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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

Bets e saúde mental no Brasil.

A pior economia assaltando a política e seu espaço público!

Isso não é um caso de entretenimento. É saúde pública!

O vício em jogos já é a terceira dependência mais frequente no Brasil, perdendo apenas para o álcool e o tabaco. 1,8 milhão de brasileiros entrou na inadimplência em 2024, por conta das bets. A promessa de dinheiro fácil, a ilusão de controle, a espiral de perdas que culmina em desespero. Começou como entretenimento e legalizou-se como tragédia sanitária.

O “jogo patológico” é um transtorno mental desde 1992. Ele compartilha circuitos neurobiológicos com dependências químicas. A dopamina liberada pela expectativa da vitória cria um ciclo vicioso: o cérebro aprende a ansiar pela próxima aposta, independentemente das perdas acumuladas. É a mesma lógica que aprisiona o dependente de cocaína ou álcool. Um pouco pior: o gatilho está no bolso, disponível 24 horas por dia, a um toque de distância – o celular.  

Com isso, brasileiros destinaram cerca de R$ 240 bilhões à plataformas de apostas em 2024 (valor equivalente ao orçamento anual do Ministério da Saúde, projetado em R$ 246 bilhões para 2025).

Esse desastre é sinônimo da ausência de pensamento crítico. O design deliberadamente viciante das plataformas. Notificações constantes, “promoções exclusivas”, bônus que nunca se concretizam – tudo meticulosamente calculado para maximizar o engajamento e as perdas do usuário. É engenharia comportamental a serviço do lucro, travestido de entretenimento esportivo. Dívidas impagáveis. Entre jovens, a situação é ainda mais grave. O impacto vai além do indivíduo. Famílias implodindo...

A epidemia das bets não é acidente. É escolha mercadológica inserida na política. O mercado tem suas manhas e façanhas para assaltar o espaço público e arruinar a vida social e política das pessoas.

Enfim, foi legalizado o produto, mas não o cuidado. Afinal, o argumento de que a aposta é uma escolha individual não se sustenta. Decisões individuais ocorrem em contextos. E quando esse contexto é manipulado para explorar vulnerabilidades psicológicas, a tal “liberdade de escolha” torna-se ficção conivente e conveniente.

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