Na era da Globalização, num cenário mundial de fragmentações e turbulência geopolíticas, não tem sido fácil para qualquer país se equilibrar no confronto entre EUA e China – mas vale lembrar que um é o maior parceiro comercial do outro.
Todavia, não há omissão nem ambiguidade. Lula sabe o que quer e tem agido com coerência. Lula tem posição e lado. O Brasil tem um aparato diplomático requintado, um histórico pacífico e recursos cruciais para que o mundo enfrente os grandes desafios globais da segurança alimentar, energética e ambiental. Afinal, somos uma potência regional nisso, sem precisar apostar no poder truculento das armas ou do dinheiro.
Na polêmica invasão da Ucrânia, Lula quer o fim da guerra, mas congelando as linhas territoriais atuais, entregando à Rússia 20% do território ucraniano sem garantias e longe de buscar alternativas às importações de fertilizantes e do diesel russos. Estima a expansão, ajudando a financiar o poder de Putin, enquanto renuncia aos valores comuns do Ocidente, como a Democracia Liberal (pela Democracia Social) – um antiocidentalismo. Ou seja, o Brasil reprova a agressão da Rússia, mas também é contrário aos meios que o agredido tem para se defender: as armas e as sanções de seus aliados ocidentais.
Lula quer que o Brasil seja um amigo do Ocidente e um líder do Sul Global. Um defensor do meio ambiente e uma potência petrolífera mundial (esta precisa financiar a transição para aquela). Um promotor da paz e um amparo para os autocratas.
Enfim, pode parecer uma
política oscilante e inconsistente. Mas, é muito melhor do que o antigo
isolamento e desentendimento. Ou seja, Lula aposta no diálogo e na diplomacia.
Isso justifica o fato dele querer que o Brasil seja todas as coisas para todos.
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