem pressionar os governos para que ajam em benefício de todos.

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

A crítica está em crise.

Quem critica é um justiceiro independente.

Ela se definha desde os primeiros anos da década de 2000.

A crítica, em sua essência, tem função quando resiste às 4 tentações que podem levar um crítico ao inferno.

1.     Não ter a preocupação em agradar ao artista criticado;

2.     Não ter a preocupação em agradar aos fãs do artista criticado;

3.     Não ter a preocupação em agradar ao assessor de imprensa do artista criticado;

4.     Não ter a preocupação em desagradar a todo mundo para provar que quem critica é um justiceiro independente.

Ou seja, a empreitada é colossal. Criar projetos para o exercício da crítica sistemática, seja em qual área ou campo for, é mais do que comprar uma briga contra um sistema inteiro. É uma guerra contra um pensamento baixado no cérebro de pessoas, seus fãs, assessores, imprensa, enfim, uma longa tradição social, que tem demonstrado nenhuma disposição para negociar suas crenças. Pelo contrário, o desejo e a tendência é reforçá-las.

O fortalecimento das redes sociais no início dos 2000 deixou o crítico em crise. Ao se sentir alvo de uma crítica negativa, o criticado passa a jogar suas tropas contra o crítico e o efeito psicológico desse movimento é devastador. Pronto, em sociedades totalitárias, autoritárias, hierárquicas e violentas como a nossa, “muitas brigas estarão compradas”. É preciso ter muita força para não desistir. Seu nome é jogado aos leões, muitas fogueiras são acesas para você, a resposta atrai embates, o cancelamento é tentador.

Há a crítica oportunista que é aquela em que você fala mal de algo ou alguém apenas para que a reação do público lhe dê a glória da visibilidade. Que tal a crítica agressiva, essa com requinte de provocação e reação violenta, em que as regras são violadas e os ânimos aflorados para ganhar atenção? São exemplos de críticas que excedem a liberdade de expressão e que cabe a reflexão de saber se são críticas mesmo ou objetos a serem criticados – a crítica da crítica. Afinal, debate é presente a quem merece.

Sobre esse oportunismo, o outro lado da pretensa crítica livre usada para falar mal de algo com o intuito de dar audiência, ganhou força por volta de 2020. Com a mudança do algoritmo, os comentários raivosos pulverizaram as críticas para muito além das bolhas dos assinantes de jornal, e parece que gostamos disso (assustador pensar aqui que esse negócio sai do mesmo material genético que deu vida a Pablo Marçal, o candidato expulso). Agora, ouvíamos xingamentos aos nossos textos com um sorriso de satisfação.

A vida do crítico piorou com a entrada da geração de fãs que cresceu na década de 2010 sem ler críticas que não fossem bajulatórias. Toda e qualquer ideia que não elevar seu ídolo é agressivamente repudiada. Qual é o crítica que vai aguentar ser assim numa rede social? Os ataques cibernéticos são violentos e imediatos. A não ser que se publique para atender anseios, mas aí deixa de ser crítico.

Enfim, hoje em dia não se criam artistas, mas ídolos. Não se faz debate, mas bagunça entre uma coisa e outra. Não existe confiança e confidência de afetos, mas a manipulação constante das emoções alheias o tempo todo. É preciso tomar muito cuidado com essa tentação sombria de querer falar mal de algo ou alguém apenas para que a reação de seus seguidores conceda a glória da visibilidade. Se a única forma de produzir uma crítica for passar pelo crivo da audiência, será preciso reencontrar o rumo.

Audiência? Estamos perdidos. É preciso fazer uma autocrítica do pensamento crítico.

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Proibição de celular nas escolas.

 

Veto a celular nas escolas já existe em 20 estados, mas aplicação ainda é desafio. Apesar de 20 estados já terem em vigor leis que restringem celular nas escolas, apenas 12% das instituições de ensino de fato implementaram a medida. Resistência de alunos e dos pais está entre alguns dos obstáculos.

Nos estados, as leis que determinam proibições de uso em sala de aula já existem desde 2004. Na maior parte dos casos, porém, as regras foram aprovadas entre 2008 e 2009 ou entre 2014 e 1016.

Na verdade, há um movimento global nessa direção, potencializado por um relatório da Unesco que pediu, em junho, a proibição dos celulares nas escolas. Já há muitos países e suas dificuldades de implementação desse banimento, tais como: Reino Unido, diferentes regiões dos EUA, França, Espanha, Finlândia, Itália, Holanda, Canadá, Suíça, Portugal e México.  

O MEC discute projeto para que regra valha em todo o país, mas experiências prévias mostram que pode haver dificuldades de implementação – de resistência de alunos a até de para das famílias. A medida virá em forma de PL que prevê o banimento dos aparelhos nas escolas, medida que deve valer para todas elas, públicas e privadas. A proibição faz parte de um pacote de ações para reduzir o excesso de uso de telas por crianças e jovens e melhorar a atenção dos alunos não só em sala de aula, mas em toda a escola.

A medida será pautada em estudo científico que mostra o prejuízo do uso desse equipamento livre para os alunos nas escolas. O PL ainda será discutido no Congresso Nacional.

O problema é que a adoção do aparelho só aumentou. Em 2020, o Painel TIC Covid-19, pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), mostrou que o celular era o principal dispositivo usado pelos estudantes brasileiros para acompanhar as aulas e fazer atividades escolares durantes o fechamento das escolas por conta da pandemia de coronavírus. Em 2022, o IBGE mostrou que 54% das crianças de 10 a 13 anos possuíam celular para uso pessoal. Na faixa etária de 14 a 19 anos, esse patamar sobe para 84%.

·       Cumprimento de regra exigirá trabalho pedagógico (conscientização e convencimento);

·       Envolvimento ativo das secretarias de educação;

·       33% das escolas municipais e 29% das privadas também baniram completamente o uso de celulares. Esse fenômeno tem começado pelas crianças menores: 42% dos colégios até o 5º ano do ensino fundamental já tomaram essa medida. Já entre aqueles que possuem até o ensino médio, esse índice cai para 7%.

·       É possível que o texto dê autoridade ao professor que queira usar o equipamento com os alunos para as aulas, utilizando-o para fins pedagógicos, segundo fontes que acompanham a discussão dentro da pasta.

·       Já foi constatado o forte apoio dos professores e diretores a essa medida (em campo, estão ensandecidos pelos desdobramentos do uso dos aparelhos, especialmente comportamentais). Entretanto, a dificuldade de implementação se deu, entre outros motivos, pela falta de medidas que as escolas pudessem tomar para controlar o uso de celular nas salas de aula. Isso dificultou os desdobramentos gerenciais e pedagógicos da escola. Mas estamos diante de uma cultura de uso viciante no celular. Uma lei sozinha não controla o aspecto cultural.

·       Há situações de distração ao utilizar aparelhos eletrônicos em todas ou na maioria das aulas de Matemática, por exemplo, somam 45%.

·       Problemas práticos para retirar o celular das escolas: 1) professor agredido pelo tio de um aluno que teve o aparelho recolhido; 2) protesto de alunos no pátio contra a adoção de uma colmeia, móvel com pequenas gavetas para guardar o aparelho dos jovens;

·       O celular nas salas de aula saiu do controle. Há problemas com jogos em sala de aula e uso das redes sociais. Além disso, os pais ligam para os filhos no meio do horário de aula. Os estudantes não possuem a mentalidade nem a maturidade necessárias para utilizar o aparelho apenas no momento devido da tarefa. Há problemas até com apostas em meio às aulas, nessas plataformas de jogos de azar. Tudo no celular é mais atrativo do que o professor lá na frente.

·       Há município em que o decreto foi feito após uma consulta pública da comunidade escolar que teve 87% de apoio para o banimento do celular. Os alunos menores levaram pouco tempo para se adaptar. 1) Já tem alunos de 5 anos com celular em sala. É preciso explicar sobre as reais necessidades. Pode até ter uma chiadeira na primeira semana, mas depois já estarão trocando o sedentarismo para correr e brincar de verdade; 2) Entre os mais velhos, é preciso tempo e um trabalho pedagógico especial, que envolverá rodas de conversa e capacitação dos profissionais de educação da rede; 3) Terá uma parcela que tentará transgredir, mas com o tempo isso vai diminuindo. É um processo de adaptação. Até para o adulto é difícil. Mas, é preciso mostrar que é para valer, pois a escola é um lugar que tem regras, como em qualquer lugar da vida social.

Melhores e arrogantes.

 

É preciso chamar os bombeiros e a polícia a fim de conter queimadas. Mas, "estamos apenas apagando incêndio", sem tratar dos motivos fundamentais da destruição ambiental e do descontrole fiscal.

1.     Faz 30 anos que o Brasil sangra e transfere muuuuuito dinheiro para bancos, isto é, o mercado de camisa verde e amarela;

2.     Querem nos convencer e conformar de que precisamos encher o bolso de parasitas de juros. São mais de dois trilhões por ano em juros da selic, pessoa física e jurídica, não há país no mundo, nem de perto, com roubo tão grande, valores que deveriam ir para educação e saúde.

3.     Em SFC você panha pelo que faz e pelo que não faz.

4.     É cada vez mais difícil lidar com a absoluta selvageria dessa gente. De um lado, gatos; do outro, jegues. Kkk

5.     A organização é uma conspiração profunda e obscura do 'neoliberal' conservador e poderoso.

6.     Uma caneta esferográfica que, em 1945, era vendida por 25 horas de trabalho, atualmente é vendida por 27 segundos. Somos mais ricos do que foram nossos ancestrais. E é disso que se gabam os liberais, a Democracia liberal. Eles dizem que uma boa sociedade, rica, com canetas esferográficas por baixo custo, é resultado de uma ideologia de uma liberdade de permissão adulta.

Dívida de pobre – apostas online.

Epidemia de dependência dos Jogos: apostas esportivas online (Bets), cassinos e caça-níqueis on-line, como o Jogo do Tigrinho.

Pix para sites sobe 200%, e calote da baixa renda avança.

Ao todo, cerca de 24 milhões de pessoas físicas fizeram transferências a apostas só em agosto. Brasileiros gastam R$ 21 bilhões com essas apostas online, as bets, via Pix (não contabilizado desembolso realizado por outros meios, como cartões de débito ou crédito). O levantamento considera apenas 56 empresas, ou seja, as cifras podem ser bem maiores! Só para título de comparação, as loterias tradicionais da Caixa arrecadaram R$ 1,9 bilhão no mesmo período. 

Estamos diante de um velho problema, inovado e potencializado pela era das redes sociais – a dívida de pobres com apostas online. São pessoas pobres tentando ganhar algum dinheiro fácil, mas caindo em grandes armadilhas. O problema precisa ser rapidamente regulado ou daqui a pouco teremos cassinos funcionando dentro da cozinha de cada casa, trocando a comida por apostas e dívidas.

O apelo comercial do enriquecimento por meio de apostas é mais atraente para quem está em situação de vulnerabilidade financeira. O pessoal não está jogando, está doando o dinheiro. E estamos falando só de Pix; fora cartão e outros meios de pagamento. E isso sem contar as famílias que estão pedindo dinheiro para pagar agiota.

Embora as apostas sejam realizadas por indivíduos de diferentes faixas etárias, a maioria dos apostadores tem de 20 a 30 anos. O valor médio mensal gasto com bets aumenta conforme a idade. Enquanto os mais jovens gastam em torno de R$ 100 por mês, a cifra pode ultrapassar R$ 3.000 mensais entre os mais velhos (de mais de 60 anos).

·       Chama atenção um corte dessa parcela de apostadores: 5 milhões dos 20 milhões de beneficiários do Bolsa Família pagaram R$ 3 bilhões a apostas esportivas online em um mês, 20% dos R$ 14,1 bilhões repassados no programa mensalmente (o valor médio por família pago no mês foi de R$ 681,09). Na mediana, o valor gasto por pessoa foi de R$ 100. Desse total de apostadores, 70% são chefes de família, ou seja, quem de fato recebe o dinheiro transferido pelo governo.

·       Ou seja, a piora na inadimplência da/na baixa renda está ligada às Bets, apostas online.

·       As apostas podem resultar em perdas frequentes, comprometendo o orçamento familiar, especialmente na baixa renda.

·       O apelo comercial do enriquecimento por meio de apostas é mais atraente para quem está em situação de vulnerabilidade financeira.

Enfim, o Banco Central (BC) tem dificuldade de classificação das empresas que operam jogos de azar e apostas online. Muitas o fazem sob nomes que não correspondem aos divulgados na mídia, e várias delas não estão corretamente classificadas no setor econômico apropriado. O alerta acende a necessidade urgente do Governo Federal regulamentar o setor (já em regulamentação a partir de janeiro/2025, editada pelo Governo). Afinal, o comprometimento de renda das famílias nesses sites de aposta está gerando uma percepção de que teremos uma piora na qualidade do crédito na ponta, inclusive com um grande comprometimento (no orçamento familiar e o risco de vícios). Ou seja, o efeito contrário do Programa Desenrola Brasil. Certeza que a extrema-direita está bastante enrolada na causa desse problema também!

·       A publicidade vende as chamadas bets como uma espécie de elevador social. Celebridades sorridentes endossam a promessa de enriquecimento fácil. Ditos influenciadores divulgam o jogo como uma diversão inofensiva, ao alcance do clique no celular. A crise estava contratada desde 2018, quando Temer liberou as apostas esportivas no último mês de mandato. O prazo coincidiu com o governo de Jair Bolsonaro, que cruzou os braços e deixou o setor faturar sem controle. No fim de 2023, o Congresso aprovou uma regulação frouxa, em votações comandadas pelo Centrão e apoiadas pelo Planalto.