Crianças, quanto mais bem formadas (na família, na escola, nos grupos de vizinhança), maior será sua predisposição para abraçar a democracia, uma construção socialmente determinada.
Onde a democracia não viceja é no terreno da extrema direita, porque, nele, são plantados venenos e toxinas que se voltam para a sua destruição e a captura dos indivíduos mediante artifícios que fogem da razão, que exploram os egoísmos, as emoções à flor da pele, o ódio, a insatisfação, o medo e a insegurança. A extrema direita pode mobilizar a pátria, o nacionalismo, falar em proteção, questionar o sistema, mas será sempre uma postulação autoritária e antidemocrática.
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Tem o senso mais aguçado de justiça;
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Pratica o compartilhamento;
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É generoso um com o outro;
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É alguém capaz de pensar para além de si próprio, ou seja, levar em
conta o conjunto da vida social, seus ritmos e suas particularidades;
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Não precisa ser um “igualitarista”, mas deve considerar com generosidade
as disparidades socioeconômicas, culturais e educacionais que separam os
membros de uma sociedade;
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Precisa assimilar os sinais do tempo e as mudanças epocais;
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Pensa com a própria cabeça (que é melhor tê-la bem-feita do que
cheia);
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É alguém politicamente educado, capaz de separar o joio do trigo, “ler”
corretamente os fatos, assimilar os carecimentos dos demais membros da
sociedade, enxergar os outros;
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Compreende criticamente a complexidade inerente à política, que não
existe para atender de imediato a todas as expectativas e que, além do mais,
tem sinuosidades e ambiguidades difíceis de serem entendidas;
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Sabe que a política está associada à luta pelo poder, mas não se
reduz a isso;
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Sabe que o Estado é um agente de organização e prestação de
serviços;
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Não é um indivíduo civicamente “mal-educado”;
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Não enxerga a política só por um ângulo torto, rejeitando-a sempre
que seus desejos não são atendidos;
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Não ver o Estado como uma estrutura de poder tirânico e cheio de
necessidades;
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Não é alguém que se resume em glorificar o mercado, o
empreendedorismo, a privatização indiscriminada, a ausência de regulações;
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É alguém que se move pelas sendas complicadas da razão, recusando a
manipulação das emoções que políticos e governantes fazem regularmente,
sobretudo em períodos eleitorais;
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Mantém no primeiro plano a transparência e a responsabilidade no
trato das coisas públicas, sendo adversário de todas as formas de corrupção e
malfeitos;
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O democrata pode ser inflamado e defender suas ideias a ferro e fogo;
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Sua natureza é mais serenidade, tendendo mais para a ponderação, o
diálogo e a argumentação, atitudes com as quais busca convencer, persuadir e
dissuadir os que dele divergem;
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Não se limita a ser de esquerda, pois há vertentes nesse campo que
não aceitam os procedimentos democráticos, rotulando-os de formas burguesas de
democracia. Embora precise privilegiar o social e seu progresso, não pode se
resumir a voluntarismos.
· São focados no campo dos procedimentos e da defesa das regras do jogo, dos direitos humanos e de políticas justas.
Enfim, democratas estão dispostos a
conflitos e lutas sociais. Querem ser partícipes delas. Trabalham para dar a
elas um sentido gerador de consensos que, se bem organizados, podem pressionar
os governos para que ajam em benefício de todos.
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