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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Papai.


Duas crianças pequenas acordam assustadas e gritam: “Papai!”. Uma criança é real e a outra criança não é. Qual delas é sonho e qual delas é realidade? Como identificar o humano e como classificar o monstro? Um punhado de aparências diz tudo sobre a essência? Como seríamos vistos de outras perspectivas, monstros ou simplesmente diferentes?

Papai é um livro escrito pelo francês Philippe Le Saux (pseudônimo Corentin) e traduzido pela professora paulistana Cássia Silveira. Publicada em 2008 e editada em 2014, a obra faz parte da Edição Especial “Leia para uma criança” da Fundação Itaú Social. Seu autor vê a literatura infantil como um instrumento de diversão das crianças e costuma mesclar em seus livros seres fantásticos e humanos de maneira inventiva, dialogando diretamente com o imaginário e os medos infantis.

Como seria eu sonhando com o sonho a sonhar comigo? Ou ainda, o que e como seríamos se o sonho sonhasse com a gente? Seria ele a realidade, e nós, seus monstros? E isso é possível de acontecer? Na Literatura, sim! Na literatura infantil o sonho vira realidade e a realidade vira sonho. E como seríamos vistos de outra perspectiva? Tudo depende do observador, suas opiniões e pré-conceitos. Tendo a Literatura o poder de inverter a realidade, tem também a capacidade de combater o medo como expressão do desconhecido. E ainda vai além – ela tem o poder de questionar nossos preconceitos.

É nesse terreno, o do desconhecido, que moram as diferenças (e não os monstros). A diferença é o outro, aquele que não é igual a mim, um desconhecido. A intolerância pode nascer no berço, ou em nossas camas como porto seguro, quando nelas não estão o papai e a mamãe. Então sonhamos que o outro, como diferente dos membros familiares (ou o desconhecido), é um monstro horrendo – e acreditamos que esse pesadelo seja realidade – nasce o preconceito. São esses preconceitos que precisam ser desfeitos ainda no berço (e não reforçados por pais inescrupulosos que alimentam os temores das crianças com a ideia de “bicho papão” ou “o velho do saco vai te pegar”).

Por isso, essa historinha fala das crianças que nem sempre dormem em paz e sozinhas, quando deveriam descansar. Vivendo numa fase em que é difícil distinguir o sonho da realidade, elas imaginam intrusos em seus quartos. Então desejam aconchego, segurança e acalanto dos pais na hora de dormir. Focado na expressão progenitora paterna, como presença protetora e corajosa, Papai é um livro que desperta na criança o respeito às diferenças como instrumento de destemor dos supostos monstros que habitam nosso imaginário e que ameaçam o sono calmo e tranquilo dos pequenos (e dos grandes também!).

A leitura, o sono e o susto... Papai do Céu, socorro! Que esse susto se transforme em reconciliação entre o nanar e a imaginação saudável! E que nem a barriguinha cheia de torta de maçã ao dormir nos convença do contrário.

Então, boa noite! Durma em paz!!! E bons sonhos...


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