A América Latina e o Caribe, apesar de concentrar apenas 8% da população mundial, representa 1/3 dos homicídios cometidos no mundo. Para piorar o dado, o elevado nível de violência na região deixa claro que tal investimento não tem sido bem-sucedido.
O custo direto dos delitos respondeu por 3,44% do PIB (em 2022). É 12x mais que o orçamento para pesquisa e desenvolvimento. O impacto econômico do crime vai desde as perdas com capital humano por homicídio, gasto de empresas com segurança, até o gasto público com a prevenção de delitos. Gastam-se muito com segurança, mas a violência continua operante.
Países que convivem com a alta da inflação também sofrem mais. O avanço dos preços corrói o poder de compra dos cidadãos e os estudos mostram que, quando essa inflação supera os 10% em um ano, há um crescimento de 10% nas taxas de homicídios, me média, no ano seguinte. Já eventos macroeconômicos adversos, como recessões, elevam os índices de homicídios em 6%, em média.
Enfim, isso mostra o quanto o crime limita o crescimento, leva à desigualdade e desvia investimentos públicos e privados para outras áreas. Se não tivessem de gastar tanto no combate à violência e à criminalidade, o dobro do orçamento com assistência social, os países da região poderiam investir mais em educação, cada vez mais necessária em uma era de grandes transformações tecnológicas.
O problema se resolve com
elaboração de políticas públicas efetivas e uma cooperação mais estreita entre
os governos dos países dessa nossa região, com troca de informações e reforço
da vigilância em áreas fronteiriças. Afinal, essa cooperação racionalizada e
profissional já existe entre as organizações criminosas latino-americanas. Antes
concorrentes, organizações criminosas agora são parceiras. Algumas fornecem as
mercadorias enquanto outras se encarregam da logística. O governo não pode
patinar e a população mudar, ceder ou perecer enquanto o crime prospera, e por
isso mesmo prospera, com perdas irreparáveis de capital humano e financeiro.
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