Quem sou eu

Minha foto
São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
Obrigado pela visita!
Deixe seus comentários, e volte sempre!

"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

Arquivos do blog

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Mito e Filosofia: transformação ou ruptura? Recriação!

 

“O mito narra a origem das coisas por meio de lutas, alianças e relações sexuais entre forças sobrenaturais que governam o mundo e o destino dos homens. Os mitos sobre a origem do mundo são genealogias: cosmogonias e teogonias. (...) Assim, a cosmogonia é a narrativa sobre o nascimento e a organização do mundo a partir de forças geradoras (pai e mãe) divinas. (...) A teogonia é, portanto, a narrativa da origem dos próprios deuses a partir de seus pais e antepassados” (Chaui, p. 36).  

Um mito é uma palavra sagrada porque uma revelação divina (por isso assume um status de ser incontestável e inquestionável). Logo, é uma narrativa sobre a origem de alguma coisa. Seu narrador teria testemunhado diretamente o que aconteceu ou teria recebido a narrativa de alguém que viveu os acontecimentos (o poeta-rapsodo era considerado um escolhido dos deuses). Assim, “a verdade” do mito está na autoridade ou confiabilidade da/na pessoa do narrador.

As 03 maneiras do Mito:

1.     Ele encontra ou faz o Pai e a Mãe das/os coisas/seres – os antepassados.

- tudo o que existe decorre de relações sexuais entre forças divinas pessoais;

- essas relações geram os demais deuses;

- Titãs: semi-humanos e semideuses;

- Heróis: filho de um deus mais humano;

- Genealogia: narração da origem ou geração das coisas, seres, qualidades...

2.     Ele encontra uma aliança ou rivalidade entre os deuses que fazem surgir alguma coisa no mundo.

- o mito narra ou uma guerra ou uma aliança entre as forças divinas para provocar alguma coisa no mundo dos homens.

- na guerra entre troianos e gregos, os deuses estavam divididos entre os dois lados. O lado tomado por Zeus em dado momento era vitorioso.

- a causa da guerra foi uma rivalidade entre as deusas (a mulher sempre a fonte da discórdia kkk). As deusas aparecem a Páris (príncipe troiano) oferecendo seus dons, e ele escolheu logo Afrodite (deusa do amor). As outras deusas, enciumadas, o fizeram raptar a grega Helena, mulher do general grego Menelau, e isso deu início à guerra entre os humanos.

3.     Ele encontra as recompensas ou castigos que os deuses dão a quem lhes desobedece ou a quem lhes obedece.

- fogo, sem ele, o que seria da humanidade? Não seria. O fogo é essencial: com ele, os humanos se diferenciam dos animais, porque tanto passam a cozinhar os alimentos, a iluminar caminhos na noite, a se aquecer no inverno, como podem fabricar instrumentos de metal para o trabalho e para a guerra. Enfim, por isso que na mitologia grega o fogo era possuído apenas pelos deuses. O titã Prometeu que roubou uma centelha e entregou aos humanos. Ambos foram punidos: um acorrentado e os outros com a caixa de Pandora – a curiosidade quis dar maravilhas e acabou entregando todas as desgraças (doenças, pestes, guerras, morte, males no mundo... A bomba atômica).

Bem, ao surgir, a Filosofia não é uma cosmogonia e sim uma cosmologia, ou seja, uma explicação racional sobre a origem do mundo e sobre as causas das transformações e repetições das coisas. A pergunta então é: a cosmologia nasce de uma transformação gradual dos mitos ou de uma ruptura radical com os mitos? A Filosofia continua ou rompe com a cosmogonia e a teogonia?

Duas respostas:

1.     Ruptura radical: reino otimista dos poderes científicos e capacidades técnicas do homem. A primeira explicação da realidade tem de ser científica (século XIX-XX). Não sonha, passa a raciocinar logo.

2.     Mudança vagarosa e gradual: os mitos estão profundamente entranhados nos modos de pensar e de sentir de uma sociedade, e são importantes na organização social e cultural das sociedades (século XX). Primeiro sonha, e depois se vai racionalizando esse sonho...

- repare que aqui, os próprios gregos, como qualquer outro povo, acreditavam em seus mitos e a própria Filosofia nasceu, vagarosa e gradualmente, dos próprios mitos, como uma racionalização deles.

Uma saída atual: conclusão.

Reformular e criar outra coisa nova e diferente. As duas respostas anteriores são exageradas. A Filosofia, percebendo as contradições e limitações dos mitos, foi reformulando e racionalizando as narrativas míticas, transformando-as numa outra coisa, numa explicação inteiramente nova e diferente. Tipo, “O Fantástico Mundo de Bobby” ou a polêmica IA (Inteligência Artificial). Como conduzir inicialmente nossas crianças? Com telas ou interações físicas? Que tal ambientes educativos mistos, múltiplos e saudáveis.   

Enfim, Mito e Filosofia: transformação ou ruptura? Recriação!

Nenhum comentário:

Postar um comentário