Na última década, entramos numa batalha entre Poderes. O resultado dela é péssimo, pois alguns ampliam suas prerrogativas e outros perdem. O esforço de Lula é trazer o Brasil para o campo da harmonia entre esses Poderes.
1.
“Presidencialismo
de coalizão” (Executivo): relação de dominância do Executivo sobre o
Legislativo, arranjo constitucional brasileiro recente. Por exemplo: o
presidente eleito, dotado de uma série de prerrogativas legislativas e
orçamentárias, montava uma coalizão partidária para governar, que competia na
próxima eleição. O espaço do Executivo ainda não está claro (Lula). Num país
carente de políticas públicas estruturadas e consistentes, em campos
fundamentais como educação, saúde, infraestrutura e segurança, é muito
preocupante vislumbrar a subordinação do governo à fragmentada alocação de
recursos determinadas pelos parlamentares.
2.
“Supremocracia”
(Judiciário):
quando o Supremo assume um papel de dominância em muitas circunstância. Por
exemplo, quando a mídia investe em muitas polêmicas como aborto, maconha,
corrupção, associadas a uma perda de capacidade de construir consensos sobre
questões relevantes, isso sobrecarrega o sistema de Justiça. O Supremo, por sua
vez, vem dando sinais de que pretende assumir uma função mais mediadora e
conciliadora, em detrimento de sua custosa, mas indispensável, tarefa de guarda
da Constituição.
3. “Dominância do Legislativo: o Congresso se beneficiou da fragilidade dos governos Dilma, Temer e Bolsonaro, para extrair prerrogativas do Executivo. Foi se assenhorando de parcelas cada vez maiores do orçamento. Também aproveitou para ampliar o financiamento público dos partidos. Com emendas vinculantes e dinheiro no bolso, os parlamentares assumiram a posição de dominância, ao menos em relação ao Executivo. O Legislativo (de Arthur Lira) consolida avanços sobre funções de governo, sem assumir as responsabilidades decorrentes dessas funções. Surge, assim, uma espécie de regime de coabitação no poder, sem que o Parlamento esteja submetido a um sistema de responsabilização política, como nos regimes parlamentaristas.
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