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Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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sexta-feira, 18 de abril de 2025

Riqueza e Poder: tipos de elite.

 

“Se chegar ao topo é difícil, elites conseguem se manter entrincheiradas, em particular nos EUA”. 

“Dizem que é difícil chegar ao topo, e ainda mais difícil continuar lá. Para as elites, porém, se manter lá pode ser bastante fácil”.  

Um país tem 03 elites distintas, e muitas vezes rivais: a política, a cultural e a econômica. Cada uma delas tem credenciais educacionais específicas para admissão. De que área é o diploma tem menos importância (por exemplo, o critério britânico histórico é um diploma universitário de Oxford ou Cambridge).

Uma vez que uma família consegue entrar para a elite, é frequente que se mantenha nela (mais estáveis) até que guerras ou revoluções destruam a ordem existente. A “longa paz” do Ocidente desde 1945 permitiu que as elites se reproduzissem, recrutando os próprios filhos. Os membros da elite francesa, por exemplo, cada vez mais nascem no centro de Paris. Isso reduz o espaço para provincianos ambiciosos.

Por que Donald Trump está tentando enquadrar Harvard e outras universidades americanas? Ora, em 2023, 29% dos estudantes admitidos na universidade eram negros ou de minorias étnicas. Isso é superior à proporção de negros e de membros de minorias étnicas na população em geral para essa faixa etária, mas não por causa de algum tipo de ação afirmativa que dê mais oportunidades a grupos minoritários. Afinal, pessoas negras e de minorias étnicas têm notas excelentes nos cursos qualificatórios para o ingresso em universidades de uma maneira desproporcional em relação ao grupo etário como um todo.  

Os membros de elites estáveis também tendem a ser mais velhos. A idade média dos integrantes das elites econômicas em 15 países do WED varia de 55 a 60 anos. E mais, algumas elites estão se tornando internacionais.

1.     Elite econômica: chefes de grandes empresas, ricos proprietários de ativos e políticos e outros envolvidos na regulamentação da economia. São ainda mais dominadas por homens do que nas outras. Está cada vez mais credenciada, em geral, com títulos de mestrado e doutorado em administração de empresas, economia ou direito. O grupo menos educado é formado pelos proprietários de ativos, do tipo dos herdeiros italianos de empresas familiares.

2.     Elite cultural: sofre desprezo centenário pelas vulgares elites econômicas, algo que está ficando insustentável.

3.     Elite política: cada vez mais uma expressão da elite econômica, pois a política está sendo devorada pela economia.

Vejamos alguns exemplos: 

Elite no Reino Unido.

·       No Reino Unido, 13% da elite econômica se formou em ciências humanas, a maior proporção para essa área entre os 16 países do WED. Por outro lado, a Alemanha não tem universidades de elite e, assim, 36% de sua elite econômica se diferencia ao fazer um doutorado.

·       No Reino Unido, 45% da elite econômica é composta por pessoas nascidas em outros países.

·       Desde o choque antielitista do Brexit no Reino Unido, Oxford e Cambridge diversificaram seus processos de admissão. Hoje, apenas 1 em cada 7 estudantes britânicos de Oxford vêm de grupos mais desfavorecidos do Reino Unido em termos socioeconômicos.

Elite nos EUA.

·       Nos EUA, a elite é de 62 anos em média de sua faixa etária. Embora um país conhecido pelo dinamismo econômico, tem a elite mais velha de todos. Por quê? Porque as grandes corporações americanas se apoderaram do sistema político e dos órgãos reguladores, bloqueando o acesso de novos participantes e estabelecendo monopólios e oligopólios. Pense no Facebook comprando seus concorrentes em ascensão, o WhatsApp e o Instagram. Em grande medida, foi assim que a elite tecnológica americana que surgiu entre 1995 e 2004 se manteve no topo.

·       A elite americana é mais voltada para a área de finanças.

·       Já nas universidades americanas, a elite está mais bem entrincheirada. As principais universidades americanas praticam ações afirmativas destinadas a: 1) pessoas ricas, 2) com o uso de métodos como educação primária e secundária com financiamento muito desigual; 3) matrículas e mensalidades caras e 4) admissão preferencial para pessoas bem relacionadas.

·       43% dos estudantes brancos admitidos em Harvard eram atletas recrutados, filhos ou descendentes de ex-alunos ou de funcionários ou tinham parentes que fizeram doações para a universidade (estudo de 2019).

Elite na China.

·       A China e a Polônia entraram no capitalismo mundial tardiamente, têm as elites econômicas mais jovens, em especial no que diz respeito a chefes de empresas e proprietários de ativos. A elite chinesa tem outras características incomuns: seus membros têm mais probabilidade de terem nascido em áreas rurais do que qualquer outra elite nacional, e cerca de 34% se formaram em engenharia, a segunda maior proporção nessa área, só superada pelo Chile.

·       Muitos dos responsáveis pela tomada de decisões políticas e econômicas têm formação em aeronáutica e astronáutica e especializações nas áreas de tecnologia da informação, tecnologia nuclear e aeroespacial, construção naval, redes 5G, robótica, ciência dos materiais, ciências da vida, ciências ambientais e IA.

·       Com bastante frequência, os tecnocratas chineses de hoje estudaram no Ocidente, no Japão ou em Cingapura. Há aí uma tendência mais ampla de membros das elites econômicas, frequentarem cursos no exterior, e cada vez mais em escolas de administração de empresas como: Harvard Busines School e o Institut Européen d’Administration des Affaires (Insead).

Enfim, como as elites de hoje podem sobreviver ao populismo? Dificultando seu acesso às Universidades. Reformulando-se. Um novo “quem” é “quem” das elites mundiais.

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