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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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sábado, 22 de fevereiro de 2025

21. Fevereiro de 2025.

 Uma visão geral... 

1. Trump e a Geopolítica do comércio/economia – sobretaxa e alta global de custos. Ele vai taxar China (10%), Canadá e México (25%), com o argumento de que é uma resposta ao fato de esses países não impedirem a entrada de imigrantes e drogas nos EUA. Mesmo impactando, reduzindo, o PIB dos EUA e sua indústria (com menos comércio global). O ato vai se estender à União Europeia (chips, petróleo, metais, óleo, gás, aço, remédios, produtos farmacêuticos). O tarifaço terá um efeito inflacionário mundial, impactando o comércio global. Vai elevar custos nos EUA, Brasil e no mundo todo! Vai forçar uma reorganização do comércio global. Enfim, a taxação tornará os produtos exportados pelos EUA mais caros, reduzindo o consumo dentro dos países. Por enquanto, o Brasil está fora das tarifas de Trump. O coletivo facilita o processo de barganha (Mercosul). O problema é a falta de coesão.

2. Governo consegue cumprir a meta fiscal em 2024. 




3.     Trump Maquiavélico: suspende taxação do México e do Canadá. Os dois países anunciaram reforço da segurança das fronteiras. Temor mundial e consequência concreta – o medo espalhado de desencadear uma guerra comercial de proporções planetárias. Efeito imediato: movimento dos países vizinhos para suspender temporariamente as taxas. As taxas foram impostas sob alegação de não controle da entrada de imigrantes e drogas pelas fronteiras, produzidas com produtos químicos da China (Fentanyl Hcl). México prometeu reforçar a segurança na fronteira com 10 mil soldados, com prioridade de coibir o narcotráfico. Os americanos vão suspender a imposição de sobretaxas por um mês e intensificar medidas de combate ao tráfico de armas para o México, que também cancelou a retaliação sobre produtos americanos. Nessa trégua de 1 mês haverá reforça de estoque de importação (de produtos de vida longa). Frutas e vegetais exportadas do México para os EUA movimentaram mais de US$ 20 bilhões. No Canadá, mesma estratégia: reforço de fronteira e plano para combater o tráfico de drogas. As tarifas dos dois lados estão suspensas por 1 mês. EUA-Canadá são os maiores parceiros comerciais um do outro: +US$ 800 bilhões por ano. Canadá importa: Carros, maquinários e plásticos dos EUA. EUA importam: Grãos, açúcar e proteína animal. 80% do petróleo canadense é exportado para os EUA, também energia elétrica, uranio... 1 milhão de empregos no Canadá seriam comprometidos com a imposição de tarifas. Enfim, muitos insumos estão interligados: se você compra um carro nos EUA é provável que haja muitas peças que foram produzidas no Canadá ou no México. Há todo um efeito cumulativo que pode ser muito desastroso para ambos os lados. Agora EUA conversarão com a China. O tarifaço pode aumentar a inflação americana e dar força a um movimento isolacionista. Mundo menos globalizado, mais desconfiado e nacionalista, com egos desejando impor certas visões. Há um discurso de segurança das fronteiras e um “ataque bélico” comercial (pelo tarifaço). A queda de braço das tarifas mostrou que Trump vai usar táticas de intimidação até contrariá-los. O melhor jeito de cultivar uma amizade é sendo malvado? Trump precisa de amigos para enfrentar “o grande inimigo” do estilo de vida americano: a produção industrial da China, que nas últimas 3 décadas se tornou maior do que a dos EUA, Japão e Alemanha, juntos! A competição fez fábrica do interior americano fecharem. E os americanos tiveram que se adaptar ao jeito dos chineses produzirem para conseguir competir – trabalhando mais, ganhando menos. E agora a China cresce tecnologicamente, competindo com os EUA pau a pau (desenvolvendo IA e o computador quântico). Em 2024, a China exportou US$ 1 trilhão a mais do que importou (superávit). Aí Trump impõe tarifas para tentar conter o crescimento do gigante. Ameaçar para trazê-los mais para perto. Os EUA sempre usaram tarifas como arma de negociação. Uma parte da carne que sai aqui do Brasil é taxada em 26,5% para entrar nos EUA (o tarifaço atrai o país para a mesa de renogociação). México negocia benefícios para os dois países e as tarifas foram suspensas (botou 10 mil de seus soldados na fronteira para atender o desejo anti-imigração de Trump). A mesma coisa com o Canadá. Também a Colômbia entrou no jogo. É dessa forma que os EUA usam seus aliados da forma mais vantajosa possível em prol do país. Trump está transformando relações históricas com países amigos em algo puramente transacional (só fazemos negócio se ambos se beneficiarem de alguma forma, com uma vantagem imediata para mim). E o aumento de preço de um produto importado é repassado para o consumidor. Ele vai compensar baixando o preço da gasolina e os impostos sobre os comerciantes (mais ricos). EUA não são uma ilha, não são autossuficientes. E essa é a forma de Trump jogar o xadrez geopolítico. O show das tarifas mostra que Trump não veio para fazer amigos, mas sim, aliados. Ele abusa do poder que ainda tem o gigante econômico, num ato que parece o desespero de uma potência em declínio. 

- O envio de ajuda é considerado uma questão de segurança nacional: se um país está estável politicamente e socialmente, é menor o risco de conflitos que pode ser uma ameaça até aos próprios americanos.

- A equipe de Elon Musk ganhou acesso ao sistema de pagamentos do Governo Federal americano, que armazena dados pessoais de milhões de pessoas que recebem benefícios e aposentadoria. Não há conflito de interesses entre a carreira de empresário e o papel dele no governo? Ora, o que temos é a política comandada por empresários. 

4. Lucro dos grandes Bancos em 2024: Itaú Unibanco, Bradesco, BB e Santander: R$ 112,4 bilhões (+16%). Foi puxado pelo crédito em um cenário de economia com desempenho melhor que o esperado. Só no último trimestre do ano passado foram R$ 29,36 bilhões. E já estão choramingando para 2025: com a escalada das taxas de juros e a atividade em ritmo mais fraco, os empréstimos tendem a perder fôlego neste ano. Afinal, indicadores macroeconômicos piores aumentam os obstáculos ao crédito, o que tende a reduzir o apetite por novas concessões. 

5.     O setor de Gás. Até 2035, a projeção é de aumento da demanda por produção de Gás Natural. Isso cria a necessidade de R$ 140 bilhões em investimentos no setor, sifra mínima para viabilizar inicialmente o negócio (apena da boca do poço para frente, sem contar a exploração e a produção do combustível). Isso atrai 05 grandes grupos de Capital Privado, criando um mercado de disputa de pesos pesados nessa área. São elas:

1.     Eneva (da BTG, de André Esteves);

2.     Âmbar (da J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista);

3.     Cosan (da Compass e Commit, de Rubens Ometto);

4.     Energisa (da família Botelho);

5.     Termogás (de Carlos Suarez).

- Essas companhias não atuam apenas nos negócios, mas nos bastidores da política – já que a disputa envolve concessões públicas;

- Elas aplicaram, juntas, mais de R$ 35 bilhões na área na última década;

- Estão no radar delas projetos de biometano, produzido a partir de resíduos;

- Embora seja uma fonte de energia fóssil, é encarada como opção menos poluente e uma aliada na segurança energética, à medida que o país passa a depender de fontes renováveis, cuja geração oscila. 

6.     Só o Estado de SP arrecada recorde de R$ 275 bi em 2024. O resultado foi puxado pela atividade econômica, pelo parcelamento do ICMS e pelo imposto sobre heranças. 

7.  850 mil presos: prisões abarrotadas (a 3ª maior do mundo! Só em 2023, foram 3091 mortes nos presídios brasileiros, 703 por homicídio). 

- Pena Justa: as pessoas que ingressam nesse sistema, se o Estado for omisso e não acolher com o mínimo de dignidade, elas serão acolhidas pelas facções e o sistema penitenciário passa a alimentar as facções criminosas no país (quando deveria inibi-las). Se não trabalhar para o preso voltar melhor do que entrou, sairá pior. 

·       STF dá poder de polícia a Guardas Municipais de todo o país (criadas desde 1986, SP) – polícia metropolitana ou polícia urbana. Possibilidade de atuar em ações de policiamento ostensivo, comunitário, prisões em flagrante, desde que os municípios estabeleçam leis para isso. Atuar em cooperação com a Civil e a Militar, não terão poder de investigação. Os municípios têm competência para legislar sobre a atuação das polícias. 8 Ministros + relator. As forças podem ajudar na crise de segurança pública. RJ (quer armas de fogo, porte e uso em serviço, e coibir roubos de rua – força estruturada para agir na coibição de pequenos delitos, resolução consensual de conflitos e proteção do patrimônio público municipal). Elo entre as forças de segurança Estadual-Federal.

·       Cid passou US$ 86 mil a JB de venda d joias. Direito ao contraditório e da ampla defesa. Falsear a verdade para se beneficiar e beneficiar a família.

·       Representante legal no Brasil. Cometeu reiterados, conscientes e voluntários descumprimentos das ordens judiciais, tentou não se submeter ao ordenamento jurídico e poder judiciário brasileiros, instituiu um ambiente de total impunidade e terra sem lei nas redes sociais brasileiras.

·       Terceiro voo chega ao Brasil com deportados dos EUA. 94 imigrantes ilegais (total: 293 até agora), deportados dos EUA. Repatriados na administração Trump. Alta no preço do ovo (39,4% neste ano ou 19,9% comparado a fevereiro do ano passado). Temperaturas mais altas e impactos na produtividade das aves, mais energia, preço da ração subiu 30%, embalagens dobraram de preço. A oferta do produto deve diminuir com as vendas para fora do país. Em Janeiro, os EUA aumentaram em +62% a importação de ovos brasileiros. As exportações representam 1% da produção nacional. “Quando a nossa moeda desvaloriza frente ao dólar, o produto brasileiro entra em promoção – a gente vende/exporta mais, um desafio para a inflação, porque desabastecemos o mercado brasileiro, nem período em que a demanda é um pouco maior”. Isso joga um fôlego extra para novos aumentos de preços. A volta às aulas (produto incluído na merenda) e a quaresma, muitos cristão deixam de comer carne. Nos EUA, um surto de gripe aviária está causando a crise nos ovos nos EUA (nova variante vírus H5N1). Como imunizar 300 milhões de aves em todo o país? Turquia também vai exportar 15 milhões de toneladas de ovos para os EUA até julho.

·       Novidade tecnológicas para a agricultura.

·       Francisco corre perigo. Afinal, como está o papo. Mas, não corro o risco imediato de morte. Peneomia dupla, infecção respiratória por vírus e bactérias. Bronquite crônica. 

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

20. O método Trumpista.

Donald Trump:

- Inundar o terreno – sobrecarregar, confundir e criar pane. A velocidade que Trump faz esses anúncios é proposital (idealizado pelo estrategista político, Steve Bannon, um dos criadores do Trumpismo). Como funciona? O partido de oposição é a mídia. Eles são burros, preguiçosos e só conseguem focar em uma coisa de cada vez. O que precisamos fazer é inundar o terreno (todo dia, jogamos 03 coisas diferentes neles). Eles mordem uma, e nós vamos fazer as nossas coisas. Eles não conseguem se recuperar, enquanto fazemos na velocidade de uma bala disparada. Diariamente. Exemplo: 24h: tarifas para o aço, decreto para liberar o canudinho de plástico, dono da Faixa de Gaza, demitiu militares de carreira, falou com Putin, anexar o Canadá, acabar com a fiscalização de empresas americanas (a estratégia testa os limites do Poder Executivo, driblando Congresso e processos que criam Leis). Com tanta coisa, o partido Democrata tem dificuldade de fazer oposição, de decidir onde vai concentrar os esforços. Confunde também a população que não consegue acompanhar e entender o que é a VERDADE e o que NÃO É. Faixa de Gaza, Groenlândia, Canadá, Canal do Panamá, deportações em massa, tirou os EUA do Acordo de Paris e da OMS, acabou com subsídios para carros elétricos, mandou militares para a fronteira, congelou contratações federais, perdoou invasores do Captólio (6/01/2021), comprar a Groenlândia, fazer um risote na Faixa de Gaza, acabar com o direito à cidadania para filhos de imigrantes sem documentos temporários que nascem nos EUA... Enxurrada de anúncios e decretos... Tudo registrado pela mídia mundo afora.

- Avança muito, para depois abrir um canal de negociação. Teste: vai muito além, para depois recuar, e chegar onde gostaria do ponto de vista da negociação. Tarifaço, por exemplo, tem muito de retórica política.

- É uma ferramenta de barganha disfarçada de justificativa para conseguir objetivos específicos.

- Incentiva a desordem e o caos para retirar daí o que se deseja. É o constrangimento como método.

- Trump quer “Terras Raras” porque a economia americana é altamente dependente de recursos chineses. E isso é um risco econômico e de segurança nacional. A Groenlândia (território autônomo da Dinamarca) concentra 25% das reservas de “Terras Raras” do Planeta!

- Condicionamentos (é uma compra da ajuda): o envio de ajuda pelo acesso a recursos. Por exemplo: “vai enviar ajuda na guerra da Ucrânia contra a Rússia pela concessão de acesso dos EUA para a exploração de minerais raros na Ucrânia” (terras raras (as vitaminas da indústria): grupo de 17 minerais valiosos e estratégicos, metais responsáveis pela energia do mundo moderno, pois produzem painéis solares, turbinas eólicas, motores elétricos, 2/3 de um smartphone são compostos por eles (graças a eles a ciência conseguiu tornar os eletrônicos menores, mais rápidos, fortes, resilientes): que podem mudar a geopolítica atual). China é o principal produtor desses metais (70% mundial). Se os EUA cortarem o auxílio militar à Ucrânia, a Rússia vence a guerra rapidamente.

- Titânio (aeronáutica, espacial);

- Urânio (energia e armas nucleares);

- Quase metade da exportação de aço brasileiro vai para os EUA.

- As medidas de Trump fazem parte de uma política de favorecimento da indústria americana. Por exemplo, ao impor tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio feitas pelo país, grandes siderúrgicas estrangeiras terão perdas, enquanto a Gerdau, que fabrica aço nos EUA, deve ser a única beneficiada com a medida.

19. PT: 45 anos!

·       Precisa renovar discurso e lideranças;

·       Muita dependência de Lula;

·       Enfrenta dificuldade de dialogar com novas classes de trabalhadores (evangélicos e/ou pequenos empreendedores);

·       Dificuldade para abrir espaço a novas lideranças;

·       Esgotamento da “marca” de inclusão social;

·       Engessa a legenda na disputa de mandatos eletivos;

·       Tornou-se vítima do próprio sucesso político (as vitórias eleitorais impedem que ocorram muitas críticas internamente, e acabam desconectando o partido de suas bases, já que as lideranças que antes faziam interlocução com movimentos sociais passam a fazer parte ou da máquina partidária ou dos mandatos eletivos);

·       O partido surgiu nos anos 1980 tendo “a classe trabalhadora organizada e sindicalizada” como eixo, e cresceu eleitoralmente ao ampliar o diálogo com a massa de trabalhadores informais ao longo dos anos 1990, agora se vê desafiado pela falta de discurso para uma “classe média que é muito plural” – composta desde pequenos empresários e empreendedores até profissionais com pouca ou nenhuma folga no orçamento mensal.

·       Falta renovação no discurso petista para dar conta de transformações no país, como o crescimento evangélico, e no mundo, com as mudanças climáticas. Isto se relaciona com a dificuldade de discutir o futuro pós-Lula, sua principal liderança. É que Lula unifica o PT, enquanto o surgimento de novas lideranças tende a causar divisão. Sem ele, o risco de uma divisão fratricida no partido passou a ser grande.

·       Houve queda de representação do PT em prefeituras e na Câmara dos Deputados, mas o partido voltou a ganhar terreno com a volta de Lula ao cenário eleitoral.

·       Segue sendo o partido mais “orgânico” do país;

·       35% são simpatizantes da sigla;

·       1,6 milhão de filiados atualmente;

·       Manteve o patamar de governadores eleitos, graças a uma sequência de vitórias em estado do Nordeste, como Bahia, Ceará e Piauí. Tanto que a resiliência eleitoral do partido na região vem estimulando uma mobilização interna para que uma liderança nordestina seja alçada à presidência do PT, ao fim do mandato de Glesi Hoffman, do Paraná, neste ano.

·       O cenário exemplifica um partido mais pujante na disputa pela ocupação de espaços do que para debater novas propostas;

·       O Partido tem novos quadros, mas precisa reforçar um programa ao país. A inclusão social, bem ou mal, já foi feita. O PT continua sendo um ponto de convergência para algo melhor do que a direita oferece.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

18. Terras Raras: “Ouro do século XXI”.

Desenvolver e Conservar: como?

O mercado crucial para a economia mundial - chips e semicondutores impulsionam inovações em diversas áreas.

Para afastar a ameaça acelerada das mudanças climáticas, essencialmente é preciso:

·       O abandono dos combustíveis fósseis;

·       A adoção de tecnologias de baixo carbono.

Mas, como gerar eletricidade por fontes não fósseis? Ou ainda, como atingir metas de redução de emissões sem comprometer a IA e o grande capital? A resposta está nos ingredientes essenciais em muitas dessas tecnologias, presentes nas “terras raras”, fontes de fornecimento e estabilidade de recursos.

Ou seja, os “Elementos Terras Raras (ETR)” são indispensáveis para a transição energética e a fabricação de produtos de alta tecnologia. Portanto, essa medida gerou apreensão em diversos países, principalmente aqueles que dependem da China para esses insumos.

A China é o principal produtor desses metais (70% da produção mundial), e os EUA estão preocupados com isso. A demanda é tanta, que a China proibiu a exportação da tecnologia de fabricação de ímãs de terras raras. Assim, a China atende quase toda a demanda global e acirra tensões geopolíticas em meio à corrida tecnológica. Com essa relação tensa, a operação brasileira pode ser mais barata, cobiçada e disputada.

Vale ressaltar que o termo “rara” não se refere à quantidade disponível, mas sim à sua ampla dispersão — menos da sua ocorrência e mais da dificuldade de extração (elas estão mais presentes no subsolo que ouro ou prata, por exemplo). São elementos de difícil vazão por não formarem minerais próprios, e sim ocorrerem com inclusões, impurezas ou preenchendo fraturas de outros minerais. Logo, é difícil extrair frações de toneladas de terra ou rocha. Assim, eles têm aspecto terroso e é difícil fazer a separação dos óxidos individuais nestes minerais, sendo difícil encontrar uma quantidade economicamente significativa em um único local. Ou seja, embora os elementos de terras raras possam ser encontrados em abundância na crosta terrestre, eles frequentemente ocorrem em intervalos dispersos e são menos acessíveis de serem extraídos da natureza.

Como foi dito, o processo de extração desses elementos é desafiador devido à sua disseminação em minerais complexos e à necessidade de separação eficiente. Em geral, a extração começa com a mineração do minério contendo terras raras, seguida por processos físicos e químicos para concentrar e purificar os elementos desejados. Isso muitas vezes envolve técnicas como lixiviação, flotação e troca iônica. Um dos desafios ambientais associados à extração de terras raras é o manejo dos resíduos. Os rejeitos podem conter elementos tóxicos e radioativos. Vale destacar que não há na natureza terras raras sem Urânio e Tório, elementos radioativos. O que faz diferença é a quantidade. Que tratamento será dado a esses rejeitos, que precisam ser controlados? Temos boas regras de controle de resíduos? Enfim, vejam as tragédias de Brumadinho (da Vale) e Mariana (da Samarco).

Há 03 maneiras básicas de acessá-los: pela extração primária ou mineração diretamente da terra; pela recuperação de fontes secundárias, como eletrônicos em fim de vida útil; e pela extração de fontes não convencionais, incluindo resíduos industriais como cinzas de carvão e produtos residuais de minas.

O Brasil está na rota de investimentos bilionários na mineração. O país obtém a terceira maior reserva dos ETR, com um total de 21 milhões de toneladas (atrás da China e do Vietnã). Apesar de a reserva do mineral ser grande, a produção ainda é pequena. Em 2022, 80 toneladas foram produzidas. Ela está dividida entre os estados de Minas Gerais, Amazonas, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo e Roraima. Mais de R$ 5 milhões de reais já foram investidos em programas para exploração das substâncias, além de mapeamento geológico de recursos minerais e promoção de pesquisa, lavra e beneficiamento desses elementos (ao todo, o setor privado planeja R$ 10 bilhões)!

Um importante minério foi recentemente identificado em grande quantidade no Brasil, muito mais simples de extrair os elementos químicos úteis, apesar do seu baixo teor: as argilas iônicas. Até onde poderão ir as empresas que detêm direitos de pesquisa ou de lavra desses minérios? Exportarão um concentrado de terras raras? Farão a separação dos elementos individuais úteis? Teremos uma fábrica de ímãs de terras raras no Brasil? Ou seja, o Brasil pode ser mais uma vez só exportador de commodity.

Aqui na Bahia, a Brazilian Rare Earths, de capital australiano, anunciou ter obtido concessão para explorar cerca de 460 Km2 em Jequié. Serra Verde está em exploração. Exploradas no Brasil desde 1886, as terras raras eram tiradas de areia monazítica na faixa litorânea do Sul aqui da Bahia ao Rio de Janeiro. Agora, virão de argila iônica, em regiões onde, há milhões de anos, havia vulcões.

Os Elementos Terras Raras (ETR) compõem um grupo de 17 metais essenciais para a fabricação de ímãs de alta performance, indispensáveis na conversão de energia em movimento. A industrialização das terras raras, que começou com a fabricação de mantas de lampiões, é hoje estratégica. Em diferentes combinações, os ETRs são matérias-primas de indústrias que vão da fabricação de diesel e gasolina a celulares, onde estão no brilho das telas, na vibração e no microfone, mas têm se destacado em equipamentos de transição energética, como lâmpadas de LED. Eles assumem um papel fundamental em diversas áreas estratégicas do mundo moderno, como na produção de veículos elétricos, turbinas eólicas, carros híbridos, aparelhos eletrônicos, indústria têxtil, petrolífera, na metalurgia e agricultura. Além disso, os elementos são utilizados na fabricação de televisores de tela plana, telefones celulares, lâmpadas fluorescentes compactas, ímãs permanentes, catalisadores de gases de escapamento, lentes de alta refração e mísseis teleguiados. Algumas de suas aplicações também têm uso militar.

A principal aplicação das terras raras, aquela que define sua criticidade, se dá nos super-ímãs inventados 40 anos atrás. Os 17 elementos, que juntos formam as terras raras, ocorrem conjuntamente na natureza, são quimicamente semelhantes, mas só alguns formam compostos que tem propriedades magnéticas excepcionais: praseodímio, neodímio, disprósio e térbio. A China produz algo como 90% desses ímãs usados no mundo. Aproximadamente 150.000 t de ímãs são produzidos anualmente, usados nos discos rígidos das nuvens, nos motores dos carros elétricos e nos geradores eólicos. Empresas chinesas separam 90% das terras raras do mundo.

Esses 17 elementos químicos: lantânio, cério, praseodímio, neodímio, promécio, samário, európio, gadolínio, térbio, disprósio, hólmio, érbio, escândio, túlio, itérbio, lutécio e ítrio. Essa versatilidade torna as terras raras componentes vitais em inúmeras inovações tecnológicas que impulsionam o nosso mundo moderno. Para se ter uma ideia, cada torre eólica consome 2 toneladas de concentrado de ETRs. Um motor elétrico usa mais de 1 quilo. Enfim, a procura por esses minerais deve crescer até 6 vezes até 2040.

Alguns exemplos:

·       o praseodímio (usado em motores de aeronaves, turbinas eólicas);

·       o gadolínio (fundamentais em tecnologias médicas, usado em imagens de ressonância magnética e equipamentos de imagem);

·       o neodímio (usado em discos rígidos de computadores, ímãs de alta potência, motores elétricos de veículos);

·       o lantânio (é utilizado em catalisadores de refinarias de petróleo, contribuindo para a produção de combustíveis mais limpos);

·       o lítio (usado em baterias);

·       o disprósio (capacidade de resistir a altas temperaturas).

“O Brasil pode se tornar exportador tanto de terras raras e hidrogênio, quanto de produtos verdes” (Fernando Haddad).













domingo, 2 de fevereiro de 2025

17. Os 11 temas sensíveis – Congresso Nacional.

 

Pautar determinadas matérias pode dividir ainda mais Câmara (Hugo Motta, Rep. PB), Senado (Davi Alcolumbre, União – AP), Governo, STF e sociedade, aumentando a tensão entre os Poderes. É bem esse tipo de crise e seus desdobramentos que a mídia gosta. Nos próximos dois anos, decisões de como e quando pautar assuntos ditarão a dinâmica de dividir (disputa ideológica) ou agregar. Todavia, já se sabe muito sobre os parlamentares pelos seus posicionamentos, isto é, a partir de votos e declarações.

Esses tópicos são:

1.     O 8 de janeiro

- criticar os atos antidemocráticos ou fazer ponderações sobre excessos (anistia)?

2.     Emendas Parlamentares

- Controle ou transparência?

3.     Reforma tributária

- Como tributar? Taxar os mais ricos?

4.     PL das Fake News: regulação das redes sociais

- Responsabilidade das plataformas ou libera geral o caos?

5.     Marco temporal

- Demarcação válido só a partir de 05/10/1988?

6.     Drogas e saída temporária

- criminalizar qualquer quantidade ou delimitar?

7.     Privatizações

- desestatização das empresas?

8.     Relação com o Governo

- relação de proximidade ou contrariedades?

9.     Relação com o Supremo

- pautar matérias que desagradam ministros ou focar em prioridades?

10.  Escala 6x1

- prioridade ou engavetar?

11.  Exploração de petróleo

- favorável ou não à exploração da margem equatorial do Rio Amazonas?