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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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sábado, 31 de agosto de 2024

Guerra na Saúde.

“Tem existido uma superprodução de médicos mal treinados e não educados. Essa superprodução de pessoas mal treinadas se deve, principalmente, a um enorme número de escolas comerciais sustentadas por métodos de publicidade” (Relatório Flexner, EUA, 1910).

Estamos enfrentando tempos extremamente violentos, com guerras armadas e simbólicas.

Uma dessas guerras simbólicas é a ofensiva contra a medicina que acontece agora no Brasil. Os médicos brasileiros estão lutando pela sobrevivência da própria profissão. Os tiros, bombas e minas metafóricos na medicina são a desinformação da população e a invasão de outras profissões que flagelam a medicina diariamente.

A tecnologia deseja substituir a medicina por qualquer outra coisa mais rentável. O médico não tem mais lugar à mesa dos grandes debates nacionais, como descriminalização de drogas, aborto, eutanásia. O próprio diploma de médico praticamente já não é mais necessário para exercer a profissão. Contratos de trabalho são cada vez mais precarizados, e qualquer um se arvora a realizar procedimentos invasivos.

73% dos municípios brasileiros candidatos a receber escolas médicas não têm número suficiente de leitos de internação do SUS nem de Equipes de Saúde da Família ou sequer hospitais de ensino – critérios mínimos para o aprendizado médico (Dados do CFM). Não valem essas escolas de fundo de quintal, sem a didática e as condições necessárias.

A atenção primária tem que ser assistida por médicos extremamente capacitados, que resolvam os problemas das pessoas e evitem o agravamento de suas doenças. Não é um depósito de neófitos mal qualificados que não sabem ouvir o paciente, que não conseguem interpretar sinais clínicos sem dezenas de exames.

Jogar médicos no interior, sem o mínimo de apoio, também não resolve o problema da assistência. Pelo contrário, fragiliza ainda mais as relações de trabalho, pois sem CLT ou concurso, como na carreira judiciária, o médico acaba por não se fixar nos municípios menores, e termina sem um vínculo forte com a comunidade ou o hospital onde trabalha.

A fragilidade do Estado em preencher essa lacuna e a ganância do mercado em preenchê-la com baixos custos têm levado à invasão da medicina por profissionais de outras áreas ou por meros charlatães. Cursinhos de fim de semana, pós-graduações duvidosas e supostos doutores ensinam a qualquer um que queira realizar procedimentos estéticos e terapêuticos, muitas vezes invasivos e com resultados trágicos. 

Enfim, quem sai mais prejudicado com tudo isso, quando não morto, é o paciente. Logo, nossa luta precisa ser para salvar vidas e qualificar o sistema de saúde. Pela atenção à população fragilizada!

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