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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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segunda-feira, 6 de maio de 2024

Nossa dinâmica moderna.

 

 “Nenhuma verdade é possível sem a tranquilidade da alma”.

“Eu bem que avisei que os idiotas com diploma invadiriam o mundo do pensamento público”.

É a inquietação – a incapacidade animal de não escapar à sua agitação, perturbação, ansiedade, aflição. É ela porque a inquietação destrói a possibilidade da tranquilidade da alma, sem a qual nenhuma verdade é possível.

Parabéns à capacidade humana de recolher-se em si mesmo (ensimesmamento) e escapar do “olho do mundo”. O animal humano pode fugir do mundo porque tem a si mesmo. Só quem não aprendeu a dar essas escapulidas sofre, sofre muito. Sofre por não ter um si mesmo capaz de protegê-lo da inquietação infinita que é a existência no mundo e na natureza (uma besta fera devoradora de seres vivos).

Mas, o que é esse “si mesmo”? Não! Não é o universo dos traumas psicológicos, mas nossa capacidade de ver o mundo através do pensamento que nos prepara para a ação nele. O clássico par da filosofia e da espiritualidade: “contemplação e ação”. O pensamento organizado é o que importa, fruto desse recolhimento em si mesmo, uma conquista cotidiana, não um dom. O homem não é um animal racional. Alguns tornam-se racionais à custa de muito esforço. O risco é não se tornar racional e acabar por realizar a “rebelião das massas”. A expressão parece bonita, mas não é aquela insurgência popular revolucionária dos trabalhadores. É outra...

Seja gente comum sem formação escolar, ou ainda pior, pessoas formadas nas escolas e universidades e que, por terem diplomas ou sucessos profissionais em suas áreas, passam a achar que entendem de tudo, essa arrogância vaidosa é o movimento moderno, na direita e na esquerda. Do porteiro do prédio ao tiozão da internet e sua família inteira, todos querem dar opinião sobre assuntos que não dominam para opinar.

Que nome damos a isso? “Dramatismo”. Dramatismo é perder-se enquanto possibilidade. E o animal é dramático por natureza. E o homem pode ser esse animal dramático. Seu drama é sempre estar correndo o risco de se entregar à inquietação, à submissão ao mundo, nas suas diversas formas de atribulação.

CONCLUSÃO: a modernização tem uma dimensão destrutiva em curso, imersa no ridículo do ruído da massa disforme. Isso tem um nome: inquietação. E essa inquietação destrói a possibilidade da tranquilidade da alma, sem a qual nenhuma verdade é possível.

Assim, nem são as pessoas, é essa agitação de saber o que não se sabe a nossa dinâmica moderna. Bem que ela poderia ser trocada pela tranquilidade de aprender o que não se sabe. Verdade e tranquilidade estão vinculadas. Só na tranquilidade você pode chegar a ter algum ponto de vista que preste!

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