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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

A filosofia em refluxo.

A construção do pensamento filosófico no mundo de hoje.

Hoje, há uma grande fragmentação do pensamento, de tal modo que fica difícil falar até em correntes e núcleos de pensamento. O que temos é uma triste acomodação acadêmica-profissional.

Alguém consegue ver o surgimento de um pensamento filosófico que dê conta da contemporaneidade? Você até tem discussões sobre questões impostas pela contemporaneidade, mas não tem uma concepção ao mesmo tempo crítica e alternativa, que em geral é o que cabe à filosofia. Crítica no sentido de fazer um exame e uma interpretação dos impasses existentes, por um lado, e, por outro, encontrar aquilo que poderíamos chamar de as condições reais de possibilidade do pensamento e da ação.

Mas, há possibilidades de surgimento de um pensamento filosófico consistente. Ele pode advir das reflexões a respeito da política ou das condições novas da ciência, particularmente da biologia ou genética. Por exemplo, a questão colocada da maneira pela qual a ciência, transformada em tecnologia, se transformou em força produtiva, e, portanto, numa força econômica.

Isso já aconteceu uma vez, e a história é testemunha, Paris de 1968. Ali, você tinha um movimento político que não era um movimento pela tomada do poder. Era um movimento de recusa das formas existentes de poder. A linha geral do movimento era: “nós somos contra a tomada do poder”. Em função disso, toda a reflexão e o remanejamento no interior da esquerda [Partido Comunista Francês, o Partido Socialista Unificado, as correntes Trotskistas e Maoístas], um forte conteúdo anarquista do período. Cadê essa força convergente, unificadora e pulsante da esquerda local, nacional e mundial? Não existe mais ou ainda não existe ou ressuscitou.

Em 1968, a Faculdade de Filosofia se considerava a vanguarda do proletariado avançado. Hoje ela é a retaguarda atrasada da classe média atrasada. Então, da parte do corpo docente não há muito o que se esperar. Talvez uma renovação por obra dos estudantes (greve reivindicando efetiva qualidade do ensino público, entrosamento entre o trabalho teórico e a compreensão da sociedade brasileira, direitos...). O conservadorismo é muito grande, uma desesperança é muito forte e tudo isso ligado ao operacional (produtividade) e ao funcional (adestramento e massificação). Meritocracia, avaliação por produtividade, tudo torna o professor, o pensador, o intelectual um “empresário de si mesmo”, isto é, perdido em relatórios, apresentação de serviço, com a produção em escala industrial de textos para congressos e revistas, etc. Tudo menos o formador, o pensador engajado nas causas e nos temas sociais. 

Enfim, o que temos no presente são reflexões isoladas. A esperança é a de que elas possam se aproximar e nos levar a uma compreensão inovadora do presente. Tanto será mais original se o pensador também for sinônimo de enfrentamento, luta, protesto, atuação política e social. Esse casamento está falido?

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