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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

A (des)ordem interior.

O filósofo é aquele que é testemunha de sua própria desordem interior. Aquele que fala não porque tem algo a ensinar – o filósofo não é um pregador. E, sim, para poder aprender à medida que vai falando, acalmando a agitação de suas ideias quando as transfigura no corpo sutil das palavras.

Ao fazê-lo, realiza o trabalho da obra, trabalho que prosseguirá nos seus pósteros porque existe obra quando a escrita tem o poder de suscitar não apenas leitura, mas outras escritas, que devem à primeira o que esta lhes deu a pensar e a dizer.

Sim, somos finitos e carentes, cada um de nós é habitado pela falta, pela presença da morte, pela dependência, mas também, e por isso mesmo, pelo desejo de plenitude e de autarquia próprias do deus. A amizade é coisa santa, pois nela nos reconhecemos livres e iguais no bem querer e no bem fazer. Por isso a amizade é a imitação do divino, quem faz nos aproximar dele – o bem querer entre os amigos, partilhar e compartilhar com eles nossa vida, o desejar a cada um o que se deseja a si mesmo, a ajuda recíproca e desinteressada confere a cada um e à unidade por eles formada a mais perfeita figura humana da autarquia, da liberdade e da felicidade que pareceriam reservadas apenas ao divino.

Professor, amizade, filosofia, instigam o pensamento a explorar terrenos batidos para fazer surgir o inesperado. Serve-se do estilo dialético – o pensador vai propondo teses para logo destruí-las e recompô-las num novo registro de significação e amplitude. Não se afunda em um pântano de subjetividades ensandecidas. Pelo contrário, faz nascer a seriedade pela capacidade de rir dos outros porque se sabe rir de si mesmo, com inesgotável tolerância.

Enfim, o bom professor nos ensina a alegria e o risco de uma liberdade conquistada à medida que se efetua como prazer de pensar. Ele é um amigo. É alguém que, com e como a gente, ajuda a transformar a desordem interior em obra.

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