· Desafios do nosso tempo são mais intensos e beiram o insuportável (e afetam todos nós): queimadas, variações climáticas, extremismos, políticos grotescos e violentos, abuso da liberdade de expressão, cibercrime à nossa identidade e o nosso dinheiro, sensação de sufoco e impotência, de smartphones que normalizam absurdos – nos monitorar continuamente e afogar em conteúdo de valor questionável, de redes sociais que manipulam nossos cérebros e corações sem seus algoritmos de relevância, a perda do controle humano e o uso malicioso dos sistema de IA que pode levar a resultados catastróficos para toda a humanidade a qualquer momento, continuamente acelerados pelas plataformas digitais, que defende irrefletidamente os interesses das big techs...
·
Que mundo queremos? De sociedade unida e não rachada, de políticos que
priorizam o debate de ideias, o apreço à convivência cívica e o respeito a
valores básicos, de recursos digitais que nos brindam com facilidades,
compromisso de desenvolvimento ético da IA e uma cooperação internacional para
uma fiscalização independente, com capacidade de parar e discutir implantação
de propostas...
1.
Documento
da ONU prepara propostas para definir limites às plataformas digitais e criar
padrões éticos para o desenvolvimento e o uso da IA – é o “Pacto do Futuro”,
que não terá força de lei, mas pode criar boas práticas para um uso mais
equilibrado dos recursos digitais, com um órgão internacional para fiscalizar
seu desenvolvimento;
2.
A
alfabetização digital e a educação midiática, além de apoiar o jornalismo, para
que os cidadãos desenvolvam um senso crítico que minimize a manipulação pelas
plataformas digitais;
3.
Não
se trata de botar barreiras à inovação, colocando limites às redes sociais e a
IA, mas que isso seja feito colocando os interesses da humanidade à frente dos
desenvolvedores.
4.
Regulamentar
um mercado não impede seu avanço. Basta observar que algumas das indústrias
mais inovadoras do mundo também são as mais regulamentadas, como a
automobilística e a farmacêutica.
5. O domínio da inteligência artificial despontou como a mais importante arma geopolítica das próximas décadas. EUA e China, os grandes opositores do cenário global, dominam essa corrida, e não querem ser superados em algo que pode levá-los a uma dominação planetária. São os complexos interesses nacionais envolvidos. E enquanto os países continuarem colocando seus interesses à frente da humanidade, veremos a ganância econômica e política, e o negacionismo científico e educacional dando as cartas e agravando esses problemas.
Enfim, temos que desacelerar e raciocinar! Caso contrário, corremos o risco de sair da pista com tanta velocidade.
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