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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

Economia clandestina e narrativas tóxicas.

 

É preciso cortar os recursos da mentira e investir nas fontes de informação confiável.

US$ 6 bilhões em verbas publicitárias globais continuam a ser desviados, muitas vezes sem que empresas percebam, para sustentar sites, redes e operadores especializados na produção de desinformação (Fonte: European Digital Media Observatory, 2025). O que isso significa?

Significa que o problema deixou de ser apenas comunicacional ou cultural. Trata-se de uma economia clandestina, profissional e altamente lucrativa, que opera como engrenagem financeira transnacional dedicada à fabricação sistemática de narrativas tóxicas.

O financiamento desses grupos sectários e operadores ocultos para capturar afetos, distorcer percepções, moldar comportamentos e monetizar audiência. Essa comunicação que circula hoje nos ecossistemas digitais, sem curadoria moral, sem critérios de precisão e sem responsabilidade pública, carrega esse viés propagandístico. São conteúdos que se apresentam como informação neutra, opinião independente ou análise técnica, mas que funcionam como dispositivos de manipulação emocional e cognitiva. São mensagens que não se declaram, não se identificam, não assumem finalidade pública e atuam por infiltração, não por transparência.

A razão é substituída pela reação.

Essa propaganda corrompida nasce das máquinas de desinformação, das máfias da comunicação criminosa e das relações não públicas, de grupos que transformam a esfera digital em campo permanente de batalha simbólica. Ela opera com amplificação algorítmica, fabricação de inimigos, exploração de medos, simplificações morais e produção incessante de narrativas de suspeição contínua. O resultado é um ambiente em que a razão é substituída pela reação, o diálogo pela guerra interpretativa, a análise pela adesão emocional instantânea.

A propaganda, produzida de forma contínua e industrial, espalha-se como neblina densa, contaminando conversas e enfraquecendo a credibilidade das instituições e o tecido social.

Como combater isso? Além de vigiar o discurso criminoso, é urgente secar o dinheiro que irriga essas estruturas clandestinas de manipulação. Não se combate desinformação apenas com técnica; combate-se estrangulando os fluxos financeiros que a sustentam e fortalecendo os ecossistemas que produzem informação confiável: imprensa democrática, instituições públicas responsáveis, centros de pesquisa, think tanks e universidades comprometidas com a transparência e o interesse público.

Enfim, a defesa da clareza e da confiança depende, cada vez mais, dessa dupla frente: cortar recursos da mentira, e isso as empresas podem fazer, e apoiar e robustecer as instituições que trabalham na produção da informação confiável. 

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